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O que o controller financeiro precisa saber sobre blockchain?

Engana-se quem pensa que as transformações acarretadas pelo blockchain são restritas às criptomoedas e experiências desregulamentadas. Ele é uma tendência mundial que descentraliza e desburocratiza processos, elevando a transparência e a agilidade. E o controller financeiro, por exemplo, pode ser favorecido diretamente com a inalterabilidade dos dados, redução dos custos e gerenciamento de riscos

Com o uso de blockchain, as demonstrações financeiras podem ser mais simples, completas e confiáveis.

Continue a leitura para entender a relação dessa tecnologia com o trabalho do controller na gestão financeira. 

O que é blockchain?

O termo foi utilizado pela primeira vez em 2008 no artigo “Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer”. A expressão refere-se à tecnologia que permite que uma base de dados seja organizada através de uma sequência ordenada. 

O Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio esclarece que estes blocos interligados criam um histórico transparente e imutável de transações, assim como os registros nele armazenados.

Dessa maneira, ele é um sistema descentralizado, que desburocratiza muitos processos, visando agilidade, integração e transparência.

Robert Baumgartner e Clarice Nakandakare Simão Janz, da TecBan, explicam que o blockchain utiliza a tecnologia em rede com registros distribuídos, o que permite que cada transação seja visível a todos os seus participantes, democratizando os processos. A adoção dessa tecnologia é conhecida nos sistemas financeiros, principalmente via criptomoedas. 

No sistema baseado em criptomoedas, o registro das transações é mantido em vários computadores conectados em uma rede ponto a ponto e não há papel físico.

Por falta de regulamentação específica, um grande número de indivíduos tem uma percepção negativa e questionadora em relação às experiências em blockchain. Entretanto, a cada dia, com a difusão dessa tecnologia essas percepções vêm mudando.

Nos últimos anos, a tecnologia blockchain se tornou mais prática, compatível com a nuvem e focada no conceito de software como serviço. Em paralelo, governos ao redor do mundo trabalham para a sua rápida regulamentação.

A consultoria McKinsey organizou esta tabela com os cinco mitos mais comuns, que geram equívocos sobre as vantagens e limitações dessa tecnologia.

Como as empresas podem adotar essa tecnologia?

A consultoria Deloitte realizou uma pesquisa em 2021, com 1280 executivos de dez países diferentes, com o objetivo de ter insights sobre a adesão ao blockchain e ativos digitais. 

O estudo aponta que 81% dos entrevistados concordam que a tecnologia blockchain é amplamente escalável e que os ativos digitais são muito importantes.

43% dos entrevistados acreditam que o blockchain impacta diretamente os novos canais de pagamento, o que envolve as fontes de receitas de suas organizações. 

O material reforça que todos os ecossistemas financeiros, incluindo bancos, empresas de pagamentos, corporações e órgãos reguladores devem se adaptar ao blockchain.

Em um estágio mais maduro nas finanças, o blockchain influencia diretamente as transações de valores, ativos digitais e tende a reduzir a assistência de intermediários. Por estas características, as empresas podem utilizar a tecnologia em liquidações financeiras a soluções de rastreamento para as cadeias de suprimentos.

Sani Abdul-Jabbar, em artigo na Forbes, conta a experiência de uma fazenda no Brasil que usou o blockchain para rastrear cada etapa do processo, desde o campo até a logística à mesa. 

Os gestores da propriedade rural, ao demonstrarem os detalhes da cadeia, estabeleceram um relacionamento com transparência e confiança entre todos os stakeholders. Com o uso do blockchain, eles também comprovaram as boas práticas alinhadas à regulamentação internacional e, assim, puderam expandir seus serviços na América do Sul.

Jabbar menciona os usos dos Non-Fungible Tokens (NFT), conhecidos como tokens não fungíveis, que a partir da tecnologia blockchain possibilita um ativo digital único. O dispositivo pode ser utilizado para identificação de peças individuais ou objetos raros. 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em um estudo de caso, acrescenta as vantagens do blockchain para uma atuação mais sustentável, pois a coleta de dados, monitoramento, relatórios podem contribuir na redução dos impactos ambientais.

