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Cibersegurança, privacidade de dados, ESG e automatização lideram tendências financeiras de 2023

Realizada pela Protiviti, consultoria global em negócios, a Pesquisa de Tendências Financeiras 2022 traz informações e indicativos para o setor de finanças, em especial ao CFO e alto escalão financeiro.

O estudo, que teve mais de 1.000 participantes em diversos países, aborda uma série de aspectos relevantes no dia a dia de muitas empresas, entre eles: segurança e privacidade de dados, automatização de processos, recursos tecnológicos, ESG, cadeia de suprimentos e gestão de talentos.

Esses temas desafiam CFOs do mundo inteiro a se posicionarem como um dos principais articuladores na estratégia e no relacionamento com o board executivo das empresas, mesmo diante de um cenário composto por tensões geo-políticas, volatilidade da taxa de juros e inflação crescente.  

Os resultados da pesquisa confirmam que os CFOs seguem contribuindo e agregando valor à organização, indo além dos limites das atividades financeiras e contábeis tradicionais. Neste texto, trazemos as principais reflexões do estudo, além de outros indicadores e perspectivas da área financeira para o futuro.  

Temas importantes para as lideranças financeiras em 2023

Destacamos os cinco temas que mais estão impactando e despertando o interesse das organizações, levando em conta o cenário global e a realidade de transformação tecnológica da área financeira.

1. Modelos de trabalho flexíveis: estão em ascensão por serem especialmente vantajosos na hora de buscar talentos qualificados para lidar com relatórios financeiros, ações estratégicas e atividades de Project Management Office (PMO).

A pesquisa aponta uma verdadeira “guerra” na busca por talentos qualificados na área de finanças. Por isso, as organizações estão apostando em provedores e plataformas tecnológicas para suprir habilidades e recursos sob demanda, em meio a condições de mercado incertas.

2. Segurança e privacidade dos dados: assim como em anos anteriores, estes dois temas continuam sendo encarados como prioridade máxima entre os CFOs, sendo que cada vez mais esses executivos estão focados em uma cultura de segurança nas empresas. Contudo, também merecem destaque outras ações importantes, incluindo relatórios de análise de lucratividade e habilidades de liderança.

3. Blockchain: essa tecnologia, bem como contratos inteligentes ganharam força entre os executivos e já figuram entre as principais tendências financeiras e investimentos entre as empresas, junto de automatização, aplicativos de finanças, dados em nuvem, entre outros. 

4. Estratégias ESG: CFOs e líderes financeiros estão dedicando mais tempo, atenção e recursos para iniciativas ESG, bem como incluindo o conceito no planejamento regular da empresa, o que fortalece outra importante sigla, a D&I (Diversidade e Inclusão).

5. A inflação preocupa: o tema também vem ganhando espaço na agenda do CFO, principalmente no que tange às medidas internas que estão sendo tomadas para conter a alta de preços e o consequente impacto nos demais segmentos da empresa, além das principais atualizações e tendências.

Tendências financeiras que irão guiar as decisões em 2023

Segundo reportado pela pesquisa, o maior foco do board de finanças ainda está voltado aos investimentos tecnológicos, principalmente tendo a cibersegurança como prática preventiva, automatização de processos para melhoria da performance e redução dos riscos corporativos.

Segurança e privacidade de dados: 73% dos CFOs e VPs de finanças vão priorizar esse tema na área financeira para os próximos 12 meses. E o cumprimento desse objetivo requer também:

– Determinar se os incidentes de cibersegurança aumentam para um nível de “materialidade”;

– Assegurar a devida atenção ao controle de violações quando elas ocorrem;

– Relatar ataques cibernéticos e esforços de reparação para investidores e outras partes interessadas;

– Divulgações sobre políticas e procedimentos de gestão e supervisão de risco de cibersegurança.

Tecnologia e automatização de processos: 71% dos CFOs e VPs de finanças visualizam a automatização de processos como prioridade máxima para sua organização financeira nos próximos 12 meses, em comparação a 65% de outros profissionais de finanças.

As crescentes contribuições estratégicas da área financeira e o seu alcance para “além das finanças” tornam imperativo que os CFOs se comprometam com a transformação contínua e a implementação de tecnologias avançadas, fazendo uso de ferramentas de automatização e tecnologia que impulsionam essa jornada. 

Além disso, os CFOs e líderes financeiros estão reavaliando o que a transformação financeira requer e avaliando as habilidades profissionais necessárias para alcançar esses objetivos,

Os principais CFOs entendem que a transformação digital não é um destino, mas sim uma viagem contínua, e que nesta jornada, é importante selecionar as iniciativas certas a seguir.


ESG: 75% das equipes de finanças estão assumindo os riscos ESG e entendendo essa realidade como parte da sua função. Além disso, 40% dos CFOs e líderes financeiros estão levando em conta a cultura ESG na sua rotina de decisões. A Europa vem liderando a divulgação de relatórios sobre ESG, mas outros países já estão adotando esta prática rapidamente. 

 

Os CFOs ajudam suas organizações em diversos aspectos sobre ESG:

– Coleta de novos dados enquanto ajusta simultaneamente a base de dados;
– Adoção de melhores processos e ferramentas tecnológicas;
– Garantir maior precisão e eficácia de todos os aspectos relacionados ao ESG.

Cadeia de suprimentos: 45% das organizações estão mais focadas em garantir uma receita flexível e consistente do que buscar apenas eficiência em sua cadeia de suprimentos. Uma série de grandes interrupções na cadeia de suprimentos causou danos de dois dígitos e o declínio do valor das ações de muitas empresas

Segundo CFOs, o problema reside na fragilidade do modelo atual da cadeia de suprimentos, com seu foco estritamente definido em custo/eficiência, sem levar em conta outros aspectos como a confiabilidade, capacidade de resposta e resiliência de fornecedores, bem como disponibilidade de fontes alternativas qualificadas de abastecimento. 

Quais são as prioridades gerais do CFO para os próximos anos

Além dessas tendências financeiras, a pesquisa da Protiviti destaca 10 prioridades do CFO e VP de Finanças e outros pontos que também exigem atenção do executivo de finanças.

1) Segurança e privacidade dos dados;
2) Relatórios e análises de rentabilidade;
3) Contratos inteligentes, a partir de blockchain;
4) Aplicativos baseados em nuvem;
5) Planejamento e análise financeira (FP&A);
6) Promover novas demandas e expectativas dentro da organização;
7) Manutenção do perfil de liderança dentro da organização;
8) Melhoria e mineração dos processos de trabalho;
9) Maior automação e infraestrutura tecnológica;
10) Foco em liderança, desenvolvimento e recrutamento de talentos.

