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10 boas práticas em fusões e aquisições

Após os seis primeiros meses do ano, marcados por uma movimentação recorde no mercado de fusões e aquisições – mergers and acquisitions ou M&A em inglês – o cenário atual apresenta desaceleração. 

O volume global de fusões e aquisições caiu 17% em relação ao primeiro semestre de 2021 para US$ 2,1 trilhões, segundo dados compilados pela agência de notícias Bloomberg. O conjunto de fatores como inflação em alta, aperto monetário, tensões geopolíticas e cadeias de suprimentos ajustadas influenciaram na queda de volume de compras visto no ano passado.

Com isso, o movimento dos bancos é de recuo do financiamento para grandes transações. Isso se deve às negociações que caíram em todas as principais regiões e na maioria dos setores, com um número crescente de transações emperradas ou abandonadas. 

Segundo estudo da Refinitiv, fornecedora global de dados e infraestrutura do mercado financeiro, apesar desse cenário, o primeiro semestre de 2022 foi o melhor período para grandes acordos – negócios fechados acima dos US$ 10 bilhões –, resultando em uma alta de 11% em operações únicas nesse patamar. Entre as quatro principais operações, duas foram no setor de tecnologia: a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões e a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões.

Estima-se que o mercado M&A poderá movimentar cerca de US$ 4,7 trilhões neste ano, segundo cálculos da consultoria Bain, publicados em seu relatório global de M&A.

Michael Santini, presidente executivo global do UBS, banco de investimentos, afirma: “O segundo semestre começou com volatilidade e, provavelmente, caminhamos para um mercado mais ativo de fusões e aquisições e IPOs em 2023, dado que o ciclo de alta de juros do Fed (banco central americano) será concluído quando encerrarmos 2022, possibilitando maior visibilidade sobre as perspectivas econômicas.”

Cenário Brasil e LATAM de fusões e aquisições 

O relatório Market Report Fusões e Aquisições/M&A Brasil, elaborado pela consultoria Kroll, reuniu os resultados das operações de M&A no Brasil de janeiro a junho de 2022 e revelou que o cenário de retração é muito similar ao mundial. Segundo a análise, incertezas globais combinadas com desafios internos, afetaram o volume de operações. Durante o período, foram anunciadas 735 transações, com uma baixa de 2,3% em comparação ao mesmo período de 2021 (752). Dessas, 94 foram apenas no mês de junho, 19,6% a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior (117).

De acordo com o relatório, as 20 maiores transações (excluindo a operação de privatização da Eletrobrás) do primeiro semestre totalizaram mais de R$ 61,6 bilhões. Entre os setores mais aquecidos, estão os ligados à tecnologia, serviços financeiros, B2B e B2C, bem como logística, energia e produtos de consumo.

Já a América Latina, segundo o último relatório da Transactional Track Record, estudo preparado em parceria com a Aon e Datasite, teve um total de 1.621 fusões e aquisições, entre anunciadas e fechadas, por um valor agregado de US$ 50,094 milhões.

10 boas práticas em fusões e aquisições

A KPMG concluiu recentemente um estudo das principais práticas internas de M&A, ouvindo 221 organizações globais, incluindo empresas listadas na Fortune 500 e FTSE 350. Essas recomendações foram aprofundadas pela Grimes, McGovern & Associates, assessoria de fusões e aquisições norte-americana.

Loren Shifrin, CEO da Revolution Capital, fornecedor líder de serviços de factoring no Canadá e nos Estados Unidos, afirma em artigo na revista Forbes, que embora cada M&A seja único e deva ser gerenciado como tal, existem algumas práticas importantes em todos os processos.

Compilamos abaixo as principais recomendações para se ter diante de fusões e aquisições:

1. Transmita eficiência na negociação

Os principais departamentos de fusões e aquisições tendem a criar barreiras aos negócios por meio de dois métodos: o uso de comitês sequenciais, onde as propostas são analisadas antes mesmo que recursos adicionais sejam comprometidos, e através de um processo de documentação de transações mais completo, exigindo critério e transparência por parte da empresa no repasse de informações.

2. Trabalhe com sinergia

Alavancar recursos e compartilhar responsabilidades entre os canais internos da sua empresa e suas respectivas equipes aumenta as chances de sucesso.

