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Mirando governança financeira, Accountfy cria cargo de CRO e planeja crescimento por meio de parcerias

Em uma época em que ESG é um dos termos mais usados pelas empresas, alcançar uma maior governança corporativa tem sido um dos principais objetivos de muitas delas. E é com o foco na entrega de tecnologia e serviços para governança que o Accountfy, plataforma SaaS de gestão e performance financeira, espera crescer nos próximos anos. 

Para isso, a startup está apostando na expansão da rede de canais formada pelas grandes empresas de auditoria e consultoria, além de escritórios de médio porte. Hoje, ela já conta com 15 parceiros, incluindo PricewaterhouseCoopers (PwC) e Ernst & Young (EY). 

 

 “Com essas parcerias, entregamos aos clientes uma visão além da gestão contábil: uma estratégia de gestão financeira e governança corporativa. Por isso, vamos fortalecer essa rede de canais com a criação de um programa de benefícios e mostrando como a nossa ferramenta agrega mais valor e pode alavancar as margens dos serviços prestados pelo parceiro”, diz Marcelo Ferraz, que acaba de assumir o cargo de Chief Revenue Officer (CRO) do Accountfy.  

Fundada em 2017 por especialistas em finanças, o Accountfy já facilitou a rotina do departamento financeiro de mais de 500 grupos econômicos. Em seus cinco anos de existência, a plataforma cresceu três vezes em seu faturamento anualmente e prevê dobrar de tamanho em 2022.  

A nova posição de Ferraz, executivo que atua na área há quinze anos, sendo os últimos cinco na plataforma, surge num momento desafiador para as startups em meio à desaceleração dos investimentos e redução no quadro de funcionários. Ele será responsável pela estratégia de geração de receita com um olhar mais próximo de todas as áreas. 

“Mesmo com um modelo de gestão muito controlado e com viés focado em finanças, era visível o distanciamento entre as áreas em função de um crescimento muito rápido do negócio. A ideia é unificar todas as operações com um único entendimento de estratégia de comunicação e venda, para aumentar a eficiência e a receita da empresa”, afirma Ferraz.  

A ampliação de canais será usada tanto na expansão dos negócios no mercado local como no exterior. Após ter recebido aportes que totalizam US$ 11 milhões, o Accountfy já chegou a cinco países, incluindo os Estados Unidos. Hoje, as operações no Chile, Colômbia, México e Peru representam 7,5% da receita da empresa. No longo prazo, um dos objetivos estratégicos é que o mercado latino-americano, sem considerar o Brasil, componha 40% dos negócios até 2024. 

A estratégia para ganhar capilaridade vem acompanhada de novos aportes. Para sustentar essa expansão, a empresa investirá, pelo menos, R$ 30 milhões nos próximos dois anos para acelerar o desenvolvimento do produto, com lançamento de novas funcionalidades e fortalecimento da infraestrutura de segurança e certificações. 

Educação sobre automatização e governança financeira

Segundo Ferraz, a rede de parceiros contribuirá no processo de educação do mercado para a importância da automatização da contabilidade nas empresas para agilizar a apresentação de dados, promover a transparência das informações e reduzir erros comuns com o uso de planilhas. Consultas informais realizadas pelas equipes do Accountfy indicam que 90% das grandes empresas ainda fazem as suas demonstrações financeiras em planilhas.  

“Isso significa que existe oportunidade de mercado, mas também há resistência na adoção de novas tecnologias capazes de automatizar processos. O grande desafio é mostrar para a empresa que sua área financeira deve estar apoiada em processos, governança e metodologia. E esse processo de educação em finanças só acontece em longo prazo, pois implica em mudança de consciência dentro das empresas”, diz.  

O executivo desta que a especialidade do Accountfy é resolver os problemas de empresas que têm obrigação de reportar informações financeiras por meio da publicação de balanço. São companhias de capital aberto e aquelas que são auditadas, que precisam gerar demonstrações financeiras, fazer consolidação contábeis e outras obrigações.  