Como o blockchain pode impactar os relatórios financeiros?

A migração de elementos entre planilhas ou até mesmo sistemas é passível de erros humanos que podem drasticamente impactar resultados. Com a adoção de serviços baseados em blockchain, a inalterabilidade dos dados é um dos grandes atrativos aos gestores financeiros, especialmente aos controllers.

A imutabilidade das informações traz mais segurança nas averiguações, o que leva autenticidade aos relatórios. Para ser ainda mais eficiente, os responsáveis podem habilitar diferentes áreas de acesso, viabilizando uma chave privada apenas a quem está autorizado a alterar informações. 

O blockchain permite relatórios mais transparentes, o que hoje facilita os processos de auditorias e compliance. Os registros imutáveis contribuem nas análises de conformidade e agilizam todo o trabalho, realizado por profissionais externos ou internos. 

O Blockchain Research Institute apresenta a seguinte situação para ilustrar a  utilização do blockchain nos relatórios financeiros: “Imagine que, quando uma grande empresa como a Apple vende produtos, compra matéria-prima, paga seus funcionários ou contabiliza ativos e passivos em seu balanço, o livro-caixa registra a transação e publica um recibo com data e hora em blockchain. Os relatórios financeiros de uma empresa tornaram-se auditáveis, rastreáveis e verificáveis.” 

Percebe-se, assim, que a utilização do blockchain trará ganhos não só para quem elabora os relatórios. A tecnologia oferece um novo paradigma de acessibilidade aos controllers, auditores, acionistas ou reguladores da empresa. 

O que mais o controller precisa saber?

Akash Takyar, fundador e CEO da LeewayHertz, explica que, além de segurança, transparência e auditoria, a tecnologia pode reduzir custos e contribuir no gerenciamento de riscos.

Os custos podem ser reduzidos principalmente ao evitar gastos-duplos em segurança dos dados, manutenção dos bancos, taxas de intermediários e custos de transferências bancárias. 

Em negócios B2B, o blockchain possibilita transações diretas, o que leva à eficiência e redução dos riscos como o de crédito ou falta de liquidez, por exemplo. A tecnologia traz clareza aos processos e permite um gerenciamento de riscos antecipadamente.

Como gerenciar os riscos do blockchain?

O pseudo-anonimato das partes que transacionam um blockchain representa uma possível ameaça de que a tecnologia possa viabilizar um acesso ilegal ou antiético.

Quase 70% dos entrevistados da pesquisa da consultoria Deloitte identificaram a regulamentação de segurança de dados como a maior necessidade de modificação; outros 71% identificaram a segurança cibernética como um dos maiores obstáculos para a aceitação de ativos digitais.

Um artigo também da Deloitte, publicado no The Wall Street Journal, apresenta ações que as empresas devem realizar para mitigar os riscos associados ao blockchain

  • Criar políticas de due diligence para a participação do blockchain;
  • Criar equipes experientes ou treiná-las;
  • Estabelecer equipes interdisciplinares de implementação;
  • Avaliar e aprimorar o conhecimento do conselho e da equipe de auditoria;
  • Definir graus de responsabilidade e autoridade;
  • Desenvolver código de conduta com os participantes do blockchain;
  • Estabelecer linhas de reporte claras para os participantes do blockchain. 

As mudanças com o blockchain continuarão a avançar e afetar diversas organizações. A área financeira, especialmente os controllers, precisam ter flexibilidade e agilidade para encontrar as melhores soluções nesta era de ativos digitais e blockchain sem perder tempo. 

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Como o controller financeiro pode se preparar para variações de commodities?

A Bloomberg, em matéria especial,  detalha o atual momento de variações de commodities em todo o mundo: o petróleo, minérios e suprimentos agrícolas aumentaram de valor neste ano, devido principalmente a uma demanda mais alta que a oferta.

