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9 comportamentos do CFO de sucesso

Certos comportamentos são capazes de transformar a liderança financeira, e estudos recentes mostram que CFOs de sucesso buscam aprimorar esses hábitos para obter melhores resultados. Para a Ernst & Young, “adaptação às mudanças contínuas” é visto como um dos comportamentos mais importantes desses líderes, por exemplo. 

Hoje, os diretores financeiros têm ainda mais obrigações do que nos últimos anos. Segundo pesquisa da Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), 72% dos entrevistados indicaram que as responsabilidades da função aumentaram significativamente.

E para atender às altas expectativas e demandas de seu papel em constante expansão, como saber quais hábitos, práticas trazem os melhores resultados? O que fazer para se tornar esse profissional? Continue a leitura e vamos decifrar os comportamentos de um CFO de sucesso juntos.

Como se comporta um CFO de sucesso?

A partir de diversas fontes, reunimos alguns dos comportamentos presentes na rotina do CFOs de sucesso. Entre eles, hábitos como ter visão de longo prazo, envolvimento interpessoal e saber identificar oportunidades. 

Um CFO de sucesso:

1. Pensa no longo prazo

O relatório da Gartner afirma que um dos comportamentos de CFOs de sucesso é contribuir ativamente para estipular métricas financeiras e crescimento lucrativo em longo prazo. Segundo a consultoria, esses profissionais desafiam as finanças a cumprir uma missão com visão de futuro.

Antecipar as necessidades da empresa e focar também no futuro são uns dos comportamentos do CFO de sucesso. Ele prevê pontos de atenção no negócio que, ao serem postergados, poderiam deixar brechas para perdas, resistindo à tentação de pensar apenas em curto prazo ao custo de minimizar as iniciativas de crescimento de longo prazo. 

2. Compromete-se com o compliance e a ética

Atuando como um porta-voz de confiança sobre a saúde financeira da empresa, o CFO de sucesso entende que é necessário evitar fazer com que os números pareçam melhores do que são ao discutir os resultados financeiros com stakeholders e conselho. 

Ele reconhece a importância da transparência, está em dia com as regulamentações e mantém um alto padrão de governança. Entretanto, esse comportamento pode ser considerado um dos mais difíceis a ser alcançado entre CFOs. 

Segundo pesquisa da Robert Half, líder mundial em soluções em talentos, mais de 2.200 CFOs nos Estados Unidos admitiram que cumprir as normas regulatórias é seu segundo maior desafio.

3. Identifica oportunidades além dos riscos

Ele exerce seu papel como defensor financeiro do negócio, mas suas habilidades também identificam gargalos para crescimento em longo prazo. Para ele, os riscos identificados não geram pânico, mas inspiração para fazer diferente e encontrar soluções inovadoras.

Discutir novas iniciativas de projetos futuros, analisar propostas de investimento e encontrar oportunidades para gerar receita ao mesmo tempo em que minimiza riscos através da automatização faz parte de sua rotina.

4. Usa a tecnologia ao seu favor

Orientado com dados confiáveis e precisos de análises avançadas feitas por plataformas de automatização, o CFO de sucesso mantém-se preparado para tomar as melhores decisões com o auxílio da tecnologia.

Também promove a transformação digital no negócio e a adoção de novas ferramentas capazes de trazer insights, minimizar o esforço manual, otimizar operações, e proporcionar mais tempo para atividades de valor agregado.

5. Enxerga o horizonte

A auditoria Plante Moran, em seu artigo The CFO cheat sheet: Nine ways to improve effectiveness, reforça que os líderes financeiros eficientes estão atentos ao que está acontecendo e antecipam potenciais problemas, e o CFO de sucesso está ciente dos próximos obstáculos, assim como as oportunidades.

Para o CFO de sucesso, a responsabilidade de estudar o “histórico” da empresa abre-se também para visualizar “o que está por vir” e preparar-se para novos desafios. Ele se mantém constantemente atento a tendências emergentes que possam afetar o negócio, principalmente tecnológicas, geopolíticas e sociais.

6. Desenvolve sua equipe 

O CFO de sucesso não apenas busca ter ao seu lado profissionais capacitados, mas também atua na retenção e na qualificação dessas pessoas. 

A matéria How CFOs Are Adding Value To Working Culture To Win The War For Talent, da Forbes, revela que CFOs com visão de futuro estão abraçando a oportunidade de ajudar a definir as métricas que apoiam culturas de trabalho positivas, e quantificar o retorno do investimento de talentos e programas de treinamento.

Esse líder financeiro motiva seus colaboradores a terem curiosidade intelectual e aprimorarem-se através do aprendizado,  incentivando-os e reconhecendo-os. 

7. Cria uma rede de parceria e network

Dados do estudo Mastering change: The new CFO mandate, produzido pela McKinsey, mostram que as atividades do CFO relacionadas à gerência de relações com investidores aumentaram de 44% em 2016, para 64% em 2021.

Ter uma sólida relação de trabalho com os demais executivos C-level, assim como diretores, gerentes e outras lideranças é importante para o CFO de sucesso, que trabalha constantemente para construir um business partnering e mantê-lo.

Com o CFO exercendo papel de principal fonte de informação financeira, a comunicação direta com membros do conselho, clientes, fornecedores e stakeholders ajuda a construir uma rede interna de insights sobre o desempenho da empresa que não seria possível obter apenas com dados financeiros.

8. Possui visão estratégica do negócio como um todo

A Deloitte, em um artigo recente, mostra que o CFO de sucesso age como um líder de mudança dentro da empresa, e não se limita ao departamento financeiro.

Ele se pergunta sobre os desafios de cada setor da empresa, analisa diversos pontos de vista e estuda como o mercado e concorrentes estão se comportando. A partir disso, estabelece objetivos e formula etapas, unindo planejamento financeiro e estratégico.

Rowan Baker, CFO da McCarthy Stone até 2020, em entrevista para Financial Director, reforça esse comportamento como efeito da mudança do papel do CFO: 

“Já se foram os dias em que o CFO era apenas um guardião das finanças da empresa, Agora estamos amplamente envolvidos na estratégia trabalhando com os outros membros da equipe de gerenciamento. Uma parte crítica do meu trabalho é garantir que todos tenham as informações de que precisam para a tomada de decisão, e às vezes, ser a voz da razão por trás delas, para explicá-las e sinalizar possíveis problemas e riscos.”

9. Conecta-se com seus clientes

Para o Gartner, CFOs de sucesso destinam certa quantia de tempo para manter relacionamentos com o chefe de vendas da organização e também, dependendo do nicho de atendimento, com os consumidores, assim participando da estratégia de preços da empresa. Os diretores financeiros pesquisados pela Gartner relataram que atividades de engajamento do cliente poderiam ser melhor exploradas.

O relatório Turning outwards: Customer Centricity and the Evolving Role of the CFO, feito pela KPMG, confirma que esse comportamento é uma das tendências para a expansão da função do CFO de sucesso.

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A jornada do CFO nas empresas em crescimento

As estatísticas do Bureau of Labor Statistics dos EUA revelam que 20% das empresas iniciantes quebram durante os dois primeiros anos. O mesmo estudo mostra que 45% quebram nos primeiros cinco anos, enquanto 65% o fazem nos primeiros dez anos.

Embora muitos fatores contribuam para esse insucesso, um estudo do Banco dos EUA revela que 82% das empresas falham por falta de gestão adequada do fluxo de caixa. Nesse sentido, a jornada do CFO nas empresas em crescimento é marcada pela sua importância.

E para evitar esses riscos, Marc P. Palker , diretor da CFO Consulting Partners e membro do conselho do Institute of Management Accountants comenta, em entrevista para a Forbes, que para empresas de pequeno e médio porte que estão buscando avançar, o CFO é peça essencial.

Segundo Palker, o papel do CFO nas empresas em crescimento concentra-se na interpretação dos resultados, controle de custos, aquisição de capital e visão de futuro em termos econômicos, governamentais e sociais, além de manter os compromissos financeiros em dia.

Para Palker, o CFO é um dos profissionais mais adequados para engatar as marchas e promover o rápido crescimento da empresa ao trazer investidores, fornecedores, clientes e acionistas.

Continue a leitura para conhecer as etapas da jornada do CFO nas empresas em crescimento e sua importância nos próximos parágrafos.

Etapas da jornada do CFO nas empresas em crescimento

Frederico Braga, CFO da Omie, comenta na palestra “Como estruturar sua empresa para apoiar estrategicamente o negócio” do ERP Summit 2022, que o CFO deve estar preparado para cada momento nas empresas em crescimento, e nesse sentido, flexibilidade e capacidade de se adaptar são alguns dos atributos mais importantes desse profissional.

De acordo com Braga, as etapas das organizações em processo de evolução, assim como as funções do CFO e de toda a área financeira, podem ser resumidas em cinco momentos:

Primeiro momento

A empresa ainda é pequena, com até 50 colaboradores, e o foco do CFO é executar o essencial e manter a boa saúde financeira. O diretor financeiro ainda exerce mais tarefas em vez de apenas ficar isolado em uma função, como no caso de empresas maiores.

Segundo momento

A empresa conta com até 100 colaboradores, e o principal desafio do CFO agora é a preparação para as rodadas de investimento. Nesse momento, a imagem da empresa no mercado é reforçada para atrair investidores e acionistas.

Terceiro momento

Atingindo os 300 colaboradores, o CFO agora deve se preocupar com a profissionalização da área financeira e otimização das operações, promovendo a participação da equipe nas tomadas de decisão. Os processos na empresa já estão definidos.

Quarto momento

No pico dos 1000 colaboradores, o CFO deverá garantir que o compliance aconteça na prática para que a empresa esteja pronta para a próxima etapa. Riscos envolvendo conformidade com a regulamentação, complexidade contábil, normas e procedimentos fiscais são algumas das ameaças que estão no radar do líder financeiro.

Quinto momento

Neste ponto, a empresa já deve ser 100% auditável e preparada para entrada de investidores externos e IPO. O CFO já faz forecasts mais precisos, traça um roteiro claro e estratégico, possui uma equipe executiva eficiente, a empresa fecha regularmente suas demandas dentro do prazo e está pronta para abrir o capital.

CFO como propulsor da cultura organizacional e da definição de processos nas empresas em crescimento

Para Braga, na medida em que a organização cresce, a jornada do CFO deixa de ser multitarefas para se tornar mais vertical, e surge a necessidade de se implementar processos, o que não quer dizer que a empresa deva ser engessada, mas mantê-la ordenada.

“Processos precisam ser estabelecidos o quanto antes. É necessário um sistema de gestão adequado para auxiliar na análise e nas decisões estratégicas. Não significa que a todo momento a decisão estará certa, mas é importante deixar claro como essas decisões serão tomadas”.

Além da estruturação dos processos, o CFO também é responsável por alavancar as empresas em crescimento através da adoção de uma cultura organizacional. No podcast CFO Weekly, Jeff Lasher, CFO da empresa de varejo americana GrowGeneration, comenta que “a cultura de qualquer negócio é um fator-chave de sucesso para o crescimento da entidade em longo prazo e para o sucesso dos negócios”.

Mais do que software, uma solução completa. Este conteúdo faz parte do propósito da Accountfy de apoiar a Governança Financeira das empresas com excelência. Conheça soluções e produtos para potencializar o trabalho de Contabilidade, Controladoria, Tesouraria, FP&A e do CFO. Saiba mais sobre a nossa plataforma financeira inteligente!

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Futuro do ERP: falta de profissionais capacitados já é um desafio

A Forbes elencou aspectos em que o futuro do ERP está caminhando e algumas das tendências para os próximos anos: Integração Humano-ERP, softwares substituindo o esforço manual, maior compreensão a respeito da Inteligência Artificial, e a implantação em massa de ferramentas SaaS.

Nesse cenário evolutivo, um dos principais desafios é a falta de mão de obra qualificada para operar essas novas ferramentas de maneira eficaz, utilizando todo seu potencial. Uma pesquisa recente da Gartner mostrou que executivos já estão vendo a escassez de talentos como a barreira de adoção mais significativa para 64% das tecnologias emergentes.

Continue a leitura e entenda o que o futuro do ERP estará demandando desses profissionais e conheça estratégias para superar esse obstáculo.

3 habilidades que são esperadas do profissional de ERP nos próximos anos

Além da evolução do ERP, a Cox-Little & Company destaca que o futuro da contratação de profissionais que atuam com essas plataformas também passará por mudanças significativas. Entre elas, as empresas deverão priorizar consultores que possuam técnicas em:

  1. E-commerce: o setor de comércio eletrônico aumentou em 75% na pandemia, de acordo com pesquisa da MasterCard, e indústrias de ERP já estão implantando integrações com E-commerce.
  2. Internet das Coisas (IoT): Segundo a Fortune, o tamanho do mercado global da Internet das Coisas foi de US $250,72 bilhões em 2019 e deve chegar a US $1.463,19 bilhões até 2027. Para a Cox-Little, até o fim de 2022, a integração da IoT será visível em todo o mercado de software ERP e se tornará uma habilidade premiada na contratação.
  3. Armazenamento em nuvem: O estudo da Deloitte mostra que, com as soluções em nuvem, organizações podem se adaptar a condições de constante mudança com agilidade, escalabilidade, estabilidade e opcionalidade. De acordo com a Cox-Little, fornecedores ERP já estão trabalhando para desenvolver aplicativos móveis com recursos de plataforma cruzada, e essa otimização impulsionará a adoção do software ERP em nuvem e criará um grupo maior de profissionais de ERP para contratar.

3 dicas para lidar com a falta de profissionais

O futuro do ERP enfrentará, além da falta de mão de obra, a competitividade. A Gartner revela que 91% dos líderes de RH pesquisados estão preocupados com a rotatividade de funcionários no futuro, além de que mais de 50% de seus funcionários contratados nos últimos 12 meses receberam, ao menos, duas ofertas de emprego. Então, para captar mais talentos e mantê-los, a consultoria sugere três movimentos estratégicos:

  1. Ajudar os funcionários a refletirem sobre as oportunidades de suas carreiras: Orientá-los com base em interesses pessoais e oportunidades de crescimento, e alinhá-los com os planos de desenvolvimento da empresa pode ser significativo na retenção desses talentos. 
  2. Contratar pelo potencial, e não apenas pela experiência: Considerar quais habilidades a organização mais precisa para ter sucesso no futuro pode ser uma das alternativas para desenvolver um time de base eficiente e consolidado.
  3. Alinhar flexibilidade às necessidades do funcionário e do trabalho: Em um cenário competitivo, oferecer diferentes formas de flexibilidade – horário e local de trabalho ou duração da semana de trabalho – pode ser uma estratégia eficiente.

Fábio Túlio, Diretor de Soluções da Sankhya, comentou, no evento ERP Summit 2022, que, com a dificuldade para se encontrar pessoas qualificadas, o futuro do ERP exigirá que as empresas concedam mais independência aos profissionais se quiserem tê-los em seu time:

“Quem aqui não está com dificuldades de contratar? O modelo de trabalho híbrido é acirrado na área de tecnologia. O poder estava nas mãos das empresas até então, mas atualmente, é o contrário. Precisamos dar autonomia a eles. O novo profissional está muito mais engajado pelo propósito. Hoje, combinar esse desejo com a necessidade do mundo contemporâneo é a receita do sucesso no recrutamento e na seleção.”

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Nova call to action

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Quais são as diferenças entre contabilidade gerencial e financeira?

Os documentos, relatórios e balanços da contabilidade atendem a obrigações legais, mas também são ferramentas operacionais e estratégicas. Eles podem ser aplicados tanto para fins internos, na denominada contabilidade gerencial, quanto com foco externo, no que se chama contabilidade financeira.

Ambos os modelos contribuem para uma gestão financeira mais eficiente, colaborando com o crescimento das empresas e de seus negócios. 

Continue a leitura para conhecer as diferenças e semelhanças entre contabilidade gerencial e financeira.

O que é e qual o objetivo da contabilidade gerencial?

A contabilidade gerencial atende aos interesses internos de uma empresa, através do levantamento e fornecimento de informações diversas. 

O Corporate Finance Institute define “a contabilidade gerencial (também conhecida como contabilidade de custos) como um ramo que se preocupa com a identificação, medição, análise e interpretação das informações para que elas ajudem os gerentes a tomarem decisões operacionais”.

Deivson Vinicius Barroso, professor e mestre em Contabilidade pela UFBA, explica em artigo publicado no portal eduCAPES, do Governo Federal, que a contabilidade gerencial faz parte das Ciências Contábeis e tem ligação direta ao planejamento e aos custos de produção. A matéria-prima, a embalagem, a mão de obra direta (MOD) e o Custo Indireto de Fabricação (CIF) são alguns elementos básicos para estudo desta contabilidade. 

Esse ramo da contabilidade não se prende apenas aos resultados financeiros e nem possui um padrão, formato ou regras específicas. Ela pode abranger dados relacionados a produtos, clientes, colaboradores, departamentos, entre outras informações.

A decisão do que será analisado depende do que a empresa avalia como útil para aumentar a eficiência corporativa. Neste sentido, os Indicadores-chave de Desempenho (KPIs, na sigla em inglês, que se refere a Key Performance Indicators) são ferramentas da contabilidade gerencial. 

Com as métricas, os gestores avaliam desempenho e, se necessário, recalculam as rotas em busca de mais resultados. A análise de indicadores financeiros de custos, de estoque, gestão orçamentária e previsão de cenários e tendências são práticas da contabilidade gerencial.

Definição de contabilidade financeira

A contabilidade financeira apresenta informações para agentes externos, como acionistas, investidores, conselho de administração, órgãos reguladores e outras instituições. 

Idésio Coelho, vice-presidente técnico do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), define a contabilidade como uma documentação técnica que traz informações imprescindíveis à tomada de decisões. Para Coelho, a contabilidade garante a ordem econômica, a integridade do mercado de capitais e a proteção dos investidores.

Segundo o artigo 1.179 do Código Civil brasileiro (Lei nº 10.406/2002) “o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”.

Sendo assim, o foco da contabilidade financeira é a transparência das transações monetárias, por isso é condicionada a exigências legais e requisitos fiscais, mesmo que a corporação siga padrões contábeis internacionais. 

Diante da regulamentação, os formatos da contabilidade financeira são mais rígidos. Esse modelo se baseia em um período passado, normalmente, um ano contábil.

A companhia que deseja realizar a contabilidade financeira precisa apresentar, no mínimo, três relatórios: 

O International Accouting Standard Board (IASB), em nível mundial, a Financial Accouting Standard Board (FASB), em uma abrangência norte-americana e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Brasil, destacam-se entre os órgãos reguladores que acompanham a contabilidade financeira.

Semelhanças e diferenças entre as contabilidades gerencial e financeira

Semelhanças

  • Às duas integram o sistema básico de contabilidade;
  • Visam quantificar o resultado das atividades e transações econômicas;
  • A mesma base de dados é utilizada para preparar os relatórios;
  • Permitem a comparação entre resultados da empresa;
  • Podem contribuir para a tomada de decisões pelos gestores.

Diferenças

  • A contabilidade gerencial é destinada aos usuários internos, enquanto a financeira é voltada para stakeholders externos, atendendo também aos gestores internos;
  • Por ser voltada para o público interno, a contabilidade gerencial é confidencial. Já a financeira é acessível publicamente;
  • A contabilidade financeira segue os princípios contábeis do país e regras predefinidas;
  • A contabilidade financeira tem como foco a informação financeira da empresa. Já a contabilidade gerencial pode relatar informações não financeiras da companhia;
  • Enquanto a contabilidade financeira é voltada para um período específico, a gerencial não tem um prazo determinado, podendo ser mensal, semestral ou outro período que contemple as necessidades da empresa;
  • A contabilidade financeira tem como base os dados históricos, ao passo que a gerencial é voltada para o futuro;
  • A contabilidade financeira é obrigatória para fins de auditoria, exigindo que as informações sejam publicadas, o que não se aplica à gerência.

Para ajudar no processo de escolha de qual contabilidade utilizar, confira um resumo das características predominantes de cada uma:

Considerações

Se por um lado a contabilidade financeira atende demandas obrigatórias e até, por isso, seja a mais comum na rotina empresarial, a gerencial adequa-se às ferramentas de gestão do negócio.

No fim, ambas complementam-se colocando a contabilidade como um fator decisivo e estratégico nas organizações.

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Como fazer um balancete e evitar os erros mais comuns

Diferentemente do balanço patrimonial, que é realizado anualmente, o balancete ou balancete de verificação pode ser feito mensalmente, quinzenalmente, ou sempre que houver a necessidade de analisar um resultado parcial da empresa ou entender indicadores para traçar estratégias.

A base contábil do balancete advém do método das partidas dobradas ou método veneziano,
criado pelo matemático italiano Luca Pacioli, considerado como o pai da contabilidade moderna.

Nas partidas dobradas, não há ou não pode haver nenhum crédito sem o seu débito correspondente. Portanto, se de um lado do balancete forem somados todos os débitos,
do outro a soma dos créditos deve totalizar um valor igual.

Quando essa lógica não existir, por conta de omissões, inconsistências e falhas resultantes do preenchimento das informações, o balancete terá erros.   

Outra diferença entre balancete e balanço é que o segundo é obrigatório para empresas de capital aberto, conforme determina a Lei das Sociedades por Ações, n.º 6.404/76. E também para as empresas de pequeno e médio porte, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, NBC TG 1000.

O balancete é fundamental para o controle das movimentações financeiras, pois auxilia na tomada de decisão e traz mais segurança à empresa, principalmente em cenários de alta competitividade.

Neste post, iremos detalhar o que é um balancete, mostrar a importância desse demonstrativo para as organizações, citar os erros mais comuns na sua elaboração e apresentar um passo a passo de como elaborá-lo.

O que é um balancete e para que serve?

Segundo o Corporate Finance Institute, um balancete é um relatório que lista os saldos de todas as contas contábeis do livro razão, tendo como finalidade identificar o resultado dos lançamentos de débitos e créditos das transações registradas ao longo de um determinado período. 

Conforme orienta a NBC T 2.7, os elementos mínimos que devem constar no balancete são:

  • Identificação da empresa;
  • Data a que se refere;
  • Abrangência;
  • Identificação das contas e respectivos grupos;
  • Saldos das contas, indicando se devedores ou credores;
  • Soma dos saldos devedores e credores.

Podemos definir esses elementos da seguinte forma:

Ativos circulantes: Bens e direitos de uma empresa, que podem ser convertidos em dinheiro no curto prazo. Ex: caixa, bancos, estoques, clientes a receber, etc.

Ativos não circulantes: Bens de permanência duradoura. Ex: investimentos e intangíveis.

Passivos circulantes: Conjunto de todas obrigações em curto prazo. Ex: fornecedores, impostos a recolher e salários a pagar, etc.

Passivos não circulantes: Obrigações que devem ser pagas em um prazo superior a 12 meses. Ex: promissórias, impostos, financiamentos, contratos com fornecedores, etc.

Patrimônio Líquido: Corresponde ao Capital Social da empresa.

Resultado Líquido do Período: É obtido a partir do lucro bruto, menos tributação e despesas fixas e variáveis.

A tabela a seguir traz um exemplo fictício de balancete, com os movimentos do período dispostos na coluna do meio, sendo que à esquerda encontram-se os indicadores contábeis e à direita o saldo atual. 

*Referência: Portal Contábeis

Essas informações podem ser resumidas em apenas alguns dos elementos citados: cabeçalho, ativo, devedor, credor e total final:

*Referência: Portal Contábeis

Por que é importante realizar o balancete?

Mesmo não sendo uma demonstração obrigatória, o balancete é uma excelente fonte de dados, pois lista todas as receitas e despesas de um determinado período, além de indicar o saldo total.

O balancete também é importante para a criação de outros demonstrativos, entre eles, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP).

O portal de estudo e aprendizagem acadêmica QS Study aponta razões e benefícios na realização do balancete: 

  • O balancete resume todas as transações financeiras do negócio;
  • Fornece uma precisão aritmética das transações financeiras do negócio;
  • Ajuda a localizar erros, fornecendo um ponto de partida à sua localização;
  • O balancete fornece uma base à preparação das contas finais;
  • Garante que as transações tenham valores de débito e crédito idênticos;
  • Mostra que o saldo de cada conta contábil foi calculado corretamente;
  • Mostra que os saldos de cada conta contábil foram transferidos com precisão.

Sob o ponto de vista estratégico, o balancete é útil na rotina de contadores e controllers, pois auxilia na administração dos recursos e previsão de cenários futuros. Nesse sentido, o CFO tende a obter uma fotografia da empresa. Além disso, essa demonstração contribui para uma maior transparência da área financeira.

Como elaborar um balancete

O site Só Contabilidade, em um de seus materiais de apoio, explica que é possível elaborar o balancete usando os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Este último caso é o mais comum e também o mais prático.

O professor Fernando Aprato, em seu livro Balancete de Verificação, afirma que existem basicamente quatro tipos de balancete, podendo ser de 2 colunas, 4 colunas, 6 ou 8 colunas. O número de colunas está associado ao nível de detalhamento da informação. 

O portal educacional Toppr, na seção princípios e práticas da contabilidade, descreve os cinco passos necessários para elaborar um balancete:

  1. Para preparar um balancete, precisamos dos saldos finais de todas as contas contábeis e dos registros dos livros. Portanto, em primeiro lugar, todas as contas devem estar equilibradas.
  2. Em seguida, prepare uma planilha de três colunas. A primeira para o nome da conta e as demais colunas para saldos de débito e crédito.
  3. Preencha o nome da conta e o saldo dessa conta na coluna de débito ou crédito correspondente.
  4. Em seguida, totalize a coluna de débito e a coluna de crédito. Em um balancete equilibrado e sem erros, esses totais devem ser os mesmos
  5. Depois de verificar o equilíbrio entre os totais, você já pode fechar o balancete. Se houver alguma diferença, significa que há um erro e você deverá corrigi-lo.

Já o portal AccountingTolls acrescenta alguns detalhes a esse processo:

  1. Crie uma planilha de oito colunas, com cabeçalhos de coluna para o número da conta, nome da conta, total de débito e total de crédito.
  2. Resuma o saldo de cada conta do livro razão até que haja um único saldo final, sendo este um débito ou um crédito.
  3. Transfira para o seu balancete, o número e o nome da primeira conta do livro razão. Se o saldo final da conta for um débito, insira este valor na coluna de débito dessa conta. Se o saldo final for um crédito, faça o mesmo na coluna de crédito.
  4. Em seguida, some os valores da coluna de débito e crédito. Os totais devem corresponder.
  5. Adicione valores para a quinta e sexta colunas da sua planilha, que você poderá usar para ajuste de débitos e créditos. Esses ajustes geralmente são para lançamentos futuros, podendo servir para antecipar despesas.
  6. Adicione valores para a sétima e oitava colunas da sua planilha, que servem para alocar os totais finais de débito e crédito. Os lançamentos nesta coluna são os débitos e créditos originais, somados ou subtraídos dos ajustes já lançados.
  7. Some os valores na coluna de débito final e os valores na coluna de crédito final. Os totais devem corresponder. Caso contrário, identifique e corrija o erro antes de fechar o balancete.

Principais erros na criação do balancete

Erros no balancete são comuns e podem acontecer em qualquer empresa. Para melhor aclarar estes erros e explicar como evitá-los, reunimos algumas fontes que podem auxiliar a sua contabilidade.

Fomos atrás de diferentes fontes para identificar os principais deslizes na hora de criar um balancete e como evitá-los

Entradas duplicadas

Por exemplo, uma fatura duplicada para um cliente será rejeitada pelo cliente, enquanto uma fatura duplicada de um fornecedor será detectada durante o processo de aprovação da fatura. Para evitar este problema, é sempre importante revisar o balancete com atenção, observando entradas duplicadas. 

Entradas não realizadas

É quando uma entrada que deveria estar no balancete deixa de ser incluída, ou seja, trata-se de uma omissão. O melhor a fazer é manter uma lista de entradas sempre atualizada.

Entradas na conta errada

É quando uma conta que antes não tinha saldo passa a estar credora. Para identificar este erro, use modelos de verificação de lançamentos contábeis para todos os lançamentos recorrentes.

Entradas invertidas

Uma entrada para um débito pode ser registrada erroneamente como um crédito e vice-versa. Esse problema pode ser detectado se a entrada for grande o suficiente para alterar um saldo final de uma conta de positivo para negativo ou de negativo para positivo.

Dígitos alterados

Os dígitos em um número podem ter sido trocados. Nesse caso, os totais do lançamento contábil devem ser comparados aos totais do balancete para obter essa confirmação. 

Entradas não equilibradas

Esse erro é facilmente identificado por plataformas automatizadas nas quais as entradas devem ser balanceadas ou o sistema não as aceitará.

Se você estiver usando um método manual, o problema será detectável na coluna de totais do balancete. No entanto, localizar onde o erro se originou, exigirá uma revisão detalhada de cada entrada ou dos totais em cada livro razão.

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O papel da metodologia ágil na área financeira

O conceito de metodologia ágil nasceu em 2001, no estado norte-americano de Utah, a partir da publicação do “Manifesto Ágil”. Este documento foi elaborado por um grupo de 17 desenvolvedores e propõe um conjunto de práticas que visam entregas de alta performance em um prazo curto, partindo de uma perspectiva diferente da gestão tradicional. 

Com a evolução do método, surgiram outras ramificações, sendo o Scrum, Lean e Kanban os mais comuns entre as empresas.

Nos últimos anos, a metodologia ágil na área financeira ganhou evidência, beneficiando o trabalho do CFO e seus colaboradores. O 12º Annual State Of Agile Report aponta que 24% das áreas de tecnologia de empresas adotam o método em suas rotinas, seguido pelas de finanças com 17%.

O mesmo relatório enumera os principais motivos para a adoção da metodologia ágil:

  • 75% – Entregas mais ágeis 
  • 64% – Gerenciar mudanças prioritárias
  • 55% – Aumentar a produtividade
  • 49% – Maior alinhamento entre negócio e TI
  • 46% – Aumento na qualidade das entregas

Neste post, iremos falar sobre o papel da metodologia ágil na área financeira, sua ligação com a transformação digital e como a cultura organizacional pode auxiliar nesse processo.

Como funciona a metodologia ágil na área financeira?

Diferente do que acontece com um planejamento na gestão tradicional, no qual as estratégias são definidas em sua totalidade, na metodologia ágil, as entregas se dão por etapas e de forma contínua. O resultado são tarefas desenvolvidas com mais eficiência e controle. 

Segundo Henk Pieter den Boer, especialista da PwC, a implementação de rotinas ágeis traz um impacto sistêmico em diversas funções financeiras, e pode facilitar a maneira de se trabalhar com planejamento e orçamento.
Este entendimento indica, entre outros aspectos, uma mudança de mentalidade e um maior alinhamento da área de TI com os CFOs no emprego das metodologias ágeis.

Veja alguns benefícios da metodologia ágil para a área financeira listadas por especialistas da PwC:

Controle de custos: O uso de recursos como a inteligência artificial, auxilia na otimização dos processos e, consequentemente, na redução de custos.

Redução de riscos: Com equipes menores, os riscos de erros de execução são minimizados consideravelmente, pois é possível identificar gargalos e corrigir desvios com maior eficiência.

Aumento da produtividade: Outro ponto central, uma vez que cada profissional saberá exatamente qual o seu papel e a importância de sua atuação para o êxito de cada etapa no processo. 

Maior transparência e acesso a dados: Processos colaborativos geram maior transparência e segurança nas rotinas financeiras e um acesso mais dinâmico às informações.

CFO e times mais integrados: O fortalecimento da liderança do CFO somada à participação direta dos demais colaboradores, gera um ambiente de trabalho mais produtivo e ágil.  

Atração e retenção de talentos: empresas que vivenciam novas formas de trabalho são mais atraentes para candidatos de alto nível e mais propensas a reter seus funcionários talentosos.

A conexão entre metodologias ágeis e transformação digital

Metodologias ágeis e transformação digital andam juntas. Uma conexão que vem ganhando força com o emprego de novas tecnologias e modelos de trabalho mais inovadores.

Na área de finanças, esta conexão acelera a automatização dos processos, favorece o mapeamento de dados e melhora o acompanhamento de prazos.

Segundo estudo da IBM, apesar das vantagens da transformação digital, 58% das empresas de médio e grande porte ainda conduzem sua gestão financeira de forma tradicional, usando planilhas em seus processos de planejamento e orçamento, mas 41% dos colaboradores dessas empresas afirmam não conseguir lidar com o volume desses dados.

O papel da tecnologia para uma área financeira mais ágil

Nos últimos anos, a tecnologia vem assumindo um papel transformador na área financeira, possibilitando a modernização dos processos e uma maior integração com
novas formas de trabalho, entre elas a metodologia ágil.  

O resultado são entregas melhores em prazos menores, dentro de ambientes mais dinâmicos
e inteligentes. Além disso, com o aporte na tecnologia, as tomadas de decisão acontecem de forma mais fluida e segura, o que auxilia o planejamento das organizações.

Segundo o CEO Survey 2021, da Deloitte Brasil, as empresas de serviços e financeiras são ass que mais investiram em tecnologia no ano passado. Contudo, para o bom aproveitamento das soluções tecnológicas, capacitar colaboradores e demais lideranças é sempre uma escolha inteligente.

O “Agenda 2022”, também da Deloitte Brasil, aponta que 9 em cada 10 empresas irão aumentar ou manter investimentos em qualificação tecnológica, como forma de responder à transformação digital.

O mesmo estudo indica que a maior parte desses investimentos se dará em sistemas, ferramentas de gestão, aplicativos e infraestrutura. Tudo isso, reflete a importância da tecnologia no ambiente financeiro.

A tecnologia aliada a metodologias ágeis podem trazer diferentes benefícios:

Agilidade nos processos: Novas metodologias reduzem significativamente o tempo gasto em atividades, o que pode ser convertido em produtividade para o setor.

Facilidade no acesso: Acessar seu banco de dados de qualquer lugar e em tempo real com os demais colaboradores é um grande diferencial.

Planejamento eficiente: Permite uma visão completa da real situação das finanças da empresa, alicerçando melhor as decisões futuras.

Controle de prazos: Precisão e rigor no controle de prazos é uma das muitas vantagens que a tecnologia traz à área financeira.

Segurança nas informações: Os softwares permitem a integração de diversos setores da empresa e um controle mais eficiente e seguro das informações.

Redução de erros: As informações, quando realizadas manualmente, podem gerar erros difíceis de serem identificados. Com a integração de dados digitais, a confiabilidade das informações é altamente superior.

O papel da cultura organizacional na criação de uma área  financeira ágil  

A pesquisa da consultoria Gartner aponta que 7 em cada 10 CFOs aceleraram suas iniciativas digitais em 2021, indicando que a transformação digital é imperativa na área de finanças.

Já o estudo da Accenture afirma que 72% dos CFOs são responsáveis pelo direcionamento tecnológico da empresa, o que contribui para a implementação de uma cultura ágil.

Pontos, como esses, abrem caminho para a adoção de novas metodologias e tecnologias na área financeira. Essa combinação de fatores fortalece a cultura organizacional, que contribui à criação de uma área financeira ágil, quando:

  • Incentiva a mudança de mindset da empresa, que passa a melhor compreender os objetivos traçados.
  • Auxilia na substituição de modelos tradicionais e, muitas vezes, engessados de gestão
    por novas metodologias
  • Une lideranças e colaboradores em prol de uma área financeira mais ágil.

Para materializar estas iniciativas, a figura do executivo de finanças tem se mostrado fundamental, pois cabe a ele transmitir os valores da empresa e validar internamente toda essa cultura.

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O que esperar da área financeira nos próximos anos?

De acordo com a McKinsey, em seu artigo Finanças 2030: quatro imperativos para a próxima década, nos últimos dez anos, a área financeira reduziu os custos em quase 30% e gestores usaram 19% mais tempo em atividades de valor agregado.

Do momento atual até 2030, o objetivo é alcançar níveis ainda mais altos de eficácia, e para isso, os executivos precisam mudar suas prioridades para minimizar erros, impulsionar a velocidade nos fluxos de trabalho e gerar maior precisão. A consultoria destaca quatro pontos de atenção para alcançar essa meta: 

  1. Estimular uma rede integrada de eficiência em todos os níveis da empresa;
  2. Potencializar o papel da área financeira no gerenciamento, consolidação, controle de dados e fluxo de informações a;
  3. Fortalecer a tomada de decisão por meio da adoção de ferramentas e técnicas que auxiliem na visualização de dados e análises avançadas;
  4. Reimaginar o modelo operacional financeiro com o objetivo de promover novas habilidades e capacidades.

 Segundo a KPMG, em seu reporte Futuro das Finanças: A agenda do CFO para um amanhã radicalmente diferente, alguns dos planos e expectativas da área financeira para a década são:

  • 60% a 70% dos processos manuais realizados hoje serão automatizados nos próximos cinco a dez anos;
  • 47% dos CEOs planejam aprimorar mais da metade de sua força de trabalho nos próximos três anos;
  • 63% dos CEOs dizem que precisarão melhorar seus processos de inovação e execução nos próximos três anos.

Confira a seguir mais detalhes sobre o que esperar para a área financeira nos próximos anos. 

Área financeira: o que esperar para o amanhã?

Em seu relatório Finanças 2025: transformação digital em finanças – nossas oito previsões sobre tecnologia digital para CFOs, a Deloitte imaginou o futuro que combina as necessidades de CFOs com as tecnologias disponíveis, fazendo algumas previsões para a área financeira até o ano de 2025:

Blockchain: uma blindagem para os processos da área financeira

Nos próximos anos, a Deloitte acredita que as informações baseadas em nuvem, blockchain, automatização e investimentos em segurança continuarão em ritmo acelerado, mitigando riscos humanos, dispensando o uso de planilhas e mantendo os dados inalteráveis, gerando relatórios mais transparentes e auxiliando na auditoria e compliance. 

