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Boas práticas e termos técnicos de cibersegurança que CEOs e CFOs devem conhecer

No cenário empresarial moderno, a segurança da informação tornou-se uma peça fundamental para garantir a estabilidade e a integridade das operações. Com ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas, os CEOs e CFOs desempenham um papel crucial na criação de uma cultura organizacional que priorize a segurança digital – e para isso é fundamental entender os conceitos essenciais da área.

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Como usar a gestão financeira em meio a uma crise

A Pesquisa Global sobre Crises 2021 da PWC, ouviu 2.800 líderes empresariais em todo o mundo e analisou a resposta da comunidade empresarial e a gestão de crise em relação a uma situação de disrupção social, econômica e geopolítica sem precedentes. Recém-saídos de uma crise sanitária, 62% das lideranças brasileiras revelaram que seus negócios foram impactados negativamente pela Covid-19 (73% no mundo) e 33% disseram que estão em situação melhor do que antes do início da pandemia (20% no mundo).

Planejar e se preparar para uma crise, porém, é um trabalho constante de análise de riscos. 98% dos líderes de negócios no Brasil disseram que seus recursos de gestão de crises precisam ser melhorados (95% no mundo) e 54% alteraram a estratégia corporativa em resposta à crise (77% no mundo).

E nessa jornada, construir resiliência é algo importante. 7 entre 10 organizações no mundo relataram que planejam aumentar seus investimentos para desenvolver maior resiliência. 92% das empresas que tinham um processo de revisão de suas ações em vigor antes da Covid-19 e que realizaram uma revisão formal, também planejam ter um processo em vigor para crises futuras.

 

Com um 2023 ainda rodeado de incertezas devido a diferentes prognósticos de crises, principalmente financeiras e políticas, aumentam também os riscos. Por este motivo, gestores buscam desenvolver estratégias para reduzir o impacto de futuros prejuízos, tendo no planejamento e na gestão financeira, um dos seus principais alicerces.

A consultoria Gartner estima em seu relatório The Top 8 Cybersecurity Predictions for 2021-2022 que até 2025, 70% dos CEOs exigirão uma cultura de resiliência organizacional para sobreviver a ameaças de ataques e falhas cibernéticas, eventos climáticos severos, distúrbios civis e instabilidades políticas.

E para manter-se preparadas nesse panorama volátil, as empresas precisaram se adaptar e uma gestão financeira é apenas um dos pilares de uma boa gestão de crises. 

A importância do planejamento e da gestão financeira em uma crise

Um bom planejamento alinhado a uma gestão financeira de ponta é fundamental para uma empresa que pretende enfrentar qualquer tipo de crise. Keith Suchodolski, CFO do Banco Kearny, em artigo para o portal de finanças SF Magazine, afirma que pandemia do Covid-19 “ensinou” às organizações a capacidade de planejar estrategicamente e ajustar o curso das suas ações conforme as mudanças globais.

Para tanto, analisar o cenário atual, avaliando o que essas condições significam para o futuro é de particular importância para os gestores financeiros, sendo que estes executivos normalmente operam com uma estratégia voltada para o futuro. Suchodolski, enumera algumas perguntas-chave que os gestores devem fazer na tentativa de obter maior clareza sobre o problema e como agir estrategicamente.

1) Que tipo de crise estamos enfrentando?

Dica: a partir de uma visão macro, foque nas particularidades da crise e seus principais desafios, medindo consequências e projetando ações de contenção.

2) A situação pode piorar ou o pior já passou?

Dica: é fundamental entender o questionamento anterior para, só então, dimensionar o seu real impacto, recalcular a rota se necessário e agir com maior segurança.

3) Quando haverá recuperação e de que tipo será?

Dica: após ter claro os dois primeiros pontos e tomadas as medidas estratégicas, é hora de reavaliar o cenário e entender possíveis sinais de recuperação e alternativas a seguir.

Além disso, o executivo do Banco Kearny menciona que qualquer plano estratégico precisa enfatizar a avaliação de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, por meio da ferramenta de análise estratégica SWOT

O SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, publicou em seu portal um artigo sobre gestão financeira em tempos de crise, no qual levanta diversos aspectos importantes para o empreendedor. No texto, Ricardo Abreu chama atenção sobre os erros mais comuns que o empresário pode cometer no seu dia a dia:

– Confusão entre o patrimônio individual e empresarial;

– Falta de planejamento financeiro;

– E contração de dívidas sem a previsão de receitas.

Em complemento a este cenário, o texto ainda trata da importância de aproveitar o momento de crise para replanejar o destino da empresa. E, caso não exista um planejamento detalhado, que contemple todas as metas, objetivos e os planos de ação, é necessário tomar algumas medidas: 

1. Planeje-se

Primeiramente, faça um levantamento das despesas previstas para os próximos três meses, separando os valores de acordo com o tipo de despesa.

2. Analise suas despesas

Observe que, ao conhecer as despesas a serem pagas nos próximos meses, o empreendedor encontrará maior facilidade para definir as ações corretivas, priorizando as despesas com maior impacto nos negócios e que sejam passíveis de negociação. 

3. Ajuste os gastos

Com uma possível redução no faturamento, o empreendedor deve ajustar suas despesas de acordo com essa situação, tomando as seguintes providências: 

 – Negocie com fornecedores um aumento nos prazos de pagamento dos seus compromissos;

– Havendo dívidas, procure renegociar visando também aumentar o prazo de pagamento com uma taxa de juros compatível à sua realidade, adequando o valor mensal ao seu faturamento;

– Evite fazer despesas que não sejam extremamente necessárias à continuidade dos negócios, pois elas podem afetar a sua liquidez. 

 4. Busque formas alternativas de faturamento

O empreendedor pode também tomar providências para aumentar o seu faturamento:

– Fazendo promoção de produtos que estão há muito tempo em estoque; 

– Disponibilizando serviços de entrega para manter o nível de compra dos clientes

– Diversificando e ampliando as formas de pagamento;

– Implementando a estratégia de divulgação dos seus produtos por meio do marketing digital: facebook, whatsapp, instagram, etc. 

 5. Fique atento ao fluxo de caixa

Realize a gestão do fluxo de caixa da empresa, considerando as receitas e despesas previstas para não correr o risco de não ter capital para honrar seus compromissos.

É necessário, também, focar nas particularidades financeiras da sua empresa, entre elas: cuidar das contas; levar em consideração as projeções econômicas e de juros; entender se haverá alguma forma de alívio ou compensação do governo; e avaliar o comportamento de outras organizações, concorrentes ou não diante da crise.

A ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software – em seu curso Gestão Financeira em tempos de Crise, pontua que o empresário necessita conhecer os riscos de liquidez que podem deflagrar uma crise, por meio de uma análise e ações envolvendo:

Liquidez: mostra a capacidade de uma empresa para saldar seus compromissos de curto prazo.

Ativos: são usados para medir a rapidez com que contas são convertidas em vendas ou em caixa.

Endividamento: mostra o montante de recursos de terceiros que está sendo usado na tentativa de gerar lucros.

Lucratividade: são os lucros da empresa levando em consideração o volume de vendas, os ativos e o investimento na empresa.

A importância de planejar cenários em meio a crise

O consultor financeiro Jack Alexander, em artigo publicado na Financial Management, explica que “o propósito do planejamento de cenários vai além de estimar o impacto. O verdadeiro benefício é quando os líderes identificam e avaliam as possíveis ações indicadas em cada caso”.

Tony Klimas, presidente da consultoria norte-americana Horváth, em relatório sobre a função financeira em cenários turbulentos, afirma que “eventos macroeconômicos severos requerem intervenção nas operações e correções dramáticas de curso para a estratégia dos negócios”.

Para o professor, Paul Schoemaker, especialista em decisões financeiras e planejamentos de cenários, em artigo publicado para a FP&A Trends, a previsão é “o ato de avaliar o desempenho da organização durante um período definido no futuro”.

Paul ainda explica, em artigo para o  ResearchGate, portal de estudos científicos, que os cenários de previsão são normalmente narrados contando diferentes histórias sobre o futuro. Segundo o autor, o objetivo é desafiar a mentalidade das pessoas, estimulando estratégias, diálogo e reflexão.

Segundo ele, as empresas devem planejar cenários principalmente quando:

1 – A incerteza dificulta a capacidade de prever ou ajustar rotas;

2 – A empresa acumulou prejuízos num passado recente;

3 – Novas oportunidades são percebidas como insuficientes;

4 – A qualidade do pensamento estratégico é insuficiente;

5 – A indústria passou por mudanças transformadoras;

6 – Concorrentes planejam obter vantagem competitiva.

Em um contexto preditivo, destaca-se também o profissional de FP&A, que realiza suas previsões com base em diferentes cenários e oferece recursos preestabelecidos para uma possível crise no futuro. 

De acordo com o Corporate Finance Institute, o FP&A é um dos principais pilares do desempenho financeiro de organizações e auxilia nas decisões tomadas pelos CEOs e CFOs. Os departamentos de FP&A adotam, entre outras práticas, o Rolling Forecast, ou previsão contínua, em português. Trata-se de um processo no qual as empresas buscam prever o desempenho futuro a partir das informações da companhia, com revisões frequentes.

Na prática, a empresa que adota o rolling forecast projeta, no mínimo, doze meses à frente, ao mesmo tempo, se compromete com sua revisão a cada mês ou trimestre. Dessa maneira, o orçamento sempre é um ponto de atenção e há como dimensionar o desempenho real em relação ao plano financeiro.  

Melhores práticas de gestão financeira na crise

Falco Weidemeyer, líder global de recuperação e reestruturação da EY, cita cinco passos essenciais recomendados às empresas no caso de uma crise empresarial.

1. Colocar o bem-estar dos empregados acima de tudo

Colaboradores representam o maior ativo de qualquer empresa. Em tempos de crise, as organizações têm a responsabilidade de agir no melhor interesse de suas pessoas, bem como clientes e stakeholders. 

É necessário identificar alternativas de trabalho e reimaginar os negócios, cumprindo ao mesmo tempo as leis trabalhistas, de forma a colocar, em primeiro lugar, a saúde e a segurança dos empregados.

2. Comunicar de forma rápida, clara e transparente

As melhores linhas de comunicação são as mais abertas. Comunicações claras, rápidas e transparentes são essenciais em todos os cenários empresariais. Em cenários de crise, isso é ainda mais verdadeiro, especialmente se for necessário garantir suporte contínuo de clientes, funcionários, fornecedores, investidores e autoridades reguladoras.

3. Mantenha as despesas sob controle e tenha reservas para o caso de um déficit orçamentário

Determinar como a crise afeta os orçamentos e os planos de negócios é fundamental. Se o impacto for material e os pressupostos orçamentais e planos de negócio anteriores já não forem relevantes, mantenha-se ágil e reveja-os. Quando o negócio for significativamente impactado, considere os requisitos operacionais mínimos, incluindo as principais dependências de força de trabalho, fornecedores, localização e tecnologia.

Se necessário, considere a mobilização de capital a curto prazo, o refinanciamento da dívida ou apoio de crédito adicional de bancos ou investidores, ou o suporte político do governo.

4. Identifique e conserte o processo da cadeia de suprimentos

Diante de uma crise, é provável que a maioria das empresas sofra disrupções significativas nas suas operações e tenha um desempenho inferior durante todo o período de turbulência.

Ao trabalhar com cadeias de suprimentos impactadas, as organizações precisam manter contato regular com seus fornecedores, para se certificar quanto à sua capacidade de entregar bens e serviços, e elaborar planos de recuperação.

Reimaginar o modelo da cadeia de suprimentos, alavancar ecossistemas digitais e redes de mercado, permitindo novas formas de colaboração são exemplos de medidas de contenção.

5. Prepare-se para o inesperado

Além das adversidades comuns, certas crises podem apresentar desafios legais que não estavam previstos. Sendo assim, as empresas terão que conduzir avaliações de risco contratual e identificar ações preventivas e, até mesmo, estar preparadas para adotar cláusulas de “força maior” quando necessário.

Como usar a tecnologia na gestão de crise

Segundo pesquisa feita pela Consultoria McKinsey, quase 70% das companhias aceleraram a adoção de novas tecnologias e a digitalização de processos e sistemas, principalmente pós-pandemia, e a tendência é que esses números aumentem ainda mais até 2030.

A Deloitte, em seu relatório “Finanças 2025: Transformação digital em finanças – nossas oito previsões sobre tecnologia digital para CFOs”, aponta que as novas plataformas de gerenciamento de performance corporativa e automatização desafiarão o ERP tradicional e outros mecanismos ultrapassados. 