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Automatização na área financeira mostra resultados, mas implantação ainda é um desafio

81% dos CFOs reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo otimizar a eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Apesar de apenas 5% dos entrevistados estarem com a estrutura de análise de dados totalmente automatizada, o cenário é de investimento contínuo, com 58% planejando aumentar seus orçamentos voltados à área financeira nos próximos 12 meses, e 34% em dois anos.

Segundo o estudo, o maior impulsionador da onda de digitalização é a alta volatilidade da economia global, que tem acelerado a necessidade da área financeira a se adaptar e se tornar mais ágil frente às mudanças, e tem pressionado líderes a encontrarem oportunidades rapidamente para se sobressair.

“Não há dúvida de que a automatização já tem mostrado seu valor em termos de ganho de produtividade e auxílio nas análises e planejamento. Através de tecnologias capazes de acelerar os processos da área financeira e trazer insights cada vez mais completos, profissionais têm focado em atividades estratégicas e líderes têm praticado uma gestão data-driven mais eficiente, com decisões embasadas em números concretos”, afirma Alex Szaniecki, gerente de onboarding do Accountfy. “É notável que, com esses artifícios, CFOs têm adotado uma postura mais proativa do que reativa, premeditando cenários de risco e identificando oportunidades de crescimento. Além de captar mais dados, eles estão sabendo o que fazer com eles”.  

A crescente adoção das novas tecnologias vem acompanhada de obstáculos. 61% dos CFOs afirmam que o desafio mais comum ao automatizar as funções financeiras é a integração com seus sistemas atuais. Para 58% dos CIOs, eliminar a silagem de informação entre departamentos está no topo das dificuldades. 

Além disso, a busca por profissionais qualificados e a alocação de orçamento e recursos foram apontados como outros empecilhos relevantes.

“Apesar da automatização na área financeira demonstrar resultados visíveis e levantar o interesse de muitos líderes, o primeiro passo para torná-la realidade acaba sendo desanimador. A integração de novas tecnologias exige uma movimentação na qual nem todos os sistemas são compatíveis, e quando falamos de números, não há espaço para erros. Nessa hora, entendemos a importância de uma implantação facilitada, com uma equipe preparada para atender, e também de um produto dinâmico, que interaja com as principais ferramentas usadas na área financeira. Essa atenção que damos às empresas que querem ‘arrumar sua casa sem a bagunçar ainda mais’, faz toda a diferença quando estão buscando rapidez e qualidade na digitalização”. – Alex Szaniecki, gerente de onboarding, do Accountfy

Pontos de atenção ao planejar a automatização na área financeira

Segundo a pesquisa, além da compatibilidade entre sistemas, o sucesso ou fracasso da implementação depende de alguns fatores-chave, que devem ser considerados desde o início do projeto:

  • Alinhar a estratégia de automatização da organização com suas prioridades de negócios;
  • Identificar quais processos já são automatizados, mas ainda ineficientes;
  • Avaliar soluções de automatização por sua funcionalidade, escalabilidade e interoperabilidade;
  • Avaliar a experiência do usuário (UX) da solução para garantir a utilização ideal pelos funcionários.

Além disso, deve-se analisar o impacto da automatização das rotinas financeiras e entender como ferramentas CPM e ERP podem ajudar neste processo.

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A importância das certificações financeiras

Entendemos a importância das certificações financeiras quando falamos sobre qualificação. Elas são capazes de fortalecer a imagem e a confiança das empresas e profissionais que querem se destacar.

Segundo o Guia Salarial 2022 – Finanças e Contabilidade, elaborado pela Robert Half, consultoria de soluções em talentos, entre 100 CFOs brasileiros pesquisados, 43% sentem dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades necessárias para as funções, reforçando ainda mais a importância das certificações na área financeira.

De acordo com o levantamento, a escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual empresas estão lutando para encontrar mão-de-obra especializada, e, com uma alta demanda e menor oferta, a competitividade se torna ainda maior. 

As certificações para as áreas financeiras das empresas também têm importância. Para 31% dos entrevistados da mesma pesquisa, a retomada econômica vem acompanhada de uma preocupação com as abordagens agressivas da concorrência. Para se diferenciarem nesse cenário, elas podem usá-las para alavancar sua autoridade no mercado.

Continue a leitura e saiba mais sobre as certificações na área financeira e por que elas são  necessárias em um cenário de busca por profissionais e departamentos  cada vez mais qualificados.

Quais são as vantagens de profissionais obterem certificações financeiras?

Salários melhores

Através das certificações na área financeira, um dos primeiros reflexos positivos está nos salários. As habilidades e os treinamento adicionais que profissionais qualificados recebem podem torná-los elegíveis para empregos melhor remunerados.

Como exemplo, a Pesquisa Global de Salários de 2021, elaborada pelo Institute of Management Accountants (IMA), revela que os profissionais que possuem o CMA recebem, em média, salários 58% maiores do que os que não a possuem.

Novas oportunidades

Certas certificações na área financeira são vistas como referência, e tê-las no currículo pode aumentar as chances de alocação e promoção no mercado. 

Segundo o material Os 8 Principais Certificados Financeiros: Benefícios e Definições, do Indeed, site de busca de vagas com mais de 250 milhões de usuários, obter certificações na área financeira pode impulsionar a carreira, trazendo melhores oportunidades de emprego. Isso inclui a possibilidade de atuar em cargos sêniores, que normalmente possuem requisitos de elegibilidade.

Maior credibilidade

Muitas das certificações na área financeira exigem aprovação em exames e até mesmo anos de experiência e aprendizados. Por causa da  rigorosa preparação educacional exigida do profissional, as empresas reconhecem a capacidade do candidato de exercer a função, lhe concedendo maior vantagem competitiva.

Segundo a Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), uma das maiores associações contábeis do mundo, com mais de 689 mil membros, profissionais que possuem credenciais como a Chartered Global Management Accountant são reconhecidos mundialmente pela sua ética e compromisso nos negócios.

Aprimoramento de habilidades

Ao se qualificar, profissionais têm contato com as últimas tendências envolvendo sua função, assim como passam por oportunidades de otimizar suas habilidades, ao mesmo tempo que desenvolvem novas. 

De acordo com a Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), órgão de contabilidade profissional com mais de 230 mil membros ao redor do mundo, profissionais que possuem o ACCA Qualification, por exemplo, aprimoram suas habilidades analíticas, adquirem extenso conhecimento financeiro e visão estratégica de negócios.

Quais são as vantagens de as áreas financeiras obterem certificações?

Em busca de reconhecimento e diferencial no mercado, as áreas financeiras também podem obter certificações. 

Uma das maneiras de fazê-lo, é através das certificações (International Standards Organization (ISO), ou Organização Internacional para Padronização, no português. Ela reúne normas reconhecidas mundialmente e tem como objetivo promover a conformidade aos processos corporativos.

