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Melhores práticas para Rolling Forecast: como utilizar a previsão contínua na sua empresa

Prever o futuro financeiro de uma empresa é uma tarefa que envolve uma série de incertezas e desafios complexos. No entanto, essa é uma etapa crucial para o sucesso e a sustentabilidade dos negócios, independentemente do tamanho da organização. A capacidade de antecipar receitas, despesas e tendências financeiras desempenha um papel fundamental na tomada de decisões estratégicas, na alocação de recursos e na mitigação de riscos.

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Análise estratégica do Orçamento Base Zero e seu resultado realizado: como fazer e o que considerar

O Orçamento Base Zero (OBZ) é uma metodologia de planejamento financeiro que surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos e se popularizou mundialmente. Seu principal objetivo é fazer com que cada área da empresa detalhe todos os gastos previstos e orce individualmente cada centro de custo a partir do zero, sem considerar dados históricos. Ou seja, cada despesa é tratada como uma nova iniciativa e é preciso provar sua necessidade a cada planejamento ou revisão.  

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5 dicas para usar o orçamento base zero

Segundo Jeff Schmidt, vice-presidente de modelagem financeira do CFI – Corporate Finance Institute, o orçamento base zero (OBZ) é uma técnica que aloca fundos com base na eficiência e na necessidade e não no histórico. Nesse sentido, o OBZ contempla apenas as operações e despesas essenciais à condução do negócio.

Essa metodologia se ajusta às metas de curto e médio prazos e tem sido utilizada com frequência por lideranças financeiras, principalmente diante da necessidade de decisões corporativas mais ágeis e precisas.

Empresas que buscam controle orçamentário têm no OBZ uma estratégia para aumentar as margens sem alterar demasiadamente suas rotinas, o que auxilia a gestão financeira em períodos de instabilidade econômica.

Continue a leitura e fique por dentro dos principais benefícios e dicas de como implementar o orçamento base zero em sua empresa.

Benefícios de implementar o orçamento base zero

Vimal K Ramamurthy, consultor parceiro da EY Índia, afirma que, após a pandemia, muitas empresas adotaram o orçamento base zero para reduzir custos essenciais e se concentrar em suas prioridades, resultando em benefícios estratégicos.   

O orçamento base zero é um dos principais métodos para controlar os custos, e o papel do CFO e de outros profissionais da área financeira é fundamental neste processo. Juntos, eles devem acompanhar periodicamente o andamento do orçamento, tomar as medidas corretivas necessárias e converter a prática em benefícios tangíveis à organização.

Ramamurthy ainda afirma que a adoção e implementação do orçamento base zero pelas organizações, em todos os setores, pode resultar em:

– Otimização de custos globais da operação;

– Contribuição aos objetivos estratégicos do negócio;

– Criação de fundos para um futuro mais sustentável;

– Impulso na agenda de transformação da empresa.

Ao final, as economias feitas por meio do processo de orçamento base zero e os recursos humanos liberados podem ser direcionados para projetos de alta prioridade, gerando valor em  longo prazo para os negócios.

O portal Accounting Tools reuniu vantagens do orçamento base zero. Entre elas:

Análise de alternativas O orçamento base zero faz com que os gestores identifiquem formas alternativas de realizar cada atividade, como mantê-la internamente ou terceirizar, bem como os efeitos de diferentes níveis de gastos. 

Inflação orçamentária reduzida Uma vez que os gerentes devem vincular os gastos às atividades, torna-se menos provável que eles possam inflar artificialmente seus orçamentos, sendo mais fácil detectar alterações.

Comunicação aprimorada O orçamento base zero tende a desencadear um debate entre a equipe de gerenciamento sobre os planos da empresa e como eles devem ser alcançados.

Eliminação de atividades não essenciais O OBZ incentiva os gerentes a decidirem sobre quais atividades são mais críticas para a empresa. Ao fazer isso, eles podem eliminar ou terceirizar aquelas não essenciais.

Identificação de redundâncias – Implementar um orçamento base zero pode revelar que certas atividades estão sendo conduzidas por outros departamentos, levando à eliminação daquelas  fora da área de competência habitual.

Revisão mais abrangente O uso regular do OBZ torna mais provável que todos os aspectos contábeis de uma empresa sejam examinados periodicamente.

Alocação de recursos – Se o processo for conduzido tendo em mente os objetivos gerais da empresa, haverá um forte direcionamento de fundos para as áreas mais necessitadas.

A consultoria Deloitte publicou um relatório que oferece uma visão geral sobre o orçamento base zero, citando também alguns exemplos de como o setor privado pode se beneficiar dele.

O estudo menciona que o OBZ pode ser especialmente útil às organizações com uma realidade financeira complexa, envolvendo fusões ou aquisições.

É o caso da 3G Capital, que adotou a abordagem base zero na rotina orçamentária das suas empresas adquiridas, como a AB InBev e Heinz. Em ambos os casos, esta prática significou uma mudança radical nos processos de orçamentação, com o objetivo maior de proporcionar e reter economias significativas, resultando:

– Em números mais justificáveis e alinhados à estratégia da empresa;

– Na ampla colaboração entre a organização e lideranças;

– Na melhora operacional e eficiência da área financeira.

Dicas para implementar o orçamento base zero

1. Determine os objetivos do orçamento base zero

O controller Justin Ueland, em artigo para o portal FP&A Trends, afirma que o primeiro passo para implementar um orçamento base zero é determinar seus objetivos.

Segundo ele, as empresas usam este tipo de orçamento para diferentes finalidades: reduzir custos, obter maior visibilidade das contas e controle sobre gastos, alcançar uma gestão orçamentária mais fluída, etc. Independente de qual será o objetivo do OBZ, é importante defini-lo com clareza, pois este fator irá nortear o processo orçamentário como um todo.

Para auxiliar na definição dos objetivos, pergunte-se:

– Qual é a meta total de redução de custos?

– Essa redução se dará de forma lenta ou imediata?

– Qual é o nível de influência da organização nesse processo?

– Existe um planejamento para adoção do OBZ? 

– Após sua implementação, quem estará no controle das informações?

A Integration Consulting, empresa de Consultoria Empresarial, publicou um conteúdo no qual reforça a necessidade de compreender o status quo da empresa e, só a partir daí, estabelecer os objetivos.

Ela afirma que analisa primeiramente os dados históricos, realiza entrevistas com as lideranças, compreende a estratégia da empresa, e as mudanças culturais necessárias para implementar o OBZ. Com isso, é possível chegar a um acordo sobre os objetivos do projeto e a dinâmica de implementação.

