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Boas práticas e termos técnicos de cibersegurança que CEOs e CFOs devem conhecer

No cenário empresarial moderno, a segurança da informação tornou-se uma peça fundamental para garantir a estabilidade e a integridade das operações. Com ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas, os CEOs e CFOs desempenham um papel crucial na criação de uma cultura organizacional que priorize a segurança digital – e para isso é fundamental entender os conceitos essenciais da área.

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Liderança feminina na área financeira: desafios e perspectivas

O futuro da liderança feminina na área financeira é promissor. Segundo a Fortune 500, ranking das 500 maiores corporações do mundo, da revista Fortune, as empresas americanas têm mais CFOs mulheres do que nunca, mostrando que elas têm tomado mais espaço e mostrado resultados positivos nos últimos anos.

A pesquisa realizada pela Crist Kolder Associates mostra que a porcentagem de CFOs do gênero feminino atingiu um recorde histórico em 2021, representando 15,1% dos 678 CFOs entrevistados. De acordo com o relatório S&P Global, empresas com CFOs do gênero feminino apresentaram desempenho superior no preço das ações, em comparação com a média do mercado. Nos 24 meses após a nomeação, CFOs mulheres viram um aumento de 6% na lucratividade e retornos de ações 8% maiores. 

Mas ainda há um caminho a ser trilhado. Segundo o Female Founders Report, estudo elaborado pela empresa de inovação Distrito em parceria com a Endeavor, rede global de empreendedorismo, e com a B2Mamy, empresa que capacita e conecta mães ao ecossistema inovador, menos de 5% das startups são fundadas e lideradas por mulheres.

Para Ana Paula Pisaneschi, CEO e fundadora da fintech de renegociação de dívidas Uffa, a disparidade entre a presença de homens e mulheres nos cenários empresariais, especialmente no da inovação, está associada com os preconceitos relacionados ao gênero feminino.

“Estereótipos levam a sociedade a acreditar que somos menos confiáveis, mais frágeis, menos profissionais e, até mesmo, menos inovadoras. Como resultado, clientes, fornecedores, parceiros e investidores em potencial às vezes nos veem com ceticismo e nos associam a mais fatores de risco do que de oportunidade.”

Segundo a Bloomberg, a igualdade de gênero é uma discussão que está sendo levantada em várias frentes e busca abordar as principais áreas de inclusão, que estão criando mais oportunidades para as mulheres nas finanças e estimulando o desenvolvimento de negócios liderados por elas em todo o mundo.

De acordo com o levantamento, 31% dos conselhos corporativos são compostos por executivas. Elas possuem 39% dos cargos com altos salários e 61% das companhias exigem que haja diversidade de gênero para processos seletivos focados em gestão. Em média, 83% das entrevistadas têm uma estratégia direta para contratar mulheres.

Continue a leitura e saiba o papel, os desafios e as perspectivas da lideranças femininas na área financeira nos próximos anos.

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Os desafios das lideranças femininas na área financeira

Denise Seiler, CFO e associada do W-CFO Brasil, grupo de integração de executivas de finanças, atribui o maior desafio da liderança feminina hoje às questões familiares e diferença nos salários entre homens e mulheres. De acordo com ela, a área financeira exige bastante dedicação, foco, longas horas de trabalho, e não é fácil para a mulher que quer equilibrar vida profissional e pessoal.

“Há momentos na vida que você pode desanimar ou precisa organizar sua carreira para poder se dedicar aos filhos, e depois retornar sua jornada. Além disso, há outros desafios, como ter que se provar tão ou mais competente que um homem para ter a mesma remuneração.”

Segundo a McKinsey, em seu artigo Closing the gap: Leadership perspectives on promoting women in financial services, equilibrar a vida profissional com familiar é citada por metade das mulheres de nível sênior como uma das principais razões para não querer exercer cargos executivos de alto escalão

No estudo da consultoria, quase metade dizem que continuam a arcar com a maioria das responsabilidades domésticas e familiares, enquanto apenas 13% de seus colegas homens dizem o mesmo. 

Em relação a diferença de salários entre lideranças femininas e masculinas, a análise da consultoria Willis Tower Watson revela que entre as empresas do S&P 1500 com mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado, a diferença para mulheres CFOs é de cerca de 11% a menos.