Apesar das ISOs não serem destinadas exclusivamente às áreas financeiras, e sim à empresa como um todo, o departamento pode se beneficiar de suas vantagens ao tê-la implantada.

Segundo a organização, através das ISOs, é possível trazer mais confiança para stakeholders e clientes, e otimização de custos. Aspectos, esses, que influenciam na saúde financeira da organização.

A ISO 9001, por exemplo, estabelece critérios de qualidade para processos internos. Entre seus princípios estão foco no cliente, liderança, visão, engajamento de colaboradores, melhoria contínua, e gestão de relacionamento com stakeholders.

Sua função é certificar que a empresa possui visão ampla do seu fluxo de trabalho. Assim, aumentando sua produtividade, trazendo dados mais concretos para a tomada de decisão, garantindo a boa utilização dos recursos financeiros e melhores condições em futuras negociações.

Recentemente, foi publicada a ISO 37000, que regulamenta padrões de linguagem, princípios e práticas para o exercício da governança corporativa, imprescindíveis para a gestão financeira. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o escopo dessa certificação abrange a responsabilidade social (ESG), gestão de riscos, transparência na prestação de contas, viabilidade e desempenho da organização a longo prazo, e uso estratégico e responsável dos dados.

Para implantá-las, é necessária a auditoria de órgãos parceiros da ISO, que podem ser encontrados no site da International Accreditation Forum (IAF), associação mundial de organismos certificadores. Nela, são mapeados processos, a verificação de documentos, elaboração de relatórios, e por fim, o gerenciamento de registros.

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Valor de fusões e aquisições cai 21% no primeiro semestre e revela cautela

O valor de fusões e aquisições caiu 21% no primeiro semestre de 2022, aponta a Refinitiv, fornecedora global de dados e infraestrutura do mercado financeiro, totalizando mais de US$ 2.2 trilhões. Além do valor, houve também redução no volume de negociações, com 700 transações anunciadas, 17% a menos se comparada ao primeiro semestre do ano anterior. 

Segundo a Refinitiv, tensões geopolíticas e incertezas macroeconômicas são os principais freios do mercado, que levaram os tomadores de decisão a considerarem uma pausa.

“Com a inflação acumulada, vulnerabilidades a nível global, pandemia, alto grau de volatilidade e juros nas alturas, cresce o grau de risco dessas operações, e sem o estímulo econômico, empresas tendem a pensar duas vezes antes de alocar investimentos”, afirma Silvia Leopoldino, controller no Accountfy.  “Em receio a uma possível recessão, conselheiros estão colocando em primeiro plano a estabilidade financeira e se preparando para novas turbulências.”

Os dados ainda mostram que as atividades do mercado de equity capital registraram queda de 61%, com US$ 237 bilhões. Seguindo a mesma tendência, o mercado mundial de capitais de dívida encerrou o semestre com baixa de 14%, com US$ 4.8 trilhões.

Apesar disso, foi o melhor período para mega-acordos, com negócios fechados acima dos US$ 10 bilhões, resultando na alta de 11% em operações únicas dentro desse valor. Entre as quatro principais operações, duas foram no setor de tecnologia: a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões; a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões.

No mercado emergente (Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Índia e Taiwan), os negócios do setor de tecnologia representam um quarto do valor total, recorde histórico de acordo com a Refinitiv, fechando com um montante de US$ 531 bilhões. 

“No Brasil, o setor de tecnologia é um dos que mais movimenta o mercado de fusões e aquisições. Impulsionado pela onda de digitalização provinda da pandemia, é um dos menos impactados pela retração econômica”, afirma Silvia. “A transformação dos negócios se manteve um investimento crescente dentro do planejamento financeiro e a tendência é que, com o surgimento de novas tecnologias, continue liderando as operações de M&A.”

Cenário de fusões e aquisições brasileiro

O relatório Market Report Fusões e Aquisições/M&A Brasil, elaborado pela consultoria Kroll, reuniu os resultados das operações de M&A no Brasil de janeiro a junho de 2022 e revelou que o cenário de recessão é o mesmo. Segundo a análise, incertezas globais, combinadas com cenário desafiador interno, afetaram o volume de operações.

Durante o período, foram anunciadas 735 transações, com uma baixa de 2,3% em comparação ao mesmo período em 2021 (752) . Dessas, 94 foram apenas no mês de junho, 19,6% a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior (117).

De acordo com o relatório, as 20 maiores transações (excluindo a operação de privatização da Eletrobrás) do primeiro semestre totalizaram mais de R$ 61,6 bilhões.

Entre os setores mais aquecidos, estão os ligados a tecnologia, serviços financeiros, serviços B2B e B2C, logística, energia e produtos de consumo.

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Startups da América Latina receberam mais de US$ 28 bi nos últimos anos

O Panorama Latam, estudo da investidora Movile, em parceria com o Distrito, plataforma de inovação para startups, analisou o cenário de investimento na América Latina entre 2017 e 2021, com foco na Argentina, Brasil, Colômbia e México. 

Desde 2017, os investimentos na região tiveram crescimentos de mais de 120%, ano a ano. Entretanto, desde o início da pandemia de covid-19, a quantidade de capital e empresas investidas reduziu em 4% em 2020. 

Apesar disso, os resultados revelam um mercado resiliente. Com a recuperação econômica, o volume investido cresceu em 184%. Segundo o levantamento, US$ 28.663 bilhões foram aportados em startups da América Latina nos últimos cinco anos, sendo 51% desse valor apenas em 2021. 

O relatório analisou mais de 5 mil startups e empresas em fase de desenvolvimento e reuniu os principais insights sobre as evoluções das rodadas de investimento de risco e potenciais regionais. Entre os destaques estão: 

  • O Brasil concentra maior parte dos investimentos, com mais de 60%;
  • Argentina foi o primeiro país dentre os quatro a ter um unicórnio: o Mercado Livre, em 2017
  • A Colômbia conta com o maior investimento realizado em uma startup: US$  1 bilhão na Rappi.
  • Mais de um terço dos aportes realizados no México são no setor de Mobilidade.

De acordo com os resultados, a alta liquidez em investimento em venture capital e IPO e a tendência crescente de aportes são reflexos de um ecossistema mais maduro, no qual startups conseguem valuations maiores a cada rodada.

Com mais de US$ 17 bilhões, o Brasil lidera o ranking de investimentos recebidos. Segundo a análise da Movile, os mais de 200 milhões de habitantes incentivam que cada vez mais startups da América Latina operem no país, buscando atingir um mercado de consumidores maior. O México segue em segundo lugar (20%), Colômbia em terceiro (11%), e Argentina em quarto (8%).

O setor de fintechs, startups que mesclam tecnologia à soluções financeiras, está em primeiro lugar em termos de investimentos, com mais de 38,5%. De acordo com o relatório, ele é um dos mais aquecidos globalmente, resultado de uma necessidade dos consumidores por serviços mais acessíveis e desburocratizados.