A previsão da consultoria não difere de outras análises sobre o setor. A pesquisa Blockchain e o futuro das finanças, feita pela KPMG, estima que o valor comercial agregado pelo blockchain superará US $176 bilhões até 2025 e US $3,1 trilhões até 2030. Ainda será responsável por um aumento de até 40% na eficiência financeira, com o processamento direto em uma única fonte, contribuindo com uma redução de até 95% nos erros, devido à eliminação de livros-razão fora de sincronia.

Rolling Forecast e relatórios instantâneos

Para a Deloitte, os resultados operacionais reportados periodicamente em ciclos serão substituídos por previsões de cenários contínuas e instantâneas. Impulsionada pela tecnologia, a área financeira não irá mais prever mensalmente ou trimestralmente, e sim em tempo real.

A DataRails, em sua matéria As 10 maiores tendências que impactarão o FP&A em 2022, afirma que já neste ano o planejamento financeiro será marcado por essa mudança. Para a empresa de softwares, os relatórios em tempo real já são uma aposta nos Estados Unidos e o FP&A irá acompanhar essa onda em todo o globo.

Novas ferramentas de gestão financeira

Na previsão da Deloitte, as novas plataformas de gerenciamento de performance corporativa e automatização desafiarão o ERP tradicional e outros mecanismos ultrapassados. Capazes de fazer o trabalho manual de maneira inteligente e automática, líderes da área financeira poderão se dedicar integralmente às atividades estratégicas, geração de insights e análises.

Segundo pesquisa feita pela McKinsey, quase 70% das companhias aceleraram a adoção de novas tecnologias e a digitalização de processos e sistemas, principalmente pós-pandemia, e a tendência é que esses números aumentem ainda mais até 2030.

Integração de dados financeiros e de outras áreas

A Deloitte afirma que muitos departamentos financeiros ainda enfrentarão desafios com a desorganização de dados e falta de compatibilidade entre sistemas. Nesse cenário, a proliferação de APIs permitirá uma padronização de dados sincronizados e integrados entre uma ou mais plataformas.

De acordo com a FP&A Trends, em seu artigo Através da lente: finanças em 2025, o modelo operacional de finanças esperado em 2025 trabalhará com uma visualização de dados conjunta, com todas as informações da empresa armazenadas em um só banco.

Profissionais capacitados digitalmente

Na visão da Deloitte, o futuro tem demonstrado tendências para um mercado mais digitalizado, e aconselha a trabalhar para capacitar a força de trabalho com as novas tecnologias que estão por vir.

O Gartner, em suas previsões das 6 maneiras como o local de trabalho mudará nos próximos 10 anos, afirma que o trabalho de maior valor será de natureza cognitiva até 2028.

Para a pesquisa, a demanda por habilidades digitais cresceu 60% nos últimos anos e funcionários terão que aplicar criatividade, pensamento crítico e constante aprimoramento de sua destreza digital para atender a essas necessidades e resolver problemas complexos.

Padronização nos relatórios ESG

O relatório de tendências da Deloitte afirma que hoje, a adoção de padrões ESG tornou-se um

requisito para a maioria das grandes empresas e investimentos fundos. E globalmente, os ativos ESG estão a caminho de ultrapassar US $50 trilhões até 2025.

Um padrão global para relatórios sustentáveis da área financeira tem sido discutido nas pautas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e com o ESG e investimentos em green bonds em alta, a perspectiva é que nos próximos anos a padronização seja uma realidade.

Segundo a Climatiq, empresa que oferece banco de dados de emissões climáticas de código aberto, além da União Europeia e do ISSB, existem cerca de 30 órgãos reguladores que estão analisando propostas legislativas futuras que reforçam os padrões de relatórios ESG corporativos

E agora, como preparar a área financeira para esse futuro?

Para os diretores da área financeira, será necessário avaliar custos, retorno de  investimentos e os impactos que a transformação digital, otimização de processos e qualificação de profissionais trarão para suas empresas antes de qualquer mudança.

A Deloitte, na CFO Insights – Finanças 2025: você está preparado?, revela como a área financeira poderá se preparar para obter o máximo proveito num mundo digital e como encarar esses desafios.

Adaptar-se é o primeiro passo dessa jornada

Segundo a consultoria, a melhor maneira de as finanças implementarem tecnologias ou novos processos é trabalhar para dominá-las. Na proporção em que amadurecem, os profissionais financeiros devem estar preparados para implantar, lidar e gerir essas ferramentas emergentes.

Segundo a matéria da Strategic Finance Magazine, organizações têm sido bombardeadas com novas tecnologias que surgiram nos últimos anos, tais como cloud, big data, inteligência artificial e blockchain. Nesse cenário, é necessário analisar quais fazem sentido se implantadas e como.  

Priorize o que atende às necessidades da área financeira

Líderes da área financeira devem avaliar qual dessas oportunidades melhor estão alinhadas com as estratégias e objetivos da empresa e se estão preparados para recebê-las e integrá-las aos demais sistemas existentes.

Não ter uma visão clara das entregas de novas tecnologias e novos processos é um dos 6 erros comuns a serem evitados ao fazer investimentos em tecnologia compilados pela Forbes. É importante questionar se os recursos, tanto financeiros quanto técnicos, são suficientes a fim de alcançar o máximo retorno sobre o investimento.

Otimize suas habilidades

Habilidades de liderança, conhecimento técnico e pensamento estratégico servirão como catalisadores do que a área financeira exigirá nos próximos anos, e os profissionais deverão reconsiderar seus papéis.

Joe Atkinson, CTO da PWC nos Estados Unidos, em entrevista para a Financial Executives International, fala sobre as habilidades esperadas do profissional da área financeira: 

“Habilidades de dados, análise, visualização de dados todas são críticas para a função financeira do futuro. Mas também é a agilidade, a “mentalidade de produto” e a compreensão dos conceitos. Essas não são as habilidades que geralmente associamos às nossas funções financeiras, mas, se queremos promover uma transformação verdadeira e duradoura, essas são as habilidades adicionais de que precisamos.”

A BCG, elaborou um infográfico com uma visão de como a área financeira estará esquematizada futuramente, colocando-a como a principal responsável pelo desempenho organizacional.

Segundo a consultoria, para cumprir esse papel, a função do profissional e da área deverá mudar de quatro maneiras principais:

As funções tradicionais do FP&A como previsão, planejamento, orçamento, acompanhamento de KPIs e relatórios ainda irão continuar, mas dessa vez incluindo novas habilidades e escopos de autoridade, trabalhando como uma área não mais isolada, consolidando todas as informações da empresa e as analisando num só plano.

Além disso, a função do planejador financeiro se tornará híbrida, com tecnologias trabalhando a seu favor, proporcionando maior eficiência nos processos e auxiliando na tomada de decisões e na prevenção de riscos. 

Ainda, com ambientes de trabalho que procurarão explorar melhor as capacidades de seus integrantes, o autoaprendizado, capacitação e know-how se tornarão itens valiosos para os profissionais da área financeira nos próximos anos.

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Dicas para atualizar sua educação financeira corporativa

Segundo a Controllers Council, o setor de contabilidade e finanças corporativas está enfrentando uma falta de profissionais qualificados e têm lutado para encontrar talentos para preencher vagas. Nesse sentido, a educação financeira corporativa tem exercido uma importante função na capacitação de profissionais para a área, que tem passado por inovações constantes nos últimos anos.

A associação menciona que um dos principais motivos para essa escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual a demanda por mão-de-obra capacitada aumenta, ao mesmo tempo em que existem poucos trabalhadores com as habilidades exigidas do mercado.

Reunimos algumas sugestões sobre como atualizar os conhecimentos de educação financeira corporativa e ajudar no processo de constante capacitação dos profissionais. Confira:

Mantenha-se atualizado sobre novos temas e tendências da educação financeira

Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central brasileiro, na matéria com a digitalização, o sistema financeiro do futuro começa a ser desenhado, é notável a velocidade das mudanças tecnológicas e seu impacto na área financeira.

Nesse cenário de evoluções contínuas, é preciso ficar atualizado dentro de temas das principais mudanças do setor, como novas normas regulatórias, tendências de FP&A, e avanços da área financeira.

Nisso, portais e blogs da área podem ser grandes aliados. Assinar newsletters facilita nesse momento, já que as últimas notícias são enviadas diretamente ao assinante, sem o risco de deixar uma matéria importante para trás

Outra maneira de ser avisado sobre tendências e novidades é pelo Google Alerts, recurso de notificações enviadas por e-mail sempre que resultados de um tópico escolhido forem publicados. 

Ter uma rotina de leitura diária também auxilia na hora de atualizar sua educação financeira corporativa, podendo trazer insights e manter o leitor por dentro das principais atualidades do setor. Revistas e sites da área como Forbes e The Economist, por exemplo, são um dos principais veículos de notícias da área financeira.

Essa rotina deve ser complementada com os livros mais vendidos e comentados do setor, que abordam diversos aspectos da área.  Procurar suas avaliações em plataformas de leitura pode auxiliar nessas escolhas.  

Utilize as redes sociais a seu favor

Redes sociais como LinkedIn e Facebook possuem grupos de interesse que conectam diversas pessoas num mesmo segmento, compartilhando ideias e criando oportunidades de networking.

Segundo o portal CIO, “participando de um grupo de LinkedIn, é fácil manter-se atualizado com as tendências do setor, fazer contatos valiosos e tornar-se uma referência em sua área de atuação.”

Para encontrá-los, basta inserir a palavra chave do que procura no campo de busca das plataformas e filtrar a categoria “grupo” e então solicitar a participação.

Num ambiente propício e aberto à discussões produtivas, esses grupos podem impulsionar sua educação financeira corporativa com a troca de experiências, sanando dúvidas e se envolvendo com pautas de valor.

Nas redes sociais, também é possível acompanhar as tendências da área seguindo personalidades influentes no setor. O LinkedIn destaca, no #TopVoicesLinkedin, profissionais que colaboraram de forma relevante e que estiveram mais envolvidos com determinados temas.

Outra dica é seguir as hashtags, palavras-chave iniciadas pelo símbolo “#”, que se tornam hiperlinks e redirecionam o usuário para publicações relacionadas. Elas permitem ter todos os conteúdos do tema interessado na página inicial da rede social, facilitando sua visualização.

As redes geralmente sugerem, automaticamente, hashtags baseadas em seus interesses, área, setor e empresa que trabalha, sendo mais fácil encontrar as que melhor se encaixam em seu perfil.

Desenvolva antigas e novas habilidades

As habilidades esperadas dos profissionais financeiros têm uma tendência a crescer à medida que os anos passam e as demandas exigindo cada vez mais capacidades analíticas e estratégicas.

Segundo o guia Finanças 2020: mais perto do que você imagina – planejando o futuro, da Robert Half, empresa de soluções em talentos, 90% dos CFOs consideram desafiador encontrar profissionais qualificados para as finanças.

Os dados revelam que 35% dos CFOs acreditam que os profissionais de finanças precisam conhecer mais sobre softwares financeiros, 26% sobre compliance, governança e gerenciamento de risco, e 25% sobre os padrões de relatórios financeiros e contábeis.

Nesse sentido, capacitar-se através de cursos rápidos, treinamentos, doutorados, mestrados e especializações pode ser ideal para quem procura melhorar sua educação financeira corporativa.

Segundo dados da pesquisa O Perfil do CFO no Brasil: 2021, da Assetz Expert Recruitment, em parceria com o Insper, 70% dos CFOs possuem ao menos uma pós-graduação, fortalecendo a importância e a tendência da educação continuada dos profissionais de finanças.

Com o objetivo de atualizar e expandir as competências técnicas, há instituições que incentivam o lifelong learning, educação continuada, no português, e oferecem capacitação com certificação e até mesmo gratuitas. 

Para saber qual a melhor opção de curso, pesquise sobre a instituição e busque saber se a mesma é reconhecida. É possível também conferir suas avaliações em órgãos de referência como o MEC e verificar a sua pontuação em relação às demais.

Participe de eventos

É possível atualizar sua educação financeira corporativa desenvolvendo um networking ao participar de encontros, palestras, workshops, congressos, conferências e outros eventos.

Com o objetivo de criar conexões profissionais, o network, trabalho em rede, no português, cria laços vantajosos, compartilhamento de ideias e acesso a oportunidades.

A Michael Page, agência de recrutamentos, elenca vários benefícios do networking. Dentre eles, essa prática é capaz de alavancar seu perfil e carreira profissional, trazer visibilidade do seu negócio, e fortalecer relações comerciais de longo prazo.

A revista Forbes, em sua matéria How To Begin To Build A Network, mostra como começar a projetar um networking de sucesso e como aproveitá-lo ao máximo:

  • Expanda sua rede de contatos partindo para engajamentos diretos com as organizações de seu interesse. Compareça em seus eventos, envolva-se nas dinâmicas profissionais e entenda como construir sua reputação com potenciais parceiros de negócios, sócios e clientes.
  • Após isso, avalie qual desses contatos têm um melhor fit com seus objetivos e cultive essas relações. Estabeleça uma meta de comparecimento a eventos, organize encontros e lidere reuniões envolvendo seu negócio e mostrando o que pode oferecer.

Para localizar os eventos relevantes da sua área, há sites e plataformas que podem ajudar a filtrar tópicos, juntamente com datas, locais, ingressos e informações gerais. 

O LinkedIn disponibiliza um recurso para encontrar eventos, assim como para criar e atuar como organizador, decidindo seus detalhes e enviando convites para os participantes.

Ao seguir uma hashtag relacionada ao evento, todas as informações e interações irão aparecer em seu feed automaticamente, incluindo a possibilidade de realizar conexões com os convidados.

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Sinais de que o fechamento de resultados está levando tempo demais

A área financeira e seu time ainda gastam muito tempo em uma atividade recorrente: o fechamento de resultados. 

Esse processo é ainda mais penoso para  empresas que ainda fazem tudo de forma manual. Uma pesquisa feita pela Capterra mostra que 61% das PMEs brasileiras ainda usam planilhas para os processos contábeis e 15% ainda usam papel e caneta.

Reunimos possíveis fatores que prolongam o fechamento de resultados e estratégias para simplificar esse processo, como uso de tecnologia para automatizar algumas de suas tarefas. Confira.

Sinais de que o fechamento de resultados está tomando muito tempo

1. A transformação digital está sendo ignorada

Zulmir Ivânio Breda, presidente do Conselho Federal de Contabilidade, explica, no artigo Uma reflexão sobre os impactos da tecnologia na Contabilidade, que com uma onda de mudanças é natural que haja resistência para adequar-se às novas tecnologias.

Mas deixar a digitalização de lado pode significar que atividades rotineiras, assim como o fechamento de resultados, dependam de esforços manuais, o que estende o tempo necessário, além de manter as informações sujeitas a falhas humanas.

2. Os arquivos essenciais não estão sendo organizados

O estudo Métrica do mês: Tempo de ciclo para fechamento mensal, feito pela CFO Magazine, mostra que a desorganização interna de dados contábeis pode atrasar os processos, pois exige que o profissional leve tempo procurando e certificando-se que os arquivos estão corretos.

A falta de gestão de informações dificulta localizar e garantir a confiabilidade de saldos contábeis, trabalhistas e fiscais, assim como faturamento, fluxo de caixa, folha de pagamento,  apuração de impostos, escrituração contábil e estoque, por exemplo. Incorretas, podem comprometer toda a estrutura do fechamento de resultados.

3. Os profissionais não estão capacitados

Negligenciar a qualificação da equipe pode prendê-la a métodos ultrapassados e demorados que impactam o fechamento de resultados e não estamos apenas falando de tecnologia. 

Estar desatualizado quanto às normas regulatórias, por exemplo, reflete na necessidade de auditorias minuciosas, revisões das novas regulamentações e correções constantes, que estendem ainda mais o tempo gasto com esses processos.

4. As projeções financeiras não estão sendo eficientes

A lista com os principais erros de fechamento, produzida pela BLB Brasil, consultoria de auditoria contábil, mostra que  a imprecisão nas estimativas, sejam elas de lucros ou prejuízos, é um dos mais frequentes.

Sem acompanhar o mercado e a economia, alimentar as planilhas com valores pressupostos sem clareza pode implicar em revisões e refações para adaptar-se a mudanças inesperadas, tanto do fechamento como de outros processos financeiros. 

Isso vale também para os valores que ainda não entraram efetivamente no caixa e estão sujeitos a atrasos ou até mesmo, inadimplência.

5. A gestão orçamentária está sendo comprometida

O artigo 8 erros de relatórios financeiros – e como corrigi-los produzido pela revista Financial Management mostra que os resultados da gestão orçamentária também podem refletir falhas das informações quantitativas e qualitativas levantadas no fechamento de resultados.

O planejamento financeiro traça expectativas e estratégias baseando-se na realidade econômica da empresa. Com a necessidade de cumprir prazos, um fechamento de resultados feito às pressas, pode afetar a integridade de dados e prejudicar as projeções do orçamento. 

Dicas para acelerar o fechamento de resultados 

1. Utilize softwares de automatização financeira 

O estudo Contabilidade 4.0: análise dos avanços dos sistemas de tecnologia da informação no ambiente contábil, da revista CAFI, vinculada à PUC-SP, revela que 77% dos contadores entendem que um dos maiores impactos da tecnologia em suas rotinas foi na “agilidade e ganho de tempo”

Nessa visão, importante para otimização do fechamento de resultados, a digitalização traz:

  • Leitura dinâmica de relatórios;
  • Facilidade de acesso às informações financeiras;
  • Integridade dos dados.

Como visto, a evolução tecnológica nos últimos anos permitiu que a área financeira  otimizasse seu tempo através de ferramentas inovadoras. Agora, saiba como começar a automatizar os processos contábeis clicando aqui.

2. Categorize as informações financeiras 

Separar as informações de elaboração do fechamento de resultados sem precisar retornar às planilhas e procurar por dados soltos permite ganhar agilidade e segurança no fechamento contábil.

Agrupar os lançamentos contábeis em subdivisões também faz parte desse processo, pois mantém o controle das destinações dos recursos e agiliza seu acompanhamento. Alguns exemplos são: entrada e saída, investimentos em áreas e setores, compras de material, publicidade e marketing etc.

Dessa forma, evita-se inconsistências e a necessidade de revisões frequentes, além de auxiliar na localização de informações, tornando o processo mais rápido e preciso. 

3. Aprimore suas capacidades

O relatório Rumo a uma revolução de requalificação, realizado pela World Economic Forum, mostra que, só nos Estados Unidos, até 2026, 1.4 milhão de empregos serão afetados por novas tecnologias.

E nesse momento, a necessidade de capacitar-se para operar essas inovações é crucial para manter-se atualizado quanto às suas funcionalidades, incluindo as que auxiliam em processos contábeis como o de fechamento de resultados.

4. Automatize a validação dos dados recebidos da contabilidade externa

Em algumas empresas, o fechamento de resultados é auxiliado por escritórios externos de contabilidade.

Depender de um grande número de processos manuais, pessoas, e até de outras empresas também pode desacelerar o fechamento, e neste caso, saber como validar os dados recebidos da contabilidade externa pode salvar horas de trabalho de checagem.

Com a automatização, o tempo de fechamento é otimizado com a validação do balancete e livro razão enviados pela contabilidade externa, além da identificação de desvios e classificações incorretas, por exemplo.

5. Faça um checklist

Em seu blog, o Grupo Midas propõe um checklist para um fechamento contábil mensal de sucesso. Entre os itens citados, os que podem ajudar a organizar o fechamento de resultados são:

  • Estabeleça quem é responsável pela entrega de informações por cada área;
  • Defina datas de entrega de informações, e também do próximo fechamento;
  • Utilize tecnologia para maior precisão e rapidez;
  • Calcule as despesas dos próximos períodos antecipadamente;
  • Confira se há contas a pagar ou receber vencidas ou próximas do vencimento;
  • Analise os resultados e compare com períodos anteriores.

Considerações a respeito dos benefícios da automatização

A automatização por meio de softwares de gestão e performance corporativas pode trazer  mudanças positivas na rotina de profissionais financeiros. 

O Accountfy facilita entregas robustas da contabilidade e também da controladoria, permitindo a rápida elaboração de demonstrações contábeis, consolidação, análise e planejamento financeiro, e também reduzindo o tempo de fechamento mensal em até 3x. 

Nova call to action

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Mitos e verdades sobre as demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, são importantes porque entregam indicadores valiosos capazes de orientar a gestão das empresas. São documentos que apresentam o fluxo contábil e financeiro da empresa em um dado período, um recorte do desempenho da empresa, apresentado em números.

As demonstrações contábeis são ferramentas de uso diário e muitas vezes é difícil ter clareza das informações relacionadas a elas, como obrigatoriedade, dados que devem ser incluídos, quem deve participar da suas criações, como podem ser utilizadas… 

Nesse universo complexo, o profissional da área financeira precisa confirmar informações para desempenhar bem suas atividades. Portanto reunimos alguns mitos e verdades relacionados às demonstrações contábeis. Confira.

Mitos sobre as demonstrações contábeis

Nem toda empresa precisa gerar demonstrações contábeis 

De acordo com o art. 1.179 da Lei 10.406/2002, “o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”.

Ou seja, toda e qualquer empresa deve elaborar suas demonstrações contábeis ao menos uma vez por ano para fins de fisco. Até mesmo as entidades sem fins lucrativos precisam seguir normas em relação a esses documentos

Nesse mesmo cenário, de acordo com a Lei 10.825/03, inciso IV do art. 44 do Código Civil, uma vez que organizações religiosas também configuram-se pessoas jurídicas, essas devem cumprir com obrigações tributárias como registro de recebimento de ofertas e doações financeiras, elaboração do livro caixa e do balanço patrimonial anual.

O fechamento contábil é sempre uma correria no fim do mês

Para várias empresas o fechamento mensal exige esforço e tempo. O uso de planilhas pesadas, auditorias minuciosas e outros procedimentos contribuem para prolongar sua entrega. 

Mas não significa que tenha de ser assim. Hoje, processos complexos como esses podem ser simplificados por meio do uso da tecnologia, otimizando o uso de recursos.

Plataformas de gestão financeira permitem automatizar tarefas e ganhar agilidade e segurança nos fechamentos contábeis. Isso vale também para processos de consolidação, reportes e outras demandas da área.

Automatizar essas tarefas rotineiras proporciona ao líder financeiro uma posição mais estratégica e focada em atividades que agregam valor.

As demonstrações contábeis só envolvem a área financeira

Embora as demonstrações contábeis estejam relacionadas com as áreas financeiras, é importante lembrar que outros departamentos também possuem obrigações legais a serem documentadas.

As áreas fiscais, contábeis e trabalhistas precisam levantar e reunir suas informações para calcular impostos, apurar os relatórios contábeis e entregar as obrigações acessórias ao governo.

A área trabalhista, por exemplo, é obrigada a elaborar a folha e recibos de pagamento, exigida pelo art. 225 do Decreto 3048/1999, assim como a fiscal deve reunir os arquivos da Escrituração Fiscal Digital, com informações contábeis e cadastrais dos contribuintes através do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), previstas no artigo 113 do Código Tributário Nacional.

Exemplos de demonstrações contábeis que envolvem essas demais áreas são o SPED contábil, DIRF, ECD, GFIP, Folha de pagamento, dentre outros.

A DVA é obrigatória para todas as empresas

Quando uma empresa vende um produto ou serviço, em suma, seu preço deve ser maior que seu custo de produção, sendo esse valor adicional, seu lucro. A Demonstração do Valor Adicionado tem a finalidade de evidenciar essa “riqueza gerada” em determinado período.

Em adição ao artigo 176, § 4º, da Lei nº 6404/1976, o inciso V da Lei Lei Nº 11.638, sancionada em 2007, dispõe as obrigatoriedades de apresentar a DVA apenas para empresas de capital aberto a cada período contábil. 

Apesar de obrigatória somente as S.A., outras empresas também têm aderido a produção desse demonstrativo, já que ele evidencia pontos fortes e fracos da lucratividade operacional para o gestor e investidores.

A melhor forma de gerar o DRE é baseando-se no demonstrativo de caixa

O item 1.17 a 1.19, intitulado “Desempenho financeiro refletido pela contabilização pelo regime de competência”, na resolução NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, disposta no portal do Conselho Federal de Contabilidade, expressa o seguinte:

“O regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente. Isso é importante porque informações reportadas durante o período, fornecem uma base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da entidade do que informações exclusivamente sobre recebimentos e pagamentos à vista durante esse período.”

O regime de competência certifica que o resultado do DRE seja preciso, pois registra as despesas e receitas do período em que foram efetuadas, independentemente de seu efetivo pagamento ou recebimento, diferentemente do regime de caixa, que contabiliza entradas e saídas no momento em que o valor é descontado ou adicionado.

Elaborar o DRE baseando-se apenas no demonstrativo de caixa, deixando o regime de competência de lado, é um erro comum.

O Balanço Patrimonial é obrigatório para empresas de todo tamanho

Apesar de ser um demonstrativo obrigatório para a maioria das empresas, MEIs, microempresas e pequenas empresas podem substituir o Balanço Patrimonial pelo Simples Nacional, um regime  simplificado de fiscalização e tributação, que une 8 impostos em uma só guia de pagamento.

Só existe uma exceção prevista no Art. 3º do Decreto 6.204/2007, na qual para aquisição de produtos a pronta entrega e para locação de materiais, não é obrigatória a apresentação do balanço.

O artigo do Jornal Contábil mostra que a raíz dessa dúvida é que, mesmo as empresas optantes do Simples Nacional, precisam do Balanço Patrimonial para participar de uma licitação pública.

Fatos sobre as demonstrações contábeis

Notas explicativas são obrigatórias

Seguindo as normas previstas no artigo 176, § 4º, da Lei nº 6404/1976, a elaboração e publicação das notas explicativas são obrigatórias para toda e qualquer empresa, para fins de complementação das demonstrações, com o resumo das políticas contábeis e informações explanatórias.

A obrigatoriedade para PMEs está prevista na resolução NBC TG 1000 (R1), na seção 3, item 3.17. Enquanto isso, a obrigatoriedade das microempresas e empresas de pequeno porte estão disponíveis no modelo contábil ITG 1000, no item 26. Ambas disponíveis para download na página do Conselho Federal de Contabilidade.

Não há padrão ou regulamentação contábil para relatórios ESG no Brasil

A formalização de relatórios ESG (governança ambiental, social e corporativa, no português) é um dos temas atuais mais discutidos em relação a como seus resultados são contabilizados, pois sem um padrão, empresas podem mensurá-las em qualquer modelo.

Apesar de ser um dos países que integram o ranking de empresas líderes em sustentabilidade, hoje, no Brasil, não há regulamentação contábil ou exigência prevista em lei que determine normas de documentação de sustentabilidade.

Nesse cenário, a fins de relatar o compromisso ambiental e social para incentivar investimentos, empresas optam por seguir modelos reconhecidos nacional e internacionalmente. São eles: o ISE, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, o Global Reporting Initiative (GRI) e também o Relato Integrado, regulamentado pela NBC CTG 09.

O regime de competência é obrigatório para Sociedades Anônimas

O regime de competência tem a função de mostrar a posição financeira da empresa em curto e longo prazo, e é o modelo oficial para a declaração de imposto de renda.

Além das aplicações gerenciais para tomada de decisão, o regime de competência está ligado a fins fiscais essenciais nas demonstrações contábeis e sua obrigatoriedade está prevista para companhias de capital aberto no art. 177 da lei 6.404/76

A DLPA pode ser substituída pela DMPL

A Lei nº 6404/1976 caracteriza a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) como uma demonstração financeira na qual são evidenciadas as movimentações ocorridas nos Lucros ou Prejuízos Acumulados do Patrimônio Líquido.

Enquanto isso, na mesma lei, a Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido (DPML) apresenta as alterações realizadas em todas as contas do Patrimônio Líquido do exercício.

Portanto, as informações contidas na DLPA podem ser legalmente incluídas nas demonstrações da DMPL, e não é exigida no item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é obrigatória para PMEs

Com a Demonstração de Fluxo de Caixa é possível localizar e registrar todas as entradas e saídas monetárias dentro de um período, listando as principais alterações no saldo de disponibilidades das empresas. 

Conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000, a elaboração e divulgação da DFC é obrigatória para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a dois milhões de reais, inclusive para PMEs, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000.

Os registros contábeis são obrigatórios, exceto para MEIs 

As já mencionadas normas do CFC e o artigo 1.179 do Código Civil estabelecem a obrigação de que as empresas registrem seus fatos contábeis, isto é, todas as alterações e movimentações envolvendo os bens, direitos e obrigações.

De acordo com o artigo 5º do Decreto-lei 486/1969 “é obrigatório o uso de livro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos ou operações da atividade mercantil, ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial do comerciante”.

O livro, mecanizado ou não, deve ser contabilizado para fins de fisco, por toda e qualquer empresa, inclusive as optantes do Simples Nacional, sendo a única exceção legal, o microempreendedor individual.

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5 prioridades do CFO para o ano de 2022

Uma das prioridades do CFO é a aceleração da empresa em busca de mais competitividade e lucros para o próximo ano. Mais do que garantir eficiência operacional nas finanças, ele lidera a tomada de decisão a partir da análise dos dados, contribuindo no alcance dos objetivos. 

A KPMG, em sua pesquisa anual para 2022, aponta que a confiança da sociedade está altamente atrelada à gestão financeira, principalmente aos relatórios cada vez mais minuciosos e transparentes. David Linke, um dos líderes globais da consultoria, afirma que os sistemas tributários, a reputação e a estrutura financeira nunca foram tão valorizadas.

A agenda do CFO muda a cada ano e não será diferente em 2022. A análise dos dados  e as adequações regulatórias farão parte do dia a dia deste executivo. Continue a leitura e confira mais algumas prioridades para esse executivo segundo as principais consultorias e revistas de negócios do mundo.

1. Relacionamento ou parcerias de negócios

A Accenture, em sua Pesquisa Global de CFO de 2021, mostrou que 88% dos CFOs adotaram o papel de “arquiteto de valor empresarial” no último ano, introduzindo métricas que aumentaram a influência da área financeira em outros times. 

Os líderes financeiros desenvolveram habilidades sociais e aprimoraram suas técnicas de influência, motivando as equipes a corresponderem às necessidades do negócio. Segundo o estudo da Accenture, tais técnicas devem continuar no próximo ano.

Por exemplo, temos a relação das finanças com as áreas de tecnologia. Omar Choucair, CFO da Trintech, em artigo publicado pela Forbes, destaca que o CFO e o Chief Information Officer (CIO), ou Diretor Executivo de Informação em português, devem trabalhar juntos para “gerar valor dentro de uma organização, permitindo que as dores operacionais sejam resolvidas”.

Para Choucair, os benefícios de se remover silos operacionais, ou seja, eliminar sistemas isolados, vão desde a melhoria dos processos financeiros até a condução do engajamento dos funcionários. Isso mostra que o relacionamento entre os líderes contribuirá com o crescimento organizacional. 

Os CFOs também devem se atentar à contratação e retenção de profissionais qualificados, estimulando técnicas de desenvolvimento pessoal. A Harvard Business Review destaca o trabalho híbrido como uma das vias para enfrentar o estresse corporativo, ajudando a manter o capital humano, o que impacta positivamente os resultados financeiros.

2. ESG

A Bloomberg define como “explosão ESG” a cifra de trilhões de investimento em busca de companhias que crescem com atenção aos critérios ambientais, sociais e de governança ou Environmental, Social, and Governance (ESG) em inglês.

A sigla é cada vez mais comum entre CFOs e líderes financeiros que devem demonstrar, com transparência, os gastos com sustentabilidade em suas empresas. Sociedades de capital aberto precisam se atentar ainda mais, pois devem estar em conformidade às novas normas de contabilidade em ESG.

Em novembro de 2021, a Fundação IFRS lançou a International Sustainability Standards Board (ISSB), considerada a primeira versão de uma norma internacional voltada à verificação dos padrões de divulgação em sustentabilidade.

 A agenda sustentável impacta as receitas de uma empresa, seus custos operacionais, projeções e também as despesas de capital ou investimento em bens de capital (capex). Estes impactos podem afetar o fluxo de caixa da empresa e sua taxa de crescimento, o que refletirá no valuation. 

Em Luxemburgo, na Europa, a consultoria PWC lançou um material inédito para que os mercados se preparem para a divulgação de informações sobre ESG, em especial relacionada às finanças, na expectativa que esta seja a grande mudança regulatória dos próximos cinco anos. Cabe ao CFO compreender cada vez mais os reflexos das políticas em ESG na competitividade e regulamentação da empresa. 

3. Supply chain e o desafio da escassez de commodities

2021 foi um ano com alta inflacionária e escassez de matéria-prima. As interrupções na cadeia de suprimentos exigiram que os CFOs atuassem rapidamente na proteção do caixa das empresas.

Os CFOs devem manter-se atentos em 2022 na busca por previsibilidade do acesso às commodities e como se precaver em casos de alta excessiva. 

A consultoria Goldman Sachs aponta que não há como saber se as cadeias de abastecimento globais vão se recuperar o suficiente para que os preços se normalizem. Sendo assim, há perspectivas de inflação ainda mais alta que o nível pandêmico para 2022 .

CFOs, diante da crise de supply chain, devem antecipar-se na gestão da inflação e possível ausência de matéria-prima. Uma relação de parceria com os fornecedores, inclusive com renegociações e renovações contratuais, é recomendável nesse processo. 

Além disso, CFOs devem priorizar a atualização dos dados nos sistemas, monitorando o fornecimento e analisando seus ciclos de entrega e preços.

4. Computação nas nuvens e SaaS

A revista Forbes destaca que, durante 2020 e 2021, a computação em nuvem explodiu à medida que os negócios se adaptaram à pandemia global, concentrada na entrega de serviços digitais e no trabalho virtual

Segundo a revista, em 2022, ocorrerá uma rápida continuação do uso da nuvem. Dessa maneira, empresas não precisam investir em servidores particulares, podendo contar com atualizações constantes.

Os aplicativos SaaS, também conhecidos como softwares como serviço, acompanham o crescimento na nuvem. Esse modelo viabiliza que o cliente tenha acesso ao serviço por desktops e aplicativos móveis e o desonera do desenvolvimento do software. 

Com custos mais baixos, normalmente por assinaturas mensais, o SaaS costuma ser compatível com outros softwares ou aplicativos existentes. A integração facilita a disponibilidade e análise dos dados, assim como a demonstração dos resultados.

A computação nas nuvens junto aos aplicativos SaaS estão à disposição dos serviços financeiros. Seu uso acelera as obrigações dos dia a dia e oferece acesso rápido aos resultados das empresas. Dessa maneira, o CFO agiliza sua rotina, podendo trabalhar de qualquer lugar, com segurança.

5. Upgrade das competências digitais 

 O Gartner, no artigo “Transformação digital das finanças: 10 estratégias para CFOs”, destaca que a liderança financeira precisa desenvolver habilidades digitais para toda a equipe, elencando os principais itens:

  • Alfabetização tecnológica: como explorar a tecnologia digital existente para gerar melhores resultados para as finanças e os negócios;
  • Tradução digital: explicar como as tecnologias digitais interagem com as partes interessadas, por processos e sistemas financeiros;
  • Aprendizagem e desenvolvimento digital: aprofundar-se em um ciclo de aprendizagem e naturalizar as rápidas adaptações;
  • Gerenciamento de polarização digital: computadores serão cada vez mais autônomos, no entanto a equipe deve compreender e resolver possíveis distorções no machine learning, gerenciando o risco da inteligência artificial;
  • Ambição digital: capacidade e motivação para integrar a tecnologia a novas formas de trabalho.

Novas tecnologias aparecem a todo instante e trazem mudanças profundas ao trabalho. Por exemplo, nos dias atuais, escolas de negócios internacionais analisam o uso da computação quântica nas finanças através  de computadores ultra rápidos com capacidade analítica inédita.

O desenvolvimento das habilidades digitais é urgente e ele estimula que o CFO aprimore suas apresentações de resultados. O domínio das tecnologias e análise dos dados, somados a plataformas que permitem dashboards ilustrativos e animados, fazem do líder financeiro um verdadeiro storyteller.

Cole Knaflic destaca no livro “Storytelling com dados” que a capacidade de contar história em finanças esclarece quais são os rumos que a empresa deve tomar, ajudando na tomada de decisão e motivando times.  

Considerações

O papel da área financeira está evoluindo a cada ano. Após uma rápida aceleração digital, os CFOs ainda devem se adaptar para mais inovações tecnológicas em 2022, sempre aptos a aprender e estimular novas habilidades em seu time.

O desempenho simultâneo de papéis técnicos e humanizados levam o CFO a ser um líder indispensável, agregando valor aos negócios e contribuindo eficientemente na tomada de decisão.

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Os 5 conteúdos mais lidos sobre a área financeira em 2021

Em 2021, diversos assuntos tomaram conta das empresas – e não estamos apenas falando da Covid-19. Para ajudar a entender pelo menos parte dessa enxurrada de informações, resolvemos terminar o ano fazendo uma retrospectiva dos conteúdos sobre a área financeira mais lidos aqui no nosso blog.

Entre os temas, você encontra os novos papéis da controladoria financeira, relatórios e métricas ESG e governança, só para mencionar alguns.

Eles se destacam por terem sido os mais procurados e acessados e com certeza são uma prévia do que moldará a agenda das áreas financeiras no próximo ano. Confira.

Os mais lidos: 5 conteúdos sobre a área financeira 

1. Balanço patrimonial: o que é e qual é sua importância

Aborda o conceito dessa demonstração contábil e o uso no dia a dia da área financeira. 

Com o balanço patrimonial é possível, por exemplo, ajustar as necessidades financeiras da empresa como também para investidores, que podem analisá-la para concluir se vale a pena investir em uma ação de certa organização, por exemplo.