A pesquisa Women in the Workplace, feita pela McKinsey, mostra que um dos principais desafios das mulheres é chegar aos cargos de liderança. Mulheres, especialmente de cor, têm pouca representação na liderança de empresas norte-americanas de serviços financeiros, por exemplo

Liderança feminina na área financeira: desafios e perspectivas

A Yale School of Management explica que um dos motivos de um homem chegar antes a esses cargos está relacionado ao ato de gestores subestimarem a liderança feminina através do estigma social e preconceitos inconscientes enraizados na cultura.

A Harvard Business Review ainda afirma que uma das razões pelas quais as mulheres têm maior dificuldade para avançar tão rapidamente quanto os homens é a própria falta de presença delas nessas posições. Segundo a pesquisa, quase 80% dos homens foram ativamente orientados por um CEO ou outro executivo sênior, em comparação com 69% das mulheres

A Forbes, em sua matéria 15 Biggest Challenges Women Leaders Face And How To Overcome Them, mostra que a falta de suporte de outras mulheres é um dos principais desafios. Sem mais lideranças femininas para pavimentar a trajetória, inspirar e incentivar, aquelas que entram no campo podem achar o caminho mais difícil de ser percorrido pela falta de apoio de gerentes. 

3 dicas para enfrentar esses desafios

Kristin Gayoso, especialista em contabilidade e diretora de finanças da empresa de softwares Simplebet, destaca algumas dicas para superar esses obstáculos:

  • Encontre uma mentora: Localizar lideranças femininas e estabelecer um networking com elas pode ajudar a criar novos laços de suporte e gerar aprendizado e confiança. Kristin utiliza um exemplo de quando mudou de emprego:“Havia apenas um punhado de mulheres na M&A Due Diligence, então fiquei motivada para conhecer todas elas. Trabalhei em estreita colaboração com uma gerente sênior, que me colocou sob sua asa, e ainda me lembro de muitos conselhos de carreira que ela me deu. Nunca esquecerei a maneira como ela conseguia falar com confiança em uma sala cheia de homens e explicar seu ponto de vista. A maneira como ela se portava exigia respeito e os parceiros geralmente concordavam com seus pontos de vista. Fui inspirada por sua confiança. Ela se tornou um modelo e, finalmente, uma mentora.”
  • Junte-se ou inicie um grupo de mulheres: Uma rede de conexões pode proporcionar um ambiente para todas se conhecerem, apoiarem umas às outras e interagirem com lideranças femininas que podem fornecer conselhos sobre como progredir na empresa. Também ajuda a ter um espaço para discutir os desafios que normalmente enfrentam.
  • Conheça os homens do departamento: Embora seja uma ótima ideia encontrar um grupo de apoio feminino, também é importante conhecer os homens no departamento, pois permite que você descubra quais deles são aliados e apoiam o avanço das mulheres no local de trabalho.

Para Kristin, “no final das contas, cada empresa ou equipe tem uma cultura diferente, impulsionada pelo pessoal que compõe o grupo. Navegar pelas diferenças pode ser um desafio, mas você crescerá aprendendo a trabalhar com vários tipos de pessoas. Embora ser mulher na contabilidade tenha seus desafios, altos e baixos, eu não trocaria minha trajetória profissional ou experiências por nada”.

De que forma a transformação digital está impactando a diversidade da área financeira?

Nos últimos anos, à medida que inovações foram implantadas no mercado, houve uma quebra de paradigmas que priorizavam gênero e deu-se espaço para qualificação técnica.

A necessidade de encontrar profissionais capacitados para desenvolver e operar essas tecnologias foi crescente, e com a falta deles, empresas tiveram de reestruturar sua cultura de diversidade e incluir pessoas capazes, sem distinção de gênero. Com esses avanços, o cenário está representando mais oportunidades do que desafios.

Para Denise Seiler, a transformação digital está ligada à cultura da empresa, e as que estão querendo se adaptar ao mundo digital e sua evolução tendem a dar mais espaço às mulheres e diversidade.

Em entrevista para a Sherpany, a presidente e fundadora da consultoria S2E partners, Cécile Bernheim afirma:

“Acho que as empresas estão, lenta mas seguramente, mudando, e muitas delas têm programas de diversidade para promover as mulheres. As mulheres precisam ousar, mostrar seus talentos e habilidades, para que possam obter posições de liderança. As empresas estão desenvolvendo seus negócios com a ajuda da digitalização, e as mulheres que são especialistas digitais, ou são digitalmente ágeis, claramente terão mais oportunidades oferecidas a elas.”