Além de plataformas tecnologicamente superiores, é fundamental que haja uma maior integração de dados entre as diferentes áreas de uma empresa. Nesse sentido, a Deloitte também afirma que muitos departamentos financeiros ainda enfrentarão desafios com a desorganização de dados e falta de compatibilidade entre sistemas.

Segundo Nilly Essaides, diretora sênior de pesquisa financeira/EPM do The Hackett Group, em artigo para a FP&A Trends, o modelo operacional de finanças esperado em 2025 trabalhará com uma visualização de dados conjunta, com todas as informações da empresa armazenadas em um só banco.

Por isso, alguns questionamentos são comuns para quem busca uma solução em finanças, tais como: qual é o software ou plataforma ideal para minha empresa? Dentre tantas opções, é comum a confusão entre as entregas do ERP e do CPM.

Caso sua empresa não tenha um ERP, caberia contratar um CPM primeiro? Ou então, se o CFO precisa de uma plataforma para análise, o ERP dará conta sozinho? A resposta para essas perguntas passa pela necessidade dos gestores pesquisarem qual ferramenta ou plataforma de gestão financeira é capaz de atender às suas expectativas e qual delas pode auxiliar decisões estratégicas

Todas estas premissas, bem como evolução tecnológica têm se mostrado essenciais para os líderes da área financeira, que poderão se dedicar mais às atividades estratégicas, inclusive voltadas à mitigação de riscos diante de uma crise.

O papel do CFO na gestão de crise

Shaun Taylor, CFO do Standard Chartered Bank, em editorial publicado na SF Magazine, destaca que a crise financeira de 2008-2009 catapultou muitas empresas para uma nova era de maior investigação e supervisão regulatória. Ao mesmo tempo, ampliou a relevância sobre a governança corporativa e as tomadas de decisão, principalmente em áreas-chave onde mudanças drásticas eram necessárias.

Ele assinala que o CFO tem o poder de adaptar-se a cenários adversos, exercendo um papel vital na orientação das empresas em tempos de incerteza. Nesse sentido, o executivo de finanças de hoje já é considerado um parceiro valioso, capaz de assumir o leme de organizações complexas e liderar uma força de trabalho altamente especializada.

 

Com uma mentalidade proativa e vontade de adquirir novas competências, o CFO moderno está posicionado para enfrentar desafios atuais e os que surgirão no futuro, por meio de diferentes habilidades, entre elas:

– Micro e macro análises (para identificar o cenário e coletar insights estratégicos);

 

– Habilidade comunicacional (com o time financeiro e demais stakeholders);

– Gestão de custos e investimentos (levando em consideração pessoas e processos).

Bobbie Ramsden-Knowles, sócia de crise e resiliência da PwC UK, comentou em um dos episódios do podcast Take on Tomorrow, que os executivos tradicionalmente se concentram em lidar com as consequências imediatas de um desastre, mas em uma era de incerteza contínua, eles precisam criar estratégias para ameaças de longo prazo com base em análises detalhadas de cenários que mapearam. E os CFOs têm um papel decisivo, unindo diferentes perspectivas em toda a diretoria e no C-Suite, observou ela.

Diante de uma crise, é fundamental que a área financeira esteja, cada vez mais, preparada tecnologicamente. E o CFO se mostra fundamental não só no desenvolvimento de estratégias de mitigação de riscos e enfrentamento de problemas, como na avaliação da infraestrutura tecnológica necessária.

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Cibersegurança, privacidade de dados, ESG e automatização lideram tendências financeiras de 2023

Realizada pela Protiviti, consultoria global em negócios, a Pesquisa de Tendências Financeiras 2022 traz informações e indicativos para o setor de finanças, em especial ao CFO e alto escalão financeiro.

O estudo, que teve mais de 1.000 participantes em diversos países, aborda uma série de aspectos relevantes no dia a dia de muitas empresas, entre eles: segurança e privacidade de dados, automatização de processos, recursos tecnológicos, ESG, cadeia de suprimentos e gestão de talentos.

Esses temas desafiam CFOs do mundo inteiro a se posicionarem como um dos principais articuladores na estratégia e no relacionamento com o board executivo das empresas, mesmo diante de um cenário composto por tensões geopolíticas, volatilidade da taxa de juros e inflação crescente.  

Os resultados da pesquisa confirmam que os CFOs seguem contribuindo e agregando valor à organização, indo além dos limites das atividades financeiras e contábeis tradicionais. Neste texto, trazemos as principais reflexões do estudo, além de outros indicadores e perspectivas da área financeira para o futuro.  

Temas importantes para as lideranças financeiras em 2023

Destacamos os cinco temas que mais estão impactando e despertando o interesse das organizações, levando em conta o cenário global e a realidade de transformação tecnológica da área financeira.

1. Modelos de trabalho flexíveis: estão em ascensão por serem especialmente vantajosos na hora de buscar talentos qualificados para lidar com relatórios financeiros, ações estratégicas e atividades de Project Management Office (PMO).

A pesquisa aponta uma verdadeira “guerra” na busca por talentos qualificados na área de finanças. Por isso, as organizações estão apostando em provedores e plataformas tecnológicas para suprir habilidades e recursos sob demanda, em meio a condições de mercado incertas.

2. Segurança e privacidade dos dados: assim como em anos anteriores, estes dois temas continuam sendo encarados como prioridade máxima entre os CFOs, sendo que cada vez mais esses executivos estão focados em uma cultura de segurança nas empresas. Contudo, também merecem destaque outras ações importantes, incluindo relatórios de análise de lucratividade e habilidades de liderança.

3. Blockchain: essa tecnologia, bem como contratos inteligentes ganharam força entre os executivos e já figuram entre as principais tendências financeiras e investimentos entre as empresas, junto de automatização, aplicativos de finanças, dados em nuvem, entre outros. 

4. Estratégias ESG: CFOs e líderes financeiros estão dedicando mais tempo, atenção e recursos para iniciativas ESG, bem como incluindo o conceito no planejamento regular da empresa, o que fortalece outra importante sigla, a D&I (Diversidade e Inclusão).

5. A inflação preocupa: o tema também vem ganhando espaço na agenda do CFO, principalmente no que tange às medidas internas que estão sendo tomadas para conter a alta de preços e o consequente impacto nos demais segmentos da empresa, além das principais atualizações e tendências.

Tendências financeiras que irão guiar as decisões em 2023

Segundo reportado pela pesquisa, o maior foco do board de finanças ainda está voltado aos investimentos tecnológicos, principalmente tendo a cibersegurança como prática preventiva, automatização de processos para melhoria da performance e redução dos riscos corporativos.