2. Mobilize o time e incentive a mudança

Luke Pototschnik, Mark Austin, Jaclyn Inglesby e Julie Graham, todos os quatro diretores do Boston Consulting Group, em artigo, afirmam que implementar o orçamento base zero pode trazer significativas transformações às empresas. Esse entendimento motivou a criação da expressão ZBT – Zero Base Transformation – transformação base zero em português.

Contudo, essa transformação irá depender de uma mudança de pensamento e novas formas de se trabalhar na área financeira. E isso deve começar no topo: o CEO e o CFO precisam estar ativamente envolvidos não apenas na adoção do OBZ, mas também em articular como o método contribuirá para o crescimento de longo prazo da empresa.

Keith Ferrazzi, consultor em performance empresarial, em contribuição para a Forbes, revela que CFOs com visão de futuro estão abraçando a oportunidade de ajudar a definir métricas que apoiam culturas de trabalho positivas. E a adoção do orçamento base zero é um bom exemplo dessa mudança.

O Gartner, em seu Gartner para Líderes Financeiros, Orçamento com base em zero: quando e como fazê-lo, ressalta dois pontos relacionados ao time financeiro:

Liderança comprometida Garanta o endosso dos líderes financeiros para que disseminem uma mensagem clara sobre a adoção do orçamento base zero entre os demais líderes.

Talento Treine gerentes de centros de custo ou de outros departamentos sobre como fazer um orçamento a partir do zero.

3. Busque um modelo de gestão transparente

Jackie Wiles, diretora de conteúdo do Gartner, em artigo, afirma que um dos aspectos fundamentais para implementar o OBZ é garantir a transparência financeira no processo.

Para isso, ela observa os seguintes pontos:

– Considere o equilíbrio entre as atividades e o custo dessas, para melhor identificar quais investimentos estão agregando valor e quais não estão. 

– Detalhe se esses custos são variáveis, fixos ou podem ser cortados em curto prazo.

– Verifique o impacto nos custos diante de alteração de gastos, por exemplo, multas contratuais, custos de rescisão, etc.

Sem esse nível de transparência, você não poderá ver as ineficiências ocultas nos serviços/projetos/iniciativas e não identificará os comportamentos que precisam ser corrigidos para alterar os custos.

Kweilin Ellingrud, executiva da McKinsey, em contribuição para a revista Forbes, vai na mesma direção e comenta que promover a transparência orçamentária é essencial em um OBZ.

Segundo ela, essa visibilidade em uma organização é capaz de apontar os recursos que não estão sendo usados ​​em todo o seu potencial e aqueles que podem ser realocados para um melhor retorno em áreas como marketing, pesquisa e desenvolvimento ou melhorias na cadeia de suprimentos.

4. Invista em tecnologia no orçamento base zero

Wigbert Böhm, um dos sócios da McKinsey, afirmou em entrevista para o conselho editorial da própria consultoria, que ferramentas e sistemas digitais são os maiores facilitadores à implementação do OBZ. Segundo o executivo, a digitalização está permitindo que empresas possuam repositórios de dados financeiros, gerando maior transparência e um detalhamento preciso na gestão orçamentária.

A tecnologia além de oferecer  transparência, permite uma análise detalhada de gastos em uma unidade de negócios ou entre unidades de negócios, de acordo com o centro de custo, categoria de custo e, às vezes, fornecedor.

Steve Berez, Gary Clare e Prasad Narasimhan, sócios da Bain & Company afirmam em artigo que, as tecnologias de automação e tomada de decisão estão expandindo o potencial de uma abordagem voltada à redução de custos, um dos objetivos centrais do OBZ. 

Mesmo entre as empresas que adotam o orçamento de base zero, poucas exploram todo o potencial das tecnologias, cada vez mais disponíveis e acessíveis para ajudar na automatização de tarefas, no gerenciamento de processos e na tomada de decisões. Os executivos citam três fatores de diferenciação quanto à implementação do orçamento base zero:

Custo e eficiência – A automação de tarefas e processos por meio de softwares reduz significativamente os custos de um orçamento tradicional, geralmente de 25% a 50%, podendo chegar até 65%. Também pode melhorar a eficiência, permitindo que essas atividades sejam executadas ininterruptamente.

Processos mais eficazes – A automação facilita a redução de erros e acelera o tempo de resposta para os clientes. Ela também permite que os dados sejam coletados e organizados rapidamente, permitindo que as empresas otimizem seus processos, façam previsões melhores e atendam aos requisitos legais com mais eficiência.

Percepções – Além de ampliar a eficiência no manejo dos dados, o uso da tecnologia ajuda a fornecer insights que levam a novos produtos e serviços e aprimoramento das entregas atuais.

5. Controle e monitore o orçamento

Jack Willes do Gartner, comenta em artigo que é importante manter uma revisão abrangente e regular dos custos e das suas variações, pelo menos trimestralmente e talvez mensalmente, para um melhor alinhamento com as prioridades do negócio e conter oscilações.

Este monitoramento garante que os gastos e as previsões permaneçam em conformidade com as atividades e os resultados esperados, conforme os objetivos do OBZ. Para isso, a consultoria indica o uso de métricas e KPIs para medir o valor e alinhar os gastos com as expectativas.A sócia da Setting Consultoria, Vera Maria Stuart, também afirma, em artigo, a importância dos indicadores na manutenção da eficácia do orçamento base zero. Segundo ela, é importante mensurar e acompanhar os resultados periodicamente. Para isso, os indicadores-chave de desempenho podem ser ótimas ferramentas.

Ueland, em outro artigo para o portal FP&A Trends afirma que, após a conclusão do orçamento e decisões sobre volume e taxa, é preciso manter um forte monitoramento e controle ao longo do ano. À medida que as variações negativas começam a se materializar, elas devem ser compreendidas e corrigidas.

O monitoramento também irá destacar as áreas de oportunidade para o próximo ano, possibilitando uma visão mais a longo prazo aos gestores financeiros.

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Passo a passo para uma revisão orçamentária com eficiência

Na área financeira, a revisão orçamentária significa fazer ajustes de acordo com fatores externos e cenários econômicos adversos, muitos dos quais são impossíveis de prever.

Sendo assim, a revisão do orçamento é uma correção dos rumos para os gastos de um determinado período, diretamente associada ao planejamento orçamentário e que prepara a companhia para o período, reduz riscos e maximiza oportunidades.

Neste post, vamos detalhar diversos pontos que envolvem a revisão de um orçamento e como tornar este processo mais eficiente dentro da empresa. Ao final, mostramos como a tecnologia pode auxiliar na construção e revisão de orçamentos.