A especialista Elisabeth Oppenauer, no artigo Women in the digital transformation, da Digital Leaders, reforça que volatilidades e incertezas impulsionaram a adoção de um mundo tecnológico, e tecnologia digital é mais do que codificação. É também sobre pessoas e mudanças.

Para ela, a inevitável transformação digital leva à busca do know-how, e empresas não poderão se dar ao luxo de ignorar a influência e as habilidades das mulheres nesse quesito.

Perspectivas para a mulher na área financeira nos próximos anos

Para Denise Seiler, as expectativas são positivas: “Vejo hoje muito mais mulheres CFOs do que se via quando comecei minha carreira. Isso é ótimo. Mas ainda há um longo caminho pela frente. Precisamos mudar isso, e acredito que as mulheres tenham muita garra, e estão se unindo para chegar lá.”

Em entrevista para a Finance Monthly, Karen Penney, vice-presidente da Western Union Business Solutions, diz que as perspectivas para o futuro da mulher na liderança financeira são otimistas e que os resultados positivos gerados por essas líderes pode incentivar empresas a adotarem políticas de inclusão da liderança feminina.

A tecnologia e a automatização também têm contribuído para a inclusão e a oportunidade das mulheres provarem o seu alto valor. De acordo com Karen, nas últimas duas décadas, a transformação digital tem incentivado diversas empresas a promoverem o equilíbrio entre gêneros

O Termo de Compromisso aos Princípios de Empoderamento das Mulheres ou WEPs (Women’s Empowerment Principles), criado pela United Nations Global Pact com o objetivo de impulsionar a liderança das mulheres no ambiente de trabalho e na cadeia produtiva das empresas, também têm fortalecido a entrada de empresas com o objetivo de ampliar a liderança feminina.  A PwC, uma das assinantes do termo, por exemplo, estabeleceu uma meta de ter, ao menos, 30% de mulheres na alta liderança até 2025.

E a expectativa é que com mais mulheres na liderança, outras surjam. Segundo o relatório Liderança, representação e equidade de gênero em serviços financeiros, da Deloitte, para cada mulher adicionada ao C-level em uma organização, três mulheres ascendem a cargos de liderança sênior. Conhecido como efeito multiplicador, esse fenômeno é uma das razões mais importantes pelas quais as empresas devem reforçar os esforços para alcançar a equidade de gênero.

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O papel do CFO na implementação de novas tecnologias

O papel do CFO na implementação tecnológica das empresas é uma constante: 81% deles reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo mais eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Mais quais são os principais desafios nesse processo de implementação? Andre Verçosa, CFO da oáz e Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, participaram da palestra “O papel do CFO na implementação de novas tecnologias” durante o CFO Summit, realizado em setembro e patrocinado pelo Accountfy, para discutir e compartilhar suas próprias experiências.

O papel do CFO: pontos importantes para uma área finaceira mais tecnológica 

Ao ser questionado sobre como se daria, na prática, o papel do CFO diante da implementação de novas tecnologias dentro da empresa, Andre Verçosa afirma que primeiro é preciso garantir que a ferramenta esteja 100% alinhada ao planejamento estratégico da empresa. “Senão, daqui a 3 ou 5 anos, você verá que o investimento feito não conversava com suas expectativas”, diz.

Já Lucas diz que, olhando para a tecnologia, o papel do CFO tem duas vertentes. “A primeira mostra que hoje, cada vez mais, as empresas querem ser digitais e ágeis, pois todo mundo fala em transformação digital. Mas para você ser ágil, a tomada de decisão precisa ser descentralizada e disponível a qualquer pessoa que tenha acesso à informação.”

O uso da tecnologia é essencial para esse processo acontecer, principalmente para a área financeira, que precisa de informação em tempo real. O papel do CFO é ser um incentivador de novas tecnologias para a companhia, a fim de proporcionar produtividade, velocidade e qualidade na tomada de decisão. 

Retorno sobre o investimento

Sobre os diferenciais obtidos com o emprego da tecnologia, Verçosa afirma que, antes de tudo, é preciso garantir que o investimento irá agregar valor à empresa, seja por meio de produtividade, redução de custos, incremento de vendas, confiabilidade, redução de riscos à área de compliance. 