Um dos objetivos da startup, entretanto, é também apresentar a ferramenta para pequenas e médias empresas terem acesso à mesma metodologia de reporte e análise financeira que as grandes companhias possuem. “Essa prática resulta em uma auditoria de contabilidade e finança saudável, mais crédito, empréstimos com taxas especiais em função de uma organização financeira e governança que gera confiança e transparência para as instituições e investidores.”  

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O papel do CFO na implementação de novas tecnologias

O papel do CFO na implementação tecnológica das empresas é uma constante: 81% deles reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo mais eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Mais quais são os principais desafios nesse processo de implementação? Andre Verçosa, CFO da oáz e Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, participaram da palestra “O papel do CFO na implementação de novas tecnologias” durante o CFO Summit, realizado em setembro e patrocinado pelo Accountfy, para discutir e compartilhar suas próprias experiências.

O papel do CFO: pontos importantes para uma área finaceira mais tecnológica 

Ao ser questionado sobre como se daria, na prática, o papel do CFO diante da implementação de novas tecnologias dentro da empresa, Andre Verçosa afirma que primeiro é preciso garantir que a ferramenta esteja 100% alinhada ao planejamento estratégico da empresa. “Senão, daqui a 3 ou 5 anos, você verá que o investimento feito não conversava com suas expectativas”, diz.

Já Lucas diz que, olhando para a tecnologia, o papel do CFO tem duas vertentes. “A primeira mostra que hoje, cada vez mais, as empresas querem ser digitais e ágeis, pois todo mundo fala em transformação digital. Mas para você ser ágil, a tomada de decisão precisa ser descentralizada e disponível a qualquer pessoa que tenha acesso à informação.”

O uso da tecnologia é essencial para esse processo acontecer, principalmente para a área financeira, que precisa de informação em tempo real. O papel do CFO é ser um incentivador de novas tecnologias para a companhia, a fim de proporcionar produtividade, velocidade e qualidade na tomada de decisão. 

Retorno sobre o investimento

Sobre os diferenciais obtidos com o emprego da tecnologia, Verçosa afirma que, antes de tudo, é preciso garantir que o investimento irá agregar valor à empresa, seja por meio de produtividade, redução de custos, incremento de vendas, confiabilidade, redução de riscos à área de compliance. 

Atualização do CFO

Outro importante tema abordado na palestra foi como os CFOs se atualizam com relação à tecnologia. Os convidados falaram sobre a importância de acompanhar blogs e publicações sobre o tema, fazer cursos, além de seguir perfis de pessoas da área. Em complemento, afirma-se que o diretor financeiro precisa ser curioso, perguntar e, eventualmente, buscar as respostas. 

 

E o time financeiro, acompanha esta atualização?

O debate trouxe à tona também a figura do colaborador. Sobre esse ponto, ao ser questionado sobre como anda a atualização da equipe financeira, Verçosa afirma que hoje o nível de expertise já é outro, com profissionais mais preparados e atualizados com as ferramentas digitais.

“Hoje, o profissional já entra sabendo fazer minimamente uma macro em planilha, e isso agiliza bastante a extração de relatórios.” Neste ponto, o executivo ainda diz que é importante o CFO buscar pessoas curiosas para integrar à equipe.

Investimentos tecnológicos na área financeira

Ambos os palestrantes foram perguntados sobre como suas empresas estão se comportando diante da necessidade de investimentos na área.

Lucas respondeu que a Vivae, por ser uma empresa que está começando agora, ainda não centraliza nenhum investimento específico, mas que já nasce de uma grande parceria entre a Vivo e a Ânima. Contudo, diz que a integração de ferramentas é importante, pois facilita a análise dos KPIs e demonstrativos, obtendo uma informação clara, disponível e segura.  

Andre afirma que, mesmo durante a pandemia, a oáz optou por fazer uma mudança de ERP que se integrasse à realidade do ponto de venda (PDV) justamente pela necessidade de crescimento e pelos planos de internacionalização da empresa.