O que é a revisão orçamentária empresarial

O escritório de finanças e tesouraria da universidade estadunidense de Princeton publicou, em seu site, que a revisão e o monitoramento orçamentário são dois componentes essenciais à gestão financeira, no sentido de identificar erros, anomalias, possíveis problemas de conformidade e variações orçamentárias significativas. O SEBRAE explica que o processo de revisão de um orçamento existe para corrigir eventuais erros, sendo indispensável que haja um acompanhamento constante. 

Vendas abaixo do estimado ou despesas acima do previsto, por exemplo, podem significar a necessidade de correções. Quanto antes as correções forem realizadas, menores serão os impactos no balanço da empresa e eventuais prejuízos.

Reuniões mensais, não muito distantes do encerramento do mês, são um bom exemplo de ações de acompanhamento. Nelas, os times podem discutir o desempenho das áreas e apresentar sugestões, como descontinuidade de um produto e melhorias na gestão de despesas.

Segundo o escritor de finanças Tim Stobierski, em artigo publicado no portal da Harvard Business School, o orçamento de uma organização determina como ela alavanca o capital para trabalhar em direção às metas. Por esse motivo, a capacidade de preparar e também revisar um orçamento é uma das habilidades mais importantes para qualquer líder de negócios.

O portal contábil AccountingTools, ao explicar os passos para elaborar um orçamento, reforçou três pontos que sintetizam o processo de revisão:  

Revise o orçamento – Convoque a equipe de gerenciamento para revisar o orçamento ponto a ponto. Destaque possíveis restrições e quaisquer limitações causadas por problemas financeiros. Lembre de anotar todos os comentários feitos pela equipe e encaminhe essas informações aos responsáveis pelo orçamento inicial, incluindo as observações e solicitações para alterar o documento.

Monitore o processo – Rastreie solicitações de alteração de orçamento pendentes e atualize o modelo de orçamento com novas revisões conforme elas chegam.

Emita o orçamento – Crie uma versão revisada e distribua a todos os destinatários envolvidos no processo.

Por que uma empresa deve revisar o orçamento

Um dos colaboradores da empresa de capacitação profissional BCN Treinamentos, Carolina Aleixo, em artigo, cita dois exemplos mercadológicos que ajudam a explicar por que uma empresa deve revisar seu orçamento e como isso pode afetar a sua realidade:

Exemplo 1 – Entrada de concorrente

Uma loja de material esportivo consolidada no mercado é surpreendida pela chegada de uma concorrente estrangeira que possui uma rede de estabelecimentos e ótima estrutura.

Com isso, a loja de material esportivo tem a necessidade de rever seu orçamento e analisar a possibilidade de expansão, bem como elevar o investimento nas áreas de marketing e vendas para não perder seus clientes para a concorrência. Nesse caso, uma profunda revisão orçamentária torna-se necessária e também urgente. 

Exemplo 2 – Aumento de receita

Já em outro momento, essa mesma loja tem um aumento inesperado da receita por conta do sucesso de um determinado produto e isso também faz surgir a necessidade de revisar o orçamento, considerando o impacto das vendas e alocação de recursos. Sendo assim, os gestores podem escolher as áreas que ganharão mais recursos ou projetos que serão colocados em prática visando este crescimento. 

Passos para uma revisão orçamentária com eficiência

Vicki Benge, colaboradora do portal de boletins informativos CHRON, pertencente à gigante de comunicação Hearst, em artigo, listou 5 passos para uma revisão orçamentária: 

1- Avalie os orçamentos atuais e passados

O primeiro passo em um processo de revisão é examinar o orçamento atual e comparar os gastos das alocações com base nos resultados anteriores. As categorias que falham repetidamente são aquelas que mostram os mesmos superávits e devem ser reavaliadas e revisadas.

Por exemplo, suponha que uma empresa trabalhe com um orçamento anual e tenha um superávit recorrente em fundos alocados para matérias-primas. Imagine que a mesma empresa experimente repetidamente um déficit no frete. 

Durante o processo de revisão orçamentária, o excedente médio de matéria-prima poderia ser realocado para o frete. No entanto, as áreas que apresentam um déficit recorrente precisam ser analisadas para descobrir por que suas operações excedem continuamente diante da alocação orçada.

2- Envolva os funcionários das áreas que precisam revisar seus orçamentos

Normalmente, empresas com vários departamentos e suas respectivas chefias podem ter seus orçamentos submetidos a um processo de revisão. Nesse sentido, cada gestor será  responsável pelo desenvolvimento e implementação de meios para revisar uma parte designada do orçamento para maximizar a receita geral.

3- Faça revisões mais recorrentes em projetos de curto prazo

Se uma empresa tem planos para expandir, por exemplo, e isso levará três anos para acontecer, ela pode precisar de revisões recorrentes do orçamento durante esse período para atender às metas de curto prazo. 

Após esse tempo, a empresa pode voltar para um orçamento mais fixo com metas de longo prazo. Além disso, uma empresa que introduz um novo produto pode precisar revisar continuamente o orçamento até que os números reais dos custos de produção e receita de vendas sejam comprovados e haja um equilíbrio entre eles.

4- Considere a revisão no caso de eventos isolados importantes

Parte de um processo de revisão do orçamento é fazer concessões para um evento único. Por exemplo, considere que uma empresa tenha um problema com peças ou suprimentos defeituosos e precise fazer ajustes para refazer a produção no curto prazo. Os gastos excessivos decorrentes dos processos anteriores devem ser contabilizados no orçamento por meio de revisão pontual.

5- Avalie continuamente suas revisões 

Um processo de revisão orçamentária não é uma atividade única. Em uma operação comercial bem gerenciada, cada novo orçamento é avaliado continuamente quanto à sua eficácia. Eles devem ser revistos regularmente, em parte ou no todo, com o objetivo de aumentar os lucros sem diminuir a qualidade dos produtos ou serviços prestados.

Dentro deste processo de avaliação contínua, a universidade de Southampton reforça, através de dicas, que as empresas devem monitorar seus orçamentos, criando agendas regulares que tratem do tema como prioridade, sem ter que esperar que as reuniões de urgência aconteçam. Dentro deste aspecto, a Universidade ressalta outros três pontos importantes:

Prepare-se para as reuniões

Antes de realizar uma reunião de revisão do orçamento, examine documentos e pontos de discussão relevantes, por exemplo:

– Identifique as estimativas que tenham sido feitas na preparação do orçamento original, e avalie o impacto sobre o orçamento atual;

– Procure saber a opinião de outros colaboradores, não necessariamente envolvidos na própria reunião de revisão orçamental;

– Esteja aberto a receber feedbacks sobre o seu orçamento, seja do seu gestor ou dos membros da equipe envolvidos na construção e revisão do seu orçamento. 