Atualização do CFO

Outro importante tema abordado na palestra foi como os CFOs se atualizam com relação à tecnologia. Os convidados falaram sobre a importância de acompanhar blogs e publicações sobre o tema, fazer cursos, além de seguir perfis de pessoas da área. Em complemento, afirma-se que o diretor financeiro precisa ser curioso, perguntar e, eventualmente, buscar as respostas. 

 

E o time financeiro, acompanha esta atualização?

O debate trouxe à tona também a figura do colaborador. Sobre esse ponto, ao ser questionado sobre como anda a atualização da equipe financeira, Verçosa afirma que hoje o nível de expertise já é outro, com profissionais mais preparados e atualizados com as ferramentas digitais.

“Hoje, o profissional já entra sabendo fazer minimamente uma macro em planilha, e isso agiliza bastante a extração de relatórios.” Neste ponto, o executivo ainda diz que é importante o CFO buscar pessoas curiosas para integrar à equipe.

Investimentos tecnológicos na área financeira

Ambos os palestrantes foram perguntados sobre como suas empresas estão se comportando diante da necessidade de investimentos na área.

Lucas respondeu que a Vivae, por ser uma empresa que está começando agora, ainda não centraliza nenhum investimento específico, mas que já nasce de uma grande parceria entre a Vivo e a Ânima. Contudo, diz que a integração de ferramentas é importante, pois facilita a análise dos KPIs e demonstrativos, obtendo uma informação clara, disponível e segura.  

Andre afirma que, mesmo durante a pandemia, a oáz optou por fazer uma mudança de ERP que se integrasse à realidade do ponto de venda (PDV) justamente pela necessidade de crescimento e pelos planos de internacionalização da empresa.

CFO como incentivador da segurança digital 

Neste ponto da conversa, abordou-se a importância do CFO como um apoiador da melhoria da segurança da empresa. Ambos os painelistas afirmaram que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) veio para trazer mais um incentivo à segurança. E o papel do CFO é decisivo também neste ponto, gerando prevenção e adequação às regras de compliance.

Relação entre o CFO como as demais áreas estratégicas

Próximo ao encerramento da palestra, a relação do CFO com os demais diretores e gerentes de outras áreas, ganhou destaque.

Andre Verçosa, CFO da oáz, afirma que a melhor maneira para gerar aproximação e fortalecer esta relação é conversando e mostrando a importância de apoiar a tomada de decisões das demais áreas do negócio, oferecendo informação e subsídios estratégicos.

Lucas Nabeiro, CFO da Vivae, diz que a tecnologia tem papel fundamental na disponibilidade de dados, suportando as tomadas de decisão de forma descentralizada e gerando empoderamento por meio da informação.

O perfil do CFO moderno é consultivo

Ao final, ambos os convidados deram sua opinião sobre a figura do CFO e o seu perfil atual. Nabeiro afirma que o CFO é formado por uma combinação de soft e hard skills. E que o seu papel será, cada vez mais, de dar suporte às decisões de forma consultiva dentro da empresa.   Já, Verçosa diz que ficará ainda mais latente a necessidade do CFO como gestor qualificado, humanizando a relação deste executivo com o restante da empresa.

 

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As vantagens de um bom relacionamento entre o CFO e o CIO

A aliança entre finanças e tecnologia se mostrou ainda mais necessária nos períodos de pandemia e pós-pandemia. Segundo a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), o total de investimentos globais em TI (software, hardware e serviços) em  2021 superou os 2 trilhões e meio de dólares.

Mas, embora o CIO (Chief Information Officer) esteja posicionado como diretor e especialista em operações de TI, as limitações do caixa podem tornar o processo de investimento em tecnologia mais complexo, tornando-se necessária a presença de mais diretores na mesa de reuniões, como o CFO.

Entretanto, a recente pesquisa do Gartner mostra que apenas 30% dos relacionamentos CFO-CIO são caracterizados por serem colaborativos e centrados nas necessidades do negócio.

Nesse cenário, estreitar o relacionamento com o CIO é uma das prioridades do CFO para 2022 como propulsor da inovação, enquanto ambos preservam as reservas financeiras. 