3. Promova rodízios entre departamentos

Grupos de fusões e aquisições que fazem rodízio de funcionários entre as unidades de negócios são mais propensos a obter sucesso nas negociações. Treinar essas pessoas em processos de M&A ajuda a criar filtros de qualidade durante os processos de fusão e aquisição.

4. Quantifique e acompanhe

Para obter maior eficiência, além de treinar equipes, é preciso monitorar as atividades, saber se os gastos estão dentro da meta, se o trabalho está sendo conduzido de forma sinérgica e se as métricas operacionais estão sendo alcançadas. 

5. Utilize consultores

O uso de consultores externos traz benefícios durante o processo de negociação, gerando validação independente dos esforços internos, como indicadores de mercado, posicionamento competitivo da empresa ou análise contábil. 

6. Separe as atividades de Due Diligence

Procure manter separados as investigações e fluxos de trabalho da empresa-alvo, com as do mercado e da própria empresa. Tornar esses esforços distintos melhora o foco e torna o processo de due diligence replicável, aumentando a probabilidade de sucesso.

7. Valide as descobertas das diligências

Seja por meio de comitês internos ou consultores terceirizados, as empresas devem sempre validar as principais premissas do negócio e as descobertas das diligências. Executivos costumam dizer que esse processo de verificação é importante, não importa quão experiente seja o líder do negócio.

8. Garanta equidade

Um processo de M&A envolve confiança no(s) ex-diretor(es) da organização adquirida, evitando que eles se sintam enganados de alguma forma, já que isso pode comprometer a fusão. As melhores negociações são aquelas em que todos se sentem satisfeitos: então seja aberto, justo e honesto.

9. Promova o alinhamento cultural

Nos processos de M&A é comum a mentalidade “nós contra eles”. Trata-se de um tema recorrente e que pode ser bastante prejudicial à companhia. O choque cultural é real em ambos os lados e precisa ser tratado imediatamente. Para isso, o primeiro a fazer é estabelecer uma comunicação eficaz, de cima para baixo, onde todos estejam alinhados. Incentive os funcionários a usar palavras como “nosso” e “nós”: Nossos clientes, nossa equipe, nós asseguramos etc. Isso é fundamental para uma cultura corporativa forte.

É recomendável avisar imediatamente a todos que seus empregos estão seguros. Se os funcionários acreditam que estão sendo demitidos no primeiro dia, isso pode causar uma espiral descendente, da qual é difícil voltar, prejudicando a manutenção de um ambiente de trabalho saudável.

10. Aprenda o valor de uma reputação

Convide as partes envolvidas no processo para falar abertamente. A opinião deles sobre você é mais valiosa do que a sua opinião sobre você mesmo, porque reputação é tudo. Tenha cuidado para não prejudicar os relacionamentos já construídos, pois isso pode afetar negativamente o próximo negócio que você fizer.

Dicas úteis de M&A

A CBR doc, plataforma dedicada à busca de documentos, lista algumas iniciativas importantes em um processo de fusão e aquisição:

– Desenvolva um plano de execução;

– Defina interesses e alinhe expectativas;

– Avalie benefícios e riscos do M&A;

– Faça um valuation adequado;

– Busque um acordo alinhado;

– Dê atenção ao pós-closing;

– Explore experiências anteriores.

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As principais certificações para profissionais da área financeira

De acordo com o recente relatório da Robert Half, consultoria de soluções em talentos, 91% dos gestores seniores estadunidenses afirmam ser desafiador encontrar profissionais qualificados em finanças e contabilidade.

Num cenário de amplas oportunidades e alta concorrência, buscar qualificar-se pode ser a melhor opção para os que procuram se tornar profissionais mais completos e requisitados. Neste artigo, você encontra as principais certificações para profissionais da área financeira, detalhes, requisitos, vantagens e expectativas. Confira.

As principais certificações para profissionais da área financeira e como obtê-las

CMA – Certified Management Accountant

O Certified Management Accountant (CMA), ou Contador Gerencial Certificado, no português, é uma das principais certificações para profissionais da área financeira. Reconhecido mundialmente, é emitido pelo Institute of Management Accountants (IMA), uma das maiores associações contábeis do mundo.