2. Quais são as considerações contábeis para entidades do terceiro setor?

Para ONGs, a administração de recursos também exige controle, seja para captá-los, para distribuí-los e documentá-los nas demonstrações contábeis. Entidades do terceiro setor precisam se atentar a diferentes particularidades ao fornecer informações para possíveis doadores, adequando-se às exigências legais. 

Nesse post, trazemos informações essenciais para o gestor dessas organizações, como leis e normas no Brasil, mudanças na prestação de contas, destinação de superávit e a importância do controle interno e tecnologia na contabilidade do terceiro setor.

3. Cinco tendências de FP&A para os próximos anos

O tema FP&A se destaca pelo importante papel que desempenha dentro das empresas, sendo considerado um dos pilares financeiros organizacionais, auxiliando na tomada de decisão.

O processo de FP&A (Financial Planning and Analysis), planejamento e análise financeira no português, faz parte da atuação estratégica do líder financeiro, que encontra oportunidades de alavancar e manter a boa performance financeira de uma organização.

Em constante evolução, essa área já motiva novas tendências para os próximos anos, como Estratégia integrada, uma abordagem totalmente digitalizada, rolling forecast e Business Partnering.

4. Os efeitos do Custo Covid na gestão financeira

A Covid-19 não poderia faltar nesta lista, mas especificamente em como ela afeta a área financeira. Adequar-se às ações de prevenção do contágio, controle de aglomerações e rotação de funcionários foram algumas das várias preocupações dos gestores do planejamento financeiro.

Nesse momento de recuperação, líderes financeiros se desdobram para contornar os custos das novas dinâmicas de trabalho e se preparar para as novas variantes. Neste post falamos sobre que pontos considerar na hora de contabilizar os gastos acarretados pela Covid-19.

5. DMPL e DVA: conheça essas demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis DMPL (demonstração das mutações do patrimônio líquido) e DVA (demonstração do valor adicionado) evidenciam dados essenciais do desempenho financeiro da empresa e como suas riquezas estão sendo geradas e gerenciadas.

Neste artigo mostramos para quem essas demonstrações são contábeis, como utilizá-las e o papel da tecnologia nesse processo. 

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5 produções com tramas que se passam na área financeira

No dia 21 de novembro é celebrado o Dia da Televisão e a área financeira é o cenário principal de diferentes produções. Separamos 5 títulos cujas tramas se desenvolvem nesse departamento e ilustram como a falta de compliance e planejamento pode gerar resultados negativos.

Separe sua pipoca e confira essas dicas de séries e filmes sobre a área financeira: 

1 Enron – Os Mais Espertos da Sala

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Documentário que explora a queda da Enron Corporation, empresa ligada a vários esquemas ilegais que, através de fraude contábil, conseguiu mascarar bilhões de dólares em dívidas. 

Imdb: 7.6/10 

Assista aqui: Youtube Filmes

2 The China Hustle 

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Documentário que fala sobre as empresas chinesas que abriram capital na bolsa de valores dos Estados Unidos e, através de fraudes e utilizando empresas americanas como fachada,  roubaram o dinheiro de seus investidores. 

Imdb: 7.2/10

Assista aqui: Amazon Prime

3 Compliance (Obediência) 

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Conta o caso de um golpe aplicado em uma lanchonete nos Estados Unidos, narrando o que acontece quando um policial liga para o local afirmando que uma das atendentes furtou dinheiro. Mostra a necessidade de um código de ética e treinamento para as empresas. 

Imdb 6.4/10

Assista aqui: Filmes do YouTube

4 A lavanderia

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Entre os filmes sobre a área financeira, esse tem um elenco de nomes de peso. Mostra uma viúva (Meryl Streep) que começa uma investigação que a leva até o caso do Panama Papers, expondo empresas offshore e envolvendo políticos e personalidades em mais de 50 países. O filme também conta com a participação de Gary Oldman e Antonio Banderas.

Imdb: 6.3/10 

Assista aqui: Netflix

5 Billions

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Na trama, o procurador Chuck Rhoades começa a investigar Bobby Axelrod, o dono da AXE Capital. A série, que mostra o mercado financeiro em formato simples, está em sua sexta temporada.  

Imdb: 8.4/10 

Assista aqui: Netflix

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8 TED Talks essenciais sobre gestão de empresas e liderança

Com a missão de espalhar ideias para o mundo, a série de conferências TED Talks reúne milhões de visualizações em seu site e no youtube, em mais de 3.800 edições sobre diversos tópicos, desde ciência a gestão de empresas e liderança, traduzidas em mais de 100 idiomas.

Selecionamos 8 TED Talks voltados a esses conteúdos, que podem ajudar gestores e líderes da área financeira a encontrar soluções rápidas, ideias, revisar processos do dia-a-dia e tentar novas práticas. 

TED Talks sobre liderança

1. Como grandes líderes inspiram à ação

Apresentador: Simon Sinek | Expert em Liderança
Visualizações: 56,766,569

“Como você explica quando as coisas não saem como previsto? Ou melhor, como você explica quando os outros são capazes de alcançar coisas que parecem desafiar todas as suposições?”  

A indagação de Simon Sinek é respondida através de uma técnica chamada por “Círculo Dourado”.

Essa ideia ilustra por que algumas organizações e líderes são capazes de inspirar enquanto outros não, utilizando exemplos como a Apple, Martin Luther King Jr. e Irmãos Wright.

A palestra de Simon fez tanto sucesso que se tornou um dos TED Talks sobre liderança mais vistos atualmente e entrando na lista das 20 palestras mais populares de todos os tempos, somando mais de 70 milhões de visualizações no site oficial e no canal  do YouTube.

O mesmo conceito está presente no livro Comece pelo Porquê, do próprio Sinek.

2. Como liderar em uma crise

Apresentadora: Amy C. Edmondson | Expert em Liderança
Visualizações: 511,461

Em cenários imprevistos que abalam as estruturas organizacionais e principalmente o caixa, a liderança das empresas deve estar preparada para lidar com essas condições adversas e redirecionar o rumo do negócio. 

Amy Edmondson cita, quatro elementos principais para manter o controle da situação e como administrá-los com exemplos práticos que aconteceram com empresas durante a pandemia de Covid-19.

São eles: transparência e comunicação, agilidade na tomada de decisão, estabilidade de valores e propósito e, por fim, compartilhamento de poder. 

3. Como seu cérebro responde à histórias – e como elas são cruciais para líderes

Apresentadora: Karen Eber | Consultora de Liderança
Visualizações: 1,782,066

Dados não falam por eles mesmos. É preciso uma análise minuciosa para decodificar o que desejam nos mostrar e então explicar o que está por trás de suas razões e variações para todos que influenciam nesses resultados.

Para Karen Eber, o storytelling serve mais que apenas facilitar a interpretação do que a liderança deseja transmitir à sua equipe. Serve principalmente para que o ouvinte ganhe empatia com a situação, com seu líder e seus objetivos, criando confiança, envolvimento e compromisso.

4. As habilidades humanas que precisamos num mundo imprevisível

Apresentadora: Margaret Heffernan | Escritora, empreendedora
Visualizações: 3,706,427

“Uma quantidade enorme de coisas no mundo desafiam as previsões agora. É por isso que o Bank of England diz que haverá outro colapso financeiro, mas não sabemos por quê ou quando.”

Com a crescente evolução e dependência de inovações no mercado, Heffernan explica sua reflexão sobre a importância do líder complementar a eficiência tecnológica com competências humanas de sua equipe, e como elas serão cada vez mais necessárias nos próximos anos.

De acordo com Heffernan, as máquinas não podem prever as crises com total precisão, e nesse sentido, a capacidade humana de compreender, liderar, motivar e encontrar soluções fora do parâmetro tecnológico, se faz essencial.

TED Talks sobre gestão de empresas

5. O caso de permitir que as empresas resolvam problemas sociais

Apresentador: Michael Porter | Estrategista de negócios
Visualizações: 2,550,760

Em meio a dezenas de problemas econômico-sociais e ambientais, ONGS e entidades se desdobram para captar, administrar recursos e manter a missão do projeto ativa. Para uma gestão sustentável dessas empresas, esses tópicos se tornam temas importantes para líderes financeiros do terceiro setor.

E por mais que o número de organizações sem fins lucrativos tenha aumentado nos últimos anos, esses mesmos problemas ainda são crescentes e parecem insolúveis.

Sendo um dos TED Talks mais importantes para gestão de empresas do terceiro setor, Michael explica onde estão os recursos necessários para lidar com todos esses desafios da sociedade? Para ela, a resposta é clara: nos negócios.

6. Duas razões pelas quais as empresas falham – e como evitá-las

Apresentador: Knut Haanaes | Estrategista
Visualizações: 2,217,432

Numa era de inovações constantes, empresas se deparam com duas possibilidades: continuar e aprimorar o que já fazem, ou extender seu nicho de mercado para atender às novas demandas geradas pelo avanço tecnológico. 

Acompanhando essa tendência, um levantamento recente feito pela ACE Cortex Consultoria mostra que a Inovação é prioridade para 85% das empresas. Como a gestão empresarial pode contribuir para colocar esses números na prática?

Haanaes explica como empresas bem estruturadas faliram rapidamente ao não estarem preparadas para combinar inovação com o produto ou serviço que ofereciam, assim como passa 4 lições para evitar os dois principais problemas desse cenário.

7. 3 formas de fazer um plano de (muito) longo prazo

Apresentador: Ari Wallach | Futurista
Visualizações: 2,563,518

“Porque a visão de curto prazo impede um diretor executivo de comprar equipamentos de segurança muito caros. Vai prejudicar os lucros. E então acontece um evento como o da  Deepwater Horizon.” 

A fala de Ari Wallach faz uma reflexão sobre um dos maiores desafios profissionais: planejar o futuro. Para se preparar para os imprevisíveis cenários que chegarão em 10, 20 ou mais anos, Wallach mostra que existem três práticas que podem ajudar o gestor de empresas a projetar e traçar estratégias antecipadas.

O evento recente que impactou fortemente várias companhias que não estavam preparadas foi a pandemia de Covid-19, que forçou diversas empresas a se adaptarem rapidamente. Com o rolling forecast, por exemplo, a projeção contínua de cenários pode ajudar a reduzir (ou até prevenir) cenários desfavoráveis como esse.

8. Como construir um negócio que dure 100 anos

Apresentador: Martin Reeves | Advogado da Imaginação
Visualizações: 2,311,514

Martin Reeves menciona que a probabilidade de que uma empresa não dure cinco anos, em média, é hoje de 32%.

Então como a construtora japonesa Kongō Gumi, perdurou por mais de 1400 anos, até falir em 2006? E como a mesma organização faliu tão rapidamente após 40 gerações de gestão?

Ao utilizar exemplos de um corpo biológico, Reeves explica como é possível um negócio ter sustentabilidade de longo prazo, adotando princípios e estratégias de curto prazo que priorizem a invenção e a adaptação. 

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O desafio de otimizar tempo nas análises financeiras

Em uma jornada de crescimento constante, muitas empresas entram no desafio de otimizar a forma como fazem suas análises financeiras, principalmente em termos de tempo. Isso não foi diferente para a Fiagril. Com mais de 30 anos no mercado, ela é referência no setor de agronegócio, em especial no fornecimento de fertilizantes, defensivos, sementes, micronutrientes e serviços para o setor agrícola, além de possuir diversas unidades nos Estados de Mato Grosso, Amapá e Tocantins.

Em 2016, a Fiagril conseguiu mais um marco de crescimento, ao acertar a participação da empresa chinesa Hunan Dakang International Food & Agriculture Co Ltd., controlada pelo PengxinGroup, listada na bolsa de Shenzhen. Com a companhia em plena expansão, a área financeira da Fiagril precisava centralizar as informações financeiras e automatizar processos e adequar os relatórios e análises com base em unidades de negócios e centros de custos.

Isso porque a gestão financeira ainda era baseada em inúmeros relatórios e planilhas que prejudicavam a geração de informações e, consequente, a tomada de decisões. “Eram planilhas que já estavam na versão 43… Eram muitas, e isso dificultava saber qual era o número final”, afirma Ronnie Motta, diretor financeiro da Fiagril. 

Otimização de tempo na geração de análises financeiras

Ao entrar na Fiagril como diretor financeiro, Motta sabia que o desafio era otimizar as atividades manuais e gerar produtividade, obtendo de forma ágil não apenas a visibilidade das finanças macro do grupo, mas também da distribuição nas diferentes unidades de negócios, centros de custos e gestão de indicadores-chave, ajudando ainda no reporte aos investidores.

Abaixo você confere um depoimento de Motta sobre sua estratégia para enfrentar a jornada de otimização de tempo nas análises financeiras.

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10 livros sobre gestão financeira para empresas

Começo de ano é uma ótima oportunidade para atualizar a lista de leituras. Neste artigo, compilamos títulos bem avaliados da Amazon que abordam diferentes assuntos do cotidiano do time financeiro. 

Confira nossas 10 recomendações de livros sobre gestão financeira para empresas:

Título: Estrutura e Análise de Balanços – Um enfoque econômico-financeiro.

Autor: Alexandre Assaf Neto.

Avaliação: 5 estrelas.

Top 4 na categoria Gestão de Contabilidade da Amazon, o livro de Alexandre Assaf Neto destaca as principais evoluções da área contábil, análise de demonstrações financeiras e de balanços.

O conteúdo apresenta estudos e introduz técnicas acerca de temas importantes para um negócio, como rentabilidade, formulações analíticas de desempenho, viabilidade econômica e financeira, estrutura de liquidez e análise dinâmica do capital de giro.

 

 

 

Título: Financial Planning & Analysis and Performance Management. (Em inglês)

Autor: Jack Alexander.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Top 9 na categoria Finanças Corporativas da Amazon, é considerado essencial na mesa de CFOs, analistas e demais profissionais do setor.

Aborda insights e discussões acerca das áreas que mais afetam criticamente a efetividade financeira das organizações, além de tocar em assuntos como benchmarking, budgeting e forecasting. 

 

 

 

Título: Princípios de Finanças Corporativas.

Autores: Richard Brealey | Franklin Allen | Stewart Myers.

Avaliação: 5 estrelas.

Top 4 na categoria Finanças Corporativas da Amazon, descreve as principais teorias financeiras corporativas e como aplicá-las para resolver problemas práticos do dia a dia. 

Também aborda finanças comportamentais, o que os gestores financeiros devem e por que fazer e como esses profissionais podem agregar valor à organização.

 

 

 

Título: Indicadores de Desempenho – Dos objetivos à ação – Métodos para elaborar KPIs e obter resultados.

Autores: Andresa S. N. Francischini | Paulino G. Francischini.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Gerir e analisar indicadores de desempenho não é uma tarefa simples. Entre os top 50 da categoria Liderança da Amazon, a obra reúne pesquisa acadêmica e anos de experiência dos autores em consultoria de melhoria de produtividade. 

O livro expõe lições acerca dos processos de definição de objetivos, metas e como monitorá-los para tornar o sistema de medição de resultados ainda mais eficaz.

 

 

Título: A Interpretação das Demonstrações Financeiras.

Autores: Benjamin Graham | Spencer B. Meredith.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Este guia atemporal de Benjamin Graham se mostra essencial para quem está começando a se inserir no mercado de investimentos. 

Aborda conceitos fundamentais sobre como analisar demonstrações financeiras e, com elas, mostra como o investidor pode conhecer profundamente as limitações e avanços da empresa e avaliar suas ações.

 

 

Título: Controladoria Estratégica Aplicada – Conceitos, estrutura e sistema de informações.

Autor: Clóvis Padoveze.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Com o objetivo de mostrar como a função da controladoria pode e deve estar ativamente envolvida na área financeira, o livro de Clóvis Padoveze aborda temas relacionados à análise e estruturação de cenários, simulação do planejamento econômico, gerenciamento de riscos corporativos e sistemas de informação. 

 

Título: O Modelo Dinâmico de Gestão Financeira.

Autores: Michel Fleuriet | Rodrigo Zeidan.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Conhecido também como Modelo Fleuriet, o Modelo Dinâmico de Gestão Financeira ajuda responsáveis pelo planejamento estratégico financeiro de empresas a terem uma visão minuciosa das demonstrações financeiras e a tomar decisões eficientes. 

Com uma metodologia focada na sustentabilidade de empresas a curto e longo prazo, o livro mostra como uma administração financeira inteligente pode preservar a lucratividade da organização e criar valor para os stakeholders.

 

 

Título: Gestão de Alta Perfomance – Tudo o que um gestor precisa saber para gerenciar equipes e manter o foco em resultados.

Autor: Andrew S. Grove.

Avaliação: 5 estrelas.

Top 4 na categoria Ciência da Gestão Empresarial da Amazon, nessa obra, Andrew S. Grove, ex-CEO da Intel, traz considerações a respeito de uma gestão de alta performance e como alcançar altos rendimentos. 

Assuntos como indicadores de desempenho, como manter o foco no resultado e a importância de capacitar sua equipe e conceitos complexos são discutidos através de simples analogias.

 

 

Título: Análise de Demonstrativos Financeiros e da Performance Empresarial – Para empresas não financeiras.

Autor: Flávio K. Málaga.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Saber qual o melhor caminho para começar as análises financeiras e interpretar a performance de resultados é um dos pontos-chaves no sucesso da gestão de empresas não financeiras.

Nessa obra, Flávio K. Málaga traz conceitos aplicáveis na rotina de investidores, gestores de fundo e analistas financeiros, a fim de construir um entendimento sobre perfil de risco e de rentabilidade dessas organizações.

 

 

 

Título: A Culpa é do Meu Contador – Como transformar essa relação em uma parceria estratégica.

Autor: Douglas Gomes Filho.

Avaliação: 4.5 estrelas.

Top 1 na categoria Gestão de Contabilidade e Top 3 na categoria Impostos da Amazon, o guia de Douglas Gomes Filho, que trabalhou durante 30 anos na área, conta sobre as mais diversas situações pessoais. Todas poderiam ter sido evitadas se o empresário tomasse maiores cuidados e fosse mais informado quanto às expectativas em relação ao seu contador.

O livro compila informações úteis a respeito da contabilidade e como o administrador e o contador podem formar relações estratégicas e inteligentes.

 

 

Gostou das indicações? Confira também nossos materiais e e-books para se manter sempre atualizado!

 

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Fusões e aquisições: os desafios de consolidar empresas

Apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos anos, as operações de M&A (mergers and acquisitions, fusões e aquisições em português) bateram recorde no ano de 2020 e, ao que tudo indica, em 2021 superaremos esse número. 

Com o reaquecimento e o amadurecimento do mercado de capitais, será mais comum ouvir falar sobre operações de fusão ou aquisição, e, com isso, sobre os diversos desafios desse cenário. 

Fonte: PWC 

Os desafios são definidos antes, durante e depois de uma operação de fusão ou aquisição, desde a burocracia dos procedimentos jurídicos até a integração das operações. 

Pensando inicialmente, os principais motivos para uma aquisição não gerar o valor esperado são as ausências de:

  • Um bom mapeamento dos alvos; 
  • Valuation bem calculado, com dados precisos; 
  • Ofertas com uma relação de risco e retorno que não compensam; 
  • Processo de Due Diligence para a prevenção de possíveis riscos;
  • Um PMI (Post merger Integration, implementação das sinergias) definido. 

Ou seja, mesmo com as dificuldades e burocracias da compra e venda das empresas, os reais desafios só começam após a assinatura do contrato. Nesse sentido, ferramentas que facilitem a gestão da empresa são sempre bem-vindas.

Desafios da área financeira em fusões e aquisições

Antes

O primeiro passo para pensar em uma operação de M&A é a preparação dos relatórios financeiros para ter transparência durante o  processo. Para isso, o detalhamento de todos os dados financeiros são importantes. 

Ter essas informações da maneira mais organizada possível facilitará e deixará mais preciso o cálculo do valuation, evitando que seja menor devido à desorganização dessas informações.

No caso da empresa adquirida, reportes de qualidade são essenciais para atrair compradores e facilitar a negociação. No caso da compradora, a exigência desses números é obrigatória para evitar fazer uma aquisição arriscada.

Depois

Quando tratamos do PMI, além do choque de culturas, o principal desafio das empresas que passam por uma dessas modalidades é o alinhamento de processos, pois os funcionários estavam habituados a realizar suas tarefas de modos diferentes uns dos outros. 

A harmonia no ambiente de trabalho depende de uma colaboração dos dois times além de uma liderança eficaz para facilitar a trajetória de integração dos processos. 

Na área financeira de uma empresa, a transição pode ser ainda mais complexa, pois estamos tratando de diferentes sistemas contábeis, análises de indicadores financeiros, distintas projeções dos cenários e principalmente a harmonização das estruturas operacionais. Além disso, são áreas que estão diretamente ligadas às negociações de fusões ou aquisições.

Karolina Reis, gerente de controladoria da Agasus, passou recentemente por um processo de aquisição  de outra empresa que elevou à sinergia do negócio, e nos contou as dificuldades que passou no processo. Além de terem duplicado de tamanho, a empresa utilizava o ERP SAP Business One, enquanto a outra tinha um sistema contábil diferente. 

“A empresa que compramos em 2020 já estava 100% implementada no Accountfy, e, mesmo com um ERP diferente, conseguimos consolidar os dados a partir do razão e definir a equivalência patrimonial.”

Karolina Reis – Gerente de Controladoria na Agasus

Utilizando a ferramenta do Accountfy, Karolina conseguiu centralizar os dados e, devido à facilidade de parametrizar um plano de contas, conseguiu integrar os processos de geração de demonstrativos financeiros de uma maneira mais rápida e precisa. 

Isso mitigou uma das maiores dores das empresas: o acompanhamento do fluxo de caixa e a consolidação dos grupos econômicos. O alinhamento com os novos funcionários também é importante para a saúde da empresa e com o Accountfy a curva de aprendizado foi veloz e puderam ter equipes treinadas em pouco tempo.

O poder de um PMI bem definido em fusões e aquisições

O processo de combinar duas ou mais empresas em uma gera diferentes atritos. O  objetivo dos gestores é ter um PMI bem definido que ajudará as lideranças no processo de integração e a evitar possíveis conflitos. 

Segundo um estudo feito pela Pritchett, apenas 4% dos executivos relatam que suas organizações incluem questões específicas da cultura organizacional em um due diligence

Estar bem alinhado com os executivos e responsáveis das áreas das integrações operacionais, culturais e do capital humano é fundamental para uma fusão e aquisição de sucesso.

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Infográfico: Inovação na Área Financeira

Inovação na área financeira é um dos temas mais relevantes do momento. Segundo uma pesquisa da consultoria Gartner, divulgada em janeiro deste ano, os gastos em tecnologia da informação serão crescentes até 2022 e evidenciam a prioridade das grandes organizações em  novas ferramentas que as auxiliem. 

Nos últimos anos, a área financeira tem demandado inovações que automatizassem tarefas repetitivas e possibilitassem uma atenção maior aos processos de planejamento estratégico e análise. 

A transformação digital é uma realidade para muitas empresas – e distante para outras. Perguntamos aos nossos seguidores no LinkedIn como anda a inovação na área financeira das suas empresas.

Confira no infográfico abaixo.

Quer saber como o Accountfy pode ajudar a área financeira da sua empresa a se inserir na transformação digital? Converse com um dos nossos especialistas. 

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Transformação digital da gestão financeira auxilia varejistas

O varejo no Brasil atingiu, em julho, o quarto mês seguido de crescimento de vendas, batendo recorde da série histórica que se iniciou em 2000. Em comparação com 2020, o mês de julho teve crescimento de 5.7% nas vendas segundo os dados do IBGE. Os players do setor tem estado cada vez mais otimista com o cenário, especialmente agora, com a reabertura dos comércios físicos e maior flexibilização do isolamento social.  

Nesse cenário, a gestão financeira rápida, ágil e de qualidade se torna cada vez mais estratégica para garantir que esse sucesso de vendas esteja refletido nos resultados operacionais da empresa. A gestão de informações contábeis é essencial para garantir uma operação de sucesso e impulsionar as vendas durante os períodos de maior movimentação do comércio.

Além disso, mesmo com o crescimento das áreas financeiras investindo em transformação digital, ainda é comum que empresas  utilizem planilhas atualizadas manualmente para a gestão dos KPIs financeiros, o que torna o processo lento e pouco eficiente, além de ter uma alta probabilidade de falhas

Transformação digital e plataformas SaaS

Para ajudar players desse setor a vencer desafios de gestão, o Accountfy oferece uma plataforma SaaS de gestão de desempenho corporativo para que clientes gerem demonstrações financeiras de forma automatizada, acompanhe KPIs com dashboards personalizados , tenham previsibilidade sobre receitas, despesas e investimentos, e avalie seu desempenho financeiro.

“Além de automatizar processos e trazer agilidade para o dia a dia dos controllers, plataformas de gestão de performance, ou CPMs,  são  capazes de dar uma visão financeira do negócio clara e unificada, economizando tempo e permitindo que a área financeira tome decisões mais estratégicas”, explica João Mano, COO e cofundador do Accountfy.

Com processos automatizados, as principais informações sobre a saúde financeira da empresa são centralizadas em uma única plataforma, permitindo que os gestores tenham melhor visibilidade de gastos e consigam prever com mais precisão futuros balanços. 

Para os tomadores de decisão, também é importante que os reportes produzidos sejam claros e detalhados, garantindo que as áreas internas do negócio estejam alinhadas. A plataforma do Accountfy permite que demonstrações financeiras, como a consolidação, estejam em dia, além de manter informações para auditorias sempre atualizadas e prontas para apresentação. 

Mas, por mais eficiente que seja a plataforma utilizada pela empresa, é importante implementar uma forte cultura orçamentária para evitar gastos desnecessários e alinhar todos os colaboradores em um único propósito. Para que isso aconteça, João Mano recomenda que todos os membros do time sejam treinados para olhar para a gestão financeira do negócio como pilar fundamental da estratégia do negócio.

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DRE: 5 pontos importantes para ficar atento em tempos incertos

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) deve evidenciar os impactos das mudanças nas empresas e todas as adaptações que foram necessárias durante o exercício relatado. 

Em 2020, o mundo foi surpreendido por uma pandemia que resultou na desestabilização da economia. A crise sanitária desdobra-se em uma alta inflacionária, retração do PIB e demais fatores que possivelmente refletirão no lucro de muitas empresas em 2021.

O atual momento também é marcado pela aceleração da transformação digital e a implantação de novos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) que alteram a gestão e a rotina financeira de muitas organizações.

Os indicadores oriundos da DRE, margens líquida e EBITDA, contribuem para que a análise contábil ofereça insights sobre o desempenho das companhias, alertando os gestores financeiros para os ajustes de rota. 

 Continue a leitura deste material e entenda aspectos importantes da DRE e como eles podem ajudar em momentos repletos de mudanças e incertezas. 

1. Especifique as despesas

O primeiro passo é relembrar que custos e despesas diferem segundo a normativa brasileira que rege à contabilidade.

Enquanto custo é o gasto necessário para executar a principal atividade da empresa, as despesas, apesar de contribuírem com o funcionamento, não são essenciais para a manutenção do negócio.

O gerenciamento das despesas, no detalhe, traz oportunidades de redução de gastos. Em momentos de crise, ele fornece informações relevantes e precisas de como a empresa tem reagido diante do impacto econômico.

Normalmente, em contextos instáveis, despesas inesperadas devem ser descritas como extraordinárias, deixando claro seu caráter momentâneo. O detalhamento delas ainda pode ser feito via notas explicativas.

A empresa com controle de suas finanças apresenta uma análise apurada das despesas, pois reconhece que identificar cada gasto traz segurança do que é um investimento, ou ainda, do que é passageiro e poderá ser poupado em um cenário futuro.

2. Avalie a margem líquida

A  margem bruta fornece um panorama das finanças da empresa, pois ela está alinhada ao faturamento e a receita integral. Já a margem líquida desconta os gastos e tributos da organização, avaliando a lucratividade do negócio. 

Com a clareza das informações sobre despesas na DRE, inclusive das extraordinárias, há mais possibilidades de análises de lucro e de como o gestor pode melhorar os resultados.

As despesas não são o único fator avaliativo que contribuem para a busca de uma maior margem líquida. A rentabilidade está atrelada à receita. 

Por exemplo, para um lucro de R$1 milhão, uma empresa com R$20 milhões de receita precisa de um margem líquida de 5%, enquanto para uma receita de R$40 milhões basta uma margem de 2,5%.

Uma empresa com lucros expressivos está mais preparada para passar por cenários de instabilidade e possui chances de crescimento.

3. Opte pela margem EBITDA 

O EBITDA, Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, em português) é a métrica utilizada para mensurar o lucro líquido das empresas.

Este indicador é prioritário às empresas de capital aberto, visto com atenção pelos investidores que querem acompanhar o desempenho da organização. O cálculo do EBITDA é realizado por uma fórmula que combina aspectos da DRE e do Balanço Patrimonial.

Já a margem EBITDA é um indicador operacional de rentabilidade, responsável por comparar o EBITDA da empresa com sua receita líquida obtida no período. Se a distância entre os dois for muito grande, a margem será baixa e indica ineficiência dos processos.

Margem EBITDA = EBITDA / Receita Líquida

A margem EBITDA permite comparar empresas diferentes, com foco na sua geração de lucro. O indicador não é exigido de todas as companhias, mas ele oferece um potencial analítico e de aprimoramento na gestão contábil que reflete a maturidade financeira da organização.

4. Faça a análise horizontal e vertical

Existem dois métodos utilizados como avaliação da DRE: análise horizontal e análise vertical. 

Análise horizontal Análise vertical
Avalia o aumento ou diminuição das receitas, custos e despesas ao longo do tempo. Compara cada conta de custos, despesas ou receita ao faturamento bruto.
Sempre compara pelo menos dois períodos da empresa. Análise de um mesmo período.
Seu objetivo é evidenciar o crescimento ou redução de uma conta em diferentes momentos. Seu objetivo é quantificar o percentual que cada conta representa do Faturamento Bruto.
AH = [(Valor atual do item/Valor do item no período anterior) – 1] x 100 AV = Conta / Receita Bruta (ou Receita Líquida) x 100

Juntas, as análises horizontal e vertical explicam variações nos gastos, na rentabilidade, entres outros pontos e fornecem informações estratégicas que possibilitam uma melhor avaliação dos resultados e auxiliam no processo de tomada de decisão.

A análise isolada de cada uma delas pode ser insuficiente para o gestor financeiro, que acaba tendo uma visão limitada do cenário. Por isso, uma boa interpretação desses indicadores pode identificar tendências e prever cenários. 

5. Repense a frequência da sua DRE

De acordo com a lei nº 6.404/76 e a lei n° 11.638/07, todas as empresas brasileiras, com exceção das classificadas como Micro Empreendedor Individual (MEI), são obrigadas a elaborar a DRE após o encerramento do ano-calendário, período compreendido de janeiro a dezembro.

Contudo, nada impede que esse material seja elaborado semestralmente, a cada bimestre ou até mesmo mensal. Análises realizadas em períodos menores podem ajudar a solucionar problemas com mais agilidade e identificar oportunidades.

Conclusão

O Conselho Regional de Contabilidade São Paulo reforça que “administradores, CFOs, controllers e demais profissionais da área financeira precisarão, mais que nunca, unir-se e dar suporte às áreas contábeis na elaboração de demonstrações financeiras fidedignas e confiáveis perante tantas incertezas”.

A DRE não é apenas um retrato dos números da empresa. Todas as informações que constam nela contribuem para uma análise minuciosa do desempenho corporativo, que sob o olhar de um gestor financeiro, leva a compreensão dos pontos de melhoria e das prioridades para se alcançar uma melhor performance, independentemente do cenário.

Órgãos reguladores, seja de companhias de capital aberto ou não, exigem informações contábeis cada vez mais detalhadas e completas, que contemplem vários anos. Daí a importância das áreas financeiras atentarem-se às novas regras, utilizarem os indicadores e a tecnologia.

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Terceiro setor e a importância da transparência na gestão financeira

O terceiro setor mobiliza recursos que vêm de doações, ações voluntárias e de isenções fiscais para promover ações em benefício público. 

Nesse ecossistema de filantropia, a transparência, especialmente na gestão financeira, contribui nas relações de confiança entre as entidades e os seus stakeholders.

Neste texto, você confere algumas iniciativas para criar uma política de transparência na gestão financeira de uma entidade do terceiro setor.

Cinco maneiras para uma entidade do terceiro setor ser transparente

Embora não exista um padrão de melhores práticas na gestão transparente das organizações, a adoção voluntária a determinadas condutas demonstra o comprometimento com esse objetivo: 

1. Criar um conselho administrativo: um grupo diretivo responsável pelas tomadas de decisões e direcionamento estratégico de acordo com os principais interesses da organização pode proteger o patrimônio da entidade, utilizando-o de forma eficaz. 

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) destaca que “o conselho administrativo tem por missão zelar pelos valores e propósitos institucionais, otimizando o retorno social dos investimentos no longo prazo, buscando e mantendo o equilíbrio entre os anseios e as expectativas das diversas partes interessadas”.  

2. Formar um conselho fiscal: independente e composto por profissionais com sólido conhecimento em administração, contabilidade e direito, o conselho fiscaliza as finanças, a gestão e o patrimônio da entidade.

Nailton Cazumbá, professor, palestrante e coordenador da comissão de contabilidade aplicada ao terceiro setor do CRC-BA, explica que o conselho fiscal é “uma instância que assegura confiabilidade e contribui para o valor da instituição por meio do monitoramento dos processos de gestão”.

3. Manter um plano de ação anual: documento com a descrição dos projetos pretendidos no ano e como eles serão realizados. A empresa pode publicar informativos periódicos detalhando o andamento dessas ações.

Neil D. Sklarew, da Consultoria Sem Fins Lucrativos da GCN, esclarece que um “plano de ação anual integrado ao plano operacional da organização sem fins lucrativos torna as metas estratégicas visíveis para o conselho e funcionários”.

4. Divulgar publicamente demonstrativos contábeis: uma fonte importante e confiável da origem dos recursos e sua aplicação em projetos e despesas administrativas.

Júlio César Zanluca, contabilista e autor da obra Manual de Contabilidade do Terceiro Setor, explica que “a publicação das informações contábeis de tais entidades não deve ser vista somente na perspectiva de uma exigência legal, mas sim de princípio de transparência que será vital à sua sobrevivência”.

5. Manter um site para consulta de informações sobre a entidade: nele é possível acessar desde informações básicas da entidade ao detalhamento financeiro. 

João Paulo Vergueiro, diretor da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, afirma que “toda organização tem que ter um site, simples, mas completo, que disponha das informações mínimas dela, como missão, visão, equipe e formas de contato”.

O National Council of Nonprofits (Conselho Nacional de Organizações Sem Fins Lucrativos, em português) reforça que “ganhar confiança através da transparência financeira vai além do que a lei exige, sendo importante uma liderança ética e responsável”.

Demonstrações financeiras e retenção de doadores

As entidades do terceiro setor que detalham como os recursos financeiros são utilizados querem assegurar aos seus financiadores que estão realmente contribuindo com uma causa justa, ética e comprometida com a transformação social.

Vergueiro explica que “ser transparente é fundamental e é um dos principais fatores que garantirá o sucesso na captação de recursos das organizações, pois consolida a relação entre elas e seus doadores, e também delas para com toda a comunidade”.

As entidades do terceiro setor no Brasil devem apresentar demonstrações financeiras obrigatórias como o balanço patrimonial com o qual é possível mensurar os bens monetários e imobilizados da organização, atestando a sua viabilidade financeira.

O Demonstrativo de Resultados do Exercício é outra exigência com origem das receitas e a descrição das despesas do período. O Demonstrativo de Fluxo de Caixa completa a DRE, identificando os gastos e se eles estão proporcionais às entradas de recurso.

Uma gestão transparente não se limita à quantidade mínima de informações ou às determinações legais. Assuntos financeiros que merecem destaque devem ser tratados em notas explicativas ou podem ser gerenciados por KPIs para analisar o desempenho interno. 

Quais são as principais certificações e auditorias aplicadas ao terceiro setor?

No Brasil existem dois certificados para o terceiro setor: Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

O CEBAS é concedido pelos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social e Agrário e da Saúde. As exigências para consegui-lo passam por prestar serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação e não remunerar seus dirigentes.

Já o processo por uma OSCIP é regulamentado pelo Ministério da Justiça do Brasil por meio da Lei 9.790/1999. No documento, constam as regras para a criação de parcerias entre entidades da organização civil sem fins lucrativos prestadoras de serviços e o poder público. 

A entidade sem fins lucrativos não pode ter mais de uma certificação simultaneamente. Conhecer as vantagens de cada uma é essencial para definir por qual optar.

CEBAS – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social  OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Permite a isenção da cota patronal do INSS e outras contribuições sociais. Facilita a parceria com órgãos públicos e possibilita a remuneração dos dirigentes.
Refinanciamento de tributos federais. Concede benefício fiscal para pessoa jurídica.
A auditoria é exigida principalmente para entidades que utilizam recursos públicos. É obrigatório às entidades com faturamento anual superior a R$3.600.000,00, conforme a Lei Federal 12.101/09. A auditoria deverá ser realizada nos casos que o montante de recursos for superior ou igual a R$600.000,00, independentemente da aplicação dos recursos.

 

A auditoria externa acrescenta transparência e credibilidade às demonstrações contábeis elaboradas pela administração e deve ser feita por auditor independente, legalmente habilitado no Conselho Regional de Classe.

Independentemente das exigências legais, a auditoria é uma segurança para a administração da organização, pois valida os controles internos e procedimentos contábeis da prestação de contas.

A relação da tecnologia com a transparência

As entidades podem divulgar suas demonstrações financeiras e mostrar a legitimidade de suas ações através de suas páginas na internet. Nos canais digitais, as instituições têm a opção de emitir relatórios obrigatórios e complementares que facilitem a compreensão entre seus stakeholders

A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) é uma das instituições que destina uma página exclusiva para prestação de contas das doações recebidas pelo programa “Unidos contra a Covid-19”. Uma forma de estabelecer uma comunicação ativa e transparente com os financiadores do projeto. 