O que está colaborando para a aproximação entre CFO e CIO?

Em entrevista para a CXO Talks, o CTO da Deloitte, Bill Briggs, afirma que, no passado, o departamento de TI era considerado de alto custo, e o único envolvimento da área financeira era reduzir gastos sem sacrificar a eficiência e confiabilidade. 

Hoje, essa relação é mais estratégica. Em um cenário de constante evolução tecnológica, os investimentos em inovação têm sido vistos como uma das implantações mais estratégicas de capital na empresa, o que torna vantajoso fortalecer as relações entre CFO e CIO.

Para Briggs, “a forma como pensamos sobre finanças em relação a TI está mudando. Este é um momento em que há oportunidades à nossa frente e ambos os setores estão precisando se reerguer e se reinventar. E trabalhar juntos oferece uma chance muito maior de alcançar os objetivos do negócio”.

A pesquisa Insights de pares do CFO para 2021: Transformação digital e prioridades de gastos em TI, elaborada pela Rimini Street, revela que 71% dos CFOs acreditam que a transformação digital é a chave para o sucesso das suas empresas. O levantamento foi feito com mais de 1.500 executivos da área de finanças em 13 países, incluindo o Brasil.

Portanto, espera-se que os CFOs e CIOs liderem funções de TI e finanças mais ágeis, e para isso o CFO deverá entender onde e como os dados e a tecnologia podem ser aplicados, utilizando novas ferramentas como computação em nuvem, análise avançada de dados e softwares de segurança.

Em contrapartida, o CIO precisará entender o mercado em constante mudança, as expectativas operacionais e as novas ferramentas emergentes e conciliá-las com as limitações financeiras da organização.

Como a relação CFO e CIO pode ser vantajosa

Segundo a Ernst & Young, o forte relacionamento entre CFO e CIO pode ser a chave para criar, otimizar e proteger os valores do negócio. Entre as vantagens dessa relação estão:

  • Insights melhores através da análise avançada de dados: o CIO pode avaliar a substituição e atualização de novas ferramentas que ofereçam análise, reporte e monitoramento, capazes de auxiliar o CFO a tomar decisões mais precisas.
  • Processos mais eficientes com a automatização: tarefas manuais e rotineiras  podem ser otimizadas através de ecossistemas digitais capazes de reduzir o tempo e o esforço gasto. Nesse momento, o CIO torna-se responsável também por determinar qual ferramenta do rol de tecnologias pode simplificar as demandas da área financeira.
  • Redução de riscos cibernéticos e corporativos: CIO e CFO podem trabalhar colaborativamente no gerenciamento de novos riscos que surgem em cenários de constante evolução.  Enquanto o CIO identifica e monitora riscos de segurança tecnológica, o CFO elabora planos de mitigação para manter a empresa financeiramente e intacta.

De acordo a Ernst & Young, os líderes financeiros que desenvolvem um conhecimento prático de TI podem tomar melhores decisões estratégicas e continuar impulsionando – e financiando – a transformação digital de suas empresas.

Enquanto isso, os líderes de TI que contam com uma maior compreensão das prioridades financeiras podem avaliar adequadamente a adesão às suas iniciativas com uma perspectiva maior das estratégias de curto e longo prazo da empresa.

A pesquisa do Gartner, feita com com 183 CFOs e CIOs, revela que relacionamentos fortes entre os dois garantem uma oportunidade 51% maior para liberação de investimentos em tecnologia e 39% mais chances desses valores permanecerem no plano financeiro, além de 18% mais propensão dos resultados pretendidos serem alcançados.

Segundo a consultoria, esses atributos são os principais para definir uma forte parceria digital, no qual as organizações encontram financiamento para iniciativas de inovação, mantendo os gastos digitais dentro do orçamento.

Como aproximar esses dois líderes

O material CFO Insights: Três maneiras de fortalecer a parceria entre CFO e CIO, produzido pela Deloitte, mostra que o objetivo é semelhante para ambos: garantir que as operações sejam executadas com eficiência.