CFO como incentivador da segurança digital 

Neste ponto da conversa, abordou-se a importância do CFO como um apoiador da melhoria da segurança da empresa. Ambos os painelistas afirmaram que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) veio para trazer mais um incentivo à segurança. E o papel do CFO é decisivo também neste ponto, gerando prevenção e adequação às regras de compliance.

Relação entre o CFO como as demais áreas estratégicas

Próximo ao encerramento da palestra, a relação do CFO com os demais diretores e gerentes de outras áreas, ganhou destaque.

Andre Verçosa, CFO da oáz, afirma que a melhor maneira para gerar aproximação e fortalecer esta relação é conversando e mostrando a importância de apoiar a tomada de decisões das demais áreas do negócio, oferecendo informação e subsídios estratégicos.

Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, diz que a tecnologia tem papel fundamental na disponibilidade de dados, suportando as tomadas de decisão de forma descentralizada e gerando empoderamento por meio da informação.

O perfil do CFO moderno é consultivo

Ao final, ambos os convidados deram sua opinião sobre a figura do CFO e o seu perfil atual. Nabeiro afirma que o CFO é formado por uma combinação de soft e hard skills. E que o seu papel será, cada vez mais, de dar suporte às decisões de forma consultiva dentro da empresa.   Já, Verçosa diz que ficará ainda mais latente a necessidade do CFO como gestor qualificado, humanizando a relação deste executivo com o restante da empresa.

 

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Automatização na área financeira mostra resultados, mas implantação ainda é um desafio

81% dos CFOs reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo otimizar a eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Apesar de apenas 5% dos entrevistados estarem com a estrutura de análise de dados totalmente automatizada, o cenário é de investimento contínuo, com 58% planejando aumentar seus orçamentos voltados à área financeira nos próximos 12 meses, e 34% em dois anos.

Segundo o estudo, o maior impulsionador da onda de digitalização é a alta volatilidade da economia global, que tem acelerado a necessidade da área financeira a se adaptar e se tornar mais ágil frente às mudanças, e tem pressionado líderes a encontrarem oportunidades rapidamente para se sobressair.

“Não há dúvida de que a automatização já tem mostrado seu valor em termos de ganho de produtividade e auxílio nas análises e planejamento. Através de tecnologias capazes de acelerar os processos da área financeira e trazer insights cada vez mais completos, profissionais têm focado em atividades estratégicas e líderes têm praticado uma gestão data-driven mais eficiente, com decisões embasadas em números concretos”, afirma Alex Szaniecki, gerente de onboarding do Accountfy. “É notável que, com esses artifícios, CFOs têm adotado uma postura mais proativa do que reativa, premeditando cenários de risco e identificando oportunidades de crescimento. Além de captar mais dados, eles estão sabendo o que fazer com eles”.  

A crescente adoção das novas tecnologias vem acompanhada de obstáculos. 61% dos CFOs afirmam que o desafio mais comum ao automatizar as funções financeiras é a integração com seus sistemas atuais. Para 58% dos CIOs, eliminar a silagem de informação entre departamentos está no topo das dificuldades. 

Além disso, a busca por profissionais qualificados e a alocação de orçamento e recursos foram apontados como outros empecilhos relevantes.

“Apesar da automatização na área financeira demonstrar resultados visíveis e levantar o interesse de muitos líderes, o primeiro passo para torná-la realidade acaba sendo desanimador. A integração de novas tecnologias exige uma movimentação na qual nem todos os sistemas são compatíveis, e quando falamos de números, não há espaço para erros. Nessa hora, entendemos a importância de uma implantação facilitada, com uma equipe preparada para atender, e também de um produto dinâmico, que interaja com as principais ferramentas usadas na área financeira. Essa atenção que damos às empresas que querem ‘arrumar sua casa sem a bagunçar ainda mais’, faz toda a diferença quando estão buscando rapidez e qualidade na digitalização”. – Alex Szaniecki, gerente de onboarding, do Accountfy

Pontos de atenção ao planejar a automatização na área financeira

Segundo a pesquisa, além da compatibilidade entre sistemas, o sucesso ou fracasso da implementação depende de alguns fatores-chave, que devem ser considerados desde o início do projeto:

  • Alinhar a estratégia de automatização da organização com suas prioridades de negócios;
  • Identificar quais processos já são automatizados, mas ainda ineficientes;
  • Avaliar soluções de automatização por sua funcionalidade, escalabilidade e interoperabilidade;
  • Avaliar a experiência do usuário (UX) da solução para garantir a utilização ideal pelos funcionários.