Concentre-se nas questões principais

Foque nos pontos mais importantes e sensíveis do orçamento, não entrando em detalhes mais superficiais.

Reveja cuidadosamente

É importante refletir sobre todos os aspectos do processo orçamental, desde a elaboração e negociação ao controle do documento durante todo o período de orçamentação. 

Se você usa planilhas, é preciso levar em consideração a possibilidade de erros. Nesse sentido, o Corporate Finance Institute, estima que 88% das planilhas contenham erros.

Tal dado serve de alerta para que contadores e controllers redobrem sua atenção na hora de construir e revisar um orçamento. Segundo o Instituto, os erros mais comuns estão nas categorias preenchimentos de dados, cálculo, fórmula e formatação.

6 – Verifique as receitas e despesas

O NI Business Info, Guia com informações sobre revisão de orçamento, oferecido pela Invest Northern Ireland, Agência Regional de Desenvolvimento Econômico da Irlanda do Norte, destaca a importância de verificar receitas e despesas e como proceder.

Segundo o Guia, para aferir a receita real, a cada mês, você deve compará-la com seus orçamentos. Para fazer isso, as empresas devem:

-Analisar os motivos que geraram déficits: por exemplo, volumes de vendas mais baixos, mercados estagnados e produtos com baixo desempenho;
-Considerar estes motivos dentro de uma alta rotatividade: por exemplo, avalie também suas metas, talvez elas podem estar muito baixas;

-Comparar o cronograma de suas entradas com suas projeções e verificar se há adequação contábil.

A análise dessas variações ajudará você a definir orçamentos futuros com mais precisão e também permitirá que você tome medidas quando necessário.

Para um melhor controle das despesas, faça uma revisão comparando-as com os itens do seu orçamento. Isso ajudará você a prever custos futuros com maior confiabilidade. Neste caso, você deve:

-Observar como seus custos fixos diferem de seu orçamento;

-Verificar se seus custos variáveis ​também estão de acordo com seu orçamento. Normalmente, eles ​​se ajustam de acordo com seu volume de vendas;

-Analisar quaisquer razões para mudanças na relação entre custos e volume de negócios;

-Verificar quaisquer diferenças no cronograma de suas despesas, por exemplo, observando as condições de pagamento dos fornecedores. 

7- Tome as medidas corretivas adequadas

A universidade de Southampton também citou que, diante de problemas, certifique-se de que todos estão de acordo quanto às medidas corretivas e os ajustes orçamentários. Ademais, atribua responsabilidades, documente tudo o que foi acordado e emita a nota da reunião no prazo de 24 horas.

8- Comunique o andamento dos processos

No entendimento da instituição de ensino, pode ser motivador para sua equipe ou departamento ouvir boas notícias, por exemplo, que o seu orçamento está 20% à frente da projeção para o trimestre. Da mesma forma, não retenha más notícias, a menos que haja uma razão muito boa para isso. 

9- Estabeleça pontos-chave de aprendizagem

Depois de ter tido a oportunidade de realizar uma ampla e minuciosa revisão e avaliar as opiniões do time de finanças, é importante enumerar as principais lições aprendidas. Estas devem ser traduzidas em pontos de ação acordados e postos em prática.

Em complemento a todos estes passos, destacamos o que pensam três membros do Conselho Empresarial da revista Forbes sobre a importância de revisar um orçamento:

Realize avaliações ao final de cada mês

Maurice Harary afirma que, ao final de cada mês, você deve revisar todas as despesas em seu cartão de crédito, extrato bancário e folha de pagamento para garantir que as informações batem com a realidade. Também é o momento de fazer uma avaliação dos seus gastos e o que valeu a pena ter investido. 

Mantenha uma agenda de revisões de custos

Natalie Barnes diz que compreender as demonstrações financeiras é uma necessidade fundamental ao administrar um negócio. Nesse sentido, agendar revisões de custos envolvendo serviços públicos, seguros, publicidade, entre outros, pode ajudar a diminuir as despesas gerais.

Reconciliar mensalmente

Para Muraly Srinarayanathas, a reconciliação contábil consiste na verificação dos saldos contábeis com documentos e informações provenientes de fontes independentes, no intuito de identificar irregularidades, analisá-las e refletir sobre os devidos ajustes na contabilidade. Por isso, é importante acompanhar tudo para ter uma visão geral e identificar áreas de maior eficiência orçamentária.

Se você não estiver rastreando com precisão e consistência, poderá ignorar gastos redundantes ou desnecessários. Embora possa ser tedioso, a reconciliação mensal é fundamental, acrescentou o membro do conselho.

Pontos importantes na hora de revisar seu orçamento

No início de cada ano é comum traçarmos metas e projeções financeiras e nos questionarmos sobre os próximos meses. Sendo assim, quando mais realista for o orçamento, melhor será a gestão financeira da sua empresa.

Kathy Dise, CEO da consultoria estadunidense Budget Ease, afirma que existem 5 perguntas que devem ser feitas ao revisar um orçamento, sendo estas:

1- Você está atingindo suas metas de vendas? Se não, como você lidará com a situação?

  • Adicionando novos produtos?
  • Eliminando produtos não lucrativos?
  • Precificando seu produto corretamente?
  • Seu plano de marketing/vendas está sendo seguido?
  • Qual é a receita que as mudanças podem trazer?
  1. Há eventos novos/inesperados a serem considerados? Em caso afirmativo, quais despesas e receitas potenciais estariam envolvidas?
  • Publicidade?
  • Custos legais?
  • Viagens nacionais e/ou internacionais? 
  • Qual é a previsão de receitas?
  1. Haverá contratações, quantas? E qual será o custo disso?
  • Será meio período, período integral ou ambos?
  • Os benefícios estão envolvidos?
  • É necessário terceirizar a folha de pagamento?
  1. Se a equipe aumentar, há mais coisas a considerar também?
  • Serão necessários custos de infraestrutura?
  • Quanto tempo de treinamento e por qual custo?
  • São necessários mais suprimentos?
  1. Seu aluguel está programado para aumentar?
  • Quando e quanto?
  • Haverá algum aumento nos serviços públicos?

Ao responder a essas perguntas, você poderá ajustar seu orçamento e aumentar suas chances de sucesso. Com um orçamento detalhado e um processo de revisão em vigor, as chances de atingir seus objetivos serão bem maiores.

A tecnologia auxiliando a revisão orçamentária

Na hora de traçar um orçamento, contar com informações discrepantes da realidade pode ser prejudicial para a saúde financeira da empresa, que depende de dados concretos para realizar projeções e estipular gastos corretamente.