Nesse contexto, o Brasil, com um saldo positivo na balança comercial influenciado pela crescente exportação das matérias-primas, já começa a experimentar um desequilíbrio em sua cadeia de suprimentos. O portal de economia do Uol afirma que o boom das commodities causa mais problemas do que benefícios.

Muitas empresas enfrentam escassez ou elevação dos preços de insumos. Do ponto de vista corporativo, caso tal situação não seja controlada, há aumento no custo de produção ou até mesmo paralisação da linha.

Os controllers financeiros têm o desafio de reduzir os impactos financeiros das variações de commodities, garantindo uma atuação estratégica no gerenciamento de riscos.

Continue a leitura e verifique algumas táticas para que o controller se antecipe aos riscos das flutuações dos preços e da disponibilidade das commodities, protegendo o desempenho da empresa.

Armazenamento e controle de qualidade dos produtos

O armazenamento de commodities, sempre que for possível, contribui para a estabilização dos preços dos produtos, em especial quando a demanda pela matéria-prima está em alta.

Um estoque suficiente minimiza os riscos caso o fornecimento seja interrompido, permitindo continuar as operações da empresa. Essa estratégia exige um controle contínuo da qualidade dos produtos estocados e uma análise criteriosa sobre o custo de manutenção. 

O controller que tem acesso a um bom software acompanha continuamente o estoque, obtendo informações como a quantidade e diversidade dos produtos armazenados, dentre outros fatores que o ajudam a medir e projetar o desempenho da empresa no mercado. 

Práticas de negociação

Independentemente do porte da empresa, a negociação com os fornecedores contribui na definição dos contratos. Um acordo é benéfico para ambas as partes oferecendo segurança para a transação comercial.

As parcerias de longa data com os fornecedores de commodities, mantidas através de cláusulas contratuais específicas, ajudam a garantir o fornecimento de matérias-primas com reajustes programados.

A consultoria internacional Kearney sugere que, em momentos de aumento de preço, o controller solicite transparência dos motivos que elevaram os custos e se há chances de ser algo transitório.

A Kearney disponibiliza este quadro com argumentos para serem utilizados durante à negociação:

Gerenciamento de dados

Uma companhia que registra todas as informações, desde abastecimento, armazenagem e uso das matérias-primas, pode perceber os ciclos do mercado e se preparar para momentos de variações de commodities e seu fornecimento.

O gerenciamento de dados, quando feito a partir de referências confiáveis e amparado por uma tecnologia moderna e eficiente, possibilita que o controller tenha insights e possa tomar decisões mais embasadas.

A McKinsey & Company explica que a tecnologia na gestão de dados é uma das soluções para minimizar os vieses comportamentais dos controllers, especialmente, durante os períodos de incertezas no abastecimento de matérias-primas, nos quais é preciso controle emocional, agilidade e precisão nas iniciativas de controle de custos.

O consultor financeiro Omer Abdullah, especialista em supply chain, explica em artigo que as empresas passam por estágios no gerenciamento dos riscos inerentes à comercialização de commodities. 

A maturidade, segundo Abdullah, está na utilização dos dados para além do monitoramento e controle de custos da matéria-prima. A tecnologia aliada a rápida consolidação de informações permite que gestores financeiros tenham previsões do fornecimento de commodities.

Uma única fonte de dados segura e oficial ajuda todos os departamentos a terem percepções sobre o fluxo das commodities em uma organização, precavendo-se de crise de abastecimento e mercado.

Fica a ressalva que o controller não deve se limitar às tendências históricas dos preços. A experiência entre os anos 2020 e 2021 demonstra que oferta e demanda podem alterar inesperadamente. A liderança financeira deve reagir rapidamente alterando as negociações e utilizando as demais iniciativas citadas.  

Análise do mercado e práticas de hedge

Todas as práticas citadas acima são consideradas hedges ou mecanismos de proteção aos riscos financeiros. A consultoria McKinsey explica que inicialmente a organização deve entender profundamente qual é o nível de sua exposição aos preços de commodities para depois definir as abordagens.