Além disso, deve-se analisar o impacto da automatização das rotinas financeiras e entender como ferramentas CPM e ERP podem ajudar neste processo.

Nova call to action

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Valor de fusões e aquisições cai 21% no primeiro semestre e revela cautela

O valor de fusões e aquisições caiu 21% no primeiro semestre de 2022, aponta a Refinitiv, fornecedora global de dados e infraestrutura do mercado financeiro, totalizando mais de US$ 2.2 trilhões. Além do valor, houve também redução no volume de negociações, com 700 transações anunciadas, 17% a menos se comparada ao primeiro semestre do ano anterior. 

Segundo a Refinitiv, tensões geopolíticas e incertezas macroeconômicas são os principais freios do mercado, que levaram os tomadores de decisão a considerarem uma pausa.

“Com a inflação acumulada, vulnerabilidades a nível global, pandemia, alto grau de volatilidade e juros nas alturas, cresce o grau de risco dessas operações, e sem o estímulo econômico, empresas tendem a pensar duas vezes antes de alocar investimentos”, afirma Silvia Leopoldino, controller no Accountfy.  “Em receio a uma possível recessão, conselheiros estão colocando em primeiro plano a estabilidade financeira e se preparando para novas turbulências.”

Os dados ainda mostram que as atividades do mercado de equity capital registraram queda de 61%, com US$ 237 bilhões. Seguindo a mesma tendência, o mercado mundial de capitais de dívida encerrou o semestre com baixa de 14%, com US$ 4.8 trilhões.

Apesar disso, foi o melhor período para mega-acordos, com negócios fechados acima dos US$ 10 bilhões, resultando na alta de 11% em operações únicas dentro desse valor. Entre as quatro principais operações, duas foram no setor de tecnologia: a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões; a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões.

No mercado emergente (Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Índia e Taiwan), os negócios do setor de tecnologia representam um quarto do valor total, recorde histórico de acordo com a Refinitiv, fechando com um montante de US$ 531 bilhões. 

“No Brasil, o setor de tecnologia é um dos que mais movimenta o mercado de fusões e aquisições. Impulsionado pela onda de digitalização provinda da pandemia, é um dos menos impactados pela retração econômica”, afirma Silvia. “A transformação dos negócios se manteve um investimento crescente dentro do planejamento financeiro e a tendência é que, com o surgimento de novas tecnologias, continue liderando as operações de M&A.”

Cenário de fusões e aquisições brasileiro

O relatório Market Report Fusões e Aquisições/M&A Brasil, elaborado pela consultoria Kroll, reuniu os resultados das operações de M&A no Brasil de janeiro a junho de 2022 e revelou que o cenário de recessão é o mesmo. Segundo a análise, incertezas globais, combinadas com cenário desafiador interno, afetaram o volume de operações.

Durante o período, foram anunciadas 735 transações, com uma baixa de 2,3% em comparação ao mesmo período em 2021 (752) . Dessas, 94 foram apenas no mês de junho, 19,6% a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior (117).

De acordo com o relatório, as 20 maiores transações (excluindo a operação de privatização da Eletrobrás) do primeiro semestre totalizaram mais de R$ 61,6 bilhões.

Entre os setores mais aquecidos, estão os ligados a tecnologia, serviços financeiros, serviços B2B e B2C, logística, energia e produtos de consumo.

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Startups brasileiras ainda carecem de governança corporativa, aponta pesquisa

82,1% das startups e scale-ups brasileiras ainda estão nos estágios iniciais em governança corporativa, mostra uma pesquisa elaborada pela Better Governance, consultoria especializada em governança. Foram avaliadas 148 empresas, 16% delas fintechs, em parceria com a Associação Brasileira de Startups, Distrito, BNDES Garagem, Cubo, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e InvestSP.