O resultado disso, são horas e horas gastas com revisões de orçamentos que, se fossem construídos de forma correta, não apresentariam erros.  

Segundo o BARC – The Planning Survey 16, principal pesquisa anual do sobre usuários de software de planejamento e orçamentação, que entrevistou 1.245 pessoas sobre o uso de softwares de planejamento e orçamento, 52% responderam que usam software especializado para apoiar esses processos. 

De acordo com a pesquisa, essas empresas reconheceram o valor agregado que o software de planejamento pode fornecer para apoiar e melhorar os processos. No entanto, 33% ainda usam planilhas sem um banco de dados ou funcionalidade de planejamento específico como instrumento principal.

Além dos riscos sistêmicos como bugs e perdas de arquivos não salvos, ainda existe a falta de segurança e controle interno nas planilhas que contribui para que seus dados possam ser facilmente alterados e manipulados, capazes de gerar prejuízos. 

Um pequeno deslize nas planilhas de orçamento custou 24 milhões de dólares à TransAlta Corporation, empresa de geração de energia elétrica canadense, por exemplo. O responsável pela preparação da planilha errou um comando de copiar e colar que não foi detectado a tempo.

Exemplos como esse já fizeram com que muitos CFOs e controllers repensassem seus métodos de construção e revisão de um orçamento. Nesse sentido, a tecnologia tem trazido muitos benefícios às áreas financeiras de muitas empresas.

O relatório Global planning, budgeting and forecasting survey Insights report, da Deloitte, diz que as planilhas ainda dominam, mas seu uso para planejamento, orçamento e forecast está diminuindo gradativamente, enquanto é perceptível o uso crescente de ferramentas SaaS (Software as a Service).

Segundo dados da mesma pesquisa, 57% dos CFOs e diretores de FP&A completam o planejamento orçamentário dentro de três meses. Enquanto isso, apenas 5% conseguem concluir o processo em apenas um mês – em 2014, esse número era de 16%, o que revela a crescente complexibilidade e tempo despendido no orçamento nos últimos anos.

Nesse sentido, plataformas de gestão de performance corporativa ou CPMs (corporate performance management), por exemplo, atuam como aliadas.

A criação de diversos cenários para a previsão de orçamentos, investimentos e cortes também fazem parte da funcionalidade dessa ferramenta, e são essenciais para que o gestor financeiro obtenha panoramas sobre situações futuras e prepare o caixa da empresa antecipadamente. 

Essas plataformas podem oferecer automatização de tarefas rotineiras do processo orçamentário, como o fluxo de caixa direto e indireto, DRE e Balanço Patrimonial, por exemplo, garantindo maior rapidez na sua conclusão.

 

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Novos recursos da Accountfy levam flexibilidade com governança ao planejamento orçamentário

A Accountfy está aperfeiçoando a sua plataforma de gestão e governança financeiras com o lançamento de novos recursos para planejamento orçamentário. Com isso, a fintech dá mais um passo em sua estratégia para expandir os negócios no Brasil e exterior, com o desenvolvimento de uma ferramenta completa para a área financeira das empresas. 

 As novas funcionalidades da plataforma SaaS são a Memória de Cálculo e o Orçamento Matricial, que estarão disponíveis no módulo de Modelagem Financeira a partir do mês de outubro. Os lançamentos ampliam a oferta de produtos da Accountfy para os times de Financial Planning and Analysis (FP&A), que hoje ainda são dependentes de planilhas.  

“Essas equipes passam a ter algo inovador que combina a governança da Accountfy e a flexibilidade das planilhas. São novidades que aumentam o nosso potencial de mercado e, por consequência, devem elevar a receita. Diferente de soluções que são mais padronizadas e exigem que os clientes se adaptem ao processo da ferramenta, nos adaptaremos ao processo das empresas. Esse é o maior ganho para os usuários”, afirma Goldwasser Neto, cofundador e CEO da Accountfy. 

Desde a sua fundação, em 2017, a startup cresce três vezes em seu faturamento a cada ano. Em plena expansão nacional e internacional, a Accountfy pretende investir, pelo menos, R$ 30 milhões até 2024 para acelerar o desenvolvimento do produto. “Os aportes em tecnologia buscam consolidar a nossa plataforma como a ferramenta mais completa para munir as áreas que são o tripé para os CFOs – controladoria, planejamento e tesouraria – com recursos que permitam a automação da área financeira das empresas com governança”, diz Goldwasser. 

Segundo Thiago Mano, CPO da Accountfy, as funcionalidades de Memória de Cálculo e Orçamento Matricial, além de maior flexibilidade, proporcionam segurança e agilidade no planejamento orçamentário, ampliando ainda mais o leque de possibilidades de construção de cenários para a tomada de decisões estratégicas de negócio. 

“Estamos potencializando a construção do orçamento, trazendo diversas possibilidades para modelagem de cenários complexos com mais informações e a possibilidade de cruzamento de dados de diversas áreas. Além disso, criamos camadas de segurança para dar acesso apenas a quem precisa da informação”, afirma o executivo. 

Novidades para o planejamento orçamentário

Na prática, a Memória de Cálculo permite a criação de racionais de cálculo para definição de uma premissa de orçamento; a criação de premissas compostas pelo cruzamento de informações contábeis e de outras fontes; maior flexibilidade do cálculo dos valores, usando fórmulas mais complexas; fácil acesso das memórias de cálculo para revisão e validação dos valores; controle de acessos aos dados usados e confidencialidade de informação; e evita o retrabalho no desenvolvimento de modelos para a construção de orçamentos.  

Outras vantagens são a importação e exportação de planilhas e arquivos CVS e a otimização da modelagem financeira, uma vez que os cálculos complexos ficam dentro da memória permitindo utilizar menos premissas. 

Já por meio do Orçamento Matricial, os profissionais de finanças poderão criar orçamentos solicitando o preenchimento das informações de várias áreas da empresa O recurso dá visibilidade ao acompanhar o status do processo; evita a circulação de várias planilhas, tendo o trabalho de consolidação para visualização do orçamento final; garante a confidencialidade das informações, restringindo o compartilhamento com pessoas não autorizadas; e agiliza a validação e ajustes, otimizando todo o processo. 

 Com o novo recurso, os profissionais terão flexibilidade ao criar e editar o orçamento matricial pois, a qualquer momento, podem incluir ou excluir novas dimensões (que, na Accountfy são chamadas de Etiquetas) e usuários, além de definir os prazos de forma individual ou coletiva. “Além da atribuição explícita dos usuários que precisam preencher informações das suas áreas, o responsável pelo orçamento pode bloquear as abas para edição, preservando os valores já validados. Tudo isso também traz segurança ao montar o orçamento”, afirma Mano.  