Segurança e privacidade de dados: 73% dos CFOs e VPs de finanças vão priorizar esse tema na área financeira para os próximos 12 meses. E o cumprimento desse objetivo requer também:

– Determinar se os incidentes de cibersegurança aumentam para um nível de “materialidade”;

– Assegurar a devida atenção ao controle de violações quando elas ocorrem;

– Relatar ataques cibernéticos e esforços de reparação para investidores e outras partes interessadas;

– Divulgações sobre políticas e procedimentos de gestão e supervisão de risco de cibersegurança.

Tecnologia e automatização de processos: 71% dos CFOs e VPs de finanças visualizam a automatização de processos como prioridade máxima para sua organização financeira nos próximos 12 meses, em comparação a 65% de outros profissionais de finanças.

As crescentes contribuições estratégicas da área financeira e o seu alcance para “além das finanças” tornam imperativo que os CFOs se comprometam com a transformação contínua e a implementação de tecnologias avançadas, fazendo uso de ferramentas de automatização e tecnologia que impulsionam essa jornada. 

Além disso, os CFOs e líderes financeiros estão reavaliando o que a transformação financeira requer e avaliando as habilidades profissionais necessárias para alcançar esses objetivos,

Os principais CFOs entendem que a transformação digital não é um destino, mas sim uma viagem contínua, e que nesta jornada, é importante selecionar as iniciativas certas a seguir.


ESG: 75% das equipes de finanças estão assumindo os riscos ESG e entendendo essa realidade como parte da sua função. Além disso, 40% dos CFOs e líderes financeiros estão levando em conta a cultura ESG na sua rotina de decisões. A Europa vem liderando a divulgação de relatórios sobre ESG, mas outros países já estão adotando esta prática rapidamente. 

 

Os CFOs ajudam suas organizações em diversos aspectos sobre ESG:

– Coleta de novos dados enquanto ajusta simultaneamente a base de dados;
– Adoção de melhores processos e ferramentas tecnológicas;
– Garantir maior precisão e eficácia de todos os aspectos relacionados ao ESG.

Cadeia de suprimentos: 45% das organizações estão mais focadas em garantir uma receita flexível e consistente do que buscar apenas eficiência em sua cadeia de suprimentos. Uma série de grandes interrupções na cadeia de suprimentos causou danos de dois dígitos e o declínio do valor das ações de muitas empresas

Segundo CFOs, o problema reside na fragilidade do modelo atual da cadeia de suprimentos, com seu foco estritamente definido em custo/eficiência, sem levar em conta outros aspectos como a confiabilidade, capacidade de resposta e resiliência de fornecedores, bem como disponibilidade de fontes alternativas qualificadas de abastecimento. 

Quais são as prioridades gerais do CFO para os próximos anos

Além dessas tendências financeiras, a pesquisa da Protiviti destaca 10 prioridades do CFO e VP de Finanças e outros pontos que também exigem atenção do executivo de finanças.

1) Segurança e privacidade dos dados;
2) Relatórios e análises de rentabilidade;
3) Contratos inteligentes, a partir de blockchain;
4) Aplicativos baseados em nuvem;
5) Planejamento e análise financeira (FP&A);
6) Promover novas demandas e expectativas dentro da organização;
7) Manutenção do perfil de liderança dentro da organização;
8) Melhoria e mineração dos processos de trabalho;
9) Maior automação e infraestrutura tecnológica;
10) Foco em liderança, desenvolvimento e recrutamento de talentos.

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Governança: qual é o caminho para uma empresa mais transparente?

Para muitas empresas, a governança corporativa e transparência aparecem muito mais no discurso do que realmente em ações. 82,1% das startups e scale-ups brasileiras, por exemplo, ainda estão nos estágios iniciais em governança corporativa, afirma uma pesquisa elaborada pela Better Governance, consultoria especializada em governança. Foram avaliadas 148 empresas, 16% delas fintechs, em parceria com a Associação Brasileira de Startups, Distrito, BNDES Garagem, Cubo, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e InvestSP.

Os aspectos de ESG (Environmental, Social and Governance) também são alvo de avaliações não só das próprias empresas, mas de diferentes organizações. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), por exemplo, reconhece e  incentiva a transparência das empresas no que diz respeito à divulgação das suas informações por meio das demonstrações financeiras com o Troféu Transparência

A 26ª edição aconteceu em outubro e reconheceu as empresas que seguem as melhores práticas contábeis, em um esforço para apresentar o conjunto de informações mais objetivas para o mercado.

A Accountfy foi um dos apoiadores oficiais da premiação. Conversamos com Marta Pelucio, presidente nacional da ANEFAC, sobre governança, transparência e a importância do prêmio.

A relação entre governança e transparência

Qual a importância de uma empresa ser transparente com suas demonstrações financeiras? 

Por meio das demonstrações financeiras é que qualquer indivíduo ou entidade tem informações sobre o desempenho de uma entidade e de sua situação patrimonial. Quanto mais transparente a empresa for, melhor será a qualidade da informação que chega para esses entes externos. 

Empresas de qualquer tamanho devem prezar por isso?

Independentemente de setor ou do tamanho da empresa, se tivéssemos uma cultura de total transparência, teríamos um mercado cada vez mais confiável para nossos investimentos e para nossas análises e toda a sociedade ganha com informação de boa qualidade. Meu sonho é de que entidades de diferentes portes e áreas de atuação publicassem de forma transparente suas demonstrações financeiras. Mas, infelizmente, as empresas fechadas, que não negociam seus títulos patrimoniais ou de dívidas no mercado de capitais, não geram informação para a sociedade. Um funcionário de uma grande empresa fechada não tem informações sobre a situação dela e pode, de uma hora para outra, ficar sem seu emprego, sendo pego de surpresa com recuperações judiciais ou encerramento de atividades, como já aconteceu com multinacionais de grande porte que não divulgam suas informações. Da mesma forma, importantes combinações de negócios acontecem com essas empresas fechadas e nossa sociedade não tem nenhum tipo de informação, não sendo possível mensurar ou avaliar os impactos de suas negociações na nossa sociedade.

Quais são alguns dos benefícios de uma boa governança corporativa?