Frente ao desafio de equilibrar perspectivas diferentes, a consultoria sugere questionar se as ações principais do CFO e CIO estão caminhando lado a lado. Alguns exemplos são:

  • Quais investimentos a área de TI e financeira estão fazendo ou identificando como críticos para o futuro? 
  • Como a tecnologia está apoiando a estratégia de crescimento da organização?
  • A área financeira está fornecendo apoio às iniciativas de digitalização e propostas da área de TI nas reuniões com outros diretores e parceiros?
  • A área de TI está fornecendo dados oportunos e precisos que suportam a entrega de resultados previsíveis e insights sobre receitas, custos, participação de mercado, lucros e ganhos?
  • Como a área de TI está gerenciando os riscos de segurança e protegendo os ativos financeiros?
  • A área financeira incentiva uma governança adequada para investimentos em tecnologia?

Respondidas essas perguntas, existem formas pelas quais CIOs e CFOs podem fazer parcerias para o sucesso. Para isso, é necessário: 1) alcançar o entendimento mútuo entre ambos; 2) estabelecer comunicações eficazes; e 3) identificar oportunidades para colaborar na entrega de valor ao negócio, forjando pontos em comum entre as duas funções.

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Gestão de pessoas na área financeira: o que os líderes precisam saber?

A gestão de pessoas na área financeira demanda um olhar atento no contexto atual de popularização do home office e tecnologias digitais.

O último levantamento sobre avanços no setor de RH da consultoria PwC confirma: 79% das empresas entrevistadas afirmaram que vão manter ou implementar o trabalho remoto e 23% delas vão ampliar a infraestrutura para quem está trabalhando de casa.

Portanto, líderes precisam ser criteriosos ao gerenciar os profissionais da área financeira, sobretudo, porque esses colaboradores acessam informações confidenciais das empresas e, agora, podem trabalhar fora dos limites físicos organizacionais.


Liderança e gestão financeira: como reter talentos?

Larry Fink, o Chief Executive Officer (CEO) da Black Rock, a maior empresa em gestão de ativos financeiros no mundo, todos os anos, publica uma carta norteadora dos princípios que criam valor aos seus principais acionistas.

Na edição de 2022, Fink destina uma seção especial ao “novo mundo do trabalho”, enfatizando as mudanças após a Covid-19 que intensificaram uma relação de confiança entre empregadores e funcionários.

“As empresas esperavam que os trabalhadores estivessem no escritório cinco dias por semana. A saúde mental raramente era discutida nos locais de trabalho. E os salários para aqueles com rendimentos baixos e médios mal aumentavam. Esse mundo acabou”, afirma o CEO da Black Rock.

Fink ainda reflete sobre a importância de inspirar os trabalhadores, impulsionando o conceito de prosperidade para todos, desde operadores a acionistas. “A rotatividade aumenta as despesas, reduz a produtividade e prejudica a cultura e a memória corporativa.”

A retenção e a gestão de talentos passa por uma análise complexa dos recursos humanos e como as pessoas e empresas podem se alinhar a ela no curto, médio e longo prazo.

Em abril de 2022, a consultoria McKinsey publicou o material “Em conversa: O papel do CFO no desenvolvimento de talentos”, no qual os executivos reiteraram que a alocação e desenvolvimento de pessoas nas posições corretas são tão importantes como qualquer outro investimento financeiro.

A capacitação é citada como uma estratégia que não apenas cria diferencial competitivo, mas também melhora o bem-estar dos funcionários.

Significado, propósito e dignidade do trabalho foram os outros três eixos citados pelos entrevistados para manter os funcionários produtivos e satisfeitos. Mesmo atuando diretamente nas finanças, seus líderes precisam sintonizar os colaboradores ao negócio e à sua missão. Kevin Carmody, o sócio sênior do escritório da McKinsey em Chicago, ao ser perguntado como fazer isso, responde:

“Os CFOs precisam usar dados para identificar lacunas de habilidades e entender o que precisa ser feito para aprimorar essas capacidades. Em segundo lugar, precisamos adotar um ponto de vista holístico — por exemplo, ensinar perspicácia financeira básica […].”

Para Carmody, “os CFOs também devem ajudar a desenvolver jornadas de carreira personalizadas e duradouras para que as pessoas, independentemente do cargo, possam realizar os seus trabalhos com mais eficiência e obter mais satisfação com as funções. Quando tudo isso é feito corretamente, você vê um aumento de desempenho. As pessoas têm uma mentalidade de dono e os índices de satisfação disparam”.