De acordo com a metodologia, há quatro etapas de maturidade: básico, em desenvolvimento, desenvolvido, e avançado. Entre os resultados, 39,8% estão no básico, 42,3% em desenvolvimento, e 15,5% já estão desenvolvidos.  Para a consultoria, as fases “básico” e “em desenvolvimento” são consideradas estágios iniciais.

O relatório ainda aponta que 64% se autodeclaram nas fases mais avançadas. Apesar disso, pouco mais de 2% se encontram nesse patamar.

“Essa discrepância de visões – entre a autodeclaração e a avaliação externa – pode indicar que algumas empresas supervalorizam suas práticas internas, e que muitas acreditam que estão implementando medidas de governança efetivas quando na realidade estão apenas trabalhando nas demandas mais óbvias e aparentes”,  afirma Fabíola dos Santos, head de Jurídico e Compliance do Accountfy. “Para atingir um nível de maturidade significativo, a empresa deve compreender o conceito da governança corporativa e aplicá-la como um todo. Somente assinar um termo de responsabilidade ESG não torna uma empresa sustentável, por exemplo. É necessário engajamento e compromisso, principalmente da alta administração, para se criar uma agenda com ações efetivas e que sejam objeto de revisão contínua”.

Na avaliação por competências, “divulgação e transparência” é um dos quesitos menos evoluídos, com mais de 60% das empresas no nível básico. Nesse sentido, segundo a Better Governance, o dado mostra que ainda há práticas de gestão de informação, assim como suas ferramentas, a serem aprimoradas pelas startups.

“Quando falamos de demonstrações de resultados e prestação de contas pelos administradores, a conformidade dos dados é essencial para que as startups reforcem seu compromisso com a transparência e tenham mais chances de receber investimentos. Sem uma ferramenta que padronize e auxilie na elaboração e divulgação desses resultados, a chance de haver inconsistências aumenta, e para empresas que estão em fases de busca de capital, é crucial não correr esse risco”, diz Fabíola.

No âmbito ESG e cultura, mais de 40% se encontram nas fases iniciais. Apesar da  maior parte do desenvolvimento estar atrelada à formalização de atos societários, estatutos e contratos sociais, a implantação dessas práticas ainda não apresenta resultados satisfatórios, revela o relatório.

De acordo com a Better Governance, os resultados salientam a falta de conscientização em relação à necessidade de aprofundamento, entendimento e implementação de boas práticas de governança por parte dessas empresas. Entretanto, a consultoria afirma que esse cenário cria oportunidades para construção de planos de ação adequados para cada fase de maturidade.

Como avaliar a governança corporativa 

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) desenvolveu uma ferramenta gratuita para autoavaliação das práticas de governança de startups em parceria com um grupo de trabalho da Comissão de Startups & Scale-ups do instituto.

O sistema de avaliação funciona com o preenchimento de um formulário online, composto por 38 práticas de governança corporativa, que analisa a avalia a adesão das startups e scale-ups, considerando, inclusive, o estágio de evolução e o momento de cada empresa em particular. 

Completando o preenchimento, a startup recebe um relatório automático com a pontuação de cada pilar (Estratégia & Sociedade, Pessoas & Recursos, Tecnologia & Propriedade Intelectual, Processos & Accountability), destacando pontos de melhoria.

Segundo o IBGC, “o objetivo é estimular as startups e scale-ups – inclusive aquelas não formalmente constituídas, ainda na fase de ideação do projeto – a refletirem sobre o seu contexto e a sua jornada de governança corporativa, em direção à adoção das melhores práticas. A plataforma é destinada a membros ou representantes dessas empresas, empreendedores e fundadores, executivos, investidores, conselheiros ou consultores de organizações escaláveis, de alto potencial econômico e inovadoras”. 