Os credores sentem-se muito mais confortáveis com demonstrações financeiras que são transparentes e ser transparente inclui a sua ampla publicação. Quando o credor percebe falta de transparência no mercado, reflete sua insegurança no custo da dívida. Mercado não transparente é um mercado caro. Os investidores sentem-se motivados a participar de um mercado que seja transparente e o buscam para aportar seus capitais, pois entendem que quanto mais transparente, menor será o seu risco. Com isso consideram uma taxa de risco alta na precificação das ações, o que é prejudicial para os participantes. O futuro é a transparência.

O que uma empresa deve fazer para começar a ser mais transparente?

Ela deve pensar com a cabeça do seu leitor. Se colocar no lugar dele e refletir: qual informação é importante para que o usuário externo entenda minha operação? Qual informação é necessária para que o usuário avalie meu desempenho e os riscos do negócio? Uma empresa transparente comunica ao mercado tudo aquilo que é relevante sobre o negócio da entidade, sua situação patrimonial e seu desempenho. Usa uma linguagem acessível. Tem como foco o processo de comunicação.

Quais são os principais desafios nesse processo?

O grande desafio é interpretar o que a empresa é com base nas diretrizes normativas e regulatórias e traduzir em uma linguagem de fácil comunicação. Dessa forma, primeiro é preciso ter uma boa estrutura de governança que garanta que todas as transações relevantes que impactam financeiramente a entidade sejam devidamente mapeadas, controladas e gerem informação clara para que a contabilidade possa atuar adequadamente. 

Outro importante desafio é ter uma boa equipe de contabilidade, com bons conhecimentos normativos e boa capacidade de interpretação dessas transações devidamente mapeadas. E, por fim, ter uma gestão comprometida com a qualidade e que tome decisões durante o processo de elaboração das demonstrações financeiras com foco na qualidade da informação financeira que será gerada. 

Qual o nível de transparência e particularidades do mercado brasileiro em relação a esse tema?

Infelizmente nosso nível de transparência ainda é muito baixo em relação ao tamanho do Brasil. Temos empresas comprometidas com a bandeira da transparência e que são exemplares. O problema é que são poucas quando olhamos para o nosso mercado como um todo.Em 26 anos do nosso Troféu Transparência, por exemplo, até hoje somente cerca de 110 empresas foram premiadas.

Existem mercados muito menores nos quais empresas de médio e pequeno porte publicam suas informações. Acredito que teríamos uma sociedade muito mais transparente se todas as empresas multinacionais tivessem a obrigatoriedade de auditar e publicar suas demonstrações financeiras; que toda empresa de grande porte, mesmo que limitada, tivesse a obrigatoriedade de publicar suas demonstrações financeiras no Brasil. Nós deveríamos exigir essa maior transparência. 

Quais são os pontos positivos e ensinamentos que podemos tirar das empresas vencedores do troféu?

As empresas que são exemplo em transparência buscam o que é melhor para o mercado, buscam gerar informações relevantes e compreensíveis, fomentam a discussão e o networking. Cada uma tem um caminho diferente para se estruturar nesse processo de geração de demonstrações financeiras transparentes, mas o objetivo final é sempre o mesmo: gerar informação útil e transparente para o mercado sobre sua situação financeira. 

Ganhadores do Troféu Transparência 2022

Categoria Receita líquida abaixo de R$ 5 bilhões: 

AES Brasil Energia, Cesp, Cogna Educação, Fleury, Irani, Marcopolo, Qualicorp, Rio Paraná Energia, SLC Agrícola e Totvs.                     

Categoria Receita líquida de R$ 5 bilhões até R$20 bilhões: 

B3, Comgás, CSN Mineração, EDP Energias do Brasil, Engie Brasil Energia, Riachuelo, Klabin, Lojas Renner, Sabesp e Sanepar.

Categoria Receita líquida acima de R$20 bilhões: 

Eletrobras, Eletropaulo, Embraer, Magalu, Neoenergia, Petrobras, Raia Drogasil, Suzano, Vale e Vibra Energia.

Mercado da educação e área financeira: tendências e desafios

O mercado da educação vem se transformando ano após ano em busca de novas alternativas que melhorem a experiência do estudante, otimizem custos operacionais e rentabilizem seus modelos de negócio. Nesse processo, a área financeira é decisiva na sustentabilidade dessas instituições.

Conforme Censo da Educação Superior, promovido pelo, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2020, o Brasil ocupava a posição de 5º maior mercado de ensino superior do mundo e o maior da América Latina, com aproximadamente 8 milhões de matrículas, sendo que 87,6% das instituições de educação superior são privadas.

Segundo dados do Censo Escolar de Educação Básica de 2020, também promovido pelo Inep, o Brasil possui 47,3 milhões de alunos da educação básica, sendo que 80%, ou 38,7 milhões de estudantes, estão matriculados na rede pública de ensino. 

Continue a leitura e entenda os principais desafios da área financeira no mercado de educação e descubra como a tecnologia fez a diferença na realidade de um importante grupo educacional.

Uma fotografia do mercado de educação

Segundo a pesquisa Números da Educação Privada, divulgada recentemente pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) o crescimento do PIB do Ensino Privado entre 2010 e 2015 foi maior do que o crescimento da economia como um todo nesse período. Isso fez com que a participação do Ensino Privado no PIB brasileiro crescesse de 1,42% em 2010 para 1,65% em 2019, totalizando R$ 126,5 bilhões.  

Deste montante, o ensino privado contribuiu com quase R$ 20 bilhões para a Previdência Social e para o FGTS. Além disso, cerca de 3,4% de todos os empregos formais no setor privado brasileiro estão na área educacional e este número segue crescendo. 

O portal de finanças TradeMap, em seu Relatório de 2021 sobre o Setor Educacional, destaca alguns propulsores para esse crescimento:

  • Retomada da economia, puxando o aumento da base de alunos;
  • Alta demanda latente por qualificação acadêmica;
  • Grande relação entre nível de escolaridade e renda;
  • Incentivos governamentais à formação superior;
  • Aumento contínuo de investimentos privados;
  • Demanda por novos cursos e tecnologias.

EAD e Edtechs impulsionam o mercado de educação

Tecnologia e educação nunca se conectaram tanto como atualmente: o ensino a distância (EAD) tem sido um importante acelerador do crescimento deste mercado, pois já superou, pela primeira vez, o ensino presencial por número de ingressantes em 2020.

A EY afirma que dos mais de 3,7 milhões de ingressantes em 2020 (em instituições públicas e privadas), acima de 2 milhões de alunos (53,4%) optaram por cursos a distância e 1,7 milhão (46,6%) escolheram os presenciais.