Quer saber mais sobre essas novas funcionalidades, marque um bate-papo com um dos nossos especialistas.

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As melhores estratégias para construir um orçamento eficiente

Tainá Cunha, em artigo publicado no portal de finanças iDinheiro, afirma que orçamento é um documento que contém informações futuras sobre todas as receitas e despesas de uma empresa em um determinado período, projetando seus recursos financeiros a curto, médio e longo prazo.

Trata-se de uma ferramenta de planejamento financeiro completa e eficiente, pois permite que o empreendedor e sua equipe possam vislumbrar os gastos futuros de cada setor, atividade e função dentro do negócio.

Jonas Elmerraji, em editorial para a Investopedia, afirma que o orçamento serve como um plano de ação para os gestores, bem como um ponto de comparação no final de um período. E este processo pode ser desafiador, principalmente se houver problemas de liquidez ou a receita e as vendas forem intermitentes.

Para ele, existem vários tipos de orçamentos que as empresas podem adotar em suas rotinas, incluindo orçamentos operacionais, principais, bem como orçamentos estáticos e flexíveis. Contudo, a maioria das empresas projeta um orçamento global, onde prevêem todo o ano fiscal.

Este orçamento incluirá projeções para itens na demonstração de resultados, no balanço patrimonial e na demonstração do fluxo de caixa. Essas projeções podem incluir receitas, despesas, custos operacionais, vendas e despesas de capital.

Como é feito um orçamento empresarial

A Siteware, empresa de gestão de performance e estratégia empresarial, detalha em seu site aspectos importantes sobre orçamento empresarial

Segundo a companhia, todas as empresas, sejam elas públicas, privadas ou organizações sem fins lucrativos, devem fazer seu orçamento empresarial.

Em empresas de médio e grande porte, recomenda-se que a tarefa seja dividida entre os gestores das diversas áreas ou centros de custo. Assim, as informações finais, depois de consolidadas, acabam gerando o orçamento de toda a companhia. A Siteware também apresenta cinco dicas para a elaboração de um orçamento:

  1. Baseie-se em um plano de contas contábil da empresa ou área;
  2. Busque por informações históricas, evitando orçamentos fora da realidade;
  3. Lembre de contemplar os encargos de rotina sobre a folha de pagamentos;
  4. Respeite a realidade comercial e as variações sazonais do seu negócio;
  5. Mantenha o alinhamento com o planejamento estratégico da empresa.

Os tipos de orçamento existentes

Rosemary Carlson, especialista em negócios, em artigo para o portal de finanças The Balance, afirma que uma das etapas fundamentais em um orçamento é a preparação do documento. Para ela, as empresas que dependem da receita de vendas sazonais servem de exemplo da importância de um orçamento bem estruturado.

“Se os meses de junho, julho, agosto e dezembro normalmente geram 75% da receita da sua empresa, seu orçamento permitirá que você planeje com antecedência. Ter uma estratégia para distribuir sua receita com mais eficiência ao longo de um ano fiscal completo ajudará a maximizar os lucros”, afirma Rosemary.

A escritora de finanças também pontua os tipos de orçamento mais comuns e a importância de cada formato na avaliação do desempenho das empresas.

Orçamento estático

Usa dados financeiros históricos para orçar receitas e despesas esperadas no próximo período. Normalmente usado ​​por empresas muito pequenas, ele exige que cada item de linha seja adicionado a um aumento ou diminuição percentual para refletir o próximo orçamento.

Baseado no desempenho

Leva em consideração as entradas e saídas por unidade de produto ou serviço, gerando análises comparativas, visando alcançar a máxima eficiência do negócio.

Orçamento base zero

O orçamento base zero começa do zero e cria um novo orçamento com base nas condições de um determinado momento, detalhando cada item e os dados financeiros internos.

Análise de variação

É o orçamento em que os valores reais e esperados para cada item de receita e despesa são calculados. Os resultados são usados ​​para tentar trazer os itens orçamentários de volta a um determinado intervalo e obter maior eficiência orçamentária.

Orçamento para obter financiamento

Trata-se de um histórico dos orçamentos com detalhamentos, que ajuda a mostrar aos credores ou investidores em potencial que você pode desenvolver um plano de negócios e fazê-lo funcionar. 

Estratégias para fazer um orçamento eficiente

Em tempos de incertezas globais e retração econômica, cada vez mais, as empresas irão se deparar com a necessidade de enxugar e ajustar orçamentos. E fazer uso da melhor estratégia tem se mostrado um diferencial competitivo.

Nick Lebredo, professor de contabilidade e gestão de negócios, em artigo publicado na Strategic Finance, analisa como um time de beisebol norte-americano, que com poucos recursos, mas com um boa dose de inteligência e liderança, conseguiu um histórico de excelentes resultados na temporada 2018.

Na análise, o autor levanta pontos importantes que podem fazer a diferença na construção de um orçamento eficiente. Já a Cobli, plataforma de inteligência em gestão de frotas, reuniu algumas dicas sobre como fazer um orçamento empresarial mais eficiente.

A Bsoft, desenvolvedora de software, também publicou em seu site, insights que auxiliam na criação de um orçamento.

Confira algumas delas:

Monte o diagnóstico financeiro

Para começar a fazer seu orçamento empresarial, é importante fazer uma análise geral da condição do negócio, reunindo as informações referentes ao passado da companhia. Para formar esta base orçamentária, junte todas as contas e impostos pagos, as folhas de pagamento, os pedidos a fornecedores, bem como as informações de receitas recebidas e serviços prestados no último ano da companhia, por exemplo.

Liste objetivos e metas

Um bom orçamento não pode olhar só para o passado, deve ajudar a entender quais são as metas que a empresa pretende atingir. Assim, é possível alinhar a realidade do presente com os objetivos do futuro. Se sua empresa fabrica roupas e quer vender mais no ano seguinte, talvez seja necessário gastar mais com empregados, máquinas e tecidos, por exemplo. Ao mesmo tempo, se sua empresa pretende ser mais eficiente, é importante olhar para os custos anteriores e avaliar se há possibilidade de reduzi-los.

Faça uma projeção baseada em dados

As projeções devem ser baseadas em uma visão realista sobre o que aconteceu e como o negócio pode evoluir no futuro. Se sua empresa vendeu 100 mil camisetas em um ano, pode ser muito difícil acreditar que você venderá 1 milhão de camisetas no ano seguinte. É preciso olhar para os dados, entender o cenário e definir quais projeções são mais realistas para o negócio.