“A melhor estratégia deve envolver considerações de diferentes tipos de hedging, incluindo acordos de preço fixo de longo prazo com fornecedores e compradores, bem como uma presença expandida na cadeia para evitar dependência a mercados intermediários ou instrumentos financeiros”, afirma a consultoria.

A consultoria KPMG esclarece que diante dos mecanismos de proteção às variações de commodities, as organizações também devem realizar o hedge contábil, inserindo em suas demonstrações contábeis o detalhamento sobre os gastos envolvidos com o gerenciamento de risco, principalmente aos adeptos da IFRS 9.

As empresas que se antecipam e demonstram como lidar diante da alta dos preços ou da indisponibilidade das commodities tendem a ter melhor desempenho operacional e financeiro, mesmo que o mercado não esteja favorável à acessibilidade da matéria-prima.

Considerações

O controller que reconhece e dimensiona o risco das commodities planeja suas reações diante de um momento instável no abastecimento. 

Com impressões embasadas em dados, o controller pode disponibilizar informações confiáveis à alta administração tornando-se parceiro estratégico nas tomadas de decisão. A cultura integrada entre os stakeholders também contribui para minimizar os riscos financeiros em relação ao fornecimento de matérias-primas.

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O que o controller precisa saber sobre integridade de dados?

Os dados são ativos valiosos para qualquer empresa. Eles funcionam como uma memória corporativa, que contribuem para análises precisas e para a tomada de decisão. Nesse sentido, o que significa integridade de dados para a área financeira?

Para a gestão financeira, especialmente para o controller financeiro, a integridade de dados leva à efetividade de seu trabalho. Para realizar uma análise de custo ou gerenciar um orçamento ele precisa de informações corretas e completas. 

Se em algum momento, a integridade dos dados for corrompida, o trabalho desse profissional pode acarretar grandes prejuízos e impactos negativos por um longo tempo.

Continue a leitura para compreender como preservar a integridade dos dados em uma organização, elevando a qualidade do trabalho da controladoria financeira.

O que é integridade de dados?

O sentido literal da palavra integridade remete a algo que não passou por qualquer perda, portanto se manteve inteiro e ileso. 

Nas finanças, a integridade dos dados é reconhecida pela consistência das informações, desde os primeiros inputs até o processo de consolidação e análise cruzada dos dados. 

No contexto corporativo atual, no qual os gestores possuem posições cada vez mais analíticas, a integridade dos dados é condição para medir desempenho e propor mudanças estratégicas.

Catherine Cote, coordenadora de marketing da Harvard Business School Online, define integridade de dados como a “precisão, completude e qualidade das informações que devem ser mantidas ao longo do tempo em diferentes formatos”. 

Dessa forma, manter a integridade dos dados está alinhado às escolhas de qual formato salvar as informações até como atestar a veracidade delas.

Quais são as ameaças à integridade de dados?

O controller financeiro analisa a gestão dos recursos em todas as áreas da empresa, sendo assim, considera dados diversos, muitas vezes atualizados pelos responsáveis de cada área.

Esta constituição fragmentada do banco de dados eleva as chances de erros e demora na consolidação das informações. Dentre as principais ameaças à rotina das organizações, estão:

1. Erros humanos

Quanto maior o nível de envolvimento humano, maior é o risco dos erros em processos repetitivos e longos. É impossível excluir a influência das pessoas, afinal elas abastecem os bancos de dados independentemente do aparato tecnológico.

O recomendável é criar procedimentos de revisão. Estabelecer indicadores utilizados sistematicamente também alerta quando um dado distancia-se da normalidade.

A empresa de dados Duco e o  Fórum de Tecnologia Financeira (FTF) realizaram uma pesquisa sobre a reconciliação de dados dos serviços financeiros europeus e quase um terço (28%) dos respondentes afirmaram que os erros de processos manuais são seus maiores problemas. O relatório averiguou que as falhas aumentaram durante o trabalho realizado em casa, principalmente na pandemia. 

2. Inconsistência de formatos 

A inconsistência de formatos revela a imprecisão de dados que circulam na empresa. Em algum momento, seja por falha humana ou não, a informação pode ser corrompida, o que provoca divergências nas impressões e muitas vezes impede a conclusão de um processo.