A automatização dos processos nas organizações sem fins lucrativos é outro viés da tecnologia que traz transparência na gestão e principalmente na confiabilidade dos dados que estão sendo divulgados. As plataformas auxiliam os controles internos no gerenciamento dos recursos, no detalhamento dos relatórios financeiros e permitem que os profissionais se dediquem a outras atividades mais estratégicas.

A gestão financeira deve escolher um software que permita uma coleta de dados robusta e análise rigorosa das informações, o que possibilita monitoramento contínuo, estabelecimento de metas e demonstrações de resultados confiáveis.

Considerações

O terceiro setor mobiliza diversos agentes, de setores públicos ou privados, para que juntos atuem frente aos principais problemas da sociedade. Um posicionamento transparente é condizente a essa essência colaborativa e às suas missões sociais.

 A transparência na gestão financeira demonstra os valores éticos da organização e o amadurecimento de uma liderança comprometida com o profissionalismo e excelência nos resultados. 

A cultura da transparência estabelece um vínculo de confiança com a sociedade e contribui com a reputação das entidades do terceiro setor. Dessa maneira, há o desdobramento em mais doações que permitem a viabilidade das organizações e de seus projetos sociais.

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Qual é o nível de transformação digital da sua área financeira?

Mesmo que muitos especialistas e pesquisas tenham anunciado a transformação digital há alguns anos, muitas empresas ainda estão em estágios iniciais de aplicação de tecnologias digitais em suas áreas financeiras de modo a gerar mais eficiência e valor. 

Hoje em dia, pensar em uma área financeira mais digitalizada e moderna é algo muito mais descomplicado e mais possível do que imaginam muitos CFOs, principalmente considerando todos os avanços tecnológicos conquistados até aqui. Isso inclui a ampla disponibilidade de dados de negócios; capacidade das equipes de processar grandes conjuntos de dados usando algoritmos e métodos analíticos agora acessíveis; e melhorias nas ferramentas e plataformas de conectividade, como sensores e computação em nuvem.

Com o crescimento do home-office, muitas empresas passaram a adotar soluções tecnológicas para facilitar o dia a dia. Na prática, houve a digitalização e a automação de inúmeras tarefas, incluindo as da área financeira.  A transformação digital  já acontecia antes da pandemia, mas agora os processos foram acelerados e dificilmente haverá um caminho reverso.

Neste quiz, preparamos algumas perguntas que podem ajudar a analisar em que momento sua empresa se encontra dentro da transformação digital. O resultado final não é de forma alguma um diagnóstico único, mas uma reflexão, baseada em pesquisas e artigos, sobre como encarar o momento e os próximos desafios. 

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Checklist para IPOs

5 pontos importantes sobre o processo de IPO

Espera-se que cerca de 100 empresas brasileiras realizem IPO até o fim do ano, um recorde. Só no primeiro semestre de 2021, foram 28 ofertas públicas de ações no país, o mesmo que em 2020  inteiro. Atualmente, há mais de 30 empresas ainda aguardando na fila da B3, a bolsa de valores brasileira. E a visão dos especialistas é positiva para os próximos meses. 

Com a grande quantidade de empresas brasileiras aproveitando esse caminho para captar recursos, ter um negócio robusto e em ascensão não é suficiente. Para um IPO de sucesso é preciso que a gestão financeira esteja em dia e funcionando de forma excepcional. 

“É importante que as empresas transformem seus números em resultados positivos para o mercado, para as pessoas e para toda a economia”, diz Goldwasser Neto, cofundador do Accountfy, plataforma SaaS de gestão robusta e inteligente de performance corporativa. “Por isso, é importante investir em uma ferramenta que analise e apresente  os resultados para os investidores da maneira mais transparente possível.” 

Para se preparar para um evento como esse, o executivo lista alguns pontos de atenção para as empresas que querem abrir capital:

1. Consistência e confiabilidade dos números 

Primeiro, é importante se assegurar de que as informações corretas estão sendo apresentadas. Uma forma de fazer isso com segurança e confiabilidade é investir em uma ferramenta de gestão e  controle de dados. Isso ajuda a eliminar planilhas e inserções manuais. “Consolidar os números dentro de uma plataforma de gestão, assegura a padronização e comparabilidade das divulgações financeiras, possibilitando consistência, o que é primordial para o processo de referência cruzada”, afirma Neto. 

2. Estruturas gerenciais

Ao entrar na fila da B3, é importante ter  uma análise minuciosa da saúde da empresa.   A área financeira deve analisar os planos de contas e organizar suas estruturas gerenciais de acordo com o modelo de negócio, tornando viável a estruturação das Demonstrações Financeiras em conformidade com normas e requerimentos. 

3. Demonstrações financeiras

Esses documentos precisam sempre estar em dia, atualizados e com os números corretos, oferecendo transparência e mantendo a governança da empresa. Uma plataforma de gestão corporativa permite a visualização e edição das principais demonstrações como balanço patrimonial, DRE, DMPL e outras. 

4. Consolidação

A consolidação é fundamental para grupos que buscam injeção de capital – como no caso do IPO – e para a manutenção da Governança Corporativa. Na prática, ela também facilita a visualização da saúde financeira das empresas, tanto agrupadas quanto analisadas isoladamente. O uso de uma plataforma de gestão de performance permite que a consolidação seja feita com mais rapidez, com rastreabilidade dos números e permitindo uma visão mais clara das informações. 

5. Modelagem financeira e reportes

Por fim, não basta acompanhar a situação financeira da empresa, um papel relevante do gestor é prever diferentes conjunturas para se planejar e conseguir reagir rapidamente às novidades, isso é possível com a modelagem financeira. Já os reportes e painéis de análises de dados dão suporte à área de relacionamento com investidores, dando visibilidade do desempenho e das decisões tomadas pela empresa.

Caso queira saber mais detalhes sobre o processo de IPO, baixe agora nosso e-book na imagem abaixo.

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Doações no terceiro setor: boas práticas na gestão de recursos

As doações, públicas ou privadas, são fontes de financiamento para os projetos de entidades do terceiro setor. Através delas é possível ter instituições mais longevas que promovem melhorias sociais. 

Dessa forma, líderes financeiros das instituições do terceiro setor devem pensar como gerir e controlar as doações para estimular a transparência e a confiança, conquistando a fidelidade dos doadores e se mantendo na conformidade legal. 

Abaixo você confere como fazer a gestão das doações para otimizar recursos e atrair investimentos. Continue a leitura.

Modelos de financiamento para o terceiro setor

As opções de arrecadação do terceiro setor, mais comuns no Brasil, são:

  • Doações de forma direta;
  • Financiamento coletivo via sites ou crowdfunding;
  • Emendas parlamentares;
  • Leis de incentivo fiscal;
  • Fundos internacionais.

A Stanford Social Innovation listou dez modelos de captação e aplicação de recursos para empresas sem fins lucrativos.

Os modelos utilizam como parâmetros as fontes de recursos, a motivação dos administradores e o perfil predominante dos financiadores.

  1. Conector sincero: envolve um grande número de doadores com causas comuns. Geralmente, a entidade realiza eventos de arrecadação de recursos que reforçam a conexão entre eles.
  2. Beneficiário construtor: nesse modelo, pessoas que já foram beneficiadas no passado passam a ser a principal fonte de recursos. Algumas universidades americanas adotam esse sistema com sucesso há anos. 
  3. Motivador de membros: a modalidade tem semelhanças com o conector sincero com o diferencial de utilizar técnicas de precificação para novos membros, assemelhando-se a um sistema societário. 
  4. Grande investidor: entidades que se beneficiam de um grande doador, que pode ser o seu fundador ou não. Normalmente, elas são focadas em pesquisas médicas ou ambientais. Bill & Melinda Gates Foundation é um exemplo.
  5. Provedor público: modelo ao qual os recursos provêm do governo para prestação de serviços sociais definidos previamente.
  6. Inovador de políticas: um sistema com recursos governamentais e que por sua atuação inovadora nas questões sociais atrai a atenção de outros financiadores. 
  7. Corretor beneficiário: o modelo utiliza recursos públicos e privados para oferecer serviços de crédito. Com o retorno do pagamento, ele consegue atrair mais doadores. 
  8. Reciclador de recursos: sistema atribuído às entidades que priorizam doações de produtos para que a entrega seja rápida e eficiente à comunidade. A agilidade e transparência do modelo convence doadores mais tradicionais. 
  9. Formador de mercado: modelo que busca um grupo de financiadores sensibilizados às causas de conflitos éticos ou legais e que geralmente envolve as áreas da saúde e meio ambiente.
  10. Investidor local: o método estimula doações individuais ou corporativas em busca de melhorar as questões sociais de onde se vive.

Definição de objetivos ou metas

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no Guia das Melhores Práticas para Organizações do Terceiro Setor: Associações e Fundações, recomenda “um conjunto de objetivos e metas, de curto, médio e longo prazos, contemplando a mobilização de recursos necessários à execução das atividades com indicadores de monitoramento e avaliação”. 

O professor José Carlos Soares, especialista em direito do terceiro setor, em artigo, esclarece queos dirigentes das organizações não têm como hábito estabelecer metas”

Na visão de Soares, a liderança do terceiro setor tem receio de assumir compromissos, falta disciplina na execução e, principalmente, utiliza ferramentas complicadas e difíceis para estimar suas metas. Para ele, a profissionalização da gestão com processos definidos e tecnologia contribui para o alcance dos objetivos.

A consultoria internacional Trestle, especialista no atendimento ao terceiro setor, recomenda a metodologia SMART para que as organizações definam metas e avaliem a sua viabilidade. O método é baseado em objetivos específicos (S), mensuráveis (M), atingíveis (A), relevantes (R) e com prazos definidos (T), do inglês Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Timely.

Ainda segundo a consultoria, a criação de metas claras com o acompanhamento de indicadores e envolvimento do time gera resultados.

Fortalecimento da política interna de arrecadação de fundos

Uma das maiores empresas de contabilidade dos Estados Unidos, a Clifton Larson Allen, em seu Manual para Controle Interno no Terceiro Setor, afirma que “toda organização deve ter procedimentos para monitorar e registrar os recursos recebidos, mantidos e gastos. Esses controles financeiros devem ser descritos em um manual de políticas e procedimentos contábeis”.

A política interna de arrecadação é um documento com instruções sobre a procedência e como usar os recursos. Tal prática reforça a transparência, trazendo credibilidade aos doadores, comunidade e demais envolvidos. 

Fundadores e gestores do terceiro setor, ao adotarem a política interna e cumprirem as exigências legais, demonstram profissionalismo e comprometimento com as doações. 

O grupo Zuri, empresa com atuação exclusiva na obtenção de recursos para o terceiro setor, declara em seu portal Raise Fund, que “uma organização sem fins lucrativos precisa de políticas e práticas de arrecadação de fundos para que não tenha que tomar decisões rapidamente ou perder oportunidades”.

Profissionalização dos acordos e contratos 

Os acordos e contratos do terceiro setor devem seguir normas e condutas padronizadas em suas políticas para garantir segurança e controle aos seus colaboradores, doadores e financiadores. 

A Humentum, uma organização sem fins lucrativos que fortalece ações humanitárias em todo o mundo, reforça que os contratos são parte das funções financeiras que equilibram as expectativas entre as partes e trazem formalidade a uma negociação.

A gestão de contratos proporciona segurança jurídica e fortalece o relacionamento com os stakeholders. Ainda segundo a Humentum, as organizações podem se valer de um gerente de concessões e contratos para melhor profissionalizar essa atuação.

Controle e gestão das doações no terceiro setor 

Clara Miller, CEO do Nonprofit Finance Fund, em reportagem da Stanford Social Innovation Review, comenta que as organizações sem fins lucrativos acabam sendo dois tipos de negócios, um relacionado realizar às atividades do programa e o outro a obter doações para se manter.

A gestão das doações inicia com a identificação da procedência do dinheiro, o que possibilita à entidade corresponder aos critérios legais. O modelo avança para as análises de custos, relatórios financeiros, planejamento contínuo, orçamento e outros. 

Comunicação e prestação de conta aos doadores

A Fund for NGOs, instituição que busca ser suporte para o terceiro setor, afirma como a gestão financeira aprimora a imagem de uma entidade, tornando-a mais confiável.

O terceiro setor ganha reputação com sua comunidade e doadores gerar reportes bem definidos. Uma prestação de contas clara e minuciosa passa a ser um critério de avaliação para financiadores.

Os relatórios e as demonstrações contábeis correspondem às exigências legais no Brasil e reforçam o posicionamento idôneo da entidade.

Ricardo Monello, diretor de assuntos jurídicos da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (FENACON), explica que a contabilidade é a base formal da prestação de contas e que a informação precisa ser completa, neutra e livre de erros.

Como acontece a dedutibilidade de doações no terceiro setor no Brasil?

A lei brasileira prevê que empresas façam a dedução integral do valor das doações como despesa operacional, até o limite de 2% do lucro operacional bruto. 

Pessoas físicas que apresentem a declaração completa de IR podem deduzir até 80% do valor investido a título de doação. O abatimento será limitado a 6% do imposto a pagar.

Mas atenção: as tributações e deduções se alteram segundo os tipos de projetos, como os voltados para idosos, crianças e adolescentes, cultura e esporte. Um profissional contábil pode garantir veracidade de acordo com a especificidade da lei.

Por exemplo, a lei 8.313 ou Lei Rouanet prevê que pessoas físicas ou jurídicas destinem parte dos seus impostos para financiar projetos culturais e sejam beneficiados com incentivos fiscais.

Considerações

​​Os financiadores estão mais exigentes sobre a aplicação dos recursos doados às entidades sem fins lucrativos.  Por isso os líderes financeiros de entidades do terceiro setor devem aprimorar a gestão dos recursos demonstrando eficácia nos gastos e comprometimento com a transparência.

A tecnologia favorece a gestão financeira ao proporcionar o controle das operações e tornar as informações mais confiáveis, retendo e atraindo doadores. 

A gestão profissional e tecnológica dos recursos constata a maturidade das instituições frente a uma nova geração de filantropos que levam a sério suas doações como mecanismo de transformação social.

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Quais são detalhes importantes do planejamento financeiro no terceiro setor?

O planejamento financeiro contribui para que a rotina da área se torne mais precisa, com otimização dos recursos e avaliação do desempenho. Em entidades do terceiro setor, ele viabiliza que a organização corresponda às exigências legais e atraia financiadores.

Gestão orçamentária, previsões de cenários e automatização estão na rotina do profissional financeiro do terceiro setor.

Continue a leitura para saber mais sobre quais os detalhes devem ser observados no planejamento financeiro das entidades sem fins lucrativos.

O planejamento financeiro para o terceiro setor na prática

A partir das diretrizes estratégicas da organização do terceiro setor, o planejamento financeiro define objetivos, metas e qual o prazo para cada um deles.

Conforme o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o planejamento financeiro deve ser feito anualmente, envolvendo todas as áreas da instituição e com revisões periódicas. O instituto recomenda que o planejamento financeiro seja dividido em duas etapas:

Planejamento de longo prazo

Representa a estratégia da organização definida em objetivos alcançáveis no período de dois a 10 anos. De acordo com o artigo “14 maneiras inteligentes  de abordar o planejamento financeiro de organizações sem  fins lucrativos”, na Forbes, os gestores de ONGs devem criar cenários de pior, média e melhor projeção no planejamento de longo prazo e revisá-los continuamente. 

Faça revisões em intervalos de três meses e as compartilhe com conselho e equipe. As coisas estão mudando demais para não fazer isso.” Com o planejamento de longo prazo e suas revisões, a organização é capaz de priorizar objetivos e traçar as metas.

Planejamento de curto prazo

Representa a tática da organização e equivale à fase operacional aos quais os objetivos são implementados.

Nesta etapa, as entidades do terceiro setor devem acompanhar as suas movimentações financeiras (caixa, aplicações, contas a pagar e valores a receber). Cabe ao gestor realizar as análises de custos e otimização dos recursos para o alcance das metas. 

Peter Drucker, professor e consultor em administração, reforça que “o planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”.

Boas práticas no planejamento financeiro no terceiro setor

A gestão do orçamento permite que os financiadores saibam como e onde os recursos recebidos serão aplicados, reforçando quão responsável é a instituição em relação aos valores que capta.

O controle do orçamento mais comum no terceiro setor é por projeto, que auxilia na prestação de contas, visto que algumas doações podem ser destinadas a ações específicas. 

As organizações sem fins lucrativos podem calcular ou projetar seu orçamento baseado nos resultados anteriores acrescidos de inflação, ou através do orçamento base zero no qual é feito uma análise atemporal da projeção.

A gestão do orçamento evita contratempos no fluxo de caixa, o que reflete no equilíbrio das contas. O terceiro setor deve organizar as receitas e despesas como qualquer outra pessoa jurídica. 

Entre as boas práticas de administração também está o rolling forecast com foco na revisão do orçamento e previsão de cenários.  

A Deloitte, em um webcast recente, explica que “a previsão de cenários e o planejamento são uma preocupação primária entre as empresas, perdendo apenas para a incerteza na demanda e receitas que continuam após a Covid-19”.

As previsões contínuas permitem que as entidades do terceiro setor se preparem para cenários desafiadores e ajustem a operação para o alcance das metas, preservando o planejamento.

Sistemas e softwares para automatização da gestão financeira

A gestão financeira do terceiro setor deve identificar a origem dos recursos, como eles serão aplicados e ter transparência na apresentação dos resultados. Essas informações são geralmente coletadas e gerenciadas manualmente, o que traz insegurança aos dados e fragilidade em suas análises.  

O uso de softwares contribui para a construção dessa base de dados e na emissão de relatórios que colaboram na prestação de contas das organizações. 

As soluções na nuvem permitem a rápida atualização das informações e a integração entre as áreas. As entidades que automatizam a gestão financeira ganham agilidade na análise e produtividade em seus processos.

Os financiadores sentem-se mais confiantes quando as entidades do terceiro setor avançam na automatização das atividades da área financeira. A tecnologia  propicia segurança na informação e clareza quanto à movimentação dos recursos, o que acaba por favorecer o processo de captação de novos investimentos.

Controle interno: análise de custo e otimização de processos

O guia das melhores práticas para organizações do terceiro setor esclarece que as entidades devem ter e aprimorar os sistemas de controles internos que monitoram o cumprimento dos processos operacionais e financeiros.

De acordo com o documento, o controle interno dimensiona e mitiga os riscos de não-conformidade com as normas estabelecidas e a legislação vigente.

A responsabilidade do controller está associada às finanças como analisar a procedência de cada doação, acompanhar a gestão de custos e estabelecer indicadores de performance financeira. 

No escopo do controller também está representar a missão e reputação da entidade do terceiro setor, o que acaba por reter e atrair novos financiadores. O seu papel coopera para o alcance de objetivos e metas estabelecidos para as unidades.

Conclusão

Com a tecnologia no planejamento financeiro, entidades do setor podem prever cenários mais realistas a partir da análise de dados.  O plano financeiro torna-se então uma diretriz para os gestores de entidades sem fins lucrativos, seja em momentos de dificuldades ou crescimento rápido e constante.

A área de finanças deve colocar as informações do plano financeiro à disposição dos seus stakeholders, optando pela transparência e confiança nas relações.

Os profissionais dão sequência a uma gestão que mensure os resultados, proteja a organização de fraudes e leve à longevidade da instituição do terceiro setor com reconhecimento da sua idoneidade e colaboração com a sociedade.

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Área financeira: novas mudanças regulatórias para ficar de olho

O risco regulatório representa os possíveis efeitos negativos que as mudanças regulatórias e nas leis podem ter sobre determinadas organizações.  De acordo com a PwC, “o risco regulatório é geralmente definido como a  ‘licença para operar’ poder ser retirada por um órgão regulador”.

Em geral, as organizações possuem um time de gestão de risco que junto ao departamento de auditoria acompanham o cumprimento das leis e regulamentos vigentes para evitar os riscos regulatórios.

Continue a leitura e veja algumas das mudanças previstas nas leis e regulações do Brasil e como preservar o desempenho dos negócios diante delas.

O que você verá nesse artigo?

5 principais mudanças regulatórias

Conclusão

5 principais mudanças regulatórias previstas para os próximos anos

Mudanças regulatórias, com impacto corporativo, geralmente vêm para aprimorar processos e modernizar as exigências. Muitas vezes, elas protegem os stakeholders de possíveis fraudes e integram as empresas ao nível internacional.

O departamento financeiro é um dos principais responsáveis por dimensionar os investimentos para a conformidade diante de novidades na lei ou entidades reguladoras.

A seguir, cinco mudanças regulatórias previstas ou em andamento no Brasil que podem influenciar as rotinas financeiras e da empresa. 

1. ESG – conformidade social e ambiental

As questões ambientais, sociais e de governança aumentaram nos últimos anos no mercado financeiro e de capitais e foram intensificadas após a crise do coronavírus.

O CFA da Vanguard Group, Matthew Goller, afirma que “os níveis mais altos de desemprego e as diferentes maneiras pelas quais as empresas estão respondendo à pandemia, juntamente com as desigualdades que estão sendo destacadas nos EUA, fizeram com que os investidores foquem a atenção nas preocupações sociais e de governança”.

Segundo o relatório sobre os desafios regulatórios de 2021 da KPMG, o ESG é um driver chave de valor, risco e oportunidade. A atenção regulatória deve se voltar para a emissão e divulgação desses relatórios e procedimentos das empresas.

A consultoria sugere estabelecer padrões e métricas de ESG, com referências internacionais, para medir desde o risco de mudanças climáticas à compreensão das disparidades raciais, sociais e econômicas em uma organização.

A KPMG aconselha adotar medidas como: identificar  riscos, definir taxonomias regulatórias e levantar  os impactos relacionados ao ESG, nos quais os dados e controles financeiros sejam integrados a um sistema e analisados constantemente.

Para a britânica, Refinitiv, após a Covid-19, “à medida que a linha entre a política fiscal e a monetária se torna cada vez mais turva, haverá uma maior demanda por ações regulatórias em questões de sustentabilidade.”    

2. Lei Geral de Proteção de Dados

A Lei 13.709/18 ou Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados pessoais de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, a fim de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade.

Ela entrou em vigor em agosto de 2020. A partir dessa data, é necessária a autorização dos titulares para o tratamento dos dados pessoais.

Para a LGPD, sempre que há o processamento de dados dentro do território nacional, a lei deve ser cumprida, independentemente se o armazenamento dessas informações acontece ou não no Brasil. Os dados podem ser compartilhados com outros países, desde que com segurança ou para cumprimento de exigências legais. 

Em dezembro de 2020 foi criada a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por fiscalizar e aplicar sanções da LGPD. No início de 2021, a ANPD publicou a agenda regulatória válida para os próximos dois anos e elencou os dez principais temas para esse período de vigência.

Recentemente, o órgão lançou o “Guia para Definições dos Agentes de Tratamento de Dados Pessoais e do Encarregado” que orienta as responsabilidades e os direitos das empresas, sejam elas controladoras ou operadoras dos dados. 

Cabe destacar que o descumprimento da LGPD pode resultar em advertências e multa de até 2% do faturamento, limitada a R$50 milhões.

3. Open Banking

O open banking é um sistema financeiro aberto que permite o compartilhamento de dados de clientes, produtos e serviços, de forma padronizada e segura. 

Essas informações são disponibilizadas através de plataformas tecnológicas, mediante autorização, autenticação e confirmação do cliente, podendo ser suspensas a qualquer momento.

No Brasil, as instituições financeiras que participam do open banking devem seguir as regras de compartilhamento estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central.

A implementação do open banking é gradual e dividida em quatro fases:

Fases Observações Datas Limite
1 As instituições participantes disponibilizam suas informações de forma padronizada, sobre os seus produtos, serviços e canais de atendimento. Momento atual 
2 Os clientes poderão compartilhar suas informações sobre transações bancárias, cartões de crédito e operações de crédito contratadas.  13/08/2021
3 As transações de pagamentos e o envio de propostas de operações de crédito poderão começar. 30/08/2021
4 Os clientes poderão compartilhar e acessar informações sobre outros produtos e serviços financeiros, tais como investimentos, previdência complementar, contas-salário e seguros. 15/12/2021

Na visão da Deloitte, “embora o Brasil ainda esteja no início do processo de implementação, o open banking vai acelerar e remodelar o setor bancário de maneira disruptiva”.

Segundo uma pesquisa sobre tecnologia bancária realizada também pela Deloitte, “os gastos com tecnologia cresceram 8% em 2020, chegando a R$25,7 bilhões; desse total, 10% são voltados para a cibersegurança”.

O uso de tecnologias ágeis e seguras, dentro dos padrões estabelecidos, é necessário no open banking para garantir a proteção de dados e as estratégias de compliance. 

A chegada do open banking permite que as instituições financeiras ofereçam soluções cada vez mais personalizadas aos clientes, o que inclui as contas jurídicas. Empresas poderão optar por compartilhar seus dados com os bancos, por exemplo, e buscar quais são as melhores ofertas de crédito para o negócio.

4. Transição de LIBOR para SOFR 

A LIBOR, taxa de oferta interbancária de Londres, é uma das taxas mais utilizadas como referência no mundo e, após 30 anos de história, deve encerrar sua atuação no mercado até o final de 2021.

Para a KPMG, “isso representa um problema de US$400 trilhões em todas as empresas expostas”. O que explica o clima de insegurança de alguns participantes do mercado em relação aos possíveis riscos da transição dos contratos. 

A LIBOR possui denominação em cinco moedas: Dólar americano, USD; Libra esterlina britânica, GBP; Iene japonês, JPY; Franco suíço, CHF e Euro, EUR.

Essa taxa será substituída por outras de referências alternativas (ARRs). No caso do Dólar americano, a transição será para Taxa de Financiamento Overnight Garantida (SORF), recomendada pelo Comitê de Taxas de Referências Alternativas (ARRC). A SORF é uma taxa noturna, considerada livre de riscos, visto que é garantida pelos Treasuries, títulos de dívidas do governo americano.

A transição representa um desafio para instituições do mercado financeiro, desde bancos, corretoras, fundos de pensão e gestores de recursos.

De acordo com a KPMG, “existe um foco em desenvolvimento de tecnologia para leitura automatizada e digitalização de contratos com exposições a risco de juros, mapeamento de banco de dados, avaliação de risco de crédito e liquidez, precificação em larga escala com teste de aderência de modelos, diagnóstico para impacto contábil e tributário, planejamento estratégico de transição e governança”. 

No Brasil, é comum a realização de operações com exposição ao USD LIBOR, como os swaps feitos para mitigar os riscos cambiais em dólares, portanto faz sentido entre investidores e companhias estarem atentas à mudança. 

5. Normas internacionais que entrarão em vigor a partir de 2022

Empresas têm diferentes meios para se manterem atualizadas sobre novas mudanças regulatórias nos próximos anos. A KPMG, por exemplo, publica anualmente, no Brasil, uma análise das principais normas de contabilidade e legislações tributárias em vigência, abordando as diretrizes que as empresas deverão seguir em suas divulgações financeiras de cada ano.

Já o  International Accounting Standards Board (IASB), organização que desenvolve os padrões internacionais de contabilidade, incluindo os da IFRS, divulgou algumas mudanças regulatórias para os próximos anos: 

Normas Alterações
IAS 37 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes  

Altera a norma em relação às despesas que devem ser inseridas, como custo de cumprimento de um contrato ao avaliar a onerosidade dele.

 

IAS 16 – Ativo imobilizado  

A alteração proíbe a dedução do custo dos valores de ativos imobilizados recebidos da venda de itens produzidos enquanto a empresa prepara o ativo para o uso pretendido. 

 

IFRS 3 – Combinações de negócios  

Alteração específica sobre como uma entidade deve contabilizar os ativos e passivos que adquire quando obtém o controle de um negócio.

 

Fonte: 20° edição da “Sinopse Contábil & Tributária 2020” produzida pela KPMG.

Ainda segundo o material, em 2022 estão previstas para entrar em vigor alterações nas normas IFRS 1, IFRS 9, IAS 41 e IFRS 16, como parte de melhorias que não são consideradas urgentes, porém necessárias.

Normas Alterações
IFRS 1 – Adoção inicial das normas internacionais de contabilidade  

A alteração torna a aplicação da norma mais simples para a subsidiária que adotar pela primeira vez a IFRS, em especial quanto à mensuração dos ajustes acumulados de conversão.

 

IFRS 9 – Instrumentos financeiros  

A atualização esclarece que, na realização do teste quantitativo ou “teste de 10%”, o valor líquido presente dos fluxos de caixa no novo prazo, descontados a taxa de juros efetiva original, deve ser, no mínimo, 10% diferente do valor contábil da dívida original.

 

IAS 41 – Ativo biológico e produto agrícola  

A alteração retira a solicitação de excluir os fluxos de caixa oriundos de tributação ao mensurar o valor justo, alinhando os requerimentos de mensuração do valor justo da IAS 41 com os requerimentos da IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo.

 

IFRS 16 – Arrendamentos  

O IASB alterou o exemplo ilustrativo 13 que acompanha a norma, minimizando o entendimento inadequado dos incentivos de arrendamento.

 

Fonte: 20° edição da “Sinopse Contábil & Tributária 2020” produzida pela KPMG.

Conclusão

A conformidade legal e regulatória eleva o nível de competitividade em um cenário de rápidas mudanças. Equipes que se antecipam aos riscos regulatórios têm mais resiliência para administrar seus recursos e continuar desempenhando positivamente.

Com monitoramento contínuo, é possível acelerar as adaptações para que a adequação regulatória não seja um problema. Você conhece mais alguma lei ou mudança regulatória que afete a sua organização? Compartilhe nos comentários.

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Temas importantes para o líder financeiro do terceiro setor

Os líderes financeiros do terceiro setor têm a chance de trabalhar para melhorar o desempenho e contribuir para a organização seguir com a sua missão social.

Em uma atuação estratégica, o CFO é o profissional que assume os desafios de transparência, governança e atração de mais financiadores para as entidades sem fins lucrativos. 

Continue a leitura deste material e confira os temas que devem estar presentes no dia a dia dos CFOs para ajudar no crescimento das organizações do terceiro setor.

A gestão do capital de giro e das margens no terceiro setor

O capital de giro e as reservas de recursos são tão importantes para a gestão financeira do terceiro setor quanto para as demais empresas de capital privado. Afinal, as organizações sem fins lucrativos precisam de recursos para continuar com as ações sociais e se manter.

Dane Barata, CFO da Team Rubicon, em entrevista à Forbes, afirma que “muitas organizações sem fins lucrativos estão sacrificando suas missões porque estão preocupadas com restrições de financiamento”.

A ausência de um fundo de contingências pode comprometer a continuidade dessas instituições, sobretudo em momentos de instabilidade econômica e/ou redução na captação de recursos.

Segundo o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), “o gestor deve aproveitar os tempos em que há sobra de caixa para reservar recursos para períodos de escassez, podendo enfrentar, pelo menos, três meses sem receber novos aportes”.

Para o instituto, “no caso de organizações com dependência de incentivos públicos, recomenda-se folga ainda maior (acima de 12 meses), de modo a lidar com incertezas políticas e contingenciamento de recursos públicos”.

O diretor de finanças do Banco Mundial Feminino, Michael Mohr, explica que os controles financeiros internos e a gestão de caixa são desafios que estimulam a otimização dos recursos. 

Barata, ainda em sua entrevista à Forbes, diz “sem margem, sem missão”, em referência à gestão dos recursos e a preservação das reservas da entidade do terceiro setor para continuar o trabalho social que se propõe, mesmo em tempos de crise.

Mapeamento e gestão dos riscos para entidades do terceiro setor

A CFO da Fundação AARP, Trish Shannon, em entrevista à Forbes, explica que “o CFO trabalha para identificar quaisquer riscos ou lacunas no plano estratégico para garantir que a entidade tenha os recursos adequados para atingir os seus objetivos”.

O líder financeiro deve mapear os riscos, identificar seus potenciais impactos à organização e planejar como fazer a gestão caso eles aconteçam.

Por exemplo: gestores financeiros que reconhecem a probabilidade de perda das fontes de financiamento definem neutralizar antecipadamente o risco e pensar em meios para a entidade se capitalizar.

Violações de dados e reformas regulatórias podem ser encontradas no mapeamento de riscos do terceiro setor, o que reforça a necessidade de relatórios financeiros que levantem cenários inesperados.

Uma gestão financeira deve adotar estratégias que assegurem que, mesmo com as adversidades, o time alcance as metas estabelecidas.

Definição de metas e avaliação do desempenho 

A Lei N° 13.019, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC), estabelece que as entidades do terceiro setor devem descrever as “metas a serem atingidas e de atividades ou projetos a serem executados”.

A organização que não cumprir as metas estabelecidas deve, conforme a regulamentação, emitir um relatório de execução financeira com a descrição das despesas e receitas realizadas.

O relatório busca justificar o não alcance dos resultados esperados; o não cumprimento das metas, entretanto, reflete na reputação dessas instituições.

Trish Shannon, em sua entrevista à Forbes, reforça que “a equipe financeira desempenha um papel importante na tomada das decisões – não apenas de uma perspectiva de orçamento, mas também pela sua capacidade de oferecer considerações integradas e estratégicas”.

Entidades que não possuem metas e não fazem avaliação periódica do desempenho dificilmente conseguirão captar recursos dos financiadores, o que impacta o seu crescimento.

Adaptação às normas de contabilidade e do fisco

Os CFOs devem estar atentos às especificações da contabilidade no terceiro setor. Com termos e algumas regras exclusivas, as demonstrações contábeis levam as entidades sem fins lucrativos a permanecerem com abonos de taxas e isenções fiscais.

A ITG2002 (R1) é a norma básica aplicável às organizações sem fins lucrativos. Os Princípios de Contabilidade e a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas também se aplicam a essas organizações no Brasil.

Entidades que seguem normas internacionais de contabilidade (IFRS – International Financial Reporting Standards) devem acompanhar as atualizações delas.

As organizações sem fins lucrativos estão inseridas em um ambiente regulatório que passa por mudanças. Em geral, as atualizações exigem treinamento, monitoramento e auditorias.

Investimentos estratégicos em tecnologia 

No terceiro setor, o CFO é o principal responsável pela comunicação e transparência de informações com os doadores. 

O CFO que faz uma escolha certa do software tem segurança na análise dos dados e ganha qualidade dos seus reportes para stakeholders. A entidade que disponibiliza informações com rapidez e precisão eleva a captação de financiadores.

O guia para a sobrevivência dos CFOs em organizações sem fins lucrativos destaca a tecnologia como o investimento que viabiliza uma visão em tempo real dos ativos, possibilitando a tomada de decisões que levam à eficácia nas operações. A tecnologia também contribui para o estabelecimento de métricas e o acompanhamento das metas.

Contratação e retenção de talentos

A consultoria Talenses Group realizou uma pesquisa em 2021 sobre “qual é o seu propósito do trabalho?” com mais de 1000 entrevistados. O estudo mostrou que cerca de 67% dos profissionais abordados consideraram que trabalhar em atividades que dê prazer e orgulho é um critério mais atrativo que a remuneração.

As entidades do terceiro setor permitem às pessoas unirem o crescimento profissional e financeiro aos seus valores sociais e propósito de vida. 

CFOs repetem em suas entrevistas, conforme as reportagens citadas, que a busca por superávits envolve diretamente o desejo de que as entidades continuem seus papéis sociais.

Com o alinhamento cultural, atuar em organizações sem fins lucrativos exige conhecimento e a necessidade de aprendizado contínuo. 

Trish Shannon, CFO da fundação AARP, esclarece sobre sua vivência pessoal frente a contratações para seu time. 

Finanças básicas, análise de dados e conhecimento de gerenciamento de projetos são competências que buscamos para a equipe de finanças. Igualmente são o profissionalismo, a ética, a gestão de riscos e os controles internos. Também enfatizamos a gestão das relações com as partes interessadas e um forte comando do plano estratégico da organização.” 

O Instituto ACP e o Instituto para Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) lançaram em 2021 o Guia de Gestão de Pessoas no Terceiro Setor. O material está disponível em e-book com download gratuito.

Conforme o documento, organizações sem fins lucrativos têm seus desafios em recrutar uma equipe de alta qualidade, o que leva a ações como programas de treinamento e os projetos de voluntariado. 

Considerações

O líder financeiro de uma organização sem fins lucrativos deve estar atento ao aprendizado contínuo diante das especificações do setor e da transformação digital. O CFO é um dos maiores agentes da causa social da instituição, por isso é exigido responsabilidade, envolvimento organizacional e uma liderança genuína. 

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Orçamento base zero: como usar no planejamento financeiro?

O orçamento baseado em zero – ou orçamento base zero (OBZ) – chama a atenção por começar com uma planilha vazia, na qual é preciso a interação entre os membros para alocar os recursos diante da demanda atual da organização.

Essa metodologia se ajusta às metas de curto e médio prazo e tem sido utilizada com frequência por lideranças financeiras, principalmente em momentos nos quais as decisões corporativas devem ser tomadas com rapidez e precisão.

Empresas que buscam controle orçamentário têm o OBZ como uma estratégia para aumentar as margens sem alterar demasiadamente a rotina interna.

Continue a leitura e entenda como o orçamento baseado em zero pode contribuir para a adaptação de cenários com redução de custos.

O que considerar como orçamento base zero?

Etapas do OBZ

Como a automatização é útil no OBZ?

Planejamento financeiro e o orçamento base zero

Quais são os benefícios do orçamento base zero para o planejamento financeiro?

Considerações

O que considerar como orçamento base zero?

O orçamento base zero consiste em uma técnica desenvolvida na década de 70, pelo professor norte-americano Peter Pyrr, para contribuir com o planejamento orçamentário das organizações.