O Instituto acrescenta que as informações preenchidas no sistema são utilizadas para pesquisas e publicações, mantendo o sigilo do nome da empresa e seus respondentes.

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Startups da América Latina receberam mais de US$ 28 bi nos últimos anos

O Panorama Latam, estudo da investidora Movile, em parceria com o Distrito, plataforma de inovação para startups, analisou o cenário de investimento na América Latina entre 2017 e 2021, com foco na Argentina, Brasil, Colômbia e México. 

Desde 2017, os investimentos na região tiveram crescimentos de mais de 120%, ano a ano. Entretanto, desde o início da pandemia de covid-19, a quantidade de capital e empresas investidas reduziu em 4% em 2020. 

Apesar disso, os resultados revelam um mercado resiliente. Com a recuperação econômica, o volume investido cresceu em 184%. Segundo o levantamento, US$ 28.663 bilhões foram aportados em startups da América Latina nos últimos cinco anos, sendo 51% desse valor apenas em 2021. 

O relatório analisou mais de 5 mil startups e empresas em fase de desenvolvimento e reuniu os principais insights sobre as evoluções das rodadas de investimento de risco e potenciais regionais. Entre os destaques estão: 

  • O Brasil concentra maior parte dos investimentos, com mais de 60%;
  • Argentina foi o primeiro país dentre os quatro a ter um unicórnio: o Mercado Livre, em 2017
  • A Colômbia conta com o maior investimento realizado em uma startup: US$  1 bilhão na Rappi.
  • Mais de um terço dos aportes realizados no México são no setor de Mobilidade.

De acordo com os resultados, a alta liquidez em investimento em venture capital e IPO e a tendência crescente de aportes são reflexos de um ecossistema mais maduro, no qual startups conseguem valuations maiores a cada rodada.

Com mais de US$ 17 bilhões, o Brasil lidera o ranking de investimentos recebidos. Segundo a análise da Movile, os mais de 200 milhões de habitantes incentivam que cada vez mais startups da América Latina operem no país, buscando atingir um mercado de consumidores maior. O México segue em segundo lugar (20%), Colômbia em terceiro (11%), e Argentina em quarto (8%).

O setor de fintechs, startups que mesclam tecnologia à soluções financeiras, está em primeiro lugar em termos de investimentos, com mais de 38,5%. De acordo com o relatório, ele é um dos mais aquecidos globalmente, resultado de uma necessidade dos consumidores por serviços mais acessíveis e desburocratizados.

A lista segue com as retailtechs (11,6%), com foco em inovação no varejo, e foodtechs (11,1%), que unem tecnologia ao setor de alimentação. .

O Accountfy e a expectativa na América Latina

Em 2021, o Accountfy, plataforma SaaS que facilita as atividades de Controladoria e FP&A na gestão financeira, recebeu o aporte de US$ 4,5 milhões da Redpoint eventures e HDI Seguros, para iniciar sua expansão nos Estados Unidos. O valor complementou um investimento série A no valor de US$ 6,5 milhões, totalizando US$ 11 milhões. Desde a primeira parte da rodada, a fintech quase triplicou em crescimento.

Com a quantia, a empresa iniciou a operação norte-americana, incluindo um time dedicado, investimento em divulgação e a abertura da filial no estado da Flórida. Agora, o Accountfy planeja aumentar sua presença na América Latina que atualmente conta com Chile, Colômbia, México e Peru, representando 7,5% da sua receita. O objetivo é que essa participação chegue a 40% até 2024.  

Segundo Goldwasser Neto, CEO e cofundador do Accountfy, as perspectivas da América Latina em relação às fintechs revelam um terreno com grande potencial.

“A contabilidade é uma linguagem universal. Embora existam diferenças de padrões de contabilização, a lógica contábil é igual em todo o mundo. Isso faz com que, na prática, não exista restrição geográfica para utilização do Accountfy, tornando o mercado endereçável da plataforma muito significativo”, afirma.

Para alcançar esse número, mais de R$ 7 milhões foram alocados na área de tecnologia só em 2021. Para os próximos anos, a empresa prevê R$ 30 milhões em investimentos, buscando acelerar o desenvolvimento da plataforma, com novas funcionalidades e maior segurança. 