Fora do Brasil, este cenário também é favorável à economia. É o que aponta a matéria publicada na americana Forbes. Segundo a publicação, o segmento de EAD nos EUA deverá movimentar em torno de US$ 325 bilhões em investimentos até 2025.

Quanto às Edtechs, startups que unem tecnologia à educação, os números crescem a cada dia. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), as edtechs representam hoje o maior segmento entre as startups brasileiras. Os dados mais recentes da entidade, reunidos no Mapeamento de Comunidades 2020, contabilizam 566, sendo que a maior parte delas (58,7%) está localizada na Região Sudeste.

Tendências globais até 2030

Relatório da consultoria EY aponta sete tendências em educação superior baseadas na transformação digital que podem ser adotadas globalmente até 2030, sendo estas:

Plataformas digitais reduzindo o custo de aprendizado, até cair para zero;
– Jornadas de estudo ainda mais flexíveis e customizáveis;
– Provedores e gestores de educação mais cobrados por resultados;
– Universidades mais transparentes com relação às suas entregas;
– Tecnologia como aliada na promoção da equidade educacional;
– Soluções educacionais cada vez mais personalizadas;
– Linhas de pesquisas com maior incentivo financeiro.

“É hora de começar a nos indagar e olhar para as oportunidades que a pandemia trouxe. É hora de repensar como, onde e para quem a educação superior é entregue”, afirma Catherine Friday, líder global de educação da EY  

Principais desafios da área financeira no mercado de educação

Mesmo que esteja atravessando um cenário de transformação digital, o setor da educação precisa evoluir em diversos aspectos na área financeira. Confira os principais desafios:

– Cultura organizacional não voltada à inovação;
– CFO e departamento de FP&A ainda pouco atuantes;
– Excessivo consumo de tempo com processos manuais;
– Ausência ou baixo índice de digitalização nos processos;
– Falta de integração e automatização das informações financeiras;
– Lentidão na consolidação das empresas controladas;
– Ausência de práticas de governança financeira e compliance;
– Baixos índices de segurança e privacidade de dados;
– Ausência de ações e ferramentas de modelagem financeira.

Tecnologia como aliada da área financeira

Fundado em 2003, em Recife, o Grupo Ser Educacional é um dos maiores grupos de ensino superior do Brasil, com uma base de mais de 300 mil alunos e mais de 2.400 cursos. 

Hoje, além do grande número de unidades, a estrutura do grupo conta com mais de 300 polos de ensino à distância, levando a marca para 26 estados e Distrito Federal, contando com mais de 12 mil colaboradores e outras empresas de apoio, o que torna imprescindível à empresa manter a qualidade do ensino e as contas em dia.

Cenário antes do uso da tecnologia na área financeira

Antes do emprego das soluções tecnológicas, o Grupo Ser Educacional enfrentava dificuldades na consolidação das informações das suas mais de 70 empresas, já que a integração de dados era feita manualmente, em planilhas e em conjunto com um ERP, o que consumia muito tempo e esforço da equipe financeira. 

Após a consolidação ainda havia outro desafio: a ferramenta utilizada para o acompanhamento de resultados não estava atendendo às necessidades de expansão do Grupo. Sem a visualização adequada das informações financeiras de toda a estrutura, o planejamento financeiro ficava desfalcado.

“Antes era necessário subir todas as informações no sistema para visualizá-las. Hoje nós lançamos informações brutas e a ferramenta faz isso tudo pra nós de forma dinâmica. O ganho foi imensurável”, diz Diego Ricelle, analista de planejamento financeiro sênior do grupo.

Toda esta governança foi obtida devido à inteligência contábil de uma plataforma de CPM  capaz de integrar diversas soluções em uma, além da implantação e suporte especializado por profissionais de finanças.

Tecnologia para ampliar a competitividade

João Furtunato, gerente de planejamento financeiro do Grupo Ser Educacional, afirma que o principal desafio de trabalhar no mercado de educação é a competição por preços.

“Alinhar investimentos em marketing no orçamento e estimar seu ROI é uma das principais etapas do planejamento. Tudo isso enquanto há a preocupação de não desfalcar o caixa, o pagamento dos educadores e os serviços prestados à instituição.”

Ele diz que, com a tecnologia, é possível usar a modelagem para simular índices que auxiliam o gestor a avaliar quanto desconto deve oferecer a um estudante para conseguir uma matrícula, quanto investir em marketing ou quantos ajustes serão necessários nas estruturas, por exemplo.

Furtunato, que possui formação na área financeira e também na de tecnologia, diz que a junção dos dois mundos foi essencial para a evolução na forma de trabalhar e visualizar os dados. Para ele, isso faz diferença principalmente na hora de apresentar os resultados para investidores e nas aquisições.

George Arruda, especialista em planejamento orçamentário do grupo, acredita que a digitalização dos processos e o uso da ferramenta tem um peso e importância significativos para o momento de expansão e crescimento do grupo. Para ele, o investimento já está representando economia de tempo, rapidez em análise, amplitude, visão e disseminação da informação.

Tecnologia para uma gestão de ponta a ponta

Segundo Furtunato, o investimento em tecnologia também facilitou a integração contábil, algo que antes demandava servidores internos, gerenciamento de acessos e outros apontamentos. 

Com uma plataforma de CPM permite a redução da disparidade entre os dados provindos da pós-aquisição, sendo que um dos principais pontos de otimização de tempo foi nas publicações das atualizações financeiras, antes feitas em ferramentas de texto. Atualmente, as tabelas e as informações da consolidação já são estruturadas automaticamente, bastando apenas a revisão, afirma.

O Grupo Ser Educacional já utiliza todos estes benefícios tecnológicos de forma colaborativa, permitindo que as empresas espalhadas por todo o país tenham acesso às informações. Ao mesmo tempo, para garantir a segurança e a privacidade desses dados, a plataforma permitiu que os administradores estabelecessem limites na visualização e alteração.

 

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O papel do CFO na implementação de novas tecnologias

O papel do CFO na implementação tecnológica das empresas é uma constante: 81% deles reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo mais eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Mais quais são os principais desafios nesse processo de implementação? Andre Verçosa, CFO da oáz e Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, participaram da palestra “O papel do CFO na implementação de novas tecnologias” durante o CFO Summit, realizado em setembro e patrocinado pela Accountfy, para discutir e compartilhar suas próprias experiências.