O OBZ propõe o orçamento de uma empresa sem considerar a base histórica de dados na elaboração de suas projeções.  A ideia é identificar quais custos e despesas são essenciais para o funcionamento de cada área e atribuir responsabilidades financeiras aos seus gestores. 

A metodologia busca alinhar os gastos das empresas com suas metas estratégicas e ter foco na eficiência e excelência.

Etapas do OBZ

1. Treinamento do time e preparação

A OBZ não é apenas uma reestruturação financeira, mas também uma cultura organizacional, por isso recomenda-se treinamentos dos times e revisitar o tema com frequência. 

Para exemplificar: se o orçamento de uma empresa deve estar pronto em dezembro, é importante que a  organização comece nos cinco meses anteriores, para que a empresa fique familiarizada com o tema.

Com o OBZ, as empresas devem segmentar as áreas para que inicialmente cada uma discuta suas necessidades orçamentárias. Essa é uma etapa na qual são decididos quais os fornecedores e serviços serão utilizados no decorrer do ano e possíveis reajustes de contratos são analisados.

Nesse processo, os gestores passam a compreender que o orçamento de suas respectivas áreas afeta diretamente as margens da companhia, tornando essa modelagem estratégica para a  organização.

2. Diretrizes orçamentárias e metas

Essa é a fase de analisar as informações levantadas por cada uma das áreas, justificando como os gastos geram valor para a organização. Os custos da empresa são descritos e avaliados em fixos e variáveis. Uma linha de corte estabelece quais são os recursos necessários e o percentual de economia que é possível em cada um deles.

Com o olhar objetivo e analítico, os responsáveis pelo OBZ partem para o planejamento no qual irão definir as diretrizes orçamentárias com o objetivo de um custo mínimo e elencar as metas a serem atingidas.

O líder do projeto deve acompanhar as métricas e KPIs estabelecidos para avaliar se os resultados observados estão alinhados com o planejamento estratégico e o alcance das metas previstas.

3. Cronograma do OBZ

Com a matriz de responsabilidades e o estabelecimento das metas de cada área, é possível agendar datas para que o time assuma as atividades de controle e monitoramento do orçamento. No curso do projeto ou nas operações cotidianas, o orçamento está continuamente sendo otimizado, o que permite alcançar a melhor margem possível.

De acordo com a consultoria Gartner, as revisões devem ser trimestrais ou em intervalos mais curtos e envolver os principais responsáveis de cada área.

4. Execução do projeto

As fases do OBZ não são dissociadas uma das outras. Durante a execução do projeto, o treinamento e a comunicação entre os membros acontecem simultaneamente, assim como o controle e o monitoramento do orçamento proposto.

Para isto, os gestores devem ter disciplina na execução diária da modelagem orçamentária com base zero. 

Esse monitoramento constante auxilia a identificar os gastos ineficientes. É recomendado, por exemplo, revisar os contratos e buscar os melhores preços constantemente.

A empresa que aplica o OBZ acompanha o progresso das metas e objetivos diariamente, o que permite a realização de medidas compensatórias, como a reorientação da equipe e otimização de cada um dos gastos.

Ao se atentar aos detalhes do planejamento orçamentário, a empresa alcança as reduções de custo e estimula sua performance, sem para isso promover cortes bruscos de recursos humanos e alterar o clima interno.

Como a automatização é útil no OBZ?

Com o orçamento para cada área, a partir do OBZ, é hora de migrar as informações para sistemas que ampliem a capacidade de acompanhamento e análise.

O uso de uma plataforma de SaaS (software as a service) permite atribuir responsabilidades orçamentárias para diferentes colaboradores, integrando cada área e oferecendo uma visão ampla e detalhada ao líder do orçamento. Ela também agiliza o armazenamento de uma grande quantidade de dados. Já a automatização elimina o gasto de tempo com atividades repetitivas e permite atualizações rápidas.

 No caso da gestão orçamentária, sistemas que integram produtividade e custos de cada área permitem analisar se há segmentos mais lucrativos que outros, permitindo aprimorar processos ou até mesmo fechar frentes que levam a prejuízos.

Se uma área é responsável por serviços, seus orçamentos também podem ser dimensionados diante dos resultados integrados ao software e suas metas podem ser revistas. Essa funcionalidade garante apresentações fracionadas que levam ao time a visualizar riscos e oportunidades de maneira proativa.

Os sistemas baseados em nuvem possibilitam em tempo real a visibilidade dos custos operacionais, resultando em revisões de cenário mais criteriosas. Vale a pena conferir se as plataformas são customizáveis, têm boa escalabilidade e seus protocolos de segurança.

Planejamento financeiro e o orçamento base zero

Segundo uma pesquisa da Gartner, em abril de 2020, com mais de 300 líderes financeiros globais, 26% deles optaram por zerar seus orçamentos no ano passado. O relatório afirma que os líderes devem garantir uma apresentação do desempenho trimestral, dividida em categorias de custos, quando há o orçamento base zero. 

O esforço é intenso, mas há uma possibilidade de criar transparência na posição financeira e serve como ponto de ancoragem para cenários emergentes”, diz o documento.

No ano passado, a CTG Brasil, segunda maior geradora de energia do país, implementou o OBZ para construção do seu ciclo orçamentário de 2021 e obteve resultados positivos. De acordo com o Chairman e CEO da companhia, Zhao Jianqiang, a metodologia permitiu uma redução orçamentária de 20% em relação a 2020. 

O objetivo da companhia, segundo o relatório anual da CTG Brasil, foi causar uma tensão positiva, visto que o OBZ trabalha com uma matriz de desafio, utiliza referências de mercado e estabelece metas de curto, médio e longo prazo com base em benchmarkings internos e do setor”.

Quais são os benefícios do orçamento base zero para o planejamento financeiro?

O orçamento base zero propicia uma cultura de alinhamento e responsabilidade. A transparência permite que os gestores desenvolvam o controle interno e tenham uma visão mais estratégica.

A 3G Capital, empresa multibilionária brasileira, foi uma das primeiras a aderir ao OBZ e o implementa sucessivamente nas empresas do grupo, tais como Kraft Heinz, Anheuser-Busch InBev, Burger King, Tim Hortons e Popeyes Louisiana Kitchen.

Na Ambev, o orçamento base zero e o controle de gastos contribuem para o alcance da cultura da companhia, como pode ser conferido no princípio oito. “Gerenciamos nossos custos rigorosamente, a fim de liberar mais recursos para suportar nosso crescimento no mercado de maneira sustentável e rentável”.

Com o alcance da redução de custos, o OBZ colabora para que as empresas atinjam as suas metas de EBITDA

Considerações

O modelo de orçamento tradicional que considera que uma empresa terá gastos, despesas, receitas e investimentos similares ao último exercício pode se tornar obsoleto diante da aceleração das mudanças do mercado.

O orçamento base zero faz sentido diante das inovações e da transformação digital das empresas de todos os portes. 

Com o OBZ é possível manter o foco na melhor performance e contribuir para a redução de custos da companhia, mesmo em momentos de incertezas e desafios. 

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Quais são as considerações contábeis para entidades do terceiro setor?

A contabilidade é um dos instrumentos para que as entidades sem fins lucrativos, do terceiro setor, atendam às exigências da lei e forneçam informações econômicas e financeiras a todos os stakeholders.

Juridicamente, o terceiro setor pode possuir isenções de impostos e receber fontes de financiamento variáveis a fim de que contribua com os interesses coletivos e causas públicas.

Neste texto, apresentamos informações sobre as particularidades da contabilidade no terceiro setor e como a tecnologia contribui na consolidação e apresentação das demonstrações contábeis. 

Continue a leitura do artigo e confira:

Quais são as leis e normas para o terceiro setor no Brasil?

O que muda na contabilidade em entidades sem fins lucrativos?

Como ocorre a prestação de contas no terceiro setor?

Como fazer a destinação do superávit no terceiro setor?

Qual é a importância do controle interno para as entidades sem fins lucrativos?

A tecnologia aplicada à contabilidade no terceiro setor em 2021?

Conclusão

Quais são as leis e normas para o terceiro setor no Brasil?

O terceiro setor equivale ao conjunto de Entidades privadas Sem Fins Lucrativos (ESFL) que prestam serviços de interesse coletivo e representam uma alternativa híbrida entre a atuação do estado (primeiro setor) e a iniciativa privada (segundo setor).

Essas entidades paraestatais, como também são chamadas, são regidas pelo Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406/2002), e podem se organizar em fundações e associações, embora sejam conhecidas como organizações não governamentais (ONGs).  

No terceiro setor, imunidades e isenções aplicam-se em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, mas elas variam de acordo com a natureza de cada atividade do terceiro setor.

Em 1999, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou as primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas, NBC T particulares ao terceiro setor. A evidenciação contábil específica a transparência exigida para que essas entidades consigam a compensação das isenções.

Em 2012, após o processo de convergência às normas contábeis internacionais, IFRS, iniciado em 2002, o CFC, a partir da Resolução nº 1.409/12, aprova a Interpretação Técnica Geral (ITG) 2002.

Em setembro de 2015, a Interpretação Técnica Geral 2002 passou por sua primeira revisão (R1). As alterações esclareceram sobre o tratamento contábil às subvenções e ao trabalho voluntário. Desde então, a norma é aplicável ao terceiro setor com exercícios iniciados a partir de 2012.

ITG 2002 (R1)  é a norma que regulamenta a contabilidade das entidades do terceiro setor no Brasil, abrangendo instituições de assistência social, entidades religiosas, partidos políticos, sindicatos, entidades de cunho cultural, entre outras. 

Seu objetivo, de acordo com o texto original, é “estabelecer critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de lucros”.

Além da ITG 2002 (R1), outras normas são aplicadas às entidades sem fins lucrativos no Brasil, entre elas estão: os Princípios de Contabilidade e a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas

No aspecto internacional, ainda não há uma única regulamentação que oriente a contabilidade para o terceiro setor. Existe uma iniciativa para a elaboração da IFR4NPO, mas que ainda está na fase de consulta entre doadores, auditores, reguladores do setor, normatizadores e órgãos de contabilidade que fazem o financiamento sem fins lucrativos acontecer em toda a parte do mundo. 

Organizações brasileiras que buscam seguir os requisitos internacionais de relatórios financeiros podem acompanhar as normas do International Accounting Standards Board. No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é o órgão responsável pelas publicações da IASB.

As entidades que atrasarem ou não cumprirem suas obrigações contábeis, fiscais e tributárias estão sujeitas a multas normais previstas pela legislação tributária. Seus responsáveis podem ser denunciados por crime tributário, além do risco de perder sua fonte de financiamento e suas possíveis isenções.

As entidades sem fins lucrativos também têm a obrigatoriedade de prestar contas ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

O que muda na contabilidade em entidades do terceiro setor? 

No terceiro setor, a contabilidade segue a estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/1976), mas com algumas adaptações, especialmente, no que se refere à nomenclatura. 

Nas demonstrações contábeis das entidades sem fins lucrativos, determinadas pela NBC T 3, o patrimônio social substitui o termo capital social, ainda que a equação patrimonial seja a mesma. 

Conforme a norma NBC T-10.19, o lucro ou prejuízo acumulado é denominado superávit ou déficit do exercício, visto que o resultado não é destinado aos detentores do patrimônio líquido.

Em relação aos registros contábeis, as receitas e despesas devem ser reconhecidas mensalmente, respeitando os princípios fundamentais de contabilidade, em especial o regime de competência.

As contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, devem ser evidenciadas de forma segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e outras, conforme previsto na NBC T – 10.19.2, item 5.

Como ocorre a prestação de contas no terceiro setor?

Em relação ao terceiro setor, a conformidade na prestação de contas é essencial para a sua legitimidade enquanto entidade sem fins lucrativos, além de permitir relatórios minuciosos para os financiadores.

De acordo com um estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o aumento da competitividade por recursos públicos e privados entre um número cada vez mais crescente de ESFLs exige práticas que ultrapassem as exigências legais e formais, estabelecendo assim relações transparentes.

Para organizações sem fins lucrativos, devem constar nas demonstrações contábeis:

Demonstração  Descrição 
 

Balanço patrimonial

 

Destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade.
 

Demonstração do resultado do período 

 

Mostra a composição do resultado formado em um determinado período de operações da entidade.
 

Demonstração das mutações do patrimônio social

 

Mostra, num determinado período, a movimentação das contas que integram o seu patrimônio. 
 

Demonstração dos fluxos de caixa 

 

As doações devem ser classificadas nos fluxos das atividades operacionais.
 

Notas explicativas

 

São informações complementares que, por algum motivo, não foram evidenciadas nas demonstrações.

Fonte: adaptado das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Como fazer a destinação do superávit no terceiro setor?

As entidades do terceiro setor não visam lucro para os seus proprietários, entretanto, é recomendável que a sua receita tenha um resultado positivo. 

Segundo a ITG 2002 (R1), todo valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao patrimônio social. O superávit, ou parte de que tenha restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do patrimônio líquido.

Os recursos financeiros do superávit fortalecem os objetivos sociais da entidade e a sua própria manutenção ao serem aplicados na organização. Acompanhado por relatórios auditados, a entidade pode demonstrar como o dinheiro está sendo gasto.

O líder de educação da KPMG no Brasil, Marcos Boscolo, afirma que as contas auditadas são um passo a mais para que as pessoas que doam se sintam mais confortáveis e confiem que seus recursos são devidamente utilizados nas causas sociais.

Qual é a importância do controle interno para as entidades sem fins lucrativos?

O controle interno traz disciplina financeira à aplicação dos recursos. A implementação de uma rotina de revisão dos orçamentos, redução dos custos, precisão no fluxo de caixa, definição de boas práticas e outros levam a uma medição e melhoria da performance da instituição.

Dessa forma, os controles internos contribuem na gestão do dinheiro confiado às entidades do terceiro setor e na manutenção do nível de conformidade para continuarem qualificadas às isenções fiscais.

Na visão do CFC, “em um cenário de constante transformação, em que o compliance se torna cada vez mais relevante, a área de controle interno deverá se expandir e desempenhar um papel indispensável”.

A tecnologia aplicada à contabilidade no terceiro setor 

A tecnologia é uma aliada no desenvolvimento estratégico do terceiro setor, pois ela minimiza as chances de erros rotineiros e traz agilidade à contabilidade. Por exemplo, a automação dos processos contribui para que os dados sejam atualizados em tempo real e haja comunicação instantânea entre as partes.

As entidades sem fins lucrativos que utilizam softwares de gestão conseguem, por meio dos indicadores, aumentar o nível de produtividade e eficiência do seu trabalho.

Um diferencial está nos softwares capazes de gerenciar a arrecadação de fundos, com recibos de doações e banco de dados de financiadores.

Ao comprovar as doações, é possível viabilizar o abatimento parcial dos impostos de indivíduos e empresas. Adicionalmente, o aparato de cibersegurança protege os dados de todos os envolvidos.

Conclusão

Equívocos na contabilidade de entidades do terceiro setor podem gerar descrença e desconfiança dos doadores e comunidades que investem e dependem delas. Uma gestão financeira profissional somada às soluções tecnológicas podem prevenir fraudes, contribuir com a confiabilidade e proteger as organizações sem fins lucrativos.

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ONGs recebem apoio de plataforma digital para a gestão financeira

A gestão financeira é parte essencial de qualquer negócio, isso não muda no caso das ONGs. Mas ao contrário de grandes empresas, essas organizações nem sempre contam com recursos para distribuir aos setores operacionais, muitas vezes dependendo do trabalho de voluntários. Com isso em mente, o Accountfy, plataforma SaaS para a gestão de performance corporativa, fechou parceria com os Institutos Órizon e Reação para oferecer a sua plataforma gratuitamente.

Para Karina Blanck, gerente geral do Instituto Órizon, é cada vez mais importante ter transparência nos reportes, principalmente quando se lida com doações. “Com a Sociedade Civil mais consciente e atenta às questões sociais, as ONGs estão se profissionalizando e buscando soluções que contribuam para uma prestação de contas e gestão mais transparentes e eficientes.”

O Instituto Órizon, iniciativa da indústria de private equity, é uma organização não governamental, referência em venture philanthropy no Brasil, e que visa fortalecer as organizações sociais por meio de investimento de capital e competências de gestão. A entidade já utiliza o Accountfy, garantindo mais eficiência, transparência e credibilidade para sua gestão. Desde que o Instituto passou a usar a plataforma, o trabalho da área foi simplificado. “A partir da centralização de informações, conseguimos levar mais transparência e tranquilidade para o conselho e para os doadores”, afirma Karina.

O Instituto Reação, por sua vez, promove o desenvolvimento humano e a integração social por meio do esporte e da educação. Criado em 2003 pelo medalhista olímpico Flavio Canto, seu técnico, Geraldo Bernardes, e amigos, a ONG beneficia mais de duas mil crianças, adolescentes e jovens em nove pólos no Rio de Janeiro e em Cuiabá. “Com o Accountfy, conseguimos extrair as informações contábeis/gerenciais de uma única base de dados, padronizar relatórios e linguagem, dando mais transparência e confiabilidade aos nossos parceiros”, diz José Candido Muricy, gerente de gestão do Instituto Reação. A aproximação entre a empresa e a instituição aconteceu por meio de um de seus investidores.

A importância da gestão financeira para ONGs

Para o Accountfy, é importante apoiar iniciativas como as do Instituto Órizon e do Instituto Reação, auxiliando em suas operações financeiras enquanto elas se concentram em suas atividades sociais. “Oferecemos a nossa plataforma para que essas instituições melhorem a gestão de suas áreas financeiras e possam, assim, trabalhar com mais agilidade e eficiência”, afirma Goldwasser Pereira Neto, CEO do Accountfy. A empresa acaba de firmar mais duas parcerias, com a Rede Cruzada e o Instituto Ronald McDonald.

Há 22 anos, o Instituto Ronald McDonald atua para aumentar as chances de cura de crianças e adolescentes com câncer em todo o país. A meta da organização é alcançar 80% de chances de cura, como nos países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Atualmente, no Brasil, a média de chances de cura é de 64%. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, essa ainda é a doença que mais mata na faixa etária de 1 a 19 anos. A cada hora, no Brasil, surge um novo caso de câncer em crianças e adolescentes. 

“Toda ajuda é muito importante para contribuir com o nosso propósito: ajudar a aumentar as chances de cura e promover a qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer no país, construindo um futuro melhor para todos. Mesmo em tempos difíceis e incertos como o que vivemos com a pandemia, precisamos ser resilientes e reforçar ainda mais o nosso propósito. Juntos somos mais fortes e vamos ainda mais longe aproximando famílias da cura do câncer infantojuvenil”, afirma Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald.

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DMPL e DVA: conheça essas demonstrações contábeis

Na gestão corporativa, um dos desafios da área financeira é manter a organização e o controle das contas. Neste texto, apresentamos o conceito da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e da Demonstração de Valor Adicionado (DVA). 

A definição da DMPL e DVA, assim como das demais demonstrações contábeis, é dada pela Lei n° 6.404/1976, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas (SA). 

De acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é facultativa. Contudo, o documento é exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desse modo, empresas de capital aberto têm a obrigação de elaborar e publicar a DMPL.

A DMPL é uma demonstração completa e abrangente que apresenta a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social. Desse modo, o documento é usado para demonstrar as variações de reservas das companhias.

O documento detalha as movimentações relacionadas a:

  • Capital social;
  • Reservas de capital;
  • Reservas de lucro;
  • Ajustes de avaliação patrimonial;
  • Ações em tesouraria;
  • Prejuízos acumulados.

Vale destacar que, conforme prevê a lei, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) pode ser incluída na DMPL.

Já a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é usada para apresentar a riqueza gerada pelo negócio em determinado período, detalhando também a maneira como essa riqueza foi dividida entre os vários departamentos da companhia.

De acordo com a 6.404/76, a elaboração da DVA é obrigatória para as Sociedades Anônimas de capital aberto. Geralmente, o documento resume as movimentações dos últimos doze meses.

Ainda que as demais empresas não sejam obrigadas a divulgar a DVA, elas podem elaborar o documento para agregar mais transparência e credibilidade ao conjunto de demonstrações contábeis. 

Em síntese, DMPL/DVA são ferramentas importantes que permitem mensurar a performance do negócio e o seu potencial de usar os recursos para gerar riqueza.

Como elaborar a DMPL

Essa demonstração consiste na apresentação de seis aspectos: capital, reserva de capital, reservas de lucro, reservas de reavaliação, ações de tesouraria e lucros e prejuízos acumulados. Tais dados são obtidos nas fichas de razão dessas contas.

 A DMPL deve abordar os pontos que impactam o patrimônio líquido. São eles:

  • Saldos existentes no início do período;
  • Acréscimo de capital pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
  • Acréscimo ou redução derivados de ajustes em exercícios passados;
  • Compensações de prejuízos;
  • Acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
  • Destino do lucro líquido no exercício;
  • Distribuição de lucros;
  • Reavaliação de ativos;
  • Redução por dividendos;
  • Resultado líquido do exercício;
  • Transferências e reversões de lucros e reservas;
  • Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
  • Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
  • Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
  • Saldos no final do exercício.

Com esses dados, é possível estruturar a DMPL, elaborando uma tabela na qual cada uma das contas do patrimônio líquido é alocada em uma coluna, sendo que a última deve exibir o resultado total. 

Na sequência, os valores devem ser incluídos nas colunas, de modo que os dados de uma transação permaneçam na mesma linha.

O modelo de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é dividido em:

  • Reserva de capital;
  • Reserva de lucro;
  • Lucro ou prejuízo acumulado

Veja a estrutura no modelo:

Como elaborar a DVA?

Os dados que constam na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) são a  base da Demonstração de Valor Adicionado.

Na prática, a DVA apresenta o conteúdo da DRE em outro formato. Ou seja, em vez de apresentar o resultado do período, a DVA mostra o que a empresa recebeu e o que ela pagou.

Veja o passo a passo para elaborar a DVA:

Primeiro grupo da planilha: inclua a receita bruta com vendas e os ganhos de capital. 

Segundo grupo: especifique os insumos adquiridos de terceiros, de matérias-primas até serviços, como energia.

Calcule a diferença entre os valores do primeiro e do segundo grupo. Ela irá  representar o valor adicionado bruto. Desse total, devem ser descontadas as despesas com amortização, depreciação e exaustão. Feito esse cálculo, você terá o valor adicionado líquido gerado pela organização.

Além do valor produzido pela empresa, é importante listar outros recebimentos referentes a possíveis juros e doações, por exemplo. A soma do valor líquido produzido e dos valores recebidos irá resultar no valor adicionado total que será distribuído.

Agora, você já sabe como a empresa conseguiu gerar riqueza. Então, a segunda metade da DVA deve mostrar a distribuição dela. Especifique os valores gastos com profissionais (salários, benefícios etc.), bem como o pagamento de impostos e tributos para as três esferas do governo.

No detalhamento da distribuição da riqueza, é importante incluir a remuneração da riqueza de terceiros, como os juros e os aluguéis pagos. Finalize com a remuneração dos capitais próprios da empresa, informando os lucros retidos por ela, bem como aqueles distribuídos entre seus sócios.

Como é o modelo básico de uma DVA?

  1. Receitas
  • Venda de mercadorias, produtos e serviços;
  • Resultados não operacionais;
  • Provisão para créditos de liquidação duvidosa — constituição/reversão;
  • Outras receitas.
  1. Insumos adquiridos de terceiros
  • Matérias-primas consumidas;
  • Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos;
  • Materiais, energia, serviços de terceiros;
  • Perda/recuperação de valores ativos.
  1. Valor adicionado bruto

Resultado da subtração dos itens 1 e 2 acima (item 3 = 1 – 2).

  1. Retenções

Depreciação, amortização e exaustão.

  1. Valor adicionado líquido produzido pela entidade

Resultado da subtração dos itens 3 e 4 acima (item 5 = 3 – 4).

  1. Valor adicionado recebido em transferência
  • Resultado de equivalência patrimonial (negativo ou positivo);
  • Receitas financeiras;
  • Outras receitas (aluguéis recebidos, doações, entre outros).
  1. Valor adicionado total a distribuir

Resultado da subtração dos itens 5 e 6 acima (item 7 = 5 – 6).

  1. Distribuição do valor adicionado
  • Pessoal (salários, 13º, férias, comissões, horas extras, plano de saúde, alimentação, transporte, FGTS);
  • Impostos, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais;
  • Remuneração de capitais de terceiros (juros, aluguéis e outros);
  • Remuneração de capitais próprios (juros sobre o capital próprio, dividendo, lucros retidos/prejuízo do exercício, participação dos não-controladores nos lucros retidos).

No processo de elaboração da DMPL e DVA, a tecnologia pode facilitar a organização dos dados, otimizando o tempo do time e garantindo mais qualidade nas entregas. 

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ESG e gestão financeira: como adotar as métricas de sustentabilidade

As informações relacionadas ao ESG em uma companhia são critérios de análise para a decisão do mercado financeiro e público em geral. Não há uma obrigatoriedade no Brasil, mas a cada dia essas informações se tornam uma vantagem competitiva, principalmente para empresas de capital aberto.

Em 2021, há linhas de crédito, fundos de investimento e índices na bolsa de valores relacionados aos fatores ambientais, sociais e de governança. 

Continue a leitura para compreender como a pauta do ESG está alinhada às finanças e tenha insights de como iniciar esse processo em sua empresa. 

Qual é a origem do ESG?

A sigla ESG corresponde aos termos em inglês, Environmental, Social and Corporate, que, em português, significa Ambiental, Social e Governança.

O termo ESG surgiu em 2004, quando Kofi Annan, na época secretário-geral das Nações Unidas (ONU), estimulou mais de 50 líderes de grandes empresas a buscarem alternativas para o desenvolvimento de um mercado mais justo e inclusivo.

Essa iniciativa resultou na publicação do relatório “Who Cares Wins” (“Quem se importa ganha”), produzido pelo Pacto Global em conjunto com o Banco Mundial. Ele mostra que integrar os critérios ESG no mercado de capitais proporciona melhores resultados.

Em paralelo, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP/FI) produziu o Relatório Freshfield”, em 2009, no qual reforça a relevância do assunto na avaliação financeira. E, com base nesse relatório, em 2019, há a publicação dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), que tem como objetivo compreender o impacto do investimento sobre temas ambientais, sociais e de governança.

A pauta ESG também ganhou evidência com o Business Roundtable, evento que aconteceu em agosto de 2019, no qual mais de 180 CEOs de grandes empresas se comprometeram a liderar em benefício de todos os stakeholders.

Após 2020, com a pandemia mundial da Covid-19, as preocupações relacionadas ao meio ambiente, sociedade e governança se tornaram prioritárias entre gestores que querem se antecipar a possíveis crises e fortalecer o relacionamento com os investidores.

ESG (Environmental, Social and Corporate)
E Representa os critérios relacionados às questões ambientais, tais como emissão de gases e compensação de carbono, mudanças climáticas, biodiversidade, uso da água, poluição e gerenciamento de resíduos.
S Refere-se às questões sociais e preza pelo capital humano e justiça social. Fazem parte deste escopo as normas trabalhistas, direitos humanos, diversidade no quadro de funcionários e equidade salarial, as relações com a comunidade, privacidade e proteção de dados, saúde e segurança do trabalho.
G Está diretamente relacionado à gestão das instituições, considerando a ética e transparência, as estratégias de sustentabilidade, conformidade, a remuneração executiva, as políticas de anticorrupção, dentre outros.

Como medir, controlar e gerenciar os critérios ESG?

Não há uma uniformidade entre os critérios de implantação do ESG, pois existem particularidades de cada empresa. Mineradoras ou empresas de transporte, por exemplo, possuem desafios socioambientais bem diferentes de organizações de tecnologias ou do terceiro setor.

A Sustainability Accounting Standards Board (SASB), uma organização independente para práticas sustentáveis, disponibiliza, por exemplo, padrões de  77 setores diferentes para download

Se não há um padrão único para monitorar os critérios ESG nas instituições, é preciso que cada companhia reconheça entenda os diferentes impactos que causa na sociedade. Ainda assim, algumas premissas podem ser utilizadas para elaborar indicadores de desempenho em relação ao ESG:

  • Qualidade e acesso rápido aos dados em ESG 

Na matriz de materialidade dos relatórios de ESG há o enaltecimento da transparência e do acesso aos dados da companhia, independentemente do segmento ao qual ela pertença.

Em um momento de integração das soluções em nuvem, é preciso coletar, atualizar e redimensionar constantemente os dados que envolvem o ESG, em todas as categorias, como meio ambiente, capital humano, modelo de negócios, governança e outros.

A liderança deve motivar o time a se responsabilizar pelos seus registros. O nível de detalhamento e a qualidade desses dados determinam a confiabilidade das informações relacionadas ao ESG.

A utilização de um sistema único capaz de integrar e gerenciar as informações de maneira automatizada torna esse processo mais estruturado, ágil e confiável. Hoje, a proteção dos dados também é relevante para o ESG e é um ponto de atenção para investidores.

Conforme princípios e as orientações da SASB, os softwares ocupam posições de destaque nos padrões e estruturas de divulgação de ESG devido à possibilidade de salvar as informações, criar classificações, além de validar os dados. 

Com a publicação desses dados em relatórios periódicos, é possível organizar os indicadores de desempenho (KPIs) para acompanhar a performance do ESG, corrigindo possíveis gargalos e tendo controle dos gastos.

Por exemplo, a companhia brasileira Suzano atualiza uma landing page com mais de 430 indicadores em linha com a Global Reporting Initiative (GRI), os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as recomendações da Task Force on Climate-Related Financial Disclosure (TCFD). 

  • Transparência nas demonstrações financeiras e relatórios de sustentabilidade

Em setembro de 2020, cinco organizações, líderes de estrutura e definição de padrões, – CDP (Disclosure Insight Action), CDSB (Climate Disclosure Standards Board), GRI (Global Reporting Initiative), IIRC (International Integrated Reporting Council) e SASB (Sustainability Accountinng Standards Board) – apresentaram um novo sistema de relatórios corporativos que inclui tanto contabilidade financeira quanto divulgação de sustentabilidade.

O texto deixa claro que os investimentos em sustentabilidade estão diretamente envolvidos na geração de valor empresarial em longo prazo e, por isso, a comunicação em relação aos processos do ESG deve ser clara, minuciosa e constante.

A agenda sustentável impacta as receitas de uma empresa, seus custos operacionais, projeções e também as despesas de capital ou investimento em bens de capital (capex). Estes impactos podem afetar o fluxo de caixa da empresa e sua taxa de crescimento, o que refletirá no valuation

Empresas que seguem os critérios de ESG precisam realizar demonstrações financeiras detalhadas e públicas, reconhecendo que parte desse desempenho pode ser refletido nas contas financeiras e agregando valor aos objetivos em longo prazo.

  • Certificações, auditorias e regulamentações em sustentabilidade

A ISO é uma das organizações internacionais que reúne especialistas para desenvolver padrões internacionais relevantes para o mercado. Apesar de ainda não oferecerem certificações exclusivas de ESG, algumas de suas orientações funcionam para empresas que buscam o desenvolvimento sustentável.

A ISO14000 é uma certificação destinada a gerenciar as responsabilidades ambientais das empresas. Instituições que a adotaram conquistaram resultados como uso eficiente de recursos e redução de desperdício, além da confiança de seus stakeholders.

A ISO14097, norma relacionada às mudanças climáticas e às finanças, foi lançada recentemente. Para o líder do projeto da nova certificação, Massamba Thioye, “a chave para o sucesso nas finanças verdes está na transparência e na medição, que é o que esse padrão pretende facilitar”.

A IFRS Foundation deve se organizar para se tornar uma das possibilidades de regulamentação formal de ESG. No último ano, a instituição emitiu um documento de consulta pública (encerrado em 31 de dezembro de 2020) no qual discutiu sua contribuição com a emissão de normas de relatórios de sustentabilidade. 

Uma das sugestões na consulta foi a criação de um conselho, Sustainability Standards Board, seguindo os mesmos princípios e padrões do International Accounting Standards Board (IASB). O andamento desse projeto pode ser acompanhado aqui.

Além dessas referências, as empresas podem procurar consultorias de empresas que dão suporte para auditorias ESG e o possível escrutínio dos investidores.

Como o ESG contribui para a governança corporativa e as finanças verdes?

“Sem informações financeiras confiáveis​​, os mercados não podem precificar os riscos e oportunidades relacionados à crise climática e, assim, podem enfrentar uma transição difícil para uma economia de baixo carbono”.

Esse é um trecho do site da Task Force on Climate-Related Financial Disclosure, uma instituição com mais de 31 membros, incluindo todos os integrantes do G-20, com o apoio direto da Financial Stability Board (FSB).

A TCFD avalia os riscos relacionados à mudança climática e desenvolve recomendações para que os gestores financeiros das empresas aloquem melhor seus investimentos.

Especialistas da TCFD levantam dados sobre governança, estratégia, gestão de riscos e  outras métricas para que companhias possam tomar suas decisões financeiras e, com transparência, divulguem seus indicadores.

Existe atualmente uma iniciativa rumo às finanças verdes e ao ESG que envolve investidores, reguladores do mercado de capitais, bancos e instituições financeiras, além das lideranças corporativas, liderada pelo FMI. É um movimento global para reduzir as emissões de carbono que caminha lado a lado com a lucratividade a longo prazo.

De uma maneira mais prática, em Londres, mais da metade das companhias do índice FTSE 100 vinculou a remuneração dos executivos às metas ESG, inclusive como critério para os bônus anuais. 

Segundo reportagem do Financial Times, a opção do índice FTSE é um modo de envolver a liderança no alcance das metas e avaliar a resposta dos acionistas diante das práticas ESG na governança corporativa.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa declara que um projeto bem-sucedido de ESG se inicia por definições no que se refere à governança

O papel da liderança financeira  e a relevância do ESG para investidores

Nas organizações privadas, a liderança financeira assume o papel de mapear e gerenciar os riscos do negócio, o que inclui os fatores socioambientais. 

Conselhos podem ser articulados para dar andamento ao ESG e as áreas de compliance e controle financeiro têm papéis fundamentais para seguir a legislação, acompanhar a performance e apresentar os resultados.

Investidores que buscam o ESG procuram por companhias que apresentem resultados promissores, mas que também dimensionem os riscos socioambientais e trabalhem para mitigá-los.

Os investidores devem estar atentos às falsas promessas que rondam as questões socioambientais, pois algumas empresas promovem o greenwashing quando praticam o marketing verde, mas a conduta não corresponde às divulgações.  

Através das agências de rating, como a S&P Global Rating, é possível avaliar o nível de comprometimento com práticas sustentáveis e os potenciais riscos envolvidos nas atividades.

Os índices ESG também servem de referência aos investidores que desejam incorporar questões relacionadas à sustentabilidade em seu processo de investimento. 

Hoje, grandes empresas brasileiras, como Bradesco e Itaú, compõem, por exemplo, a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial e do índice Dow Jones de Sustentabilidade de Mercados Emergentes.

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) foi criado em 2005 com a missão de apoiar os investidores a tomarem decisões de investimentos socialmente responsáveis, assim como incentivar o uso de melhores práticas de sustentabilidade.

Sendo o quarto índice de sustentabilidade do mundo, o ISE B3 funciona como um instrumento para análise comparativa de desempenho das empresas listadas na bolsa brasileira sob a ótica da gestão corporativa sustentável. 

O processo de seleção é feito anualmente e as companhias com as 200 ações mais líquidas negociadas na B3 são elegíveis a participar. Um dos pré-requisitos é a divulgação dos questionários preenchidos, garantindo a transparência das informações.

Considerações

O ESG é o centro de atenção para as companhias que buscam um plano de gerenciamento de riscos em relação aos fatores socioambientais, mas também é parte de uma estratégia em finanças, proporcionando melhores retornos em longo prazo e reputação positiva.

Na ausência de regulamentação nacional no Brasil, as normas internacionais em ESG são referências para as companhias. As instruções atendem uma demanda entre investidores e empresas em seus movimentos de transição para uma economia mais consciente. 

 

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Como fazer ajustes de Ebitda relacionados à pandemia?

No último ano, as companhias tiveram suas atividades impactadas pela Covid-19 e muitas delas precisaram ajustar seus relatórios financeiros para acomodar os custos e despesas relacionadas à pandemia. 

O Ebitda, um dos principais indicadores de desempenho financeiro, é um dos documentos passíveis de adaptações, desde que haja transparência e lisura no processo.

Com os ajustes, o Ebitda é um aliado diante dos desafios da gestão financeira durante a pandemia, ao mesmo tempo, que é um instrumento valorizado pelos investidores e demais stakeholders de uma organização.

Continue a leitura e compreenda como o Ebitda pode ser ajustado em momentos de crise. 

O impacto da Covid na análise e produção da Ebitda 

Do inglês, “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization”,  que significa “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”, o Ebitda é uma métrica que acompanha o desempenho do lucro líquido de uma companhia. 

O Ebitda é uma exigência dos órgãos reguladores de companhias de capital aberto. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é a instituição que acompanha, normatiza e fiscaliza o mercado de capitais, por consequência, é ela que orienta as especificidades do Ebitda para essas empresas. 

Na língua portuguesa, o Ebitda também é reconhecido pela palavra LAJIDA, acrônimo de  “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”. A sigla é o termo oficial usado pela CVM.

Diante de itens não recorrentes, é possível realizar uma avaliação do Ebitda para remoção de grandes anomalias. 

Segundo a Investopedia, para ajustar o Ebitda, deve-se continuar calculando o lucro antes da receita, impostos, depreciação e amortização; a esse valor são acrescentados despesas de juros, impostos de renda e encargos não monetários. São citados para o acréscimo as “despesas não rotineiras, como remuneração excessiva ou dedução de despesas adicionais”.

A PCE, uma das líderes mundiais em consultoria financeira, sugere que perante aos impactos da Covid-19 na gestão financeira exista o “Ebitda – C”, correspondendo ao relatório com os ajustes e as exclusões das distorções e despesas irregulares dos últimos meses.