A lista segue com as retailtechs (11,6%), com foco em inovação no varejo, e foodtechs (11,1%), que unem tecnologia ao setor de alimentação. .

O Accountfy e a expectativa na América Latina

Em 2021, o Accountfy, plataforma SaaS que facilita as atividades de Controladoria e FP&A na gestão financeira, recebeu o aporte de US$ 4,5 milhões da Redpoint eventures e HDI Seguros, para iniciar sua expansão nos Estados Unidos. O valor complementou um investimento série A no valor de US$ 6,5 milhões, totalizando US$ 11 milhões. Desde a primeira parte da rodada, a fintech quase triplicou em crescimento.

Com a quantia, a empresa iniciou a operação norte-americana, incluindo um time dedicado, investimento em divulgação e a abertura da filial no estado da Flórida. Agora, o Accountfy planeja aumentar sua presença na América Latina que atualmente conta com Chile, Colômbia, México e Peru, representando 7,5% da sua receita. O objetivo é que essa participação chegue a 40% até 2024.  

Segundo Goldwasser Neto, CEO e cofundador do Accountfy, as perspectivas da América Latina em relação às fintechs revelam um terreno com grande potencial.

“A contabilidade é uma linguagem universal. Embora existam diferenças de padrões de contabilização, a lógica contábil é igual em todo o mundo. Isso faz com que, na prática, não exista restrição geográfica para utilização do Accountfy, tornando o mercado endereçável da plataforma muito significativo”, afirma.

Para alcançar esse número, mais de R$ 7 milhões foram alocados na área de tecnologia só em 2021. Para os próximos anos, a empresa prevê R$ 30 milhões em investimentos, buscando acelerar o desenvolvimento da plataforma, com novas funcionalidades e maior segurança. 

“Ainda temos muito para desenvolver e consolidar o Accountfy como uma plataforma de soluções para os CFOs e profissionais da área de finanças. Por isso, decidimos ampliar os aportes”, explica Goldwasser Neto.

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Como a área financeira pode se beneficiar do cloud computing?

A pesquisa Rastreador de Infraestrutura Corporativa Trimestral Mundial: Comprador e Implantação na Nuvem da International Data Corporation (IDC), consultoria em inteligência de mercado, revela que os gastos com infraestrutura de computação e armazenamento em nuvem aumentaram 6,6%, ano a ano, até 2021, totalizando um mercado de US$ 18,6 bilhões. Até 2025, devem atingir US$ 118 bilhões.

Seguindo essa tendência, o material Futuro da Área Financeira: A Agenda o CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, feito pela KPMG, mostra que o futuro da área financeira será marcado pela nuvem como ferramenta dominante.

De acordo com a Investopedia, portal referência em conteúdos financeiros, o cloud computding é uma tecnologia que permite a entrega de diferentes serviços através da internet, como servidores, redes e softwares, por exemplo. As informações armazenadas em nuvem são salvas em bancos de dados remotos e podem ser acessadas a qualquer momento por dispositivos conectados à ela, não precisando estar em um local específico.

Com toda a flexibilidade, agilidade e mobilidade que o cloud computing têm proporcionado aos negócios, a área financeira a usa  como uma aliada para otimizar processos e trazer maior dinamismo na gestão de dados

De acordo com o relatório Futuro da Área Financeira: A Agenda do CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, tecnologias de automatização baseadas em cloud computing fomentarão um novo modelo operacional no qual capacitarão as finanças para entregar mais valor com menos esforço, e responder às necessidades do negócio com maior rapidez. Continue a leitura e entenda mais sobre essa relação.

Cloud computing na área financeira

Em seu estudo Economia da Nuvem: Mantendo a Cabeça na Nuvem – O Papel Vital dos CFOs nas Decisões Estratégicas de Computação em Nuvem, a Deloitte afirma que  à medida que empresas exploram as vantagens do cloud computing, os CFOs têm a oportunidade de conduzir estrategicamente a implantação dessa tecnologia na área financeira e em toda a organização.

Segundo a consultoria, CFOs podem abordar os impactos que modelos de nuvem podem trazer aos processos contábeis e financeiros. Além disso, devem comunicar seus resultados para investidores e stakeholders, pois, analistas de investimento parecem estar mais interessados ​​em como essa tecnologia pode levar a aumentos nos fluxos de receita, assim como seu potencial de redução de custos.

Além disso, a adoção do cloud computing na área financeira permite que concentrem mais tempo e recursos em suas principais atividades, ao mesmo tempo em que oferecem a flexibilidade de aumentar ou diminuir os investimentos em nuvem como resposta às mudanças nas necessidades da organização.

Benefícios do cloud computing na área financeira

Economia de recursos e tempo

A migração para a nuvem permite que as áreas financeiras otimizem os investimentos alocados em tecnologia e evitem gastos desnecessários. Em vez disso, podem canalizar o dinheiro para outros aspectos da gestão do negócio.

O estudo da Accenture revela que o cloud computing pode reduzir significativamente o custo operacional de uma empresa, permitindo que ela aumente ou diminua o uso de recursos. O relatório também afirma que, além de economizar em energia, uma empresa pode reduzir sua emissão de carbono em 30% por cada usuário usando soluções em nuvem.

Segundo a IBM, em comparação com o armazenamento local tradicional, o cloud computing traz: 

Custos de TI mais baixos: o armazenamento em nuvem reduz custos de compra, instalação, configuração e gerenciamento de infraestrutura físicas, além de mão de obra especializada;

Mais rapidez no fornecimento de ferramentas: em vez  de aguardar pela instalação e configuração de softwares e hardwares, o cloud computing permite que aplicativos corporativos sejam implantados em poucos minutos.

Melhor aproveitamento e economia de gastos: ao contrário de infraestruturas físicas, a nuvem conta com a possibilidade de dimensionar a capacidade de armazenamento para mais ou menos, em vez de pagar pelo excesso de espaços que estão sem uso. 

Facilidade de acesso à informação

O armazenamento em nuvem facilita e dinamiza seu acesso, no qual vários dispositivos podem carregar e baixar dados de qualquer lugar e a qualquer momento, permitindo inclusive a colaboração em tempo real por equipes remotas, por exemplo. 

O Guia do CFO para a Nuvem, também elaborado pela Deloitte, reforça como a adoção do cloud computing pode ter um resultado positivo na área financeira em termos de acesso à dados, exemplificando o seguinte caso:

“Uma empresa sofria com problemas na gestão de dados. A área financeira não conseguia acessar ou analisar as informações de sistemas antigos, necessárias para decisões cruciais. Ao perceber que precisavam de uma nova plataforma baseada em nuvem, a equipe de tecnologia implantou o cloud computing. Essa empresa agora está se tornando uma potência orientada por dados, adotando ferramentas avançadas para rentabilizar novas oportunidades”. 