Estime as receitas

Muitos empresários cometem o erro de construir metas isoladas, pensando apenas nas vendas de maneira específica. É preciso levar em conta que o custo de um material ou dos seus insumos podem variar de tempos em tempos.

Detalhe custos e despesas

Se você é um gestor ou empreendedor, sabe da importância de um fluxo de caixa. Afinal, não basta só olhar para as receitas, é preciso também fazer com que custos e despesas estejam saudáveis; em bom português, é importante ganhar mais do que gastar.

Organize as informações para consulta

Se você já organizou os dois lados do seu fluxo de caixa, agora é só organizar todas as informações para a consulta. Sim, um bom orçamento é aquele que pode ser consultado por todos os envolvidos no processo. 

Acompanhe o mercado

Alterações nas legislações tributária, trabalhista, nas taxas de juros, de importação e exportação de bens e serviços, no preço do combustível e de outros insumos podem impactar no seu negócio em maior ou menor medida. 

Monitore os resultados 

Além de seguir os passos mencionados, é essencial monitorar o processo periodicamente e ter a certeza de que o orçamento empresarial está sendo cumprido. O uso de indicadores e métricas serve para avaliar o desempenho dos processos, identificar os erros e adotar medidas corretivas quando necessário.

Se for preciso reavalie o orçamento

Se ao monitorar a execução do seu orçamento, você perceber algum desvio de rota ou a necessidade de ajustes, volte atrás e reavalie. 

Coloque as pessoas certas nos lugares certos

Combine e retenha novos talentos. Assim como no baseball, colaboradores não devem ficar presos a um determinado papel, eles precisam se movimentar e atender a área financeira conforme necessário. 

Seja inovador, corra riscos

O mundo dos negócios está cheio de exemplos de empresas que quebraram a tradição, seja para contratar executivos que tiveram sucesso em outros setores, introduzir novas linhas de produtos, adquirir ou se fundir com empresas, entre outros. Além de assumir riscos, é importante aprender e crescer com os erros.

Desenvolva seus talentos

Confiar nos seus talentos, investir no desenvolvimento do seu time e estreitar laços com os colaboradores das demais áreas é uma lição para os líderes financeiros.

Ganhe confiança

Após ter as pessoas certas no lugar certo, o próximo passo do líder é criar um ambiente de confiança, possibilitando que colaboradores se autogestionem, absorvam e transmitam melhor um ideal de confiança.

Trabalhe duro, mas crie um ambiente positivo

Não há dúvida de que o sucesso requer competência técnica e muito trabalho, mas um ambiente inspirador também traz ótimos resultados. Líderes da área de finanças devem influenciar positivamente os demais colaboradores a alcançar os resultados desejados.

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Qual é a importância da gestão financeira no agronegócio?

A gestão financeira no agronegócio nunca foi tão necessária. Seus líderes devem estar atentos ao monitoramento e gerenciamento dos riscos na produção e comercialização em um contexto mundial instalável. 

Banco Mundial prevê uma desaceleração econômica global em 2023, com o índice de crescimento de apenas 3.2%, após o 4.1% previsto até o fim deste ano. 

Para o Centro de Estudos Avançados em Econômica Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), essa lenta recuperação na economia mundial freia a produção agrícola brasileira.

A crise na oferta internacional de insumos agrícolas, a instabilidade cambial e o enfraquecimento do poder de compra interno são os principais motivos de insegurança no setor, segundo o estudo da Esalq-USP de 2022.

A gestão financeira moderna, aliada às novas tecnologias, auxilia no monitoramento e redução dos riscos da cadeia de produção agrícola e no gerenciamento do patrimônio. 

Continue a leitura para saber mais como a prática e as tecnologias da gestão financeira contribuem com o desempenho do agronegócio.

Exemplo de gestão financeira aplicada ao agronegócio

A experiência prática no campo ou acertar as condições climáticas são insuficientes para gerenciar as instabilidades que envolvem o agronegócio atualmente.

Por exemplo, um grande produtor rural de milho pode ter tido dificuldades por intempéries no segundo semestre de 2021, somadas aos elevados custos. 

Caso houvesse uma estruturação financeira, o gestor identificaria a alta dependência da oferta de insumos agrícolas no cultivo de milho, buscando assim outras fontes de abastecimento, mesmo com impacto em parte da margem.

Novas análises podem identificar onde estão os maiores gastos externos, reduzindo custos e introduzindo novas estratégias. 

A transparência com os gastos, a elaboração de melhores contratos e a diversificação dos fornecedores fazem parte da gestão financeira no agronegócio.

Um líder financeiro experiente e o uso das novas tecnologias pode trazer resiliência ao negócio rural,  mantendo a sua viabilidade econômica no longo prazo. 

Passo a passo para otimizar a gestão financeira no agronegócio

Continue a leitura para identificar os primeiros passos para uma gestão financeira moderna, que protege o capital, evita prejuízos e sustenta o crescimento do agronegócio diante de tempos incertos e das exigências internacionais

Controle de caixa e previsão orçamentária 

O controle do fluxo de caixa e elaboração de orçamento fazem parte das atividades financeiras do empreendimento agrícola. Dessa maneira, o gestor consegue ter precisão entre gastos e retorno, planeja melhor o uso de recursos próprios ou os financiamentos.

A empresa rural deve ter o custo de produção, com informações desde a compra de insumos, depreciações e salários para elaborar o seu fluxo de caixa. 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sugere uma metodologia para composição desse custo total com a caracterização dos custos variáveis e fixos de cada produto ou safra.

a) Custos variáveis: corresponde aos gastos com os itens de custeio, as despesas de pós-colheita e as despesas financeiras necessárias para que o produtor continue na atividade. Eles correspondem aos preços praticados pelo mercado.

  • Máquinas: as despesas de combustíveis e  manutenção;
  • Utensílios para produção;
  • Manutenção de benfeitorias; 
  • Trabalhadores temporários com encargos sociais; 
  • Insumos; 
  • Despesas gerais;
  • Transporte externo (frete) e armazenagem; 
  • Encargos financeiros: juros sobre capital de giro, taxas de mercado e custo de oportunidade (recursos próprios). 

b) Custos fixos: correspondem aos gastos do produtor, independentemente do volume de produção.

  • Depreciação: considera-se o desgaste das máquinas, equipamentos, utensílios, implementos, benfeitorias, instalações, solo (sistematização e correção), animais de trabalho e embalagens; 
  • Remuneração sobre o capital próprio não depreciado
  • Seguros, taxas e impostos
  • Trabalhadores fixos;
  • Remuneração da terra.