A Atlan, plataforma online de colaboração para funcionários, exemplifica uma situação de inconsistência de dados: o comercial adota o modelo DD/MM/AAAA para datas, enquanto o marketing aplica MM/DD/AAAA. Como nenhuma das equipes verifica qual formato foi usado, há inconsistência nos dados e a análise torna-se infundada.

Do ponto de vista das finanças, as inconsistências prejudicam muito as demonstrações contábeis obrigatórias e até mesmo os processos de auditoria, públicos e privados, que checam as informações declaradas.

3. Cibersegurança

Vírus e ataques cibernéticos apresentam ameaças contínuas às organizações. A integridade dos dados são alvos potenciais de corrupção, modificação e destruição.

A relevância desse item fez com que o Centro Nacional de Excelência em Cibersegurança dos Estados Unidos, junto a alguns empresários, construísse soluções de cibersegurança específicas para a integridade de dados.

O grande desafio, nos Estados Unidos e em todo o mundo, está em plataformas que viabilizem o trabalho remoto e a adequação às leis de proteção de dados e simultaneamente blindem a informação corporativa dos acessos indevidos.

Por que o controller financeiro deve se preocupar com a integridade de dados?

O controller financeiro é responsável por coletar, organizar e apresentar os dados à alta administração, o que exige um gerenciamento adequado das informações e atenção à integridade dos dados.

Os relatórios e demonstrações financeiras são determinantes no processo de tomada de decisões estratégicas e na construção das premissas e cenários. Qualquer erro ou inconsistência dos dados pode impactar nos níveis de desempenho da empresa. 

Em geral, os profissionais de finanças trabalham com prazos limitados e necessitam de agilidade na emissão de relatórios. Nesse sentido, informações corretas e confiáveis são condicionais à apresentação destes resultados.

Como manter a integridade dos dados?

A integridade dos dados exige das empresas um processo específico e abrangente. Abaixo relacionamos algumas ações que as empresas têm para garantir a precisão e qualidade dos dados.

Validação dos dados

Manter a integridade dos dados começa na inclusão deles. A criação de protocolos alinhados aos processos de negócios pode servir como a primeira linha de proteção contra a imprecisão. 

Os protocolos exigem descrições atualizadas quando os dados são inseridos ou mudam rapidamente. Outras regras de validação mais detalhadas podem controlar as informações inseridas nos bancos da empresa. 

Por exemplo, os administradores podem restringir as permissões de certos indivíduos para alterações. Isso fornece uma camada adicional de garantia de qualidade e segurança ao manter a integridade dos dados.

Capacitar os colaboradores e promover uma cultura de integridade 

Os colaboradores devem perceber a integridade como um dos principais valores da companhia. Nesse sentido, os treinamentos sensibilizam e instruem sobre os impactos de dados corrompidos e as ações de mitigação. 

A consultoria Deloitte, no material “Dominando dados para insights melhores  –  e vantagem competitiva” explica que os fluxos de trabalho simplificados e automatizados viabilizam a integridade dos dados.

Ainda para a Deloitte, há muitos funcionários que não têm confiança nos dados e começaram a depreciar o uso corporativo deles, por isso é preciso aumentar a valorização pública da gestão analítica e insistir nos treinamentos contínuos.

A Precisely, no material Tendências em integridade de dados: Perspectivas para o Chief Data Officer em 2021, atesta que somente 17% dos profissionais são altamente treinados para ter acesso a insights baseados em dados. Daí a necessidade de treinar continuamente, promovendo a cultura de integridade das informações.

Tecnologia

A tecnologia não é o caráter nivelador da integridade dos dados, entretanto seu uso pode agilizar recursos para proteção das informações e checagem da qualidade. Por exemplo, uma plataforma pode habilitar acessos exclusivos, evitar erros de transferência de arquivos, realizar backups e outros, pois há uma redução da interação manual, evitando as chances de erros humanos.