Segundo a Deloitte, em rotinas em que a coleta de informações é essencial e muitas vezes manual, áreas financeiras veem o cloud computing como ferramenta principal no auxílio dessas demandas e já representa redução de tempo na elaboração de relatórios.

Apoio às decisões estratégicas

Segundo a KPMG, para os profissionais da área financeira, o cloud computing, combinado a outras ferramentas, está auxiliando as decisões através de recursos de monitoramento de processos de fechamento, análise de cenários estratégicos e relatórios gerenciais em tempo real.

A consultoria afirma que planejadores financeiros podem se aproveitar de ferramentas baseadas em nuvem, como plataformas de gestão de desempenho corporativo (CPM), para criar uma visão de FP&A que integre as previsões financeiras com as operações, supply chain, vendas, marketing e outros.

Melhorias na forma como os dados são estruturados e coletados e a redução da necessidade de processos repetitivos e intervenções manuais são alguns dos benefícios enfatizados pela KPMG.

Os papéis do CIO e CFOs

Embora tradicionalmente questões tecnológicas sejam conduzidas pelo CIO, o CFO também está atrelado à transformação digital e seu suporte tem desempenhado um papel importante na promoção das mudanças necessárias nos processos.

58% dos CFOs entrevistados pelo estudo TCS 2020 CFO, feito  pela Tata Consultancy Services, consultoria de serviços de TI, reconhecem que a tecnologia está tendo um impacto profundo em seu papel e não são apenas responsáveis ​​pela digitalização da função financeira, mas também desempenham papel fundamental na digitalização de todo o negócio.

Nesse sentido, ambos têm trabalhado em conjunto para implementar soluções em cloud computing na área financeira e em toda a organização de forma inteligente e planejada.

Para a Deloitte, ao considerar a implantação do cloud computing, o CFO  pode envolver-se, juntamente com o CIO, para discutir as necessidades da empresa em relação à tecnologia, e avaliar contratos, taxas, custos, e retornos esperados.

De acordo com o artigo Como o CFO e o CIO colaboram para criar, otimizar e proteger valor, da Ernst & Young, enquanto os CFOs supervisionam os gastos corporativos gerais e justificam financeiramente as iniciativas relacionadas à tecnologia, o CIO avalia as opções de serviços de cloud computing, e decide quais estruturas e processos do negócio serão movidos para a nuvem: tais como os bancos de dados, aplicativos, plataformas e softwares, por exemplo.

Além disso, rumo à implantação do cloud computing na área financeira e na organização como um todo, o Gartner, em seu material Elabore uma estratégia eficaz de computação em nuvem respondendo a cinco perguntas-chave, sugere algumas questões que CFOs e CIOs podem responder:

  • Onde e como a organização deve consumir serviços de cloud computing?
  • Como protegeremos, gerenciaremos e governaremos em ambientes híbridos?
  • Como a computação em nuvem influencia nossa estratégia?

Em suma, além de conduzir a mudança em termos técnicos, o CIO pode trazer mais clareza em relação aos impactos positivos que o cloud computing trará, ajudando nas metas organizacionais. 

Por sua vez, CFOs podem auxiliar na escolha de uma ferramenta alinhada às expectativas do departamento de tecnologia, ao mesmo tempo que gerenciam novos riscos, e conciliam os investimentos às estratégias e objetivos financeiros.

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Criptomoedas e área financeira: o que você precisa saber

Segundo estimativa do relatório da Crypto.com, consultoria de serviços financeiros em cripto de Singapura, até o fim de 2022, o número de proprietários globais de criptomoedas chegará a 1 bilhão.

Além disso, o Gartner prevê, no Guia Rápido de Criptomoedas Para o CFO, que até 2024, pelo menos 20% das grandes empresas usarão moedas digitais

E como esses ativos diferem dos  tradicionais, esse cenário ilustra um desafio para os líderes à medida que gerenciam e adaptam as criptomoedas à área financeira e aos modelos de negócios atuais. 

O que são criptomoedas

Segundo a Investopedia, as criptomoedas são versões de moedas eletrônicas, como o bitcoin, por exemplo, que permitem pagamentos online em tempo real entre as partes, sem intermediários como instituições financeiras e câmaras de compensação de um banco central. 

As criptomoedas são extraídas, negociadas, distribuídas e armazenadas em um livro de blockchain. A expressão se refere à tecnologia que permite que uma base de dados seja organizada através de uma sequência ordenada. Trata-se de um livro-razão com blocos interligados e imutáveis que contém todo o histórico e registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede compartilhada.

Criptomoedas na área financeira

O relatório A Ascensão do Uso de Criptomoedas nos Negócios, elaborado pela Deloitte, revela que um número crescente de empresas em todo o mundo estão usando criptomoedas e outros ativos digitais para propósitos de investimento, operacionais e transacionais

Para a consultoria, a introdução dessa nova tecnologia está ajudando a preparar empresas para um futuro emergente que poderá incluir moedas digitais regulamentadas pelos bancos centrais.

O material elenca benefícios que as criptomoedas podem trazer relevantes à área financeira, tais como: 

  • Transferências monetárias simplificadas e em tempo real: as movimentações em criptomoedas são feitas entre o pagador e o recebedor, sem a necessidade de uma terceira parte, como instituições financeiras ou contas bancárias. Usando a chave privada associada a criptomoeda, um usuário pode assinar transações e, assim, transferir o valor para um novo proprietário instantaneamente.
  • Maior segurança nas transações: empresas podem utilizar de recursos de multi-assinaturas na wallet (carteira digital em que ficam armazenadas as criptomoedas), em que a maioria dos titulares de contas compartilhadas precisa assinar uma transação para ser processada com sucesso. Além disso, para garantir a integridade das transações criadas na rede, as transações são registradas em um livro público (blockchain).
  • Oportunidades envolvendo investimentos digitais: as criptomoedas podem permitir acesso a novos grupos de investimentos tradicionais que se tornaram “tokenizados” – expressão que se refere à ativos que foram convertidos em formato digital – bem como a novas classes de ativos, consideradas grandes oportunidades para liquidez e capitalização.

De acordo com a Gartner, CFOS deverão estar prontos para adicionar criptomoedas ao seu balanço patrimonial e na estratégia de ativos. Segundo a consultoria, apesar das criptomoedas parecerem ser uma disrupção digital ainda distante, a tendência é que futuramente, elas possam ser utilizadas para pagamentos entre negócios B2B.

As criptomoedas na área financeira poderão agregar rendimentos e organizações poderão usá-las como um novo tipo de moeda de pagamento, garantia para investimentos em novos ativos digitais, e reserva de valor semelhante ao ouro digital (método de compra e investimentos no ouro, sem necessidade de havê-los fisicamente).