“Ainda temos muito para desenvolver e consolidar o Accountfy como uma plataforma de soluções para os CFOs e profissionais da área de finanças. Por isso, decidimos ampliar os aportes”, explica Goldwasser Neto.

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Experiência do consumidor é decisiva na contratação de serviços financeiros

A pesquisa Finfacts, do Google Cloud, em parceria com a R/GA, mediu o desempenho de sites, aplicativos e a experiência do consumidor de 28 instituições financeiras brasileiras, incluindo bancos digitais e fintechs. No total, mais de 2600 análises foram feitas.

O relatório evidencia os desafios que clientes têm passado ao contratar produtos de instituições financeiras: atendimentos humanos e automatizados frustrantes, abertura de contas demoradas, falta de informações, entre outros. 

Segundo os resultados, 15 chatbots de 24 instituições avaliadas se mostraram ineficientes. No atendimento humano, 11 foram considerados insuficientes.  

Durante a contratação, mais de 41% não trazem informações claras sobre especificidades, como taxas cobradas e condições. Na mesma situação, 50% não oferecem cartão de crédito pré-aprovado sem pedir informações extras e quase 38% não têm políticas acessíveis sobre coleta de dados.

Além disso, 50% levaram mais de 48h para finalizar processos de abertura de contas e, em alguns casos, mais de 10 dias. 

Em termos tecnológicos, de 24 instituições avaliadas:

  • 10 tiveram dificuldades no processo de uploads para abertura de conta;
  • 9 sofreram instabilidade e ficaram com o aplicativo offline;
  • 6 apresentaram erros ou lentidão na autenticação durante o login;
  • 5 apresentaram problemas relacionados a reconhecimento facial;
  • 5 não oferecem login por biometria ou Face ID.

De acordo com o Google, esses fatores têm contribuído para um maior índice de desistência. Entretanto, o relatório abre um leque de melhorias na experiência do consumidor, sejam de empresas de serviços financeiros ou não. Acessibilidade, atendimento personalizado e objetividade mesclada à simplicidade são pontos destacados.

“No Accountfy, entendemos que essa jornada se inicia no momento zero, no qual cruzamos nossa proposta de valor com as expectativas do cliente”, comenta Beatriz Costa, gerente de Customer Success do Accountfy. “Antes mesmo de apresentarmos nosso produto, buscamos entender o que procuram, suas motivações e dores, assim, criamos planos de otimização voltados a atendê-los. Em todo esse caminho, priorizamos a qualidade das interações e a transparência, além da personalização como parte da estratégia.”

A experiência do consumidor como prioridade

Com consumidores buscando maior rapidez e facilidade, a melhor experiência é mais valorizada do que o nome da instituição. De acordo com uma pesquisa da McKinsey, no setor de serviços financeiros, 90% das aquisições são motivadas pelo próprio ato da compra, contra 10% por fidelidade à marca.

Nesse cenário, a jornada do consumidor ganha importância, e empresas podem considerar maiores otimizações em seus canais de venda e de relacionamento. Uma pesquisa da Microsoft, feita com 100 líderes de diversas áreas de empresas de seguros, bancos e outras atividades financeiras, revela que 86% estão investindo mais de 25% de seu orçamento na experiência do consumidor

A mesma pesquisa ainda aponta que, entre 46% das empresas que irão aumentar seu orçamento em 2022, mais da metade pretende investir no aproveitamento dos dados do cliente para personalização em tempo real.

“A vantagem competitiva de oferecer uma ótima experiência do início ao fim já vem sido notada pelos líderes. Logo depois de fecharmos um contrato, damos continuidade à jornada de confiança construída anteriormente, caminhando ao lado de cada cliente e suas particularidades, proporcionando uma adaptação e integração completas. Por fim, avaliamos se toda essa experiência atingiu os resultados esperados através dos feedbacks. Aspectos como esses aumentam as conversões, o valor comercial da vida útil, e também fortalecem a fidelidade”, afirma Beatriz.

