Transformação Digital = Transformação Cultural? A influência do líder

imagem mostra um líder na frente dos demais colaboradores da empresa sob a luz do sol.
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Neste artigo irei abordar um tópico que não é muito frequente (mas é o mais importante!) quando falamos de transformação digital, cultura “orientada a dados” e uso de inteligência artificial: Como preparar a organização, do ponto de vista de pessoas, para navegar nestas novas tecnologias e tendências?

Primeiro gostaria de falar rapidamente sobre o conceito de influência nas organizações. Afinal, o que fazemos como líder é influenciar pessoas, certo?

Gostaria apenas de introduzir um pequeno conceito antes para nos ajudar a navegar nesta discussão. Temos três formas principais de influenciar pessoas nas organizações: controle por ação, controle por resultado e controle por pessoas.

  • controle por ação: seria uma ordem direta para executar uma ação ou conjunto de ações. Um operador de fábrica pode ter um conjunto de ações a se executar, um “roteiro”. E esta é a influência da organização sobre ele.
  • controle por resultado: é a influência através da medição de resultados. Um bônus por desempenho seria um exemplo direto deste caso. A organização define um objetivo mensurável para o funcionário executar e este é recompensado com base no resultado medido.
  • controle por pessoa: é quando você contrata uma pessoa para um determinado objetivo e baseado em suas características intrínsecas e habilidades, ela já é capaz de executar o objetivo. Seria a “A pessoa certa para o cargo”.

Nunca usamos apenas um tipo de controle ou influência, mas sempre um misto dos três. Como exemplo podemos pensar em um gerente comercial que tem as habilidades de relacionamento pessoais necessárias (controle por pessoa), tem que estar presencialmente na empresa para reuniões específicas (controle por ação) e é remunerado por seu resultado em vendas (controle por resultado). Agora vamos aplicar tudo isso no tema principal.

Transformação Digital = Transformação Cultural? A influência do líder

Eu, pessoalmente, nunca vi uma tecnologia (por melhor que seja!) prosperar em uma empresa em que não temos capacidade e vontade para usá-la. Mas, já vi ferramentas de desempenho médio sendo usadas de forma incrível em empresas com muita capacidade humana, em que todo mundo queria que as coisas dessem certo. Qual o segredo? Bem, não existe fórmula mágica, mas gostaria de discutir alguns passos para nossa reflexão.

  • passo 1: comunicação da direção desejada. Comunicar as pessoas do caminho que se deseja seguir. Vamos ser uma organização que se baseia em dados para tomar decisões.
  • passo 2: treinamento, treinamento e treinamento. Aqui entra a parte do controle por ação. Para que a pessoa tenha a cultura de dados, ela precisa entender como os dados são estruturados. Cursos básicos de linguagens de consulta em bancos de dados e estrutura de dados são uma maneira de começar. Treinamentos para utilizar as ferramentas analíticas que a empresa possui são importantes também.
  • passo 3: aqui entra o controle por resultado. Recompensar as pessoas que conseguirem o resultado desejado. Recompensar pessoas que demonstrem resultados concretos da aplicação de dados em seu cotidiano e suas vitórias podem ser divulgadas. Expressar ideias através de dados deve ser encorajado.
  • passo 4: aqui podemos colocar o controle por pessoas. Quem deveríamos contratar? Familiaridade com dados poderia ser um dos critérios (mesmo que não o principal) para a contratação.
  • passo 5: controle por resultado novamente. Promova as pessoas que consigam se integrar na nova direção desejada. Uma cultura vai se formando. Não estou dizendo para valorizar habilidades com dados e esquecer de todo o resto, mas sim que é importante incluir este critério. Sem pessoas andando na mesma direção, nada funciona. Além disso, uma pessoa que entenda as possibilidades do uso de dados (mas seja um especialista em sua área) pode oferecer insights muito valiosos. Até mais valiosos que um cientista de dados contratado.

Se pensarmos apenas no fato ou no resultado final (a adoção de novas tecnologias pela empresa) e esquecermos de preparar a cultura e não utilizarmos nossa “influenciabilidade” para preparar o caminho, podemos ter que percorrer um caminho muito longo e difícil. No futuro talvez todos nós sejamos um pouco cientista de dados.

Conteúdo escrito por Alexandre Saito – fundador da FWView, uma consultoria especializada em projetos e treinamentos de alta qualidade em analytics e finanças, que utiliza esses conhecimentos para implementar soluções de EPM (Enterprise Performance Planning), otimizando áreas financeiras como FP&A, Contabilidade e Controladoria. A FWView é parceira da Accountfy.

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