Segundo o guia, empresas públicas que optaram por manter uma criptomoeda em seus balanços acreditam que elas possam ser uma melhor reserva de valor em longo prazo do que as moedas fiduciárias.

No entanto, líderes financeiros precisam estar atentos às ameaças envolvendo as atividades relacionadas às criptomoedas. Alta volatilidade, falta de acordos universais sobre tratamentos contábeis e fiscais e incerteza de mercado são destacados pela consultoria.

Outra pesquisa da Gartner, feita com 77 executivos financeiros, sendo 50 deles CFOs, aponta que as principais razões pelas quais muitas empresas ainda não possuem cripto ativos são: 

  • 39% por alta exposição ao risco: para a consultoria, devem ser consideradas questões como a desconfiança dos diretores de conselho ao discutir implantações ou investimentos envolvendo criptomoedas na área financeira, já que são altamente voláteis. “Seria extremamente difícil mitigar o tipo de oscilação observada nas criptomoedas nos últimos cinco anos”, afirma Alexander Bant, chefe de pesquisa na prática de finanças da Gartner.
  • 38% pela lenta adaptação como moeda de troca: como forma de pagamento, elas ainda estão em fase de desenvolvimento e carecem de proteção legal. Além disso, a maioria das organizações não possui habilidades e conhecimento para gerenciá-las.
  • 18% por dificuldades com tratativas contábeis: por não serem amplamente regulamentadas, as criptomoedas na área financeira exigem atenção diferenciada em termos de tratamento contábil e fiscal, inclusive para usá-las em transações comerciais.

Especificações fiscais das criptomoedas no Brasil

Segundo o Ministério da Economia, em ofício emitido no final de 2020, criptomoedas podem ser utilizadas para composição do capital social e consideradas como ativos financeiros.

Além disso, o documento confirma que não há procedimentos especiais para o registro dos atos societários que envolvam criptomoedas, “devendo ser respeitadas as mesmas regras aplicáveis à integralização de capital com bens móveis, conforme o respectivo tipo societário”.

Mas, apesar de não serem consideradas como moeda nos termos do marco regulatório atual, devem ser declaradas por serem ativos financeiros. Operações realizadas com criptoativos que ultrapassem R$ 35 mil mensais em negociações estão obrigadas as prestações relativas à Instrução normativa RFB Nº 1888, de 03 de maio de 2019.

De acordo com a legislação no Brasil, são obrigadas a prestar as informações: a exchange (corretora de cripto ativos) domiciliada para fins tributários no Brasil; e a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil quando:

a) as operações forem realizadas em exchange domiciliada no exterior; ou
b) as operações não forem realizadas em exchange.

Quanto ao prazo de entrega, segundo o art. 8º da instrução normativa, as informações deverão ser enviadas à Receita Federal até o fim do último dia útil do mês seguinte ao que ocorreram as operações, e deve ser feita através do sistema de Coleta Nacional.

Riscos envolvendo criptomoedas

A regularização ainda está em seus passos iniciais

A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos alerta que as criptomoedas carecem de apoio e proteção contra usos indevidos, como golpes e fraudes. Além disso, o órgão afirma que compras feitas através desse método geralmente não são reversíveis, e informações sobre transações podem ser publicadas indevidamente, representando grandes riscos ao financeiro.

Em março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou a Ordem Executiva para Garantir o Desenvolvimento Responsável de Ativos Digitais, visando a proteção do consumidor, estabilidade financeira, segurança nacional e gestão de riscos climáticos envolvendo criptomoedas.

Para o Fórum Econômico Mundial, a movimentação incentiva uma abordagem globalmente coordenada para a regulamentação das criptomoedas, que hoje chegam a ter valor de mercado estimado em US$1.7 trilhão.

No Brasil, devido a preocupação com os efeitos das criptomoedas na estabilidade financeira e seus riscos, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta as empresas que operam no setor de criptomoedas. Ao entrar em vigor, somente instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central poderão prestar exclusivamente o serviço de ativos virtuais.

O preço das criptomoedas é muito volátil

Investimentos e reservas em criptomoedas ainda estão expostas à grande variação. A especulação faz com que a demanda oscile descontroladamente, resultando com que os preços subam e desçam drasticamente.

Entre altos e baixos, dados do Banco da Reserva Australiana mostram o grau de volatilidade nos preços de criptomoedas. O preço do bitcoin, por exemplo, aumentou de cerca de US$ 30.000 em meados de 2021 para quase US$ 70.000 no final do mesmo ano

Em junho de 2022, a moeda chegou a uma de suas maiores quedas, com os preços caindo para cerca de US $20 mil. Números da Glassnode, consultoria de serviços de blockchain, revelam que bitcoin e ativos digitais passaram por mais um período caótico e a baixa está em sua fase “mais sombria”.

Segundo a Glassnode, diversos indicadores macro sugerem que o mercado está entrando na fase mais profunda deste ciclo e investimentos de longo prazo esperam registrar perdas significativas. 

O especialista Gustavo Cunha, que atua há mais de 5 anos no mercado de criptoativos, afirma, em matéria para a InfoMoney, que a volatilidade das criptomoedas pode ser explicada pelo fato de se tratar de um mercado emergente, em que há grande especulação e requer que usuários se “acostumem” com a ideia de uma moeda digital.

Além disso, Cunha também destaca o impacto midiático exemplificando com uma notícia em que a China determinou que toda transação relacionada a cripto é ilegal, resultado em uma queda de 4% ao bitcoin. 

Mesmo com maior blindagem, ainda há problemas de segurança

Apesar da tecnologia de criptografia envolvida, essa as criptomoedas ainda tem suas vulnerabilidades. Recentemente, mais de US$ 625 milhões em criptomoedas foram roubadas da Axie Infinity, jogo do tipo play-to-earn, jogue-para-ganhar, no português, baseado em NFT (token não fungível).

O ataque ocorreu em decorrência de uma invasão das chaves privadas (conjunto de palavras que funcionam como uma senha de acesso que permite a movimentação dos saldos) da carteira que desenvolve a comunicação entre a blockchain do jogo (AXS) e a rede ethereum, na qual é hospedada.

Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios da Mercado Bitcoin, uma das maiores exchanges brasileiras, afirma em seu artigo publicado no LinkedIn que “o maior hack da história cripto” ainda é só o começo para o surgimento de outros.

“O ponto é que conforme crescem os volumes do mercado de criptoativos, tendem a crescer também os saldos dos roubos, sejam eles em criptomoedas, como bitcoin e ethereum, ou em outras ramificações desse mercado”, afirma Tota.