O papel do CFO: pontos importantes para uma área financeira mais tecnológica 

Ao ser questionado sobre como se daria, na prática, o papel do CFO diante da implementação de novas tecnologias dentro da empresa, André Verçosa afirma que primeiro é preciso garantir que a ferramenta esteja 100% alinhada ao planejamento estratégico da empresa. “Senão, daqui a 3 ou 5 anos, você verá que o investimento feito não conversava com suas expectativas”, diz.

Já Lucas diz que, olhando para a tecnologia, o papel do CFO tem duas vertentes. “A primeira mostra que hoje, cada vez mais, as empresas querem ser digitais e ágeis, pois todo mundo fala em transformação digital. Mas para você ser ágil, a tomada de decisão precisa ser descentralizada e disponível a qualquer pessoa que tenha acesso à informação.”

O uso da tecnologia é essencial para esse processo acontecer, principalmente para a área financeira, que precisa de informação em tempo real. O papel do CFO é ser um incentivador de novas tecnologias para a companhia, a fim de proporcionar produtividade, velocidade e qualidade na tomada de decisão. 

Retorno sobre o investimento

Sobre os diferenciais obtidos com o emprego da tecnologia, Verçosa afirma que, antes de tudo, é preciso garantir que o investimento irá agregar valor à empresa, seja por meio de produtividade, redução de custos, incremento de vendas, confiabilidade, redução de riscos à área de compliance. 

Atualização do CFO

Outro importante tema abordado na palestra foi como os CFOs se atualizam com relação à tecnologia. Os convidados falaram sobre a importância de acompanhar blogs e publicações sobre o tema, fazer cursos, além de seguir perfis de pessoas da área. Em complemento, afirma-se que o diretor financeiro precisa ser curioso, perguntar e, eventualmente, buscar as respostas. 

 

E o time financeiro, acompanha esta atualização?

O debate trouxe à tona também a figura do colaborador. Sobre esse ponto, ao ser questionado sobre como anda a atualização da equipe financeira, Verçosa afirma que hoje o nível de expertise já é outro, com profissionais mais preparados e atualizados com as ferramentas digitais.

“Hoje, o profissional já entra sabendo fazer minimamente uma macro em planilha, e isso agiliza bastante a extração de relatórios.” Neste ponto, o executivo ainda diz que é importante o CFO buscar pessoas curiosas para integrar à equipe.

Investimentos tecnológicos na área financeira

Ambos os palestrantes foram perguntados sobre como suas empresas estão se comportando diante da necessidade de investimentos na área.

Lucas respondeu que a Vivae, por ser uma empresa que está começando agora, ainda não centraliza nenhum investimento específico, mas que já nasce de uma grande parceria entre a Vivo e a Ânima. Contudo, diz que a integração de ferramentas é importante, pois facilita a análise dos KPIs e demonstrativos, obtendo uma informação clara, disponível e segura.  

Andre afirma que, mesmo durante a pandemia, a oáz optou por fazer uma mudança de ERP que se integrasse à realidade do ponto de venda (PDV) justamente pela necessidade de crescimento e pelos planos de internacionalização da empresa.

CFO como incentivador da segurança digital 

Neste ponto da conversa, abordou-se a importância do CFO como um apoiador da melhoria da segurança da empresa. Ambos os painelistas afirmaram que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) veio para trazer mais um incentivo à segurança. E o papel do CFO é decisivo também neste ponto, gerando prevenção e adequação às regras de compliance.

Relação entre o CFO como as demais áreas estratégicas

Próximo ao encerramento da palestra, a relação do CFO com os demais diretores e gerentes de outras áreas, ganhou destaque.

Andre Verçosa, CFO da oáz, afirma que a melhor maneira para gerar aproximação e fortalecer esta relação é conversando e mostrando a importância de apoiar a tomada de decisões das demais áreas do negócio, oferecendo informação e subsídios estratégicos.

Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, diz que a tecnologia tem papel fundamental na disponibilidade de dados, suportando as tomadas de decisão de forma descentralizada e gerando empoderamento por meio da informação.

O perfil do CFO moderno é consultivo

Ao final, ambos os convidados deram sua opinião sobre a figura do CFO e o seu perfil atual. Nabeiro afirma que o CFO é formado por uma combinação de soft e hard skills. E que o seu papel será, cada vez mais, de dar suporte às decisões de forma consultiva dentro da empresa.   Já, Verçosa diz que ficará ainda mais latente a necessidade do CFO como gestor qualificado, humanizando a relação deste executivo com o restante da empresa.

 

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Automatização na área financeira mostra resultados, mas implantação ainda é um desafio

81% dos CFOs reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo otimizar a eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Apesar de apenas 5% dos entrevistados estarem com a estrutura de análise de dados totalmente automatizada, o cenário é de investimento contínuo, com 58% planejando aumentar seus orçamentos voltados à área financeira nos próximos 12 meses, e 34% em dois anos.

Segundo o estudo, o maior impulsionador da onda de digitalização é a alta volatilidade da economia global, que tem acelerado a necessidade da área financeira a se adaptar e se tornar mais ágil frente às mudanças, e tem pressionado líderes a encontrarem oportunidades rapidamente para se sobressair.

“Não há dúvida de que a automatização já tem mostrado seu valor em termos de ganho de produtividade e auxílio nas análises e planejamento. Através de tecnologias capazes de acelerar os processos da área financeira e trazer insights cada vez mais completos, profissionais têm focado em atividades estratégicas e líderes têm praticado uma gestão data-driven mais eficiente, com decisões embasadas em números concretos”, afirma Alex Szaniecki, gerente de onboarding da Accountfy. “É notável que, com esses artifícios, CFOs têm adotado uma postura mais proativa do que reativa, premeditando cenários de risco e identificando oportunidades de crescimento. Além de captar mais dados, eles estão sabendo o que fazer com eles”.  

A crescente adoção das novas tecnologias vem acompanhada de obstáculos. 61% dos CFOs afirmam que o desafio mais comum ao automatizar as funções financeiras é a integração com seus sistemas atuais. Para 58% dos CIOs, eliminar a silagem de informação entre departamentos está no topo das dificuldades. 

Além disso, a busca por profissionais qualificados e a alocação de orçamento e recursos foram apontados como outros empecilhos relevantes.