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Presencial, remoto ou híbrido? Pesquisa sugere modelo de trabalho omniconectado

Novas discussões acerca dos modelos de trabalho tomaram conta das redes sociais neste começo de ano. Todas motivadas pelo vazamento do e-mail de Elon Musk, no qual o homem mais rico do mundo afirma que o modelo remoto não é mais aceitável.

Neste cenário, a pesquisa De sempre conectado para omni-conectado, publicada recentemente pela Accenture, levanta questionamentos a respeito da qualidade de vida e produtividade de profissionais que trabalham presencialmente ou remotamente. Além disso, apresenta um conceito que espera aproximar colaborador e empresa, independentemente do local de trabalho: o modelo omniconectado.

De acordo com o estudo, apenas uma em cada seis pessoas se sente conectada ao trabalho, em um sentido humano. 42% que não se sentem conectados estão no modelo presencial, 36% no híbrido e 22% no totalmente remoto.

Os dados revelam que, apesar da proximidade física, a falta de flexibilidade e suporte dos gestores aumentaram o senso de desigualdade, contribuindo para distanciar o colaborador da empresa.

Para Samea Nasraui, gerente de recursos humanos do Accountfy, tanto os modelos presenciais quanto remotos possuem seus desafios. Segundo ela, “a adaptação e integração é um processo complexo até mesmo no presencial, mas no remoto, criar memórias e sentimentos é ainda um desafio maior. Em um ambiente com mudanças constantes, colaboradores enxergam a necessidade de se ‘auto motivar, auto gerenciar e auto liderar’. Os que possuem essas soft skills, são os que menos sentem os impactos negativos”.

De acordo com ela, essa versatilidade entre modelos é essencial, mas também é necessário avaliar e conciliar uma separação entre ambientes profissionais e domésticos, para que esses consigam deixar “o trabalho, no trabalho”, e não o levar para casa. 

Além disso, o modelo remoto ajudou a quebrar o estereótipo de que, para ser produtivo, o profissional precisa estar fisicamente no escritório, já que, “o que antes podia ser visto com desconfiança, por parte dos gestores, em relação ao nível de entrega dos colaboradores à distância, hoje é entendido como o contrário e visto como aliado em um momento de incertezas”, afirma Samea.

Pesquisas apontam que as áreas financeiras adotarão o regime misto na América Latina. O material da consultoria McKinsey, Em conversa: o papel do CFO no desenvolvimento de talentos, feita com executivos e membros de comitês de desenvolvimento de talentos, mostra que a flexibilidade do trabalho já está presente na agenda dos CFOs. 

Na entrevista, ao ser perguntado sobre os motivos do êxodo de mais de 19 milhões de trabalhadores nos Estados Unidos, o especialista Rawi Abdelal afirma que “a pandemia nos deu a oportunidade de refletir sobre como passamos nossas vidas em ambientes de trabalho e pensar sobre significado, propósito e dignidade do trabalho que fazemos”.

O que é o modelo omniconectado

A consultoria Accenture define o termo “omniconectado” como uma experiência na qual o colaborador se sente incluído e pertencente ao trabalho, impulsionando carreiras, criando relacionamentos de confiança e fomentando valor entre profissional e negócio, independentemente da localização física. 

O modelo tem ações-chave que visam introduzir uma liderança empática, com senso de transparência e confiança; criar normas culturais que priorizem o propósito e a segurança psicológica do profissional; dimensionar novas formas de trabalhar, com maior flexibilidade; e otimizar o uso da tecnologia na capacitação das pessoas.

Segundo a Accenture, o omniconectado enfatiza o trabalho flexível – impulsionador do modelo híbrido – priorizando o bem-estar e a produtividade. 

O relatório da Accenture afirma que o omni-conectado já tem trazido resultados e companhias que implantaram o conceito já observaram aumento de 7.4% na receita anual, uma retenção de talentos 59% maior, e profissionais 35% mais propensos a entregar trabalhos com mais qualidade.

 

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