Nova call to action

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Experiência do consumidor é decisiva na contratação de serviços financeiros

A pesquisa Finfacts, do Google Cloud, em parceria com a R/GA, mediu o desempenho de sites, aplicativos e a experiência do consumidor de 28 instituições financeiras brasileiras, incluindo bancos digitais e fintechs. No total, mais de 2600 análises foram feitas.

O relatório evidencia os desafios que clientes têm passado ao contratar produtos de instituições financeiras: atendimentos humanos e automatizados frustrantes, abertura de contas demoradas, falta de informações, entre outros. 

Segundo os resultados, 15 chatbots de 24 instituições avaliadas se mostraram ineficientes. No atendimento humano, 11 foram considerados insuficientes.  

Durante a contratação, mais de 41% não trazem informações claras sobre especificidades, como taxas cobradas e condições. Na mesma situação, 50% não oferecem cartão de crédito pré-aprovado sem pedir informações extras e quase 38% não têm políticas acessíveis sobre coleta de dados.

Além disso, 50% levaram mais de 48h para finalizar processos de abertura de contas e, em alguns casos, mais de 10 dias. 

Em termos tecnológicos, de 24 instituições avaliadas:

  • 10 tiveram dificuldades no processo de uploads para abertura de conta;
  • 9 sofreram instabilidade e ficaram com o aplicativo offline;
  • 6 apresentaram erros ou lentidão na autenticação durante o login;
  • 5 apresentaram problemas relacionados a reconhecimento facial;
  • 5 não oferecem login por biometria ou Face ID.

De acordo com o Google, esses fatores têm contribuído para um maior índice de desistência. Entretanto, o relatório abre um leque de melhorias na experiência do consumidor, sejam de empresas de serviços financeiros ou não. Acessibilidade, atendimento personalizado e objetividade mesclada à simplicidade são pontos destacados.

“No Accountfy, entendemos que essa jornada se inicia no momento zero, no qual cruzamos nossa proposta de valor com as expectativas do cliente”, comenta Beatriz Costa, gerente de Customer Success do Accountfy. “Antes mesmo de apresentarmos nosso produto, buscamos entender o que procuram, suas motivações e dores, assim, criamos planos de otimização voltados a atendê-los. Em todo esse caminho, priorizamos a qualidade das interações e a transparência, além da personalização como parte da estratégia.”

A experiência do consumidor como prioridade

Com consumidores buscando maior rapidez e facilidade, a melhor experiência é mais valorizada do que o nome da instituição. De acordo com uma pesquisa da McKinsey, no setor de serviços financeiros, 90% das aquisições são motivadas pelo próprio ato da compra, contra 10% por fidelidade à marca.

Nesse cenário, a jornada do consumidor ganha importância, e empresas podem considerar maiores otimizações em seus canais de venda e de relacionamento. Uma pesquisa da Microsoft, feita com 100 líderes de diversas áreas de empresas de seguros, bancos e outras atividades financeiras, revela que 86% estão investindo mais de 25% de seu orçamento na experiência do consumidor

A mesma pesquisa ainda aponta que, entre 46% das empresas que irão aumentar seu orçamento em 2022, mais da metade pretende investir no aproveitamento dos dados do cliente para personalização em tempo real.

“A vantagem competitiva de oferecer uma ótima experiência do início ao fim já vem sido notada pelos líderes. Logo depois de fecharmos um contrato, damos continuidade à jornada de confiança construída anteriormente, caminhando ao lado de cada cliente e suas particularidades, proporcionando uma adaptação e integração completas. Por fim, avaliamos se toda essa experiência atingiu os resultados esperados através dos feedbacks. Aspectos como esses aumentam as conversões, o valor comercial da vida útil, e também fortalecem a fidelidade”, afirma Beatriz.

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Presencial, remoto ou híbrido? Pesquisa sugere modelo de trabalho omniconectado

Novas discussões acerca dos modelos de trabalho tomaram conta das redes sociais neste começo de ano. Todas motivadas pelo vazamento do e-mail de Elon Musk, no qual o homem mais rico do mundo afirma que o modelo remoto não é mais aceitável.

Neste cenário, a pesquisa De sempre conectado para omni-conectado, publicada recentemente pela Accenture, levanta questionamentos a respeito da qualidade de vida e produtividade de profissionais que trabalham presencialmente ou remotamente. Além disso, apresenta um conceito que espera aproximar colaborador e empresa, independentemente do local de trabalho: o modelo omniconectado.

De acordo com o estudo, apenas uma em cada seis pessoas se sente conectada ao trabalho, em um sentido humano. 42% que não se sentem conectados estão no modelo presencial, 36% no híbrido e 22% no totalmente remoto.

Os dados revelam que, apesar da proximidade física, a falta de flexibilidade e suporte dos gestores aumentaram o senso de desigualdade, contribuindo para distanciar o colaborador da empresa.

Para Samea Nasraui, gerente de recursos humanos do Accountfy, tanto os modelos presenciais quanto remotos possuem seus desafios. Segundo ela, “a adaptação e integração é um processo complexo até mesmo no presencial, mas no remoto, criar memórias e sentimentos é ainda um desafio maior. Em um ambiente com mudanças constantes, colaboradores enxergam a necessidade de se ‘auto motivar, auto gerenciar e auto liderar’. Os que possuem essas soft skills, são os que menos sentem os impactos negativos”.

De acordo com ela, essa versatilidade entre modelos é essencial, mas também é necessário avaliar e conciliar uma separação entre ambientes profissionais e domésticos, para que esses consigam deixar “o trabalho, no trabalho”, e não o levar para casa. 

Além disso, o modelo remoto ajudou a quebrar o estereótipo de que, para ser produtivo, o profissional precisa estar fisicamente no escritório, já que, “o que antes podia ser visto com desconfiança, por parte dos gestores, em relação ao nível de entrega dos colaboradores à distância, hoje é entendido como o contrário e visto como aliado em um momento de incertezas”, afirma Samea.

Pesquisas apontam que as áreas financeiras adotarão o regime misto na América Latina. O material da consultoria McKinsey, Em conversa: o papel do CFO no desenvolvimento de talentos, feita com executivos e membros de comitês de desenvolvimento de talentos, mostra que a flexibilidade do trabalho já está presente na agenda dos CFOs. 

Na entrevista, ao ser perguntado sobre os motivos do êxodo de mais de 19 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos, o especialista Rawi Abdelal afirma que “a pandemia nos deu a oportunidade de refletir sobre como passamos nossas vidas em ambientes de trabalho e pensar sobre significado, propósito e dignidade do trabalho que fazemos”.

O que é o modelo omniconectado

A consultoria Accenture define o termo “omniconectado” como uma experiência na qual o colaborador se sente incluído e pertencente ao trabalho, impulsionando carreiras, criando relacionamentos de confiança e fomentando valor entre profissional e negócio, independentemente da localização física. 