“Apesar da automatização na área financeira demonstrar resultados visíveis e levantar o interesse de muitos líderes, o primeiro passo para torná-la realidade acaba sendo desanimador. A integração de novas tecnologias exige uma movimentação na qual nem todos os sistemas são compatíveis, e quando falamos de números, não há espaço para erros. Nessa hora, entendemos a importância de uma implantação facilitada, com uma equipe preparada para atender, e também de um produto dinâmico, que interaja com as principais ferramentas usadas na área financeira. Essa atenção que damos às empresas que querem ‘arrumar sua casa sem a bagunçar ainda mais’, faz toda a diferença quando estão buscando rapidez e qualidade na digitalização”. – Alex Szaniecki, gerente de onboarding, da Accountfy

Pontos de atenção ao planejar a automatização na área financeira

Segundo a pesquisa, além da compatibilidade entre sistemas, o sucesso ou fracasso da implementação depende de alguns fatores-chave, que devem ser considerados desde o início do projeto:

  • Alinhar a estratégia de automatização da organização com suas prioridades de negócios;
  • Identificar quais processos já são automatizados, mas ainda ineficientes;
  • Avaliar soluções de automatização por sua funcionalidade, escalabilidade e interoperabilidade;
  • Avaliar a experiência do usuário (UX) da solução para garantir a utilização ideal pelos funcionários.

Além disso, deve-se analisar o impacto da automatização das rotinas financeiras e entender como ferramentas CPM e ERP podem ajudar neste processo.

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A importância das certificações financeiras

Entendemos a importância das certificações financeiras quando falamos sobre qualificação. Elas são capazes de fortalecer a imagem e a confiança das empresas e profissionais que querem se destacar.

Segundo o Guia Salarial 2022 – Finanças e Contabilidade, elaborado pela Robert Half, consultoria de soluções em talentos, entre 100 CFOs brasileiros pesquisados, 43% sentem dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades necessárias para as funções, reforçando ainda mais a importância das certificações na área financeira.

De acordo com o levantamento, a escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual empresas estão lutando para encontrar mão-de-obra especializada, e, com uma alta demanda e menor oferta, a competitividade se torna ainda maior. 

As certificações para as áreas financeiras das empresas também têm importância. Para 31% dos entrevistados da mesma pesquisa, a retomada econômica vem acompanhada de uma preocupação com as abordagens agressivas da concorrência. Para se diferenciarem nesse cenário, elas podem usá-las para alavancar sua autoridade no mercado.

Continue a leitura e saiba mais sobre as certificações na área financeira e por que elas são  necessárias em um cenário de busca por profissionais e departamentos  cada vez mais qualificados.

Quais são as vantagens de profissionais obterem certificações financeiras?

Salários melhores

Através das certificações na área financeira, um dos primeiros reflexos positivos está nos salários. As habilidades e os treinamento adicionais que profissionais qualificados recebem podem torná-los elegíveis para empregos melhor remunerados.

Como exemplo, a Pesquisa Global de Salários de 2021, elaborada pelo Institute of Management Accountants (IMA), revela que os profissionais que possuem o CMA recebem, em média, salários 58% maiores do que os que não a possuem.

Novas oportunidades

Certas certificações na área financeira são vistas como referência, e tê-las no currículo pode aumentar as chances de alocação e promoção no mercado. 

Segundo o material Os 8 Principais Certificados Financeiros: Benefícios e Definições, do Indeed, site de busca de vagas com mais de 250 milhões de usuários, obter certificações na área financeira pode impulsionar a carreira, trazendo melhores oportunidades de emprego. Isso inclui a possibilidade de atuar em cargos sêniores, que normalmente possuem requisitos de elegibilidade.

Maior credibilidade

Muitas das certificações na área financeira exigem aprovação em exames e até mesmo anos de experiência e aprendizados. Por causa da  rigorosa preparação educacional exigida do profissional, as empresas reconhecem a capacidade do candidato de exercer a função, lhe concedendo maior vantagem competitiva.

Segundo a Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), uma das maiores associações contábeis do mundo, com mais de 689 mil membros, profissionais que possuem credenciais como a Chartered Global Management Accountant são reconhecidos mundialmente pela sua ética e compromisso nos negócios.

Aprimoramento de habilidades

Ao se qualificar, profissionais têm contato com as últimas tendências envolvendo sua função, assim como passam por oportunidades de otimizar suas habilidades, ao mesmo tempo que desenvolvem novas. 

De acordo com a Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), órgão de contabilidade profissional com mais de 230 mil membros ao redor do mundo, profissionais que possuem o ACCA Qualification, por exemplo, aprimoram suas habilidades analíticas, adquirem extenso conhecimento financeiro e visão estratégica de negócios.

Quais são as vantagens de as áreas financeiras obterem certificações?

Em busca de reconhecimento e diferencial no mercado, as áreas financeiras também podem obter certificações. 

Uma das maneiras de fazê-lo, é através das certificações (International Standards Organization (ISO), ou Organização Internacional para Padronização, no português. Ela reúne normas reconhecidas mundialmente e tem como objetivo promover a conformidade aos processos corporativos.

Apesar das ISOs não serem destinadas exclusivamente às áreas financeiras, e sim à empresa como um todo, o departamento pode se beneficiar de suas vantagens ao tê-la implantada.

Segundo a organização, através das ISOs, é possível trazer mais confiança para stakeholders e clientes, e otimização de custos. Aspectos, esses, que influenciam na saúde financeira da organização.

A ISO 9001, por exemplo, estabelece critérios de qualidade para processos internos. Entre seus princípios estão foco no cliente, liderança, visão, engajamento de colaboradores, melhoria contínua, e gestão de relacionamento com stakeholders.

Sua função é certificar que a empresa possui visão ampla do seu fluxo de trabalho. Assim, aumentando sua produtividade, trazendo dados mais concretos para a tomada de decisão, garantindo a boa utilização dos recursos financeiros e melhores condições em futuras negociações.

Recentemente, foi publicada a ISO 37000, que regulamenta padrões de linguagem, princípios e práticas para o exercício da governança corporativa, imprescindíveis para a gestão financeira. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o escopo dessa certificação abrange a responsabilidade social (ESG), gestão de riscos, transparência na prestação de contas, viabilidade e desempenho da organização a longo prazo, e uso estratégico e responsável dos dados.

Para implantá-las, é necessária a auditoria de órgãos parceiros da ISO, que podem ser encontrados no site da International Accreditation Forum (IAF), associação mundial de organismos certificadores. Nela, são mapeados processos, a verificação de documentos, elaboração de relatórios, e por fim, o gerenciamento de registros.