Ryan McWhorter, sócio da consultoria Deloitte, explica que após definir a aplicação de estratégia de dados financeiros, com a eliminação das inconsistências, as organizações podem investir em tecnologias que permitam o rastreio de informações em tempo real.

A consolidação rápida  de dados aliada a um diagnóstico dos líderes da área financeira apoiam os CEOS em suas decisões estratégicas conforme as necessidades de negócios evoluem.

Boas práticas

O autor Ashok Sharma, estrategista de marketing digital, apresenta boas práticas para quem busca garantir a integridade dos dados em uma organização:

  • Disponibilidade: as informações devem estar sempre disponíveis para visualização e com os acessos habilitados para os seus responsáveis;
  • Veracidade: os registros devem estar conforme foram observados e no momento que foram executados;
  • Confiabilidade: dados precisos, livres de erros e que obedeçam aos protocolos;
  • Compreensibilidade: com acesso facilitado, os dados devem ser compreensíveis e registrados permanentemente;
  • Originalidade: as entradas originais devem ser preservadas e permitirem acesso à elas quando for necessário;
  • Transparência: os dados demonstram claramente quando foram criados e armazenados, além das pessoas que os manipulam.

Comitês de integridade de dados

Brad Keywell, CEO na Uptake, destaca, em artigo publicado na Harvard Business Review, que um comitê de integridade de dados pode reforçar a estratégia da empresa no manuseio das informações.

O comitê deve ser composto por uma equipe multifuncional e deve orientar os requisitos relativos a dados para a manutenção da qualidade e mitigação dos riscos de segurança cibernética. 

Considerações 

As finanças acompanharam a evolução do processo de transformação digital dos últimos anos. A área, antes vista como extremamente sigilosa, passou a permitir uma atuação mais colaborativa, instantânea e que a partir da análise de dados conduz o rumo das organizações

A construção da integridade dos dados tornou-se um pilar para essa gestão financeira moderna e um controle financeiro cada vez mais analítico, digital e que produz insights para a alta administração. 

Informações financeiras confiáveis estabelecem um vínculo entre o controller e as demais áreas da empresa, por isso cabe o olhar cada vez mais atento para a qualidade e consistência dos dados.

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Como a tecnologia pode ajudar na controladoria financeira

Atualmente as áreas financeiras das empresas se esforçam para se inserir na transformação digital e o controller financeiro se torna peça fundamental dessa nova realidade. 

Isso significa que esse profissional precisa ir além dos modelos tradicionais de suas atividades – como geração de demonstrações contábeis e fechamento de resultados –, usando tecnologia e inovação para otimizar o uso do seu tempo, contribuindo para uma área financeira mais estratégica. 

Como começar a inserir a controladoria na transformação digital

Segundo a consultoria Gartner, esse novo ambiente exige que o controller tenha algumas responsabilidades iniciais:

  1. Redesenhar as operações críticas, usando novas tecnologias digitais para assegurar a execução eficiente das atividades (incluindo no trabalho remoto);
  2. Evoluir o modelo de operação, investindo nessas tecnologias e serviços compartilhados para estimular a eficiência e corte de gastos;
  3. Capacitar seus colaboradores, acabando com possíveis gargalos de conhecimento e aproveitar por completo todos os investimentos em inovação. 

O conhecimento de novas tecnologias é essencial nessa nova realidade e os líderes da área financeira precisam garantir que seus times estejam atualizados. Ainda assim, segundo a Gartner, 60% dessas lideranças acreditam que não tem colaboradores com as devidas competências relacionadas à transformação digital.

Controladoria financeira e o uso de tecnologia

Segundo artigo da consultoria Deloitte, quanto mais a digitalização avança, mais cresce o nível de automatização, incluindo dos processos da controladoria financeira, especialmente as atividades mais repetitivas. 

Coletar, preparar e validar dados, assim como processar reportes para a gerência estão entre essas atividades que podem ser automatizadas.

Para discutir sobre o tema, o Accountfy convidou Solange Marinho, diretora geral do Grupo Controller para discutir o papel da inovação e tecnologia na controladoria financeira. Confira o bate-papo completo abaixo. 

 

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