O modelo tem ações-chave que visam introduzir uma liderança empática, com senso de transparência e confiança; criar normas culturais que priorizem o propósito e a segurança psicológica do profissional; dimensionar novas formas de trabalhar, com maior flexibilidade; e otimizar o uso da tecnologia na capacitação das pessoas.

Segundo a Accenture, o omniconectado enfatiza o trabalho flexível – impulsionador do modelo híbrido – priorizando o bem-estar e a produtividade. 

O relatório da Accenture afirma que o omni-conectado já tem trazido resultados e companhias que implantaram o conceito já observaram aumento de 7.4% na receita anual, uma retenção de talentos 59% maior, e profissionais 35% mais propensos a entregar trabalhos com mais qualidade.

 

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As vantagens de um bom relacionamento entre o CFO e o CIO

A aliança entre finanças e tecnologia se mostrou ainda mais necessária nos períodos de pandemia e pós-pandemia. Segundo a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), o total de investimentos globais em TI (software, hardware e serviços) em  2021 superou os 2 trilhões e meio de dólares.

Mas, embora o CIO (Chief Information Officer) esteja posicionado como diretor e especialista em operações de TI, as limitações do caixa podem tornar o processo de investimento em tecnologia mais complexo, tornando-se necessária a presença de mais diretores na mesa de reuniões, como o CFO.

Entretanto, a recente pesquisa do Gartner mostra que apenas 30% dos relacionamentos CFO-CIO são caracterizados por serem colaborativos e centrados nas necessidades do negócio.

Nesse cenário, estreitar o relacionamento com o CIO é uma das prioridades do CFO para 2022 como propulsor da inovação, enquanto ambos preservam as reservas financeiras. 


O que está colaborando para a aproximação entre CFO e CIO?

Em entrevista para a CXO Talks, o CTO da Deloitte, Bill Briggs, afirma que, no passado, o departamento de TI era considerado de alto custo, e o único envolvimento da área financeira era reduzir gastos sem sacrificar a eficiência e confiabilidade. 

Hoje, essa relação é mais estratégica. Em um cenário de constante evolução tecnológica, os investimentos em inovação têm sido vistos como uma das implantações mais estratégicas de capital na empresa, o que torna vantajoso fortalecer as relações entre CFO e CIO.

Para Briggs, “a forma como pensamos sobre finanças em relação a TI está mudando. Este é um momento em que há oportunidades à nossa frente e ambos os setores estão precisando se reerguer e se reinventar. E trabalhar juntos oferece uma chance muito maior de alcançar os objetivos do negócio”.

A pesquisa Insights de pares do CFO para 2021: Transformação digital e prioridades de gastos em TI, elaborada pela Rimini Street, revela que 71% dos CFOs acreditam que a transformação digital é a chave para o sucesso das suas empresas. O levantamento foi feito com mais de 1.500 executivos da área de finanças em 13 países, incluindo o Brasil.

Portanto, espera-se que os CFOs e CIOs liderem funções de TI e finanças mais ágeis, e para isso o CFO deverá entender onde e como os dados e a tecnologia podem ser aplicados, utilizando novas ferramentas como computação em nuvem, análise avançada de dados e softwares de segurança.

Em contrapartida, o CIO precisará entender o mercado em constante mudança, as expectativas operacionais e as novas ferramentas emergentes e conciliá-las com as limitações financeiras da organização.

Como a relação CFO e CIO pode ser vantajosa

Segundo a Ernst & Young, o forte relacionamento entre CFO e CIO pode ser a chave para criar, otimizar e proteger os valores do negócio. Entre as vantagens dessa relação estão:

  • Insights melhores através da análise avançada de dados: o CIO pode avaliar a substituição e atualização de novas ferramentas que ofereçam análise, reporte e monitoramento, capazes de auxiliar o CFO a tomar decisões mais precisas.
  • Processos mais eficientes com a automatização: tarefas manuais e rotineiras  podem ser otimizadas através de ecossistemas digitais capazes de reduzir o tempo e o esforço gasto. Nesse momento, o CIO torna-se responsável também por determinar qual ferramenta do rol de tecnologias pode simplificar as demandas da área financeira.
  • Redução de riscos cibernéticos e corporativos: CIO e CFO podem trabalhar colaborativamente no gerenciamento de novos riscos que surgem em cenários de constante evolução.  Enquanto o CIO identifica e monitora riscos de segurança tecnológica, o CFO elabora planos de mitigação para manter a empresa financeiramente e intacta.

De acordo a Ernst & Young, os líderes financeiros que desenvolvem um conhecimento prático de TI podem tomar melhores decisões estratégicas e continuar impulsionando – e financiando – a transformação digital de suas empresas.

Enquanto isso, os líderes de TI que contam com uma maior compreensão das prioridades financeiras podem avaliar adequadamente a adesão às suas iniciativas com uma perspectiva maior das estratégias de curto e longo prazo da empresa.

A pesquisa do Gartner, feita com com 183 CFOs e CIOs, revela que relacionamentos fortes entre os dois garantem uma oportunidade 51% maior para liberação de investimentos em tecnologia e 39% mais chances desses valores permanecerem no plano financeiro, além de 18% mais propensão dos resultados pretendidos serem alcançados.

Segundo a consultoria, esses atributos são os principais para definir uma forte parceria digital, no qual as organizações encontram financiamento para iniciativas de inovação, mantendo os gastos digitais dentro do orçamento.

Como aproximar esses dois líderes

O material CFO Insights: Três maneiras de fortalecer a parceria entre CFO e CIO, produzido pela Deloitte, mostra que o objetivo é semelhante para ambos: garantir que as operações sejam executadas com eficiência.

Frente ao desafio de equilibrar perspectivas diferentes, a consultoria sugere questionar se as ações principais do CFO e CIO estão caminhando lado a lado. Alguns exemplos são:

  • Quais investimentos a área de TI e financeira estão fazendo ou identificando como críticos para o futuro? 
  • Como a tecnologia está apoiando a estratégia de crescimento da organização?
  • A área financeira está fornecendo apoio às iniciativas de digitalização e propostas da área de TI nas reuniões com outros diretores e parceiros?
  • A área de TI está fornecendo dados oportunos e precisos que suportam a entrega de resultados previsíveis e insights sobre receitas, custos, participação de mercado, lucros e ganhos?
  • Como a área de TI está gerenciando os riscos de segurança e protegendo os ativos financeiros?
  • A área financeira incentiva uma governança adequada para investimentos em tecnologia?

Respondidas essas perguntas, existem formas pelas quais CIOs e CFOs podem fazer parcerias para o sucesso. Para isso, é necessário: 1) alcançar o entendimento mútuo entre ambos; 2) estabelecer comunicações eficazes; e 3) identificar oportunidades para colaborar na entrega de valor ao negócio, forjando pontos em comum entre as duas funções.

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