Evidenciação do Ebitda ajustado segundo a legislação

No OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP/n.º 01/2021, a Comissão de Valores Mobiliários trouxe orientações sobre a elaboração das demonstrações contábeis para o exercício social encerrado em 31/12/2020. 

Tal documento especifica no item 3, o cálculo e evidenciação do Ebitda diante da Covid-19: a companhia pode optar por divulgar os valores do LAJIDA, “Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização”, e do LAJIR, “Lucros Antes dos Juros e Tributos”, excluindo os resultados líquidos vinculados às operações descontinuadas, sempre identificados pelo termo “ajustado”.

Outro item afirma “toda a divulgação relativa ao Ebitda deve ser feita de forma consistente e comparável com a apresentação de períodos anteriores e, em caso de mudança, deve ser apresentada justificativa, bem como a descrição completa da mudança introduzida”.

A divulgação dos valores do LAJIDA ou do LAJIR deve ser feita fora do conjunto completo de demonstrações contábeis. Toda instrução completa relativa à Ebitda segundo a regulamentação brasileira pode ser averiguada na íntegra pela Instrução CVM n. 527, de 04.10.2012.

Caminhos para as adaptações no Ebitda

O desafio, em um primeiro momento, é identificar quais são as despesas envolvidas para a gestão e controle dos impactos da Covid-19 aos negócios. Por isso, os registros organizados e minuciosos diante de cada gasto frente à pandemia são necessários.

O monitoramento dos custos e despesas traz transparência, demonstrando profissionalismo e controle, o que eleva a confiança dos investidores que, após esse período pandêmico, a lucratividade poderá voltar ao normal. 

Para a KPMG, é preciso compreender os detalhes de custo com a Covid-19 para a avaliação do Ebitda projetado. “Qual é o nível normal ajustado de custo por item de linha de lucros e perdas para ser capaz de modelar adiante?”

Tendo os números de custos e despesas para o controle da Covid-19, a PCE sugere que os auditores financeiros possam trabalhar em um múltiplo do Ebitda dos últimos 12 meses para estimar a métrica da companhia e assim apresentar os resultados. Repare no exemplo:

Não ajustado  Ajustado
Ebitda $ 5.000.000 Ebitda $ 5.200.000
Múltiplo Ebitda x8 Múltiplo Ebitda x8
Valor da empresa $ 40.000.000 Valor da empresa $ 41.600.000
Valor atribuído aos adicionais do Coronavírus: $ 1.600.000

A PCE Consultoria explica que o múltiplo depende da performance da companhia em seus últimos relatórios Ebitda apresentados aos investidores.

Para Brian Garfiel, diretor administrativo da empresa de consultoria Lincoln International, uma comparação em relação ao desempenho histórico deve ser priorizada na hora de mensurar e apresentar o potencial de lucro das companhias, uma vez que o Ebitda dos últimos doze meses durante a pandemia é um driver de avaliação incorreto, já que não captura o verdadeiro poder de lucro de uma empresa. Para ele, a companhia pode levantar dados de 2019 e inseri-los na correspondência dos lucros para se ter impressões mais reais.

As corporações e seus líderes financeiros devem assumir a responsabilidade de comunicar todos os ajustes e novos formatos de elaboração do Ebitda, dando transparência na constituição dos relatórios e apresentando números minuciosamente explicativos. É preciso de uma justificativa clara para a devida checagem da auditoria, seja ela interna e/ou externa.

A empresa brasileira Hypera divulgou sua expectativa de (Ebitda) ajustado com o valor de R$2 bilhões e de lucro líquido de R$1.5 bilhão. Junto aos relatórios está a exposição da meta de crescimento nos próximos três anos, melhorando a rentabilidade e retomando a margem Ebitda anterior à pandemia no patamar de 35%.

A recuperação diante da Covid-19 e a apresentação de resultados é desigual diante de diferentes setores e portes de companhias. Empresas como a TeamViewer AG, líder de software de trabalho remoto, atingiu o ponto mais alto de sua trajetória no mercado de ações durante a pandemia. Tanto que ela aumentou 35 milhões de euros nas despesas de marketing, patrocinando um time de futebol.  

O Ebitda previsto da TeamViewer AG era de 55% a 57% e foi ajustado para 49% a 51% devido ao alto valor do patrocínio. De maneira intencional, a perspectiva é que o investimento no marketing retorne em valorização para a TeamViewer no próximo ano.

Considerações

Ao adotarem os Ebitdas ajustados diante de um evento tão inesperado como a pandemia, as corporações demonstraram, com transparência, sua gestão financeira, a flexibilidade de seus modelos de negócio e principalmente como os seus líderes atuaram diante da crise.

Investidores estão atentos a como as companhias lidam com a pandemia e se preparam para a retomada rápida. O ajuste no Ebitda e a agilidade neste processo atestam como a empresa está preparada para superar desafios. Afinal, a constância e a maturação dos demonstrativos financeiros criam vínculos e mostram resiliência corporativa.

 

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O que é a IFRS 17 e seu papel nas seguradoras

Com a entrada em vigor da norma IFRS 17, em janeiro de 2023, as empresas de seguro se preparam para uma grande mudança no tratamento dos seus dados contábeis. 

Para se ajustarem às exigências internacionais, as empresas deverão investir em novos processos internos e em plataformas tecnológicas que favoreçam a transparência e a avaliação do desempenho. 

Obrigatória, o segmento de seguros no Brasil deve se ajustar às recomendações da IFRS 17, que é particularmente diferente do modelo e da rotina que hoje são adotados no país. 

Continue a leitura e veja em detalhes as particularidades da IFRS 17 e os desafios da implementação no Brasil.

Qual é a origem da IFRS? 

A fundação IFRS, International Financial Reporting Standards, que em português significa Normas Internacionais de Relatórios Financeiros, nasceu em 2000, em Londres.

As normas da IFRS são pioneiras na adoção de princípios contábeis únicos, fortalecendo a responsabilidade dos gestores financeiros e contribuindo com a eficiência dos mercados no mundo. 

Até o momento, mais de 140 países, inclusive o Brasil, adotam as diretrizes da IFRS Foundation. Sendo que essas normas também passam pelo crivo do International Accounting Standards Board – IASB.

Até 2021, a IFRS Foundation publicou 17 normas. Apesar das suas particularidades, cada uma delas permite que as empresas apresentem seus resultados financeiros padronizados, com transparência e consistência. 

Como funciona a IFRS 17?

Após anos de discussão entre organizações internacionais, a norma IFRS 17 foi anunciada  em 18 de maio de 2017, com o objetivo de uniformizar a forma como as companhias de seguro apresentam sua contabilidade e suas demonstrações financeiras.

A IFRS 17 padronizará a metodologia dos sistemas contábeis e gestão de risco, proporcionando mais transparência e permitindo a comparação entre empresas e a checagem da receita através dos contratos de seguros. 

Ela veio para substituir a IFRS 4, primeira norma internacional voltada para os contratos de seguros, emitida em 2004. Apesar de aceitar o vigor da legislação nacional para as demonstrações contábeis, a IFRS 4 tentou aproximar os mercados e proliferar as boas práticas de companhias de seguros mais maduras.

A IFRS 17 está agendada para entrar em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2023. De acordo com a fundação, a utilização antes desta data só será permitida caso a IFRS 9 seja também aplicada, que preconiza a padronização dos riscos de crédito, assim como a integração dos processos de concessão de crédito e provisionamento, gestão da carteira e de capital. 

Sendo assim, para a devida implantação da IFRS 17, é preciso estar atento a alguns pontos principais:

  • Contratos de seguros

Com 132 parágrafos, contratos de seguros é a cláusula com mais detalhamento na norma IFRS 17. Segundo o próprio documento, o objetivo é garantir que toda entidade do ramo forneça informações fiéis dos seus contratos de seguros. 

Dessa forma, quem acessar as demonstrações financeiras das empresas poderá conferir o efeito dos contratos de seguro no desempenho da instituição, em especial nos fluxos de caixa. 

Para mais informações, a leitura do apêndice A da norma IFRS 17 pode ser realizada diretamente no site da fundação. Após o preenchimento de um rápido formulário é possível ter o material na íntegra.

  • Demonstrações financeiras

Na medida da implementação da IFRS 17, as entidades de seguro devem estimar seus fluxos de caixa com reconhecimento e mensuração para cada grupo de contratos de seguros.

Além disso, será exigida a demonstração financeira intercalada para permitir transparência e ajuste na estimativa contabilística. Também devem estar claros os valores relativos à margem de serviço contratual ou componente de perda para grupos de contratos de seguro.

Conforme às novas regras da IFRS 17, as demonstrações financeiras contarão com a interpretação de ativos para fluxos de caixa e com novas métricas para a mensuração do passivo. 

  • Modelagem atuarial e gerenciamento de crises

Segundo a norma, para cada contrato de seguro haverá o destaque para o risco financeiro e um ajuste para riscos não financeiros, deixando claro a compensação que a entidade requer para suportar a incerteza.  

Esta remodelagem atuarial reforça a necessidade de proteção do ecossistema de seguros, a fim de evitar possíveis crises corporativas, bem como pessoas desassistidas de seus benefícios.

A IFRS 17 possui instruções claras para transferência de risco diante da rotina processual exigida em um contrato de seguro. No parágrafo 127 a 132, a norma especifica que a entidade deve divulgar todos os tipos de riscos, a probabilidade de eles acontecerem e a análise de sensibilidade que corresponda aos planos de mitigação.

Vale lembrar que, o acesso aos dados, bem como a capacidade de processamento, cálculo e argumentação são determinantes para o trabalho atuário diante da norma IFRS 17. É essa área que se responsabiliza pelo cálculo do ajuste de risco, a modelagem de fluxo de caixa e o apuramento da CSM (margem de serviço contratual).

  • Gestão, sistemas e processos

A IFRS 17 impactará as áreas tributárias, financeiras, atuariais e tecnologia. Por consequência, é necessário que as entidades revisem e aprimorem seus processos e desenvolvam sistemas aptos a atender as novas atividades de forma eficaz. 

Uma alternativa a ser considerada é o investimento em sistemas especializados, mais ágeis e acessíveis e que podem contribuir significativamente nesse processo, principalmente para fluxos de caixas robustos especializados para cada grupo de segurados.

Cabe aqui a contratação de profissionais qualificados e o treinamento da equipe interna a fim de encorajar o time para as mudanças e os ajustes necessários diante da IFRS 17.

Por que a IFRS 17 é relevante para os investidores?

A implementação da IFRS 17 é um processo disruptivo que, ao introduzir princípios contábeis consistentes e comparáveis, trará benefícios tanto aos investidores quanto aos analistas de mercado financeiro, sobretudo no longo prazo. 

Informações mais claras, completas e precisas permitem que todos conheçam os riscos envolvidos, tomando, assim,decisões mais embasadas e coesas. 

A IFRS 17 não terá impacto apenas nos relatórios financeiros, mas refletirá no nível de governança adotado pelo mercado de seguros no mundo. 

Ao se adaptar às exigências regulatórias, essas instituições não estão cumprindo apenas obrigações legais, mas também demonstrando sua integridade e credibilidade, o que agrega valor aos negócios.  

Como está a conformidade das empresas brasileiras atualmente?

A PwC Brasil realizou um estudo com 45 empresas, que correspondem a 90% do mercado de seguros nacional, e detectou que 88% delas confirmaram a implementação da IFRS 17. Segundo o estudo, 5% das seguradoras estão na fase de consolidação dos processos; 55% já estão em fase de implementação. 

Para Carlos Matta, sócio e líder de auditoria de seguradoras PwC, “…a companhia de seguros vai ter que mexer não só na contabilidade, mas também no processo operacional, no processo de venda do produto, terá que investir em tecnologia, em TI, software, treinamento de pessoas”.

Com o período recentemente estendido para 2023, é fundamental que as instituições enxerguem esse novo prazo da IFRS 17 como uma oportunidade de evitar alternativas imediatistas. 

Como a tecnologia pode ajudar as seguradoras a se adequarem a IFRS 17?

Com a IFRS 17, as seguradoras deverão aumentar sua coleta e armazenagem de dados. O objetivo é ter um dossiê com mais detalhes sobre cada grupo de contratos, produtos e serviços, que possa ser rastreado e recuperado, sempre que necessário.

Dessa maneira, busca-se o compartilhamento de informações entre o time interno, principalmente às áreas financeiras e atuariais, às entidades fiscalizadoras e de auditoria. 

De acordo com a “Pesquisa Global de IFRS para Seguros” feita pela Deloitte, 87% das seguradoras entrevistadas estimam que será preciso atualizar a tecnologia de seus sistemas para organizar a quantidade e o detalhamento dos dados exigidos pela norma. 

A PWC (pág. 11) cita que a contratação de soluções para os novos modelos de fluxo de caixa e para o cálculo da IFRS 17 são as prioridades para as empresas no momento de implementação.

A interface a outros softwares (CRM, por exemplo) e a flexibilidade para eventuais ajustes da norma no futuro são diferenciais da tecnologia que contribuirão para a integração e automação de dados no setor de seguros.

Considerações

A implementação da IFRS 17 é uma mudança de paradigma no mundo dos seguros. Ela mostra como a adoção de padrões internacionais se tornou uma atividade essencial no processo de globalização dos mercados.

De acordo com a Fundação IFRS, ao adotar princípios contábeis únicos, é possível fortalecer a responsabilidade da gestão financeira e contribuir com a eficiência dos mercados no mundo. Embora complexa e desafiadora, a IFRS 17 deve ser encarada como uma oportunidade de aperfeiçoamento.

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Entenda o que são as notas explicativas

Para as empresas, as demonstrações contábeis permitem a organização e o controle do fluxo financeiro. Além disso, elas são instrumentos importantes de transparência e também são obrigatórias. Portanto, é importante mantê-las sempre em dia. 

Uma das demonstrações contábeis requeridas são as notas explicativas. Elas representam boa parte do balanço e detalham os números fechados em uma linguagem mais simples e acessível. 

Notas explicativas: conceito e obrigatoriedade

As notas explicativas têm como objetivo esclarecer as demonstrações financeiras e apresentar as práticas e critérios contábeis usados. Além disso, é neste tipo de documento que o profissional do departamento financeiro detalha a composição dos saldos de contas, os métodos de depreciação e muitos outros critérios usados na gestão contábil.

A elaboração e publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras é uma exigência prevista no § 4º do artigo 176 da Lei 6.404/1976, também conhecida como Lei das S/A para esse tipo de empresa. De acordo com a legislação:

“as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.

Na prática, as notas explicativas podem oferecer esclarecimento sobre qualquer uma das outras demonstrações contábeis. É possível, por exemplo, explicar movimentações do fluxo de caixa, constantes na Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Apesar de serem documentos obrigatórios apenas para empresas S/A, são relevantes e feitos como forma de gerar transparência e melhorar a governança das empresas de todos os tamanhos. 

Como elaborar e quando publicar

Mas, afinal, quais informações devem ser abordadas nas notas explicativas? O que o profissional de finanças deve detalhar, em forma de texto, usando uma linguagem simples e acessível para o leitor final? 

São vários os elementos que devem constar nas notas explicativas, de acordo com a Lei 6.404/1976. Veja só:

  • Critérios de avaliação dos elementos patrimoniais relacionados a estoques, depreciação, amortização, exaustão e provisões;
  • Investimentos em outras sociedades;
  • Aumento de valores de elementos do ativo gerado por novas avaliações;
  • Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
  • A taxa de juros, as datas de vencimentos, além das garantias das obrigações a longo prazo;
  • O número, espécies e classes das ações do capital social;
  • As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
  • Os ajustes de exercícios anteriores;
  • Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeitos relevantes à situação financeira e os resultados futuros da empresa. 

Geralmente, as empresas dividem essas informações nos seguintes tópicos:

  1. Contexto operacional
  2. Sumário das principais práticas contábeis
  3. Estoques
  4. Investimentos
  5. Imobilizado
  6. Diferidos
  7. Financiamento
  8. Capital
  9. Provisão para contingências 
  10. Instrumentos financeiros
  11. Cobertura de seguros.

Sendo assim, as demonstrações financeiras, acompanhadas das notas explicativas, devem ser publicadas semestralmente, com o resumo das principais práticas contábeis.

Notas explicativas: onde encontrar e como analisar

As notas explicativas são divulgadas nos sites das empresas geralmente na seção de informações para investidores. Vale destacar que este conteúdo integra o documento completo com as demais demonstrações contábeis.

Dessa forma, a melhor maneira de interpretar as notas é fazendo uma leitura atenta, comparando com os números constantes no balanço patrimonial e no fluxo de caixa, por exemplo. 

Na maioria das vezes, o documento das demonstrações contábeis é formado, principalmente, pelas notas explicativas. Elas representam entre 70 e 80% de todo o conteúdo. O balanço em si apresenta números muito fechados. Na prática, elas fornecem o detalhamento das movimentações realizadas pela empresa.

No Brasil, muitos profissionais se atêm aos checklists que apontam o que é necessário divulgar, considerando as exigências das normas técnicas.

Contudo, um dos desafios atuais é refletir e classificar quais informações são, de fato, relevantes para incluir na elaboração das notas explicativas. Existe um volume imenso de dados. Geralmente, o usuário recebe um documento com cerca de 200 páginas. Porém, quantidade não representa qualidade. 

A grande maioria das empresas ainda peca pelo excesso de informações, dificultando a transparência e a leitura do documento pelo usuário final. A informação sucinta pode entregar mais valor para o leitor. 

Notas explicativas no Accountfy

No Accountfy, uma plataforma SaaS (Software as a Service) para a gestão de performance corporativa, é possível criar as notas explicativas facilmente, inclusive com a possibilidade de inserir não só textos, como imagens, gráficos e tabelas. As Notas Explicativas fazem parte de uma reformulação no módulo de reportes da plataforma. Clique aqui para saber mais detalhes. 

 

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Lei Sarbanes-Oxley: aprimorando a prestação de contas

Cerca de 200 empresas chinesas listadas em bolsas de valores norte-americanas correm o risco de serem expulsas do mercado de capitais dos Estados Unidos, inclusive a companhia Alibaba, a maior empresa da China com ações negociadas nos Estados Unidos. Essa possibilidade de saída deve-se à não-conformidade com a lei Sarbanes-Oxley.

A legislação em questão acompanha de perto o controle das empresas de capital aberto, principalmente no que se refere às finanças e contabilidade. Portanto, companhias que buscam ser listadas em bolsas como a NYSE ou Nasdaq devem seguir os requisitos da lei Sarbanes-Oxley.

Ela é referência mundial em governança corporativa e responsável pelo aprimoramento do controle interno em inúmeras companhias, mesmo aquelas que não estão diretamente envolvidas com o mercado americano.

Continue a leitura e saiba mais a respeito desta lei que eleva o desempenho das empresas e evita fraudes financeiras.

O que é e quando foi criada a lei Sarbanes-Oxley?

Promulgada nos Estados Unidos em julho de 2002, ela  é uma lei estadunidense que visa proteger os investidores de empresas de capital aberto de possíveis fraudes financeiras. 

A SOX ou Sarbox, como também é conhecida, foi criada  pelo senador Paul Sarbanes e pelo deputado Michael Oxley durante o governo do presidente George W. Bush.

A lei foi impulsionada pelo escândalo financeiro na Enron Corporation nos anos 2000. Na época, a companhia elétrica americana chegou a faturar  100 bilhões, mas após investigação, ficou comprovado o ocultamento de dívidas e superfaturamento dos lucros da empresa. 

O detalhamento da fraude da  Enron Corporation estimulou o desenvolvimento e aplicação de ações corretivas mais firmes contra escândalos relacionados à governança corporativa e financeira.

Qual é o principal objetivo dessa lei?

O principal objetivo da Sarbanes-Oxley é exigir a governança corporativa nas companhias, com foco na gestão financeira, para evitar fraudes e trazer equilíbrio ao mercado de capitais. 

Um dos princípios da governança consiste na transparência com que são transmitidas as informações de uma empresa, o que consequentemente reflete no detalhamento dos relatórios financeiros. 

Nesse sentido, a lei não se limita apenas a punir instituições e gestores em situações irregulares, mas trata-se também de uma alternativa para retomar e elevar a confiança dos investidores.

De acordo com a SOX, ao aumentar o nível de responsabilidade dos administradores, assim como a fiscalização das demonstrações contábeis apresentadas, estas condutas se refletem na credibilidade do mercado financeiro.

Quais são os principais tópicos da lei Sarbanes-Oxley?

A SOX traz, em detalhes, quais práticas financeiras, contábeis e éticas contribuem para a boa governança corporativa, com o nível de exigências internacionais.

Destacamos alguns pontos como:

  • Fortalecimento do controle interno com a implantação de uma gestão dos dados financeiros, o que traz uma análise precisa e em tempo real;
  • Aprimoramento contínuo da qualidade e da integridade dos relatórios financeiros, reconhecendo a importância deles, sendo que qualquer documento deve ser mantido por no mínimo cinco anos;
  • CEOs e CFOs são responsáveis legais pelos relatórios financeiros podendo inclusive responder a processos criminais, caso haja indícios de operações fraudulentas;
  • Deve haver ao menos uma auditoria anual para averiguar as atividades contábeis e financeiras com a participação de uma equipe externa e de confiabilidade no mercado;
  • Adoção do compliance como um atestado de conformidade, o que fortalece a intenção de cumprir as regras e boas práticas, estabelecendo a confiança entre setores públicos e privados, além dos investidores.

De acordo com a Deloitte, uma das maiores empresas de Serviços de Consultoria e Auditoria do mundo, “a boa governança corporativa e as práticas éticas do negócio não são mais requintes – são leis.” 

Qual é a importância da lei SOX para as empresas?

Em 19 anos, a lei Sarbanes-Oxley transformou a forma como muitas companhias prestam contas, levando assim mais conformidade à legislação norte-americana, mas mais ainda fortalecendo vínculos de confiança com seus investidores.

Toda empresa, americana ou não, que atue no mercado de ações norte-americano ou que tem a intenção de se registrar no Securities and Exchange Comission – SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários – CVM  no Brasil, deve se adequar a essa lei

Petrobras, Ambev, GOL Linhas Aéreas, Banco Bradesco, Banco Itaú,  Vale S.A. e Vivo S.A. são alguns exemplos de empresas brasileiras de capital aberto que aplicam a lei Sarbanes-Oxley.

Para a PWC, companhias que assumem às diretrizes da lei SOX tendem a ter: melhoria da qualidade dos controles internos e relatórios financeiros condizentes com as regulações e as expectativas dos investidores, redução do nível de esforço ao longo do tempo, maior confiabilidade, redistribuição de talentos e melhor gerenciamento de mudanças. Atributos que em conjunto elevam a governança corporativa.

Quais são os benefícios para os investidores?

O principal benefício aos investidores consiste no acesso à informação de forma mais  transparente e confiável. Isso permite que todos façam análises mais detalhadas e tomem decisões com mais segurança.

De acordo com informações do artigo “Por que a Sarbanes-Oxley se destacou” elaborado por Wally Gregory e Kat Sityar, líderes da consultoria Deloitte Global,  apesar dos relatórios financeiros serem relacionados a dados passados, eles não são estáticos, por isso os investidores podem acompanhar o trabalho do controle interno e a evolução dos resultados. 

O artigo também afirma que os investidores estão pedindo divulgações de questões não financeiras envolvendo o meio ambiente, sociedade e governança corporativa com relatórios corporativos mais amplos.

Considerações: quais são os reflexos da SOX para a governança corporativa?

Escândalos corporativos, sejam eles internacionais ou nacionais, fazem com que os investidores sintam-se inseguros e evidenciam a importância de adotar boas práticas que promovam um ambiente corporativo confiável.

A lei SOX funciona como uma diretriz para o aprimoramento de uma governança corporativa. O Reino Unido na Europa estuda formas de introduzir um regime semelhante à lei Sarbanes-Oxley. Os principais pontos a serem articulados estão nas reformulações contábeis, penas mais duras em casos de fraudes e auditorias mais rígidas com supervisão dos controles internos. 

A consultoria PWC publicou material em inglês com as principais instruções para a preparação das companhias frente à “UK SOX”, ou seja, a proposta que o Reino Unido deve adotar inspirada no modelo da Sarbanes-Oxley dos Estados Unidos.

Ainda segundo a consultoria PWC, apesar dos custos de conformidade, a SOX leva as empresas a terem dimensão e controle interno de suas finanças, com responsabilização da liderança. Desta maneira, os pontos positivos são reforçados e há a oportunidade de enxergar as fragilidades, promovendo um redesenho dos negócios para uma atuação mais ética, transparente e competitiva.

 

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5 considerações para o CFO na hora de decidir sobre tecnologia

Segundo a consultoria Gartner, em pesquisa divulgada em janeiro de 2021, os gastos mundiais com TI devem crescer 6,2% até o fim do ano. De acordo com o relatório, a velocidade é sem precedentes e corresponde a adesão ao trabalho remoto, ensino híbrido e novas rotinas de pessoas que se adaptaram diante do distanciamento social.

Os números são crescentes até 2022 e softwares empresariais, aquisição de dispositivos e sistemas de data center ocupam as primeiras posições na previsão de investimentos, com 8,8%, 8% e 6,2% de projeção de crescimento respectivamente, apenas neste ano. 

Os dados confirmam que o legado da pandemia é uma aceleração na transformação digital das companhias e dos indivíduos no geral. O relatório demonstra que os negócios digitais são a tendência tecnológica dominante. Nesse sentido, as companhias precisam acertar nesta corrida pela digitalização.

A Accenture, em seu relatório CFO Agora: velocidade de ruptura para valor de ruptura, mostra o caminho que a liderança financeira está seguindo de incorporar de vez as decisões de transformação digital, em um ritmo rápido e preciso, para impulsionar a competitividade e a lucratividade dos negócios.

 

CFO e implicações atuais sobre tecnologia

Segundo a pesquisa Gartner CFO Survey, 82% dos CFOs esperam passar mais tempo em tecnologias de análise avançada de dados e ferramentas financeiras em 2021

Já para o relatório da Protivit Global Finance Trends Survey 2021, as cinco prioridades do CFO são:

  1. 80% – segurança e privacidade de dados;
  2. 78% – análise aprimorada de dados;
  3. 74% – mudanças nas demandas e expectativas do público interno;
  4. 72% – planejamento e análise financeira;
  5. 72% – aplicações em nuvem.

Diante deste cenário, o CFO é um dos responsáveis por promover o uso de tecnologia e processos inovadores na companhia, em busca de melhores retornos.

Mesmo dentro das prioridades do departamento financeiro, o CFO ainda precisa levar em consideração alguns pontos na hora de investir em tecnologia. Confira:

 

1. Não subestime a importância da transformação digital

A transformação digital não se resume às tecnologias da informação às quais a empresa está disposta a aderir. Ela se inicia com o olhar para o cliente, seus hábitos e o que ele vai exigir da empresa nos próximos anos. Assim, é possível provocar mudanças que estimulem a competitividade sem cair no obsoleto.

Em artigo publicado pela consultoria McKinsey, Kevin Sneader e Shubham Singha deixam claro que, mesmo quando as restrições devido à Covid-19 começarem a diminuir, as empresas precisarão descobrir como operar de novas maneiras para terem resiliência, eficiência e por fim, competitividade.

A transformação digital deve chegar nas cadeias de suprimentos, planos de negócio, comercialização e modelos operacionais – este último, em parte online, pelo menos. Tudo isso para garantir viabilidade no funcionamento dos negócios.

 

2. Incorpore TI como estratégia corporativa

Charles Holley, CFO aposentado do Walmart, escreveu para o Jornal The Wall Street a respeito de como a tecnologia da informação aplica-se a um modelo de cima para baixo. Isso significa que a liderança deve assumir a transformação digital e fazer escolhas estratégicas.

Para o autor, a tecnologia da informação corresponde a criar oportunidades de crescimento, atender às necessidades competitivas e fornecer eficiência operacional. 

Sendo assim, quando CFOs e CEOs trabalham em sintonia, os investimentos em TI ficam a favor da estratégia corporativa.

Quais são os objetivos da companhia e como o investimento em tecnologia irá contribuir? CFOs que buscam essa resposta, geralmente tem um horizonte de futuro e contribuem para que as empresas estejam à frente dos concorrentes, buscando maior lucratividade, crescimento dos negócios e valor aos acionistas.

 

3. Acerte na tática

Reconhecendo a importância da transformação digital e dos investimentos em tecnologia, a tática deve passar por um profissional extremamente gabaritado para somar ao time da liderança. 

Companhias maiores assumem seu próprio CTO (Chief Technical Officer) para garantir um líder habilidoso e de confiança entre seus pares.

O alinhamento entre fornecedores também faz parte das medidas operacionais, a fim de que as soluções de tecnologia se complementem. Para isto é preciso que os CFOs acompanhem seus contratos, a prestação do serviço e os resultados alcançados. 

Neste sentido, também é possível reduzir o número de contratos e buscar por soluções em nuvem, como descrito pela reportagem da CFO Dive. O controle permite um gerenciamento no custo dos fornecedores, visando a eficiência dos serviços prestados.

 

4. Gerencie os processos internos

Investimentos em tecnologia geram períodos de adaptação, portanto treinamentos da equipe ainda são importantes e principalmente disciplina na execução.

O CFO que aprimora e cuida das habilidades em comunicação mantém a equipe engajada para que os resultados possam ser alcançados

Nesse escopo, se mantém a análise de custos e os demonstrativos de resultados para que o investimento em TI se alinhe com controle de gastos.

A tecnologia da informação é um projeto estratégico no qual é preciso determinar o período de investimento, monitorar os avanços de cada etapa e acompanhar a execução, portanto é importante revisar pipelines e utilizar KPIs para testar, medir e gerenciar.

 

5. Opte por mais dados em tempo real com foco na segurança

Resiliência e velocidade têm sido atributos das empresas que conseguem manter-se competitivas neste período pandêmico. Neste cenário, a adoção de tecnologias viabiliza decisões baseadas em dados, o que traz agilidade e informações fidedignas.

Com soluções nas nuvens são possíveis atualizações mais rápidas e acessíveis a todo o público corporativo. Dessa forma, líderes podem atuar simultaneamente e ativamente para corrigir erros com rapidez, bem como aumentar as chances do negócio crescer e ser lucrativo.

No relatório da Accenture, publicado em dezembro de 2020, os 400 entrevistados, mesmo durante a pandemia, disseram que estão investindo, em média, 33% do orçamento do departamento financeiro para construir operações e processos em tempo real. O foco é a implantação definitiva de um modelo baseado em dados. 

Em um universo de inteligência artificial, open banking e outras inovações, é importante dimensionar estratégias de proteção. Senhas fortes já não são mais suficientes para amenizar riscos de interrupção nos negócios e prejuízos financeiros. 

 

Conclusão

O CFO é uma liderança ativa na companhia, com fortes atribuições relacionadas à competitividade e ao crescimento do negócio. Em um momento de aceleração das transformações digitais, esse profissional também assume os projetos sobre tecnologia.

É um desafio diante da velocidade exigida pelas companhias e que demanda planejamento, controle e acompanhamento próprios da liderança financeira em prol da eficiência do negócio. 

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A importância de profissionalizar a gestão financeira de uma empresa

Muitas empresas enfrentam o desafio de profissionalizar a gestão financeira, organizando os números de forma centralizada e com visibilidade para a tomada de decisão. Como no caso da Schioppa. No mercado há mais de 70 anos, ela é a maior fabricante de rodas e rodízios da América Latina, sendo também a marca líder no segmento com o maior mix de produtos do mercado, além de soluções personalizadas.

Localizada em São Paulo (SP), a fábrica da Schioppa Rodas e Rodízios do Brasil possui um parque industrial de 10.000 m² e é dotada de maquinários modernos para a produção em larga escala dos mais variados tipos de rodas e rodízios para diversas finalidades.

Apesar de toda a sua cobertura e representatividade na América Latina, a Schioppa baseava sua gestão financeira apenas em relatórios gerenciais, sem levar em conta a base contábil, que era analisada apenas semestral ou anualmente. Segundo Mario Schioppa Neto, sócio-diretor da empresa, os principais pontos a serem trabalhados eram: 

  • profissionalizar a gestão financeira, usando como base dados contábeis;
  • otimizar a visualização de  KPIs para acompanhar em tempo real os resultados da empresa e decidir com base nessas informações.

Usando a base de dados contábeis na gestão financeira

Antes, as análises dos balancetes da Schioppa aconteciam apenas semestral ou anualmente. Sem falar que não havia nenhuma ferramenta para analisar KPIs e dashboards que possibilitasse a tomada de decisões. 

Abaixo você confere um vídeo em que Mário fala sobre como a Schioppa conseguiu melhorar sua gestão financeira com o Accountfy. 

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Os efeitos do Custo Covid na gestão financeira

A pandemia do coronavírus continua impactando os negócios, que antes colocavam gastos inesperados com a crise como despesas, mas agora é preciso recalcular o orçamento 2022. A gestão financeira deve ser ajustada levando em consideração o Custo Covid , aquele gerado pelas consequências monetárias da disseminação do vírus. Para isso, comitês de crise trabalham para superar os gargalos enquanto ainda não há sinais de recuperação econômica.

Continue a leitura e tenha insights de como ajustar o fluxo de caixa, sem deixar de lado as novas tendências em tecnologia e governança.

Custo Covid e planejamento financeiro: o que fazer?

Desde 2006,  em seu relatório global de riscos, o Fórum Econômico Mundial cita a possibilidade de uma pandemia que pode afetar empresas e sociedades. 

Considerado um cisne negro, ou seja, um evento abrupto, mas extremamente raro e impreciso, ainda não há evidências de que alguma empresa se precaveu à crise da Covid-19 a ponto de ter criado um plano de contingência.

A pandemia exigiu, portanto, tomadas de decisões rápidas pelas companhias: 

  • Adequação às ações de prevenção como uso de álcool gel e máscaras, medição da temperatura e mais limpeza das dependências físicas; 
  • Suporte financeiro aos trabalhadores remotos;
  • Restrição de viagens e eventos externos; 
  • Controle de aglomerações, o que significou alterar a rotina de refeitórios, portarias e outros;
  • Revisão de horas extras, férias e custos pessoais;
  • Rodízio das equipes nas dependências da empresa.

Essas medidas protegem o capital humano, colocando a vida de cada trabalhador em primeiro lugar. Ainda assim, após um ano de pandemia e o uso dessas ações, chegamos a novas altas de infecções e mortes, o que levanta novamente a questão de como lidar com o custo-Covid.

1. Comitês de crise e planos de ação 

Em momentos de crises, é preciso considerar formar um comitê com profissionais de diferentes áreas da companhia, sendo imprescindível um membro de finanças, para atuar em conjunto nas tomadas de decisão agilmente, frente às situações de pressão e urgência.

Entre as contribuições deste comitê, estão: detecção de cada risco, levantamento de informações sobre a situação a ser enfrentada, gestão da crise, com planos de contingência e retomada, criação de um canal de comunicação com a empresa e manutenção da rotina de trabalho com os ajustes necessários. 

Em relação à Covid-19, o momento ainda é a gestão da crise, o que leva a comitês e a liderança da companhia a monitorarem o cenário da pandemia, revisarem os planos de ação e estarem preparados para qualquer urgência. 

Podemos citar, por exemplo, o afastamento das pessoas devido ao cumprimento de protocolos de segurança, no quais devem ser dimensionadas as medidas para mitigação dos riscos operacionais. O comitê deve decidir se serão contratados temporários, o investimento nessas medidas, criação de políticas de comunicação e outros.

2. Redução de custos 

Uma vez que haja funcionários em trabalho remoto, é possível repensar os custos com escritórios, móveis, outros ativos similares, renegociação de contratos, além das contas básicas de energia, água e afins. 

Algumas companhias, por sua vez, também estão analisando a realização de avaliações de desempenho ou não, pois as bonificações não podem se tornar um peso a mais ao orçamento frágil.

Já os fornecedores são stakeholders vitais na cadeia de produção e no gerenciamento de custos. É preciso buscar um relacionamento próximo e transparente, visto que em cenário pandêmico, eles também tornam-se uma ponta fragilizada, na qual é preciso viabilidade econômica para ambos os lados.

Diante da situação de cada companhia, é possível pensar em estender prazos de pagamento, redução de obsolescência de estoques, diminuição de gastos excessivos com mercadorias, entre outros. 

3. Adequação dos demonstrativos contábeis

As movimentações financeiras que resultam em saída de recursos do caixa para prevenção à Covid-19 devem ser qualificadas como despesas, mesmo estando há mais 12 meses em período pandêmico. 

Para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a capacidade de produção e a quantidade de venda, no geral, sofreram declínios drásticos, sendo assim, o custo-fixo da empresa não consegue diluir tantos gastos que não aconteceriam em circunstâncias normais.

Segundo o Ofício Circular CVM/SNC/SEP 01/21, em situação de crise, os custos indiretos de produção, que não são eventualmente distribuídos no valor do produto, ou seja, não transitam pelo estoque, também devem ser reconhecidos como despesas, e não como custo do estoque. 

Essa orientação da CVM possibilita o não aumento do preço dos produtos, além de dar mais chances de a empresa continuar suas atividades podendo cobrir suas obrigações. Mas também traz transparência para que stakeholders possam compreender os efeitos do Custo Covid por meio das demonstrações contábeis.

Apesar de trazer conformidade às empresas de capital aberto, as regras da CVM acabam reunindo instruções de boas práticas para qualquer companhia em seus demonstrativos contábeis.

4. Atuação do controller 

O controller é o profissional que consegue evidenciar os dados financeiros, produzindo análises estratégicas e as reportando de maneira correta aos CFOs e CEOs. 

Também é papel do controller criar planos econômico-financeiros. Desta forma é possível enxergar oportunidades de crescimento de mercado e otimizar a alocação de recursos na empresa, mesmo em crise. Vale lembrar que o controller deve circular em todas as áreas, contribuindo para gerenciamento dos riscos e blindagem da companhia.