Essa rotina de detalhamento do controle de custos permite otimizar os estoques, identificar e reduzir as fontes de perda e traz transparência para os stakeholders como investidores, fornecedores e sociedade.

Na maioria dos agronegócios, os movimentos de caixa caracterizam-se por longo período de desembolsos (saídas de caixa) e recebimento único no ciclo pela venda da produção. 

Portanto, o controle das entradas e saídas de recursos financeiros ajuda o produtor na previsão orçamentária para o próximo ciclo e também na captação de recursos extras, melhorando o uso de capital.

Avaliação e gerenciamento de riscos

A PWC, em sua pesquisa global com CEOs ano de 2021, dedicou uma análise específica para o setor do agronegócio. Conforme o estudo, as principais ameaças citadas na gestão do risco do agronegócio foram:

  • Volatilidade cambial (67%); 
  • Comportamento do consumidor (60%);
  • Aumento das obrigações tributárias (57%);
  • Mudanças climáticas (47%). 

Tais riscos podem ser previstos e até mesmo controlados em uma gestão financeira. 

Por exemplo, um empreendimento rural suscetível ao risco cambial, pode se valer de um contrato de hedge. Esse recurso limita um preço para o momento que a transação comercial for efetivada. 

O hedge é uma estratégia que permite ao gestor financeiro ter previsibilidade do retorno sobre o investimento preservando a margem de produção. O líder dessa área também pode gerenciar demais riscos financeiros.

  • Risco de crédito: corresponde a impossibilidade de contrapartida em uma operação de concessão de crédito, ou seja, um das partes não recebe ou não tem a comprovação do pagamento de uma dívida.
  • Risco operacional: quando relacionado ao processo produtivo rural pode ser decorrente de fatores como perdas causadas pelo clima,  falhas no plantio e colheita e, até mesmo, na gestão do negócio.
  • Risco das taxas de juros: ocorre quando possíveis variações cambiais e flutuações das taxas de juros afetam a rentabilidade do agronegócio. Por exemplo, a proposta para o Plano Safra 2022/2023 é a manutenção das taxas sobre o ciclo anterior, mas especialistas apontam poucas possibilidades de confirmação diante das altas na taxa Selic.
  • Risco de financiamento: são os riscos envolvidos nas diferentes esferas do agronegócio. Instituições financeiras analisam a capacidade do negócio, por meio do planejamento e gestão financeira, avaliando assim o risco de financiamento.

Gestão baseada em dados

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirma que sensores, drones, imagens de satélites, tratores, pulverizadores e colheitadeiras automáticas são realidade no meio rural, mas tanta informação exige tecnologias de processamento para a devida interpretação dos dados.

Perceba, por exemplo, a complexidade de uma operação com avião para aplicações aéreas de agrotóxicos e fertilizantes. Primeiro, considera-se uma avaliação aérea, que nesse primeiro momento pode ser feito via drone ou satélite para calcular o tamanho da propriedade

O serviço considera a referência do preço por hectare. Geralmente é terceirizado e tem variação no custo de produção dependendo da região onde está a propriedade.

Operação com avião (R$/ha) = total de aplicações (aplicações/ha) x preço aplicação (R$/aplicação)

Tal regra quando digitalizada e amparada por serviços de automatização podem contribuir para o uso de insumos sem desperdícios e feito um cálculo com precisão para a eficácia do processo.

Gestores financeiros que contam com as melhores soluções de processamento de dados tem impressões cada vez mais confiáveis para tomar as suas decisões, muitas vezes reduzindo custos e inserindo o produtor no nível mundial de competitividade.

O investimento em sistemas com tecnologia SaaS, ou seja, com dados armazenados na nuvem, permite uma consolidação rápida das informações e análise em tempo real. 

Dessa forma, há possibilidade de monitoramento, checagem de inconsistências, elaboração de relatórios e facilidade na comunicação entre as partes envolvidas.

Planejamento financeiro e análise de cenários

O processamento das informações permite simulações e a visualização de cenários. Dessa maneira, o gestor financeiro pode definir medidas protetivas preliminarmente.

Para ilustrar, imagine que se há chances de elevação na precificação dos fretes para o agronegócio, o profissional pode optar por uma modelagem financeira de acordo com esta conjuntura. 

Em maio de 2022, a Petrobras anunciou um reajuste de 8,87% no preço do diesel, o que provavelmente afetará a tabela dos fretes em no mínimo 5% no Brasil.

Com a projeção, é possível simular o impacto do custo na receita e antecipar medidas de contenção, como renegociação com a frota e estabelecimento de remuneração por taxas fixas, além de apoiar os movimentos de congelamento na tabela do frete diante da alta inflação no país.

O planejamento financeiro ocorre de maneira cada vez mais efetiva no agronegócio quando amparada pela tecnologia e análise de dados, pois os gestores tomam decisões embasadas, abrindo mão da intuição.

Governança financeira e ESG

A consultoria Ernst & Young  (EY) realizou o estudo “Tendências Globais para o Agronegócio”, divulgado em 2022, ao qual levantou três principais grupos das transformações tecnológicas na cadeia produtiva do campo (clique na imagem para ampliar).

Observe que o gráfico demonstra uma linha do tempo. A evolução da tecnologia do campo ultrapassa os hardwares e equipamentos para soluções tecnológicas que se integram ao modelo operacional. Nessa fase, os softwares e serviços por assinatura otimizam a produção agrícola, a comercialização dos produtos e a proteção das margens. 

Sendo assim, os negócios do campo caminham cada vez mais para uma governança financeira, na qual a automatização das tarefas manuais e a análise de custos fazem parte apenas do primeiro passo. 

A governança financeira, altamente tecnológica, é um sistema capaz de integrar as informações, oferecer análises rápidas, prever cenários, efetuar modelagens financeiras  e propiciar segurança e transparência no repasse das informações. 

Os ganhos com a tecnologia e gestão financeira elevam as chances de um agronegócio comprometido com as questões ESG, sigla que corresponde aos termos em inglês, Environmental, Social and Corporate.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação de Agricultura (FAO) posiciona de maneira semelhante à EY. Em seu Quadro Estratégico 2022-2031, a instituição afirma que a tecnologia, a inovação, a gestão e análise dos dados e a governança são aceleradores para a produção e distribuição de alimentos e produtos agrícolas no mundo com menor impacto ambiental.

Por fim, a estabilidade financeira e tecnológica suportam uma agricultura mais ecológica, que seja socialmente responsável com novos modelos de comunicação e interação com os seus stakeholders.