Pontos importantes da gestão de pessoas na área financeira

Conforme a pesquisa Insights América Latina em 2021, realizada pela Michael Page, uma das principais consultorias em recrutamento do mundo, com mais de 3 mil respostas de líderes,  74,5% preferem um sistema de trabalho misto, priorizando as áreas nas quais a operação não está relacionada ao uso de maquinários. 

O estudo mostra que 43% das áreas financeiras adotarão o regime misto, sendo que os líderes do Brasil são os primeiros a citar a gestão financeira como passível de trabalho remoto.

Dessa maneira, a gestão de pessoas e retenção de talentos com foco nos profissionais na área financeira passa pelo desenvolvimento da digitalização, segurança cibernética e outras habilidades comunicacionais. Siga a leitura e veja alguns elementos que os líderes financeiros podem trabalhar em seus times:

  • Domínio de tecnologia

Se antes os registros financeiros e as contas eram feitos no papel, calculadoras ou em planilhas, agora eles podem ser armazenados e operados com tecnologias potentes e rápidas na análise dos dados.

Christian Grube, consultor em finanças corporativas da McKinsey na Alemanha, afirma, em entrevista, que as taxas de adoção de tecnologia para usos financeiros aumentaram desde 2018, especialmente na automatização e análises financeiras avançadas”.

Segundo Grube, “ambas foram certamente aceleradas pela pandemia da COVID-19, quando muitas equipes financeiras tiveram que fornecer atualizações mais frequentes sobre caixa e perspectivas de negócios”.

Ankur Agrawal, consultor da McKinsey em New York, na mesma entrevista, afirma que a hora da digitalização nas finanças é agora, o que inclui usar ferramentas e recursos certos. Ele levanta a amplitude de habilidades necessárias para o time financeiro, desde estabelecer parcerias de negócios até mesmo a análise e engenharia de dados.

Então, os líderes devem proporcionar investimentos em equipamentos, acesso à internet, capacitação para os times e outros. 

  • Idioma

As organizações, agora inseridas em um contexto predominantemente digital, podem expandir suas estratégias para o exterior e elevar a competitividade global. 

Dessa maneira, os líderes precisam observar a proficiência em idiomas de suas equipes financeiras para prepará-las para a atuação no mercado internacional de trabalho, seja na comunicação e prestação de contas com estrangeiros ou para adaptação às exigências dos padrões globais de conformidade financeira e contábeis.

Afinal, os principais órgãos reguladores do mundo utilizam o inglês como idioma oficial. Financial Accounting Standards Board (FASB) e International Accounting Standards Board (IASB) são duas instituições referências na publicação de normas e princípios contábeis. Empresas no mundo todo seguem suas orientações em busca de padronização e excelência na gestão financeira.

  • Conformidade regulatória na gestão financeira remota

O departamento de finanças é repleto de dados sensíveis. Senhas, acessos bancários, movimentações financeiras e outras informações confidenciais podem ficar disponíveis para várias pessoas simultaneamente, exigindo responsabilidade e segurança.

Em um cenário com trabalhadores remotos, as empresas têm o desafio de manter a conformidade com a proteção de seus dados.

Susannah Hammond e Stacey English, especialistas em compliance, escrevem para a Reuters, que “embora os reguladores governamentais possam ser geograficamente neutros, ou seja, não importa para eles onde os funcionários estão trabalhando em uma jurisdição, todos os controles de conformidade e segurança devem ser igualmente eficazes, independentemente da localização”.

Isso quer dizer que o trabalho remoto ou híbrido não é uma justificativa caso haja alguma identificação de fraude ou outro desvio no padrão de compliance que a companhia promete seguir. 

Sendo assim é preciso investir em soluções específicas à gestão financeira que permitam a proteção aos dados e outras táticas como: o uso de chaves individuais de acesso e a automação de processos.

A computação em nuvem é uma tecnologia que consegue atender a esses requisitos, pois permite alinhamento em tempo real e registro dos acessos.  

Alguns softwares de gestão financeira ainda permitem uma versão para que auditores, internos ou externos, possam acompanhar as informações e ter acesso aos dados consolidados.

Dessa maneira, a digitalização e o trabalho remoto que poderiam ser uma janela para crises, tornam-se uma oportunidade para uma comunicação transparente e para o detalhamento da gestão financeira, desde que conduzida com soluções especializadas e de alta tecnologia.

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