Portanto, diante do Custo Covid, o controller não somente avalia os impactos, mas os métodos de mitigação, propondo recomendações e liderando projetos que podem recuperar a empresa em tempo hábil.

Recuperação econômica e simulação de cenários

Economistas costumam recorrer ao alfabeto para explicar visualmente como preveem a recuperação de uma economia. “É uma boa simplificação e uma maneira muito gráfica de dizer qual estilo acreditamos que terá a recessão“, diz à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC), José Tessada, diretor da Escola de Administração da Universidade Católica do Chile. 

O modelo didático, que também foi citado pela Hard Business Review, dá insights para que as empresas, governos e pessoas planejem seus próximos passos. 

Um cenário otimista, em formato de V, destaca que a economia passará por uma turbulência brusca, mas em breve conseguirá se recuperar. Tal situação ocorreu na China, onde se iniciou a pandemia, mas ao tomar medidas drásticas, rapidamente aqueceu seus motores econômicos.

Já o cenário em formato de U indica uma retomada mais lenta das economias com aumento de desemprego e falência de empresas mais vulneráveis. Essa situação evidencia períodos mais longos de quarentena e possibilidade de reinfecção da população.

Em formato de L é o cenário menos otimista, pois indica forte recessão na economia sem grandes previsões de melhora. Há baixa possibilidade desta ocorrência, visto que a vacinação da população e programas de auxílio emergencial servem como pilares de reestruturação.

Companhias devem desenhar planos de ação mediante a possibilidade de três ou dois cenários, antecipando-se assim aos momentos desafiadores que ainda virão. O objetivo é que gestores financeiros e demais lideranças trabalhem juntos para dimensionar a gama de eventualidades que eles poderão enfrentar.

Resiliência estratégica e pós-Covid

Se trabalhar com o orçamento enxuto traz mais fôlego ao caixa em tempos de pandemia, por outro lado, as companhias precisam de investimentos, principalmente em soluções tecnológicas e digitais.

No relatório “Resiliência estratégica durante a crise da Covid-19”, da consultoria McKinsey, 90%, dos 300 empresários europeus entrevistados, citaram que durante a pandemia conseguiram alavancar experiências digitais, novas parcerias, desenvolvimento de produtos e outros. 28% disseram que suas empresas aumentaram sua vantagem competitiva.

Empresas que conseguiram se digitalizar mais rápido, renegociar contratos, tornar mais eficiente seus processos em 2020, além de reforçar o caixa e encarar o Custo Covid, tiveram oportunidade de crescer, mesmo em uma economia ainda frágil. 

É um desafio grande que muitas companhias de menor porte e com baixa liquidez não conseguiram assumir. De acordo com a PWC, provavelmente os movimentos de fusões e aquisições (M&A) devem aquecer ainda mais em 2021, resultado de negócios afetados pela pandemia Covid-19.

Conclusão

Gestão do fluxo de caixa, liquidez dos ativos e gerenciamento de riscos são itens essenciais para controlar situações inesperadas. Empresas que se mantiveram firmes, mesmo com a pandemia do Covid-19, têm esses fatores no plano de negócio.

Dentro de um contexto de crise e com o Custo Covid, as empresas com equilíbrio entre a gestão do caixa, investimento na digitalização e avanço nas questões de governança têm mais chances de sucesso. 

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Quais são as habilidades esperadas do controller moderno?

Por muito tempo a profissão do controller financeiro foi identificada como cargo para “ficar de olho”, formação promissora, emprego “em alta” no mercado de trabalho. Não sem motivos: os controladores financeiros são considerados os líderes e os principais “guardiões” das contas e números dos departamentos financeiros das suas empresas, fazendo par com o próprio CFO. 

O tempo passou e encaramos uma nova realidade de transformação digital, que chamou a atenção dos departamentos financeiros a ferramentas, estratégias e tecnologia disruptivas. Com isso, as responsabilidades do controller financeiro também foram modificadas. Em uma economia movida a dados, essa função precisa ajudar a colocar as finanças como o centro da criação de valor e excelência operacional para negócios bem-sucedidos.

Habilidades do controller financeiro moderno

Um controlador financeiro moderno precisa ir além da análise de números, supervisão da contabilidade e esclarecimento para a alta administração. Há uma demanda por aprimoração constante das suas habilidades de comunicação interpessoal, de liderança e enriquecimento dos conhecimentos relacionados às tecnologias emergentes essenciais para competir, inovar e crescer na economia global de hoje.

Mas se o controller do do futuro, ou 2.0, precisa passar cada vez menos tempo nas tarefas tradicionais, quais deveriam ser o foco desse profissional? Entre elas estão:

  1. Visão e raciocínio críticos
  2. Trabalho colaborativo
  3. Comunicação e habilidades interpessoais
  4. Mesclar o tradicional com estratégico e inovador
  5. Conhecimento sobre ferramentas e estratégias digitais

Criamos um material discutindo o atual papel do controller influenciado por uma realidade pandêmica e uma revolução digital, ambas em curso. Clique aqui para baixar.

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Saiba gerenciar estes sete tipos de riscos financeiros

Com planejamento, os riscos financeiros podem ser provisionados e até mesmo controlados. Ao  desenvolver estratégias de mitigação, as empresas melhoram sua resiliência e estão mais preparadas para enfrentar as ameaças futuras. Neste texto, falamos sobre sete tipos mais comuns que podem afligir negócios de diferentes setores. 

Quais são os principais tipos de riscos financeiros?

Risco de tecnologia: as companhias precisam falar sobre isto?

Passo a passo para o gerenciamento de riscos

Conheça as principais certificações para gerenciamento de riscos

Conclusão

Quais são os principais tipos de riscos financeiros?

Riscos financeiros existem para todo e qualquer porte de companhia, em maior ou menor grau de exposição. Em algum momento, a empresa está diante de uma incerteza que pode levá-la a desvalorizar seus ativos ou até mesmo mesmo perder dinheiro.

Com gerenciamento, é possível fazer o mapeamento dos riscos e dimensioná-los diante das suas particularidades. Abaixo listamos aqueles que merecem mais atenção:

Risco de crédito 

O risco de crédito está relacionado com a possibilidade dos clientes não pagarem por algo que consumiram ou atestaram como sua responsabilidade financeira. 

Um exemplo desse risco é a venda a prazo não ser paga e, assim, a empresa sofrer perdas por inadimplência. O fluxo de caixa fica prejudicado e, dependendo do porte da companhia, pode ocasionar um rombo.

Risco de liquidez

Para uma empresa, o risco de liquidez está ligado à não disponibilidade de recursos para cobrir obrigações imediatas. Por isso, prazos de pagamentos de fornecedores e de recebimento de clientes devem ser alinhados, caso contrário, pode não haver dinheiro para quitar as dívidas.

Em grandes companhias, principalmente as de capital aberto,  é importante dimensionar ativos ou valores mobiliários como parte da liquidez, pois a prioridade é pagar proprietários e investidores, mesmo que seja convertendo este patrimônio.

Risco operacional 

O risco operacional representa as perdas geradas por eventos internos da rotina da empresa, como falhas de funcionários, de sistemas, processos e equipamentos. 

Para evitá-lo, algumas iniciativas devem ser tomadas, como escolha por sistemas de qualidade, criação de processos claros e eficazes, além da seleção de equipe qualificada.

Risco cambial

Esse é um dos mais comuns às instituições que realizam negociações com moedas diferentes. A variação do preço de câmbio pode gerar impacto nos custos e, consequentemente, prejuízo para a empresa. 

Imagine uma companhia que importa insumos e realiza suas transações a prazo. No momento da compra, a moeda de troca está a R$4,50, mas, no momento de pagamento, o valor passa a ser R$5,00. 

Uma forma de blindagem ao risco cambial é o planejamento estratégico e o hedge, um instrumento que visa a proteção diante das flutuações da moeda e qualquer outra oscilação de preço.

Risco de taxa de juros

Condicionada por fatores externos, a taxa de juros está relacionada às decisões governamentais. As quedas repentinas de juros podem impactar diretamente o negócio, dependendo do produto, mas também influenciam o valor das ações e o próprio comportamento do consumidor.

Risco de financiamento

Neste caso, o credor, ao emprestar o dinheiro, analisa o histórico do solicitante a fim de saber qual o risco de não pagamento. Caso esse histórico mostre altas chances de não cumprimento do acordo, as taxas de financiamento se tornam altas, como justificativa ao risco dessa transação. Empresas utilizam financiamentos em diversas fases de seu negócio, incluindo posições estratégicas para expansão das atividades e pagamentos dos funcionários.

Em qualquer transação de bens ou prestação de serviços há acordos entre as partes, sejam por meio de contratos simples ou bem estruturados. 

Entre as diversas negociações há o risco de não comprometimento do acordo, principalmente em casos sem respaldo jurídico. Esse é o risco legal, que pode oferecer brechas para a não concretização do acordo.

Contratos ligados a instituições regulamentadas e cláusulas e, claro, a presença e participação de especialistas na oficialização do contrato podem proteger ambas as partes.

Risco de tecnologia pode ser considerado financeiro?

Tecnologia e digitalização dos negócios foram citados no relatório de riscos globais de 2021 do Fórum Econômico Mundial. Ataques cibernéticos são ameaças nas quais podem ser vazados dados sigilosos, comprometendo clientes, empregados e a imagem da empresa.

Segurança e privacidade são valores que podem custar aos cofres de uma companhia, portanto o risco de tecnologia também deve ser dimensionado pelos times financeiros. Uma das estratégias é o levantamento e a atualização dos sistemas de proteção dos dados, qualificação da própria equipe e novos sistemas de TI. 

Passo a passo para o gerenciamento de riscos 

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador das transações de ativos financeiros no Brasil, em sua Deliberação 604/2009, enfatiza a importância da análise de sensibilidade de riscos, em uma visão quantitativa e qualitativa, para quem busca ter profissionalismo em seus demonstrativos contábeis.

O mesmo documento cita a apresentação do value at risk, conhecido como interdependência de fatores de risco, e a necessidade destes números serem revisados anualmente, com a descrição dos riscos que porventura tiverem acontecido e como a companhia reagiu diante da situação

O gerenciamento de riscos traz transparência aos investidores de como a empresa está preparada para situações adversas, sendo esse um item integrante das boas práticas em governança financeira.

Não há regras rígidas para o gerenciamento de risco, porque cada organização tem as suas particularidades, com riscos tipificados e com exposições diferentes.

Entretanto, é possível sugerir algumas etapas nas quais as informações devem ser coletadas e tratadas. Lembre-se de salvá-las em um lugar único, seguro e confiável.

  1. Identificação de cada um dos riscos e qual é o seu tipo (crédito, liquidez, operacional, cambial, taxa de juros, financiamento e legal);
  2. Avaliação do risco e controle: quando o risco pode acontecer e como minimizar as chances de ocorrência;
  3. Determinação da tolerância da companhia diante de cada risco, inclusive usando escalas para medir as chances deste risco acontecer;
  4. Formulação de estratégias para gerenciar cada um dos riscos com detalhes de responsabilidades;
  5. Atualização periódica deste levantamento com informações da companhia e monitoramento dos riscos.

Ao desenvolver seu gerenciamento de risco, tenha compromisso com suas definições. Disciplina, atenção e controle são indispensáveis para que a aplicabilidade do documento resulte efetivamente em mais proteção, seja ao capital e/ou patrimônio da companhia. 

Após especificar a quais riscos a companhia está exposta, é preciso definir práticas para atenuar a possibilidade de ocorrência, bem como se posicionar em caso de crise. Seguem algumas estratégias diante de alguns tipos de riscos financeiros que mencionamos anteriormente:

Gerenciando riscos de câmbio

  • Fechamentos de  contratos com datas predeterminadas para a liquidação e valores fixados previamente;
  • Manutenção de uma conta em moeda estrangeira com recursos transferidos em momentos mais oportunos, poupando custos de transferências em taxas mais caras;
  • Não há adivinhação da taxa de câmbio. Este risco é externo e você não tem controle sobre ele, portanto é impossível ter 100% de certeza em um calendário específico;
  • Contratação de um profissional especialista capaz de planejar, desenvolver, executar e monitorar uma estratégia de hedge adaptada aos requisitos de pagamento internacional e personalizada ao apetite de risco da empresa.

Gerenciando riscos nas operações

  • Definição de cargos com perfis bem definidos e escolhas de profissionais com aptidão e produtividade;
  • Elaboração prévia de orçamento com acompanhamento rigoroso para que a empresa não gaste excessivamente ou desnecessariamente;
  • Acompanhamento intenso das regras, boas práticas, normas de segurança do trabalho e legislação, a fim de evitar qualquer atividade indevida e ilegal nas dependências da companhia.

Gerenciando riscos de liquidez

  • Planejamento orçamentário preciso, com demonstrações claras de monitoramento e controle rígido;
  • Fluxo de caixa detalhado  com técnicas de previsão e se possível acompanhamento automatizado;
  • Monitoramento dos devedores da companhia sempre buscando negociação, sem deixar as dívidas caírem no esquecimento;
  • Abandono dos maus pagadores a fim de preservar a saúde financeira da companhia;
  • Forte relacionamento com bancos e outras instituições bancárias.

Conheça as principais certificações para gerenciamento de riscos

A função de gerenciar riscos é assumida por profissionais dos times financeiros, e a cada dia exige mais técnica, precisão e conhecimento. Diante do reconhecimento do mercado, hoje existem as certificações que atestam as habilidades na gestão dos riscos.

A Financial Risk Manager (FRM®) é uma certificação internacionalmente reconhecida, conduzida pela Global Association of Risk Professionals (GARP). Após a aprovação em um teste, os profissionais são reconhecidos em antecipar e responder a problemas críticos, sendo um importante diferencial na carreira. Para conseguir o título FRM, é necessário no mínimo dois anos de atuação comprovada na gestão de risco.

A Project Risk Management Professional (PMI-RMP) é outra certificação, oferecida pelo Project Management Institute (PMI),  que envolve o atestado de capacitação do profissional especialista em mitigação e gerenciamento de riscos, com habilidades próprias para proteção do capital da companhia.

Conclusão

Gestores que dimensionam e controlam os riscos financeiros tomam decisões mais estratégicas e impulsionam suas empresas a crescimentos sustentáveis. Muitas vezes, o gerenciamento de riscos estimula ideias inovadoras que podem sinalizar uma nova fase ao negócio.

Para gerenciar adequadamente os riscos,  vale a pena capitalizar recursos tecnológicos e de automação capazes de eliminar o retrabalho, ter controle das informações e oferecer insights. Desta maneira, as horas ganhas sem as tarefas repetitivas podem ser reinvestidas em atividades mais complexas e produtivas.

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Qual é a importância da governança financeira em um IPO?

No ano de 2020 foram registrados 26 IPOs no Brasil, com captação total de R$117 bilhões, um número atrás apenas de  2007, quando houve o recorde de 64. Entretanto, muitos foram os IPO que frustraram os investidores, e por consequência, o valor das ações caíram em relação ao preço inicial. 

Desse insucesso, muito se atribui às etapas anteriores aos lançamentos na bolsa, segundo a Comissão de Valores Mobiliários. Sendo assim, nota-se uma emergência no que diz respeito à governança, que estabelece normas e práticas visando à transparência e à equidade no relacionamento com os investidores e o mercado. 

No quesito finanças, é ainda mais essencial a governança, demonstrando uma gestão profissional precisa, com controle interno, gerenciamento de riscos, retidão à legislação e evidências de crescimento dos negócios.

Continue a leitura para saber como a governança financeira está intimamente ligada a processos de IPO.

O que é governança financeira?

Como a governança financeira pode ser operacionalizada?

Aspectos das demonstrações contábeis na governança financeira

  • EBITDA
  • Análise de sensibilidade aos riscos

Governança corporativa e governança financeira: qual é a relação?

Exemplos de governança financeira

Conclusão

 O que é governança financeira?

A governança financeira é o conjunto de boas práticas que legitimam a transparência nos processos financeiros e contábeis de uma corporação. Para empresas que buscam abrir capital na bolsa de valores ou aquelas que cuidam da sua reputação perante os investidores, a governança financeira é indispensável.

Em um modelo macro de governança, as finanças corporativas são onde as expectativas dos investidores estão ancoradas. Desta maneira, é necessário ter em plano um projeto de transparência e acesso às informações sobre a gestão financeira e a capacidade organizacional das contas. 

Relatórios validados por auditorias independentes trazem ainda mais legitimidade e fortalecem a confiança entre ambas as partes: companhia e investidores. Para o processo de IPO, todos os detalhes importam, demonstrando não só uma saúde financeira, mas um comprometimento com o crescimento dos números e a legalidade em suas operações.

Como a governança financeira pode ser operacionalizada?

As empresas listadas em bolsa divulgam, trimestralmente, um informe no qual constam movimentação financeira, créditos vinculados, fluxo de pagamentos e outros pormenores. 

A evolução desses informes, ao longo do tempo, calibra os múltiplos, que dão credibilidade aos investidores e acabam sustentando o preço das ações. 

No IPO,  o ideal é que a empresa se antecipe e se oriente de acordo com as exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além dos relatórios trimestrais, a empresa deve adequar suas demonstrações contábeis nos modelos exigidos pelas instituições reguladoras de companhias abertas.

Afinal, os balanços e outros números financeiros de retrospecto trazem mais garantia e prenunciam que a companhia conseguirá manter-se na ordem vigente de transparência das empresas listadas na bolsa de valores. 

Portanto, cabe uma maturidade na gestão financeira e na liderança da companhia quanto ao nível de detalhes dos relatórios financeiros, bem como no comprometimento da divulgação em datas precisas, previamente divulgadas. 

Entre os balanços financeiros e outros documentos, cabem transparência quanto:

  • Correlação entre o retorno líquido (lucro) e o patrimônio líquido, que é a base para o cálculo do ROE, sigla da expressão Return on Equity, que significa retorno sobre patrimônio líquido,
  • Índices de endividamento e a qualidade da dívida (montante de longo prazo, de curto prazo e seu custo geral), 
  • Resultado financeiro (participação em outras empresas, atualização do capital social, aplicação do caixa, linhas de financiamento e correlação com o câmbio), 
  • Correlação entre a dívida líquida e a geração de caixa, para testar a capacidade de alavancagem e o fluxo de caixa financeiro, que dá condições para a viabilização do fluxo de caixa operacional. 

 

Aspectos das demonstrações contábeis na governança financeira

Em seu último ofício circular, a CVM atentou-se  às orientações quanto aos aspectos relevantes que foram observados como falhos nas demonstrações contábeis para o exercício social encerrado em 31/12/2020. 

A CVM registrou que muitos processos de IPO vêm com fragilidades, chamou a atenção para as normativas anteriores e deu posição de destaque para o cálculo e evidência do EBITDA e a análise de sensibilidade ao risco.

EBITDA: 

Do inglês Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization temos a tradução literal “lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização”, também conhecido como LAJIDA.

Este indicador corresponde ao quanto a empresa está gerando com suas atividades unicamente operacionais, não levando em conta investimentos financeiros, empréstimos e impostos. 

Desta maneira, o olhar corresponde à produtividade e dá uma dimensão de evolução do negócio ano após ano. Segundo a circular da CVM, inúmeros pedidos de IPO apresentam fragilidades na demonstração deste dado e na consistência dos números.

Toda a divulgação do EBITDA deve ser feita de forma consistente e comparável com a apresentação de períodos anteriores e, em caso de mudança, deve ser justificada com descrição pormenorizada.

Análise de sensibilidade aos riscos:

Neste tópico, a CVM reforça a importância da divulgação qualitativa e quantitativa dos riscos existentes, com a descrição de cada um deles, o grau de exposição da companhia e como eles surgem. Além, é claro, dos processos para gerenciamento dos riscos, mostrando como o resultado e o patrimônio líquido seriam afetados.

A CVM ainda destaca os reflexos da Covid-19 e os tratamentos em relação aos créditos fiscais como itens a serem observados pelos responsáveis nas demonstrações financeiras e contábeis, inclusive no processo de abertura de IPO.

Além das exigências da Comissão de Valores Imobiliários, relatórios e demonstrativos financeiros podem seguir templates da Generally Accepted Accounting Principles (GAAP), Financial Accounting Standards Board (FASB) e International Financial Reporting Standards (IFRS).

Governança corporativa e financeira: qual é a relação entre as duas?

No Brasil, há o Código Brasileiro de Governança Corporativa, publicado em 2016, que norteia por meio de “Princípios”, “Fundamentos” e “Práticas Recomendadas” um clima de confiança entre companhias de capital aberto e seus investidores.

De acordo com o documento, os princípios da governança corporativa são: transparência, equidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade corporativa.

No que concerne às finanças corporativas, o código demonstra a operacionalização da área para que a empresa seja viável financeiramente e contribua para um ambiente regulatório, que assegure direitos e deveres dos investidores e da companhia.

Segundo as diretrizes do Código Brasileiro de Governança Corporativa, as demonstrações financeiras devem ser acompanhadas por processos de auditoria interna e externa, além de uma equipe de conselheiros fiscais. 

São discriminadas as atividades de controle interno e gerenciamento de risco e compliance para que haja confiabilidade e integralidade das informações, bem como proteção de todas as partes interessadas

Diante destas recomendações, a expressão Governança Financeira e Gestão de Riscos é cada vez mais comum por sua aplicabilidade técnica nas companhias com capital aberto ou aquelas que buscam participar dos processos de IPO. 

Exemplos de governança financeira

Por anos, a IRB performou acima da média do mercado, entregando um ROE três vezes maior que a média das suas concorrentes. 

No entanto, uma carta da gestora, Squadra, no início de 2020, revelou os balanços patrimoniais, nos quais o ROE alto da IRB era resultado de uma manobra contábil em que passivos eram listados como ativos.

Foi constatado que por muito tempo a empresa ocultou prejuízos acumulados. Após a divulgação, as ações da IRB despencaram. A troca de CEO não foi suficiente para o mercado e os grandes investidores institucionais abandonaram o papel.

Também faz sentido mencionar a Lei Sarbanes-Oxley de 2002 dos Estados Unidos que visa a maior precisão dos controles internos, fortalecimento dos procedimentos de auditoria externa e aprimoramento dos relatórios financeiros. Considerada um dos avanços mundiais em governança financeira, esta lei foi aprovada em resposta à crise de contabilidade corporativa no grupo americano Enron que ocorreu entre 2000–2002.

Conclusão

A boa governança entrega confiança aos investidores e blinda a companhia de possíveis crises em seus papéis. A relevância da governança financeira é ainda mais pronunciada para calibrar a evolução futura da companhia e trazer evidências de produtividade e crescimento. 

Para quem busca lançar a Oferta Pública Inicial de ações, é recomendável checar sua maturidade na gestão financeira, o que inclui desde à liderança, muitas vezes sendo comum a figura do CFO (chief financial officer), até um time extremamente qualificado em compliance e controle de riscos. Auditores externos vêm para gabaritar ainda mais todos os processos, bem como soluções tecnológicas que trazem agilidade e precisão aos dados e resultados.

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O que os CFOs esperam para o ano de 2021?

Enquanto retirávamos a última página do calendário de 2020, muitos de nós esperávamos que 2021 reservaria experiências e acontecimentos melhores. No entanto, o que as pessoas e empresas notaram é que várias das lutas que enfrentamos estarão presentes neste ano também. 

De alguma forma, os CFOs perceberam que estamos em modo de recuperação após quedas persistentes de receita e gerar negócios está mais difícil do que nunca, com a Covid-19 ainda se espalhando fortemente e fazendo vítimas, mesmo com o processo de vacinação em andamento.

A Covid-19 foi responsável por forçar uma transformação e adaptação dos departamentos financeiros: na hora de produzir os relatórios, na segurança de informação, na escolha de provedores de serviços terceirizados e cadeias de suprimentos, na terceirização de processos e muito mais.

Mas são nesses momentos, diante de pressão extrema e situações novas, que as organizações descobrem o que precisam mudar para se preparar. Por isso reunimos aqui dados, informações e reflexões a fim de que CFOs e líderes financeiros se preparem para o que reserva o ano de 2021. Confira!

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Megavazamento de dados e o papel dos CFOs na cibersegurança

Um ano comum, com ou sem pandemia, é pontuado por pelo menos um grande ou até mesmo megavazamento de dados – pessoais, financeiros e corporativos. Não que eles sejam mais comuns, mas com todas as legislações de proteção em voga, por todo o mundo, esse tipo de descuido ou crime, deve ser notificado. 

O CFO, como líder do departamento financeiro, tem de se preocupar com esse tipo de evento, por diversos motivos: seja com o tipo de dados vazado; seja pelos gastos com multas e penalidade; seja, por fim, para modificar o orçamento; e até no seu trabalho em momentos como aquisições e fusões. 

Mas vamos destrinchar os elementos dessa equação, a começar pelo mais recente vazamento de dados no Brasil. 

Megavazamento de dados chama atenção dos CFOs

O mais recente evento reportado foi um “megavazamento” de mais de 230 milhões de informações de brasileiros, cujas fontes são desconhecidas, mesmo que algumas delas façam referências a empresas específicas.

Esses dados foram divulgados por um hacker em um fórum online, e logo despertou o desespero de milhões de brasileiros. Entre as informações divulgadas estão: 

  • Dados básicos relativos ao CPF (nome, data de nascimento e endereço).
  • Endereços.
  • Fotos de rosto.
  • Score de crédito (que diz se é bom pagador), renda, cheques sem fundo e outras informações financeiras.
  • Imposto de renda de pessoa física.
  • Dados cadastrais de serviços de telefonia.
  • Escolaridade.
  • Benefícios do INSS.
  • Dados relativos a servidores públicos.
  • Informações do LinkedIn.

E por que esse tipo de evento deve interessar o CFO? Primeiro, pelos danos financeiros que pode causar a uma empresa, sem contar aqueles de imagem e reputação. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020, tem como objetivo garantir mais segurança e transparência às informações pessoais coletadas por empresas públicas e privadas.

Segundo reportagem do G1, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que cuida de casos como esse, ainda não tinha revelado um plano de ação para descobrir quem cometeu o crime. Enquanto isso, um CFO que passa por uma notícia como essa pode se perguntar qual o seu papel em crises como essas.

Segurança da informação é prioridade para CFOs

Em um estudo recente da consultoria global Protiviti, Prioridades de Finanças na Era da Covid, 80% dos 1.057 CFOs (e outros grandes cargos de finanças) responderam que segurança e privacidade de dados é a principal prioridade para 2021, primeiro lugar entre as 10 listadas. 

O estudo tirou um insight muito importante sobre os CFOs mais resilientes do mercado e o tema cibersegurança. Eles se engajam, falam e são exemplos a serem seguidos. Grupos financeiros de alto desempenho são capacitadores integrais quando o tema é segurança cibernética organizacional. Eles concentram sua experiência em finanças em como os gastos com segurança e privacidade de dados são avaliados, como esses investimentos são alocados e como os riscos cibernéticos são quantificados em dólares e articulados em termos de negócios. 

Os principais CFOs também estão engajados em como a organização identifica e monitora os riscos de segurança cibernética de terceiros, principalmente em casos tão perigosos quanto os dos megavazamentos. Em um mundo de dados compartilhados e cibercrimes, os melhores CFOs entendem seu papel a longo prazo na cibersegurança da sua companhia. 

Vazamentos de dados e aquisição e fusão de empresas

Hoje, a aquisição e fusão de empresas é um processo comum, mas que envolve várias etapas e exige uma auditoria estrutural, contábil e jurídica, para analisar os possíveis riscos de realizar uma movimentação importante como essas. Nesse processo, até pouco tempo atrás, não se considerava possíveis problemas e gastos com vazamento de dados. 

Até que casos como o do Yahoo foram noticiados. A Verizon comprou a empresa em 2016 e, só depois, foi divulgado um grande vazamento de dados da Yahoo durante o período de 2013-2014. Quem pagou a multa? A empresa adquirente teve que arcar com o valor de US$ 3 bilhões para os clientes atingidos, além de uma redução do valor do Yahoo em US$ 350 milhões. 

Em processos de aquisição e fusão, o histórico de cibersegurança das empresas deve ser auditado de forma a gerar menos dos de cabeça para o CFO. 

O papel do CFO na cibersegurança e vazamento de dados

Cost of a Data Breach Report do Ponemon Institute, de 2020, caculou que o custo médio global de uma violação de dados é de US$ 3,86 milhões. Além desses custos, um CFO precisa levar em consideração outras consequências, como queda nos valores de ações, honorários advocatícios, pagamentos de horas extras durante todo o processo de controle de danos à imagem da empresa. Por isso, muitos especialistas indicam e avaliam que os CFOs precisam desempenhar um papel ativo na redução do risco cibernético de sua empresa.

Esse executivo não deve ser apenas responsável por aprovar o investimento em medidas de segurança e conscientização da empresa, mas preparar um plano de continuidade de negócios durante casos de vazamento, os custos de uma violação de dados para a empresa, apresentar esforços de segurança aos investidores, por exemplo.

Ainda por cima, com um contexto mais amplo de trabalho remoto durante a pandemia da Covid-19, ampliou-se as fragilidades na transmissão de informações e as possibilidades de ataques cibernéticos. “Os CFOs precisam especialmente colaborar com os gerentes de TI e de risco para garantir que os novos riscos de segurança cibernética decorrentes da adoção de trabalho remoto não ultrapassem as políticas projetadas para proteger dados vulneráveis”, afirma Alexander Bant, vice-presidente de prática da empresa de pesquisa Gartner.

A própria Gartner propõe um guia rápido de 3 passos para que o CFO garanta a cibersegurança dos processos e dados financeiros de uma empresa: 

Passo 1: Analisar

Desenvolva políticas e diretrizes que identifiquem as áreas nos processos financeiros mais vulneráveis ​​a ataques ou aquelas que mais atrairiam possíveis criminosos. O objetivo principal é minimizar a possibilidade de um ataque cibernético bem-sucedido. Um exemplo de tática de mitigação seria identificar os principais ativos de dados financeiros e aplicativos de software (por exemplo, soluções de finanças em nuvem) e sua vulnerabilidade relativa.

Passo 2: Responder

Esclareça o plano de ação destacando funções e responsabilidades no caso de uma violação bem-sucedida de dados financeiros, destacando as resoluções mais rápidas possíveis. Um objetivo do plano pode ser designar um ponto de contato para o qual todos os funcionários de finanças possam relatar quaisquer instâncias de ataque cibernético e alguém que seja o primeiro a responder e fazer algo no departamento de finanças, como, por exemplo, o diretor de contabilidade, para analisar o impacto financeiro exato do ataque.

Etapa 3: Revisar

Defina políticas de governança que incentivem verificações regulares sobre a integridade das medidas de segurança cibernética em vigor para os processos financeiros. Isso garante que a organização continue preparada para as ameaças aos seus dados financeiros e para as novas realidades do local de trabalho. Um objetivo do plano pode ser criar uma equipe multifuncional de finanças, TI e risco/auditoria que apresente relatórios regulares sobre o estado da segurança dos dados financeiros.

Segurança de dados no Accountfy

Nossa plataforma lida com dados sensíveis de diversas empresas, portanto a cibersegurança é uma das nossas prioridades. Além de oferecer controle individual de acesso, registramos todas as ações dos usuários na plataforma e seguimos padrões globais de segurança, que incluem: criptografia dos dados e controle de acesso por meio da Google Cloud Platform e armazenamento de dados e ambiente de produção com backups diários.

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Como usar a DRE para melhorar o desempenho da sua empresa

Muitos gestores e profissionais de contabilidade veem as Demonstrações contábeis, como a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), como obrigações a serem cumpridas. Contudo, elas podem ser mais do que isso, desempenhando o papel de auxiliar na gestão estratégica do negócio, bem como na tomada de decisão. 

Contudo, muito além de sua característica mandatória, o documento pode ser elaborado mensalmente, tendo um protagonismo como ferramenta de um instrumento de gestão de performance da empresa, orientando também o planejamento financeiro e a definição da visão de futuro do negócio.

Neste artigo, detalhamos o conceito da DRE e mostramos a relevância desse tipo de documento. 

O que é a DRE?

A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um relatório contábil que mostra se a operação de uma empresa gerou lucro ou prejuízo contábil em dado período de tempo.

De acordo com a legislação fiscal, essa é uma das demonstrações contábeis obrigatórias para todas as empresas, exceto os MEIs. O documento deve ser elaborado anualmente sempre após o encerramento do ano-calendário.

Ao lado do Demonstrativo de Fluxo de Caixa e do Balanço Patrimonial , o DRE é um das peças utilizadas na consolidação contábil no caso de Grupos econômicos. O documento permite medir o potencial de lucratividade do negócio, apontando possíveis ajustes sempre que necessário. 

Na prática, a DRE possibilita a construção uma série de indicadores relevantes que orientam a gestão corporativa. São eles:

  • Faturamento Bruto;
  • Ticket Médio;
  • Resultado Líquido;
  • Despesas com Impostos;
  • Custos de Infraestrutura;
  • EBITDA.

A partir dos dados que constam na DRE, tanto o profissional de contabilidade quanto o gestor têm condições de avaliar a saúde financeira da Companhia/Empresa. 

Em suma, a DRE possibilita a detecção de uma série de aspectos que requerem atenção e alocação de recursos financeiros. É possível, por exemplo, mapear a origem de despesas ou gargalos na performance das vendas e fazer os ajustes necessários, buscando o máximo desempenho.

Tomando como base as informações e indicadores da DRE, construa estratégias mais consistentes de captação de recursos, crescimento e expansão de negócios. 

A estrutura da DRE

A estrutura da Demonstração de Resultado de Exercício é definida pela Lei 6.404/1976, Artigo 187, considerando também a alteração pela Lei 11.638/2007 e deve conter:

  1. A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  2. A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
  3. As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
  4. O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  5. O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para o imposto;
  6. As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 
  7. O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

A estrutura indicada na lei se aplica às empresas de capital aberto. Ainda assim, atualmente, o presente formato é usado pela maioria das Entidades de diferentes setores. 

Como elaborar uma DRE?

Para produzir o relatório, de acordo com o modelo proposto pelo governo, o profissional de contabilidade precisa realizar uma série de cálculos que irão facilitar a construção da DRE

Veja os principais passos a serem seguidos: 

  1. Apresentar a Receita Bruta de vendas, subtraindo dela todas as deduções (devoluções e cancelamentos) e impostos. Como resultado, tem-se a Receita Líquida do período. 
  2. Da Receita Líquida, basta subtrair os custos das mercadorias produzidas/vendidas e/ou serviços prestados. O resultado é a Margem Bruta.
  3. Da Margem Bruta, é preciso subtrair as despesas operacionais, como por exemplo despesas administrativas, comerciais resultando no Resultado Operacional Líquido, que consequentemente deduzido do resultado financeiro e também das despesas com depreciação e amortização chegando ao LAJIDA (Lucros antes dos juros impostos, depreciação e amortização) também conhecido pela sigla em inglês EBITDA (Earning before interests taxes depreciation and amortization).
  4. Por fim  o passo é deduzir as despesas de Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, obtendo, então, o Resultado Líquido do Exercício: esse é o objetivo da DRE.

Exemplo de uma DRE

A seguir, é possível conferir o exemplo de uma DRE para compreender onde fica cada elemento:

FATURAMENTO BRUTO (relacionado à venda de produtos para empresa industrial)

(-) Imposto sobre os Produtos Industrializados(IPI)  

= RECEITA de VENDAS BRUTA (vendas de Mercadorias e Prestação de Serviços)

(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/COFINS)

(-) Descontos incondicionais concedidos

(-) Devoluções de Vendas

(+) Reversão dos Impostos Sobre Devoluções de Vendas

(-) Abatimentos sobre Vendas (sem reversão dos impostos sobre a parte abatida)

= RECEITA DE VENDAS LÍQUIDA

(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV, inclui frete/seguros sobre compras de insumos)

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV, inclui frete/seguros sobre compras de mercadorias)

(-) Custo dos Serviços Prestados (CSP)

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

(-) Despesas Comerciais (inclui publicidade e propaganda, marketing, eventos, depreciação de veículos de vendas/entregas, fretes/seguros sobre vendas, salários de vendedores, despesa de provisão para devedores duvidosos, brindes)

(-) Despesas Gerais e Administrativas (inclui impostos e aluguéis sobre prédios administrativos, depreciações em geral, salários, impostos, benefícios – como plano de saúde e vale refeição, contabilidade, contas de água, luz e telefone, seguro e honorários de diretoria)

(-) Outras Despesas Operacionais (inclui despesas ligadas à operação da empresa, como custo de equivalência patrimonial e despesas de ajuste ao valor de mercado)

(+) Outras Receitas Operacionais (inclui os valores das vendas de serviços ou produtos relacionados à atividade econômica da empresa. Ou seja, abrange receitas de equivalência patrimonial, receitas de ajuste ao valor de mercado, aluguéis ativos e reversão de provisão para devedores duvidosos)

(-) Despesas Financeiras (inclui IOF, variações monetárias passivas, descontos condicionais concedidos a clientes, juros pagos a fornecedores, variações cambiais passivas, tarifas bancárias com manutenção de conta e transferências)

(+) Receitas Financeiras (inclui variações monetárias ativas, descontos condicionais concedidos, juros; descontos recebidos; rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa; receitas de títulos vinculados ao mercado aberto; receitas sobre qualquer outro investimento temporário; prêmios sobre resgate de títulos e debêntures; juros recebidos sobre o valor do depósito judicial ou extrajudicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário);

(-) Outras DESPESAS (inclui custo de venda de ativo imobilizado)

(+) Outras RECEITAS (inclui receita de venda de ativo imobilizado)

(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO antes do imposto de

renda e da contribuição social sobre o lucro líquido

(-) Despesa com Provisão de Imposto de Renda

(-) Despesa com Provisão de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

(=) RESULTADO LÍQUIDO antes das participações 

Importante: As participações abaixo devem ser calculadas rigorosamente na ordem proposta. Para o cálculo da próxima, deve ser sempre abatido o valor da participação anterior.

Fórmula: 

Base de cálculo das participações = Resultado líquido antes das participações – Prejuízo acumulado de exercícios anteriores

(-) Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)

(-) Empregados (dedutível do Imposto de Renda)

(-) Administradores

(-) Partes Beneficiárias

(-) Fundos de Assistência e Previdência para Empregados

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Assim como outras demonstrações contábeis, a DRE é um poderoso instrumento de gestão e planejamento que revela muito sobre o potencial produtivo e de rentabilidade do seu negócio.  

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Balanço patrimonial: o que é e qual é sua importância

Na gestão corporativa, o balanço  patrimonial é um documento que representa o estado das finanças de uma empresa em um determinado momento. Por si só, o documento não permite analisar as tendências que estão ocorrendo por um período mais longo. Por isso, o balanço atual deve ser comparado com os de períodos anteriores. Do mesmo modo, é importante compará-lo com os de outras empresas no mesmo setor, uma vez que cada área tem abordagens exclusivas de financiamento.

Na prática, o balanço patrimonial entrega vários índices que ajudam os investidores a terem uma noção do quão saudável financeiramente é uma empresa. Nesse sentido, também é uma boa recomendação analisar conjuntamente o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), ambos são documentos que também apresentam um contexto para avaliar as finanças.

Neste artigo, apresentamos: 

  1. Conceito de balanço patrimonial
  2. Estrutura do balanço patrimonial
    2.2. Subdivisões do Balanço patrimonial
  3. Balanço patrimonial e DRE
  4. Obrigatoriedade do balanço patrimonial

Conceito de balanço patrimonial

O balanço patrimonial é a demonstração financeira que relata os ativos, passivos e patrimônio líquido de uma empresa em um ponto específico no tempo. Esse é o relatório que fornece uma base para calcular as taxas de retorno e avaliar a estrutura de capital da companhia. Ele é uma demonstração financeira que mostra o que a empresa possui e deve, bem como o valor investido pelos acionistas.

A partir dele é possível visualizar tudo que aconteceu na empresa durante um determinado período. Seu objetivo principal é facilitar a análise da posição patrimonial da companhia, visualizando todos seus bens, obrigações e direitos.

Na prática, o balanço patrimonial é usado juntamente com outras demonstrações financeiras, como DRE e DFC. São esses os documentos que permitem a realização de análises fundamentais ou cálculos de índices financeiros. Em síntese, eles fornecem as informações financeiras básicas usadas para avaliar um negócio.

Estrutura do balanço patrimonial

Esse documento mostra os ativos totais da empresa e como esses ativos são financiados, por meio de dívida ou patrimônio. Sua estrutura é dividida em três categorias:

  • Balanço Patrimonial Ativo: consiste no registro dos direitos, aplicações de recursos e bens da empresa. Aqui, devem constar os investimentos financeiros e títulos públicos ou privados;
  • Balanço Patrimonial Passivo: é representado pelo conjunto de obrigações financeiras da organização com o governo, empresas parceiras e colaboradores;
  • Patrimônio Líquido: é formado pelo total de recursos investidos pelos sócios e pelas reservas de capital realizadas.

Subdivisões

Para organizar os dados do balanço, os agrupamentos em blocos de contas são usados para facilitar a leitura e análise do relatório. Sendo assim, os ativos e passivos são separados em:

  • Ativos circulantes: os direitos que a empresa possui e que consegue realizar, ou seja, transformar em dinheiro em um período inferior a um ano. São contas do circulante: caixa, bancos, contas a receber e estoques.
  • Ativos não circulantes: são os bens e direitos com realização acima de um ano. Os direitos de mais longo prazo, previstos no realizável de longo prazo e os bens da empresa, como o Imobilizado e os Investimentos, pertencem a esse grupo. No Imobilizado constam os bens e direitos que a empresa adquire para manter suas atividades em funcionamento, como os edifícios, terrenos e máquinas. Já os Investimentos abrangem as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. 
  • Passivo Circulante: obrigações com vencimento de um prazo de até um ano, como fornecedores, empréstimos e impostos.
  • Passivo não Circulante: formado pelas obrigações com vencimento superior a um ano, como parcelas de empréstimos de longo prazo.

Balanço patrimonial e DRE

Assim como o balanço patrimonial, o DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício) é outro relatório fundamental para uma estratégia contábil completa e acertada. Os dois são relatórios contábeis obrigatórios e complementares, com entrega prevista em lei, que auxiliam as companhias na gestão patrimonial a partir de um registro ordenado e padronizado de dados. 

Enquanto o balanço patrimonial permite o levantamento preciso de ativos e passivos, o DRE apresenta o resultado financeiro do exercício, a partir da relação completa de receitas e despesas do negócio sob o regime de competência.

Obrigatoriedade

A legislação prevê que toda pessoa jurídica registrada no Brasil deve fazer a entrega do balanço patrimonial ao final de cada exercício social. Apenas as empresas registradas como MEI são dispensadas do envio das demonstrações contábeis

Caso a empresa deixe de fazer a escrituração corretamente e não apresente o balanço patrimonial, ela pode se deparar com uma série de problemas: 

  • Falta de compliance com a legislação fiscal;
  • Impossibilidade de usar dados do balanço para defesa de processos tributários;
  • Sem ele, não é possível analisar o desempenho da empresa de acordo com a competência;
  • Impossibilidade de distribuir lucros isentos acima da presunção;
  • Dificuldade para elaborar o levantamento de posses dos sócios em uma possível saída da empresa;
  • Sua ausência também impede a apresentação de requerimento de recuperação judicial da empresa, já que, nesse caso, o documento é imprescindível segundo a Lei 11.101/2005.

Como vimos, o balanço patrimonial é um documento indispensável para a gestão contábil e financeira. Mais do que isso: é um relatório importante também para a estratégia da empresa.

Isso porque, a partir da organização financeira, o gestor tem condições de elaborar  sua estratégia, ajustando-a quando necessário, buscando o crescimento consistente e sustentável e mantendo a lucratividade da companhia. 

Gostou do artigo e quer saber mais sobre outros documentos contábeis? Continue acompanhando o blog! 

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Contabilidade moderna: por que digitalizar o processo de fechamento?

A gestão de uma empresa e dos seus processos é altamente desafiadora. Muitas tarefas e compromissos são obrigatórios e precisam ser feitos com a máxima eficácia e precisão. A gestão contábil, por exemplo, é um deles.

Contudo, nem todas as companhias possuem os mesmos recursos para gerenciar a complexidade dos processos de negócios, como contabilidade, planejamento e emissão de relatórios. As companhias de médio porte, por exemplo, enfrentam um desafio de qualificação. 

De acordo com dados da Ventana Research, embora 45% das empresas maiores realizem análises financeiras muito bem, apenas 29% das organizações de médio porte alcançam esse nível de maturidade na gestão das finanças. 

A pesquisa também identificou lacunas semelhantes em outros processos. Quando o assunto é o orçamento e controle fiscal, 40% das companhias de grande porte conseguem um bom desempenho, contra somente 27% das empresas de médio porte.

Os números apontam para uma questão latente: as companhias que têm tamanho médio precisam modernizar o processo contábil justamente para minimizar os gargalos que surgem com o aumento das demandas. E a solução é explorar ferramentas tecnológicas inovadoras que substituirão procedimentos ultrapassados. 

Os novos aplicativos e ferramentas disponíveis no mercado agregam valor aos processos contábeis e financeiros. Eles dão lugar, por exemplo, às já ultrapassadas planilhas alimentadas manualmente, permitindo que a equipe seja mais produtiva e foque em atividades estratégicas para o setor.

Neste post, mostramos porque a sua empresa deve explorar o melhor da tecnologia para otimizar o fluxo de trabalho do setor contábil.

Por que investir em um processo contábil inovador?

O relatório A Global Confidence Check for Finance & Accounting’, conduzido pela Capstone Insights, apontou algumas das dificuldades das empresas de médio porte (com receita entre US$ 100 milhões e US$ 749 milhões) de 8 países (França, Alemanha, Singapura, Estados Unidos, Espanha, Canadá, Reino Unido e Austrália): 

  • 14,5% dos entrevistados na categoria de US$ 100- US$ 250 milhões sentem que não podem confiar completamente na precisão de seus dados;
  • Apenas 30% dos entrevistados na categoria de US$ 500 a US$ 750 milhões concordam fortemente com a afirmação: “Eu confio totalmente na precisão dos dados financeiros da minha empresa”; 
  • Somente 27% na faixa de receita acima concordam fortemente que “nossa equipe executiva está altamente satisfeita com o acesso em tempo real que ela têm ao desempenho financeiro da organização”.

Os resultados são alarmantes e certamente podem ser replicados à realidade brasileira. E é principalmente nessa esfera que a inovação dos processos financeiros e contábeis pode ser aplicada: auxiliar na segurança e precisão das atividades realizadas.

Outra questão importante que a adoção de uma nova gestão leva em conta é quanto ao avanço da transformação digital. Optar pela modernização dos setores ligados à contabilidade é garantir vantagem estratégica em um mercado altamente competitivo. 

Além disso, a realidade do trabalho remoto exige o uso de ferramentas simples, acessíveis, práticas e seguras. Com muitos profissionais executando suas atividades em home office, o gestor financeiro precisa assegurar tanto a acuracidade e disponibilidade de dados como acesso em tempo real para o seu time. 

Neste contexto modernizar a gestão contábil e adotar ferramentas que agregam recursos tecnológicos como computação nuvem é a melhor estratégia a ser adotada.

3 características centrais da gestão contábil moderna

Atualmente, muitas empresas de médio porte ainda gerenciam suas tarefas manualmente. Em alguns setores, inclusive, os profissionais dependem das planilhas em Excel para fazer a gestão contábil.

Contudo, os processos manuais incidem em um número maior de erros, gerando a preocupação já mostrada e retrabalho. A modernização dos processos contábeis transforma esse cenário ao inovar, trazer facilidades e vantagem competitiva para a companhia.

Conheça três qualidades de uma gestão contábil disruptiva:

1- Centralização em um único lugar: todos os seus sistemas e dados são integrados em uma única plataforma. De tal modo o fechamento contábil e os fluxos de trabalho são padronizados, garantindo maior consistência nos processos, como também eficiência e controle.

2- Automação de processos: uma gestão contábil moderna permite que muitos processos do seu fluxo de trabalho sejam automatizados. Desse modo, é possível garantir aumento de produtividade e atuação mais estratégica para o time. Afinal, quando os profissionais deixam de executar tarefas operacionais, eles ganham tempo para se concentrar em atividades de maior valor e projetos estratégicos.

3- Inteligência de negócios: com a digitalização das operações contábeis, o time tem acesso às melhores ferramentas para fazer um acompanhamento contínuo dos processos e resultados. 

E muito além de orientar a execução, as soluções tecnológicas fornecem dados que orientam as análises de desempenho e as tomadas de decisão. A tecnologia permite identificar as necessidades de evolução, usando como ponto de partida a inteligência de negócio gerada com o suporte do sistema.

Principais benefícios de uma gestão disruptiva

Para modernizar a gestão da atividade contábil em uma empresa de médio porte o ideal é contar com o suporte de uma plataforma digital que seja capaz de agilizar os processos a partir da utilização dos melhores recursos disponíveis online. 

Ao escolher uma solução hospedada em cloud computing, por exemplo, os fluxos de trabalho ligados aos setores de finanças e fiscal ganham agilidade, consistência e qualidade nas entregas. Sua utilização também evita riscos relacionados à segurança da informação, como corrompimento de arquivos e uso de dados incorretos extraídos de planilhas.

Veja os quatro principais benefícios que sua empresa pode usufruir ao investir em uma plataforma de gestão contábil:

1- Confiabilidade na gestão de dados:  com a automação de tarefas operacionais e repetitivas os dados deixam de ser gerenciados manualmente, evitando falhas nos processos. Dessa maneira, com uma base de dados mais limpa e segura, a tomada de decisões também se torna mais assertiva.

2- Foco em tarefas estratégicas: uma plataforma de gestão contábil permite que você, como gestor, padronize e automatize boa parte da carga de trabalho. Com isso, é possível excluir muitas das tarefas repetitivas e tediosas da lista de atribuições dos colaboradores. Ou seja, eles ganham tempo e energia para atender a demandas mais críticas e estratégicas. 

3- Visibilidade dos processos: o seu time sabe exatamente como deve priorizar seu trabalho e canalizar seu tempo e energia? Possivelmente não. E gerenciar o volume de trabalho é um desafio para muitos gestores e profissionais. Por isso, nada melhor do que ter essa demanda centralizada e visível em um único lugar. A utilizar uma ferramenta tecnológica que faça a gestão os profissionais têm visibilidade instantânea e em tempo real, com painéis e relatórios que indicam quais são as tarefas prioritárias. 

4- Ambiente de controle aprimorado: com recursos colaborativos e workflow de revisão, a plataforma de gestão contábil permite que todos tenham acesso aos processos em andamento.  Além disso, os gestores de alto nível conseguem manter esse ambiente com um controle aprimorado, aumentando o grau de confiança nos processos e resultados. 

Comece a modernizar a gestão contábil

Levantamento feito pela Gatepoint Research descobriu que quase 40% dos executivos de finanças das médias empresas americanas concordam que o esforço manual é uma questão importante em suas empresas. 

Já mais de dois terços dos entrevistados disseram que suas equipes dependem inteiramente do ERP ou Excel para gerenciar as informações contábeis. Continuar utilizando recursos manuais coloca as organizações de médio porte em desvantagem competitiva!

Investir na digitalização dos processos contábeis é a melhor maneira de otimizar o fluxo de trabalho do setor. Com a adoção de um sistema, o seu time passa a ter acesso às melhores ferramentas para melhorar continuamente a qualidade das entregas. 

Ou seja: a tecnologia ajuda a fazer mais em menos tempo, reduzindo o prazo necessário para o fechamento mensal.

Ao automatizar os processos, o setor também passa a contar com reports melhores e mais ágeis, aumentando a eficiência e gerando vantagem competitiva para a empresa.  

A boa notícia é que as organizações de médio porte não precisam assumir projetos de transformação de um ano, para obter esses benefícios. Agora, eles são facilmente alcançáveis com soluções de Gestão de Desempenho Corporativo (CPM) como o Accountfy

A plataforma recebe os dados contábeis, que podem ser gerados pelo ERP – balancete ou razão – e, usando algoritmos proprietários, os transforma em informações gerenciais.

Quer contar com a ajuda da tecnologia para otimizar o processo de gestão de fechamento contábil? Conheça o Accountfy

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O que são taxas de crescimento compostas?

As taxas de crescimento compostas são um dos principais indicadores (KPIs) que os líderes financeiros devem acompanhar para analisar a rentabilidade média de investimentos da empresa. Elas servem para comparar diferentes períodos, podendo ser entre anos, semestres e meses específicos.

Em resumo, as taxas de crescimento compostas indicam o retorno, durante um determinado período, que fez o valor do saldo inicial chegar ao saldo final registrado. E também são usadas para estudar a necessidade de ajuste de retorno, com a simulação de um crescimento com base em uma taxa constante de lucros e sua replicação a cada ciclo.

Quais as principais taxas de crescimento compostas?

São duas as taxas mais analisadas: a anual e a mensal. Essas métricas são úteis em diferentes contextos e apresentam análises mais amplas ou detalhadas sobre o crescimento esperado da empresa para constatar possíveis desvios, considerando um olhar de diversos períodos.

A taxa de crescimento anual comparado, conhecida como CAGR – sigla em inglês para Compound Annual Growth Rate – é usada para observar tendências nos números relacionados às receitas, despesas e investimentos. Como o próprio nome já diz, ela considera a taxa anualizada, e assim indica a mudança no período de amostragem, que abrange o ano base e o ano final escolhido. Elas costumam ser usadas para calcular intervalos de 5 anos – considerando uma estabilidade maior – ou cenários de 2 anos – tendo em vista períodos de incertezas econômicas.

Por exemplo, uma indústria que tem um produto que costuma ser mais consumido no inverno, poderá comparar o  período da estação de um ano para o outro com uma taxa de lucro esperada. Uma possível análise é compreender os impactos de um inverno mais rigoroso em suas métricas de crescimento.

a taxa de crescimento mensal comparado, chamada CMGRCompound Monthly Growth Rate em inglês – considera períodos mais curtos. Usualmente são comparados meses dentro de um mesmo ano. A variação simples analisa o mês inicial e o mês final de um gráfico. Mas também é possível fazer a comparação entre diferentes meses, por exemplo, considerar março e junho, visualizando apenas a variação entre eles, sem contabilizar os meses de abril e maio.

Outro uso interessante da CMGR é para a variação mês a mês com a visualização de indicadores de tendência. Isso facilita a verificação das oscilações positivas e negativas entre os períodos.

Como calcular a CAGR?

É utilizada uma fórmula para o cálculo da CAGR, a qual considera o valor inicial, o valor final e o período total em anos.

CAGR = (Valor Final/ Valor Inicial)^(1/número de anos) –1

Vamos tomar por exemplo a seguinte situação: Uma empresa investiu em agosto 2017 um capital de R$ 100 mil. Em agosto de 2018 o investimento alcançou R$130 mil, mas em agosto de 2019 o retorno foi abaixo do esperado, registrando o saldo de R$140 mil. Neste ano de 2020 a empresa decide averiguar a taxa, tendo como saldo total R$195 mil em agosto. O cálculo seria o seguinte:

CAGR

(R$195.000,00/R$100.000,00)^(1/3) –1

(1,95)^(1/3) –1

1,2493 –1

0,2493

CAGR = 24,93%

 

O resultado significa que o crescimento no período foi de 24,93%, métrica que pode ser usada para comparar com outros períodos ou investimentos da empresa, analisando se esta tem alcançado o retorno esperado no planejamento inicial do investimento, mesmo apresentando variação de lucro entre os períodos.

Como calcular a CMGR e fazer a transição para CAGR?

Em comparação com o fórmula para o cálculo anual, há apenas uma única alteração na CMGR, já que agora é considerado o período mensal:

CMGR = (Valor Final/ Valor Inicial)^(1/número de meses) –1

Logo, o passo a passo do cálculo é o mesmo da CAGR.  Em síntese, a diferença entre elas, para além do período analisado, é que a taxa mensal apresenta uma medida muito mais precisa do desempenho do investimento. Isso porque o resultado considera as mínimas alterações a cada mês. Por isso, para ações de curto período convém utilizar a CMGR. Já para planejamentos e investimentos a longo prazo o ideal é a CAGR.

Como os setores financeiros costumam analisar com mais frequência os resultados com base nas porcentagens anuais é possível encontrar dificuldade na transição para o CMGR. Atualmente, os diretores financeiros optam por ferramentas que calculam as taxas automaticamente e com a apresentação em gráficos para a melhor visualização das variações. Entretanto há uma fórmula simples para converter de maneira fácil a CMGR para CAGR:

CAGR = (CMGR + 1) ^ 12 -1

Ao encontrar o resultado basta dividi-lo por 100 para obter a porcentagem anual. Mas é preciso atenção ao utilizar esses indicadores no momento da análise, já que são análises compostas, que indicam um número constante, sem considerar movimentações no capital de investimento.

Quais as limitações das taxas de crescimento compostas?

Como é um indicador que auxilia no planejamento ele deve ser visto como um número fixo ideal ou fictício, que representa o crescimento previsto com base em uma taxa constante ou o crescimento alcançado sem considerar variações em diferentes momentos do período. Ou seja, esse KPI não considera a volatilidade do crescimento nem as intempéries econômicas. Isso dificulta a previsão de riscos.

Na CAGR, por exemplo, não são consideradas as movimentações, como aportes ou retiradas, gerando um resultado inflacionado ou deflacionado. Isso porque uma premissa central das taxas de crescimento compostas é de que os lucros são reinvestidos. Ou seja, os rendimentos permanecem na conta, eles não são sacados.

Erros comuns na CAGR e na CMGR

Um equívoco é considerar as taxas compostas apenas para os cálculos financeiros, como de receitas e investimentos. Elas são úteis também na avaliação de números gerenciais e índices de competitividade, como variação nas vendas, no churn e na satisfação do cliente. Assim ela se torna uma aliada na comparação com a concorrência.

Outro erro comum é utilizar análises CAGR em crescimento inconsistentes. Como a taxa anual não considera as oscilações causadas por efeitos externos à empresa, usá-la pode passar a falsa sensação de um crescimento constante. Por isso quando os números variam muito mês a mês é melhor utilizar a CMGR, isso evita a ilusão de que a empresa passa por uma exponencial. Assim os gestores podem compreender porque o crescimento é maior em um mês em relação ao outro e repensar as estratégias da empresa.

Nova call to action

 

Gestão de dívidas: quando considerar a renegociação?

Tão importante quanto superar a inadimplência é saber o melhor momento para a renegociação de dívidas da sua empresa. Um novo acordo com cláusulas e condições desalinhadas com o planejado pode comprometer ainda mais a saúde financeira do negócio.

Compreender o saldo disponível para o pagamento das obrigações, o montante a ser pago e os valores de parcelas não é o suficiente. É preciso planejar cenários e preservar o caixa para ter condições de manter os pagamentos em dia.

Enquanto a receita reduz e as dívidas persistem – ou até aumentam – é importante tomar decisões com agilidade. E através do acompanhamento dos resultados da empresa, decidir o melhor momento para a renegociação.

Neste artigo você encontrará dicas para diminuir os impactos das dívidas já existentes e para alcançar acordos eficazes com bancos e fornecedores.

Por onde começar?

Não se trata de uma pergunta retórica: quando se fala em dificuldades na gestão de dívidas, não é tão simples compreender os primeiros passos para retornar a operar no azul.

Muitos diretores financeiros se perguntam: qual dívida preciso quitar com urgência? Qual é minha prioridade nesse momento? Qual setor deve ser analisado? Entre outras questões. E nesse processo, principalmente se o gestor não conta com um reporte claro e preciso sobre a saúde financeira da empresa, tomar decisões se torna ainda mais complicado.

Então o primeiro passo é entender qual o motivo da inadimplência. Nem sempre a falta de pagamento é resultante da falta de dinheiro em caixa. Às vezes as empresas têm rendimento suficiente, mas estão destinando os recursos de forma errada ou tendo gastos excessivos e desnecessários em alguns setores.

Aqui vale mencionar um papel relevante das áreas de contabilidade e controladoria. Elas ajudam no entendimento da rotina do capital na empresa. Indicando como e quando ele entra – vendas, recebimentos e renovações – e sua saída – custos, gastos, impostos, investimentos e outros.

Se o negócio está sendo afetado por uma crise externa, compreenda quais mudanças ocorreram. Tenha números confiáveis sobre as mais variadas situações, como cancelamentos de contratos, diminuição das vendas, menor oferta de matéria prima, entre outras.

Ao ter isso em mente, já é o momento de conversar com o credor? Não! Antes planeje os possíveis cenários, faça prognósticos sobre impactos de novos acordos e observe se conseguirá cumprir com os termos e prazos de uma renegociação. Logo, faça primeiro a modelagem e o planejamento financeiro.

Modele e planeje com base nas principais premissas

Crie cenários positivos, neutros e negativos para os próximos três meses, mas construa também um estudo semestral e anual. Busque saber o contexto econômico e o que esperar.

Opte por plataformas de gestão para te ajudar no processo de análise, com dados confiáveis e agilidade, ao invés de planilhas. No caso do Accountfy, por exemplo, é possível desenvolver análises de diferentes cenários para uma mesma premissa, seja ela financeira ou não. Além de organizar dados e construir equações que calculam perspectivas a partir de uma gama de variáveis.

O Accountfy é ideal para modelagens de curto e médio prazo. Ou seja, considerando cenários de até 12 meses, em projeções de riscos e investimentos. A plataforma também pode ser usada para criar modelagens de longo prazo. Assim os gestores contam com informações técnicas e detalhadas para prever possíveis impactos e tomar decisões com segurança.

Além das premissas que atuam diretamente sobre o controle da dívida, analise o quanto cada despesa contribui para a geração de receita. Conheça as despesas fixas e acompanhe as despesas variáveis. Caso perceba algo que não ajuda na obtenção de capital, reveja a operação e encontre opções para possíveis cortes ou alocações. Lembre-se que isso interfere no preço final do seu produto ou serviço, o que implica em maior ou menor margem de lucro.

É imprescindível acompanhar o nível de endividamento de forma constante – principalmente em micro, pequenas e médias empresas -, já que ele pode interferir na obtenção de crédito. O ideal é que o endividamento não comprometa mais do que 30% da receita do negócio.

Após conhecer a fundo a situação financeira da empresa, saber quais processos garantem maior rentabilidade, e planejar variados cenários, é chegado o momento de entrar em contato com a instituição financeira.

Renegociação com bancos durante a crise com o Covid-19

A crise está afetando grande parte dos empreendimentos, de forma direta ou indireta. Os bancos reconhecem as dificuldades desse período e já se prepararam para atender aqueles que buscam uma renegociação.

Não tenha receio ao procurar seu gerente. De acordo com os dados consolidados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre 16 de março e 30 de abril de 2020, “as concessões de crédito somam R$ 472,6 bilhões, incluindo contratações, renovações e suspensão de parcelas”.

Portanto, desde os primeiros efeitos da pandemia de Covid-19 no Brasil, o total de contratações de operações de crédito já ultrapassa os R$ 325 bilhões. Somente em relação às renovações de operações o total é de R$ 105 bilhões. As parcelas suspensas pelas instituições financeiras totaliza R$ 40,8 bilhões.

Segundo a Febraban, “esses valores trazem alívio financeiro imediato para empresas e pessoas físicas, que passaram a ter uma carência entre 60 a 180 dias para pagar suas prestações”. Mas qual a melhor estratégia para negociar com os bancos?

Transparência no processo de renegociação

Uma boa alternativa para os gestores é obter uma linha de crédito com juros baixos para quitar as dívidas mais altas com outros credores. Assim, com a portabilidade ou agrupamento das dívidas em um único banco – ou no menor número de bancos possível -, o controle das operações e as negociações se tornam mais rápidas e acessíveis. Já que dívidas dispersas requerem mais esforço negocial.

Lembre-se que ao renegociar linhas de crédito, buscando juros e prazos mais adequados à atual situação do negócio, é fundamental ter os relatórios financeiros em mãos. Com números bem fundamentados será mais fácil para o gerente de conta entender que você tem condições de arcar com as mudanças.

De acordo com Alfredo Freitas, experiente CFO e co-fundador do Accountfy, transparência é a chave para qualquer relacionamento com as instituições financeiras. “Meu conselho é: ainda que a notícia seja ruim, seja sempre claro e diga a verdade. Se existe algo que não pode faltar em um processo de renegociação de dívidas é a manutenção da confiança entre as partes. Ao prometer algo, tenha certeza de que poderá cumprir com o que prometeu”, recomenda Freitas.

Para tanto, ajuda se você apresentar reportes com métricas-chave da sua empresa. Algumas das informações necessárias são: faturamento histórico, lucro mensal, ativos e passivos atualizados, dentre outras. O reporte com esses dados também é gerado no Accountfy, com segurança e padronização.

Renegociação com fornecedores

Tão importante quanto a conversa com os bancos é o diálogo entre a empresa e seus fornecedores. Tenha prudência nesse processo, já que muitas vezes o negócio depende de um determinado fornecimento para fabricar o produto ou executar o serviço, realizar a venda e gerar receita.

Por isso preze por uma boa relação com seu fornecedor. Com diálogo é possível chegar a novos acordos em relação ao fornecimento, revendo prazos de pagamento, reduzindo juros ou multas e definindo novos valores de parcelas.

Lembre-se de analisar os acordos com atenção antes de firmá-los. Tenha certeza que ambas as partes compreenderam cada ponto e documentaram essa renegociação. Confira os novos valores e prazos, observe suas obrigações para com os fornecedores e se planeje para cumprir o acordado. Pontos falhos ou cobranças indevidas podem comprometer a relação com seu fornecedor, ocasionando uma dívida maior e a quebra do contrato.

“Uma comunicação clara e objetiva entre companhia e credores é a chave do sucesso de um processo que tende a ser longo e desgastante para todas as partes. Por isso defendo que, para que você tenha êxito neste processo, seja para recontratar, planejar, etc, o alinhamento expectativas e a uniformidade das informações são fundamentais” indica Freitas.

Cuidado para a situação não se transformar em uma bola de neve

O efeito bola de neve ocorre quando a dívida passa a aumentar continuamente, sendo difícil contê-la. Isso pode prejudicar outros âmbitos da empresa, como a manutenção do quadro de funcionários – forçando demissões – ou a produção – com cortes que impactam diretamente na entrega e rendimento.

Priorize as dívidas mais caras, principalmente aquelas com juros mais altos. Comumente são aqueles pequenos compromissos e de fácil acesso, como empréstimo rápido e operações de crédito pré-aprovado.

Não subestime os débitos e pense que com a renegociação tudo está resolvido. Continue sempre acompanhando essa dívida, não a deixando de lado. Caso contrário é fácil perder o controle, principalmente se o novo acordo for feito com base em dados pouco confiáveis.

Outro cuidado é na hora de recolher os impostos. Saiba que é mais benéfico para seu negócio obter capital de giro com um banco do que deixar de cumprir com os tributos fiscais. Uma vez que o banco possibilita o parcelamento ou negociação da dívida. Já com os impostos, o montante da taxa somada aos juros e multa pode ser fatal para sua organização.

A atenção deve ser maior após a renegociação, já que essa é a chance de alcançar a resiliência organizacional. Lembre-se que a gestão é composta por um conjunto de procedimentos e atividades administrativas que envolvem não só a organização das dívidas, mas sobretudo o planejamento, a análise e controle detalhado de débitos e créditos.

Por isso não hesite em buscar orientação de especialistas quando necessário. Muitas vezes os gestores só tomam atitudes quando a dívida já aumentou e é quase impossível quitá-la de forma saudável, colocando todo o negócio em risco.

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Por que utilizar o balancete para a tomada de decisões?

Entenda a importância do balancete, um demonstrativo contábil não obrigatório, para uma gestão mais eficiente.

Uma prática necessária, antes de gestores definirem os direcionamentos do negócio, é a conferência da situação financeira da empresa, independente do seu tamanho ou segmento.

Entretanto, nem todas informações contábeis são acessadas nesse momento de análise, o que pode limitar ou até mesmo comprometer o planejamento.

Para ter mais segurança na tomada de decisão é preciso ter em mãos informações precisas sobre a organização, e elas estão no balancete de verificação. Ele funciona como uma listagem de todas as movimentações entre as contas contábeis da empresa indicando a situação do patrimônio.

O balancete como fonte de dados

Como um dos principais demonstrativos, no balancete estão listadas as receitas e despesas de um determinado período, além de indicar o saldo total.

Sua relevância se dá por ele ser base para a elaboração das demonstrações obrigatórias (apenas para empresas com acionistas, segundo o artigo 176 da Lei 6.404/76 da legislação societária, mas recomendadas para negócios de todos os tamanhos), como o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício e o Fluxo de Caixa.

Por ser auxiliar, o balancete pode ser elaborado de acordo com as necessidades das empresas, variando a sua periodicidade, e não apenas no encerramento de cada exercício.

Como se trata de um instrumento de controle interno, alguns empreendimentos geram o balancete diariamente ou semanalmente, enquanto outros só fazem esse controle de modo mensal ou semestral.

Entendendo a escrituração

Por agrupar tantas informações, o balancete pode se tornar um documento complexo para quem não é acostumado com a escrituração contábil.

Uma das dificuldades ao se analisar o balancete é entender o Método das Partidas Dobradas, que basicamente é o registro da movimentação em duas – ou mais – contas, uma de saída de recurso e outra de aplicação de recurso.

No método das partidas dobradas há o princípio de que em cada fato contábil pelo menos duas contas serão movimentadas.

Por exemplo: ao comprar um veículo a empresa precisa registrar a “saída” do dinheiro da conta contábil Caixa. Já a aplicação do dinheiro na aquisição do veículo indicará portanto a “entrada” desse recurso na conta contábil Veículos. Ou seja, o mesmo valor indicado como crédito – origem de recurso – no Caixa da empresa, será indicado enquanto débito – aplicação de recurso – na conta que indica o patrimônio da empresa em automóveis.

Caso esse registro seja feito em uma das contas e na outra não, ao final o balancete indicará um erro no saldo, que deverá ser verificado e corrigido pelo contador.

Estrutura do balancete

A estrutura básica do balancete consiste em duas colunas. A primeira indica as contas – em que estão todas as contas patrimoniais de direito, bens e deveres, como contas bancárias, veículos, máquinas e estoque. Já a segunda coluna é composta pelos débitos – aplicações de recursos – e créditos – origem de recursos.

Todos os valores serão registrados seguindo o método de partidas dobradas. Assim, o total de ativos – composto de bens e direitos – deve ser igual ao total de passivos – obrigações com terceiros e o patrimônio líquido.

Alguns tipos de balancetes são elaborados com mais de duas colunas, podendo ser de quatro, seis ou oito. Quanto maior for o número de colunas, maior será o detalhamento das informações. A escolha do tipo de balancete será de acordo com a necessidade e a destinação desse documento.

Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC T2.7), no cabeçalho do balancete deve conter a identificação da empresa. Além disso, a data a que se refere e a abrangência do período que esse balancete está sendo feito.

Na primeira coluna, no lado esquerdo, terá a identificação das contas e respectivos grupos. Enquanto do lado direito devem constar os saldos das contas indicando se são devedores ou credores.

Esse modelo simplificado traz alguns dos dados financeiros que constam no balancete, como os valores em caixa na empresa e as informações bancárias, por exemplo.

Além desses, outros dados costumam ser detalhados em balancetes completos. São eles: o valor dos estoques de produtos, bens como máquinas e equipamentos, o pagamento dos colaboradores, impostos a recuperar ou a pagar e o capital social.

O uso do balancete na tomada de decisão

Uma das finalidades do balancete é indicar se os valores lançados estão corretos, ou se existe um desequilíbrio entre os ativos e os passivos da empresa.

Se o balancete indicar que para cada débito – aplicação de recurso – há um crédito – origem de recurso – respectivo significa que não há presença de erros ou fraudes no registro. Caso contrário, é um sinal de alerta para a gerência.

Além dessa verificação, o balancete também registra os lucros e prejuízos da empresa. Isso mostra de forma detalhada a evolução da receita, ou o aumento de despesas, indicando a origem desses gastos extras.

A partir do balancete é possível calcular os indicadores de liquidez do negócio. Ou seja, o quanto de capital a empresa tem disponível e se ele é suficiente para quitar as obrigações previstas.

Por exemplo: para uma análise de curto prazo deve ser calculado a liquidez corrente, que consiste na divisão dos direitos somados – valores em caixa, em bancos, estoque e capital a receber de clientes – pelas dívidas somadas – empréstimos, financiamentos, fornecedores e impostos.

O resultado desse cálculo indicará aos gestores se a empresa tem capital suficiente para pagar as dívidas. Também pode demonstrar que os valores são equivalentes, ou a necessidade de buscar mais capital para quitar as obrigações.

Informações por centro de custo

Outro exemplo de uso do balancete é para a visualização por centro de custo, ou seja, filtrar informações contábeis de cada departamento da empresa, como comercial, administrativo e tecnologia da informação.

A partir da análise dos valores desses departamentos é possível realizar ajustes gerenciais das contas contábeis, obtendo informações para avaliação da rentabilidade de cada setor e para o controle dos processos internos.

Com essas informações, os gestores podem conferir quando é o melhor momento para investimentos ou se essa é uma oportunidade para organizar as contas de um departamento antes de expandir.

Interpretando as informações contábeis

O balancete é elaborado por um contador a partir das informações extraídas dos livros de registro, como o Razão –  movimentações escrituradas por conta – e o Livro Diário – movimentações separadas por dia, independente da conta de origem.

Lembrando que o balancete servirá para o geração de outras demonstrações justamente por agrupar essas movimentações em ordem cronológica.

É papel do contador, ou do controller, reconhecer as movimentações financeiras não benéficas para a empresa, diagnosticando possíveis erros de escrituração ou destinação de recursos.

Podem ser incorreções como saldos incompatíveis com outros documentos, lançamentos não registrados, inversão de crédito e débito em relação às contas e a duplicidade de registro. São erros que comprometem a transparência da saúde financeira da empresa.

Após essa análise os profissionais de contabilidade e controladoria podem gerar alternativas, a tempo para que os gestores compreendam o quadro financeiro de forma completa. Assim os dirigentes contam com as ferramentas necessárias para a tomada de decisões.

O balancete como base para os relatórios gerenciais

Como resultado dessa avaliação, feita por contadores e controllers, são elaborados os relatórios gerenciais. Eles funcionam como um resumo das informações contidas no balancete e do diagnóstico do patrimônio e atividades de setores.

Esses relatórios proporcionam aos gestores as condições ideais para averiguar a situação da empresa de forma a evitar dívidas, reduzir custos operacionais ou propor reestruturação interna.  Também é possível atrair melhores investimentos, obter lucros mais significativos e otimizar processos.

Assim é possível garantir o protagonismo da contabilidade dentro da instituição. Pois ao transformar as informações financeiras em informações práticas, o contador e o controller estarão entregando relatórios úteis, garantindo menos riscos e mais eficiência.

Gere mais valor a partir do balancete

Uma forma de ter mais tempo para se dedicar à elaboração e análise de relatórios gerenciais é a utilização de plataformas SaaS – software como serviço. Eles automatizam a geração de demonstrações financeiras obrigatórias.

A plataforma Accountfy, após receber o balancete feito previamente no Excel ou sistema ERP, elabora essas demonstrações em segundos, otimizando o tempo de trabalho do contador. Além disso, é possível criar dashboards para acompanhar a evolução das contas e apresentações de resultados para o board e investidores, facilitando a rotina do controller.

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