Segundo o instituto, o certificado abre oportunidades para alavancagem profissional, melhores salários e preparação para assumir funções como controller e CFO.

Para obtê-lo, é necessário ser aprovado em um exame composto por duas partes, que envolvem competências gerais de gestão financeira, como análise e planejamento estratégico. Após isso, completar o programa do instituto, que leva em média de 12 a 18 meses. Além disso, deve:

  • Ter sua filiação ativa no IMA;
  • Possuir um diploma de bacharel de uma faculdade ou universidade credenciada ou uma certificação profissional relacionada;
  • Ter dois anos contínuos de experiência profissional em contabilidade gerencial ou gestão financeira, que podem ser concluídos em até sete anos após a aprovação no exame;
  • E concluir o programa em no máximo três anos.

Certified Financial Planner – CFP®

O Certified Financial Planner (CFP) é uma certificação para profissionais da área financeira emitida pelo Financial Planning Standards Board, que tem como objetivo incentivar e promover o compromisso com a prática competente e ética no planejamento. No Brasil, o órgão que o regula é a Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, que reúne todos os profissionais CFP do país. 

Segundo a instituição, para se obter a certificação é necessário ser aprovado no exame composto por 140 questões de múltipla escolha, que abrangem planejamento financeiro, gestão de ativos e investimentos, gestão de riscos e seguros, planejamento fiscal, e planejamento sucessório. A prova é aplicada em abril, agosto e dezembro.

Além disso: ter ensino superior completo, ter ao menos cinco anos de experiência profissional no atendimento direto com cliente pessoa física comprovada e aderir ao Código de Conduta Ética e Responsabilidade Profissional e Melhores Práticas, regras estabelecidas pela associação que visam o comprometimento com a ética.

CNPC – Cadastro Nacional de Peritos Contábeis

O Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC), estabelecido pela Resolução CFC n.° 1.502/2016 do Conselho Federal de Contabilidade, tem o objetivo de oferecer ao judiciário profissionais qualificados como Peritos Contábeis. 

O Perito Contábil tem a possibilidade de auxiliar juízes em situações nas quais as provas de um caso dependam de conhecimentos específicos da área contábil e do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC).

Para obter o cadastro no CNPC, o contador deve estar devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição e ser aprovado no Exame de Qualificação Técnica (EQT), também instituído pelo CFC. 

O exame consiste em seis provas, aplicadas em dias consecutivos, geralmente em agosto. Segundo a norma NBC PP 02, que o regula, entre as competências abordadas estão:

  • Legislação Profissional;
  • Ética Profissional;
  • Normas Brasileiras de Contabilidade, Técnicas e Profissionais, editadas pelo Conselho;
  • Federal de Contabilidade, inerentes à perícia;
  • Legislação Processual Civil aplicada à perícia; 
  • Língua Portuguesa e Redação;
  • Direito Constitucional, Civil e Processual Civil afetos à legislação profissional, à prova pericial e ao perito.

CGMA – Chartered Global Management Accountant

O Chartered Global Management Accountant (CGMA), ou Contador de Gestão Global Credenciado em português, é uma certificação para profissionais da área financeira e contábil emitida pela Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), uma das maiores associações do mundo, com mais de 689 mil membros. 

A designação é destinada a profissionais financeiros e contábeis que tenham um diploma de bacharel ou superior em contabilidade, finanças ou negócios. 

Segundo a AICPA, o CGMA é a principal credencial de contabilidade gerencial e indica que o profissional possui proficiência e qualificação avançadas em finanças, operações, estratégia e gestão. Para a associação, a credencial impulsiona promoções de carreira. 

Para profissionais financeiros e contábeis não estadunidenses e estabelecidos na América, a obtenção da credencial se dá a partir da conclusão do CGMA Finance Leadership Program, programa que cobre 33 competências como demonstrações financeiras, impostos, contabilidade de custos, orçamento e planejamento, análise de dados, preços, liderança e gestão de pessoas, modelos de negócios, gestão de riscos corporativos, formulação de estratégias e estratégia digital.

Após isso, deve-se passar em três exames, que consistem em estudos de caso envolvendo níveis de conhecimento em áreas gerenciais, operacionais e estratégicas, todos abordados no programa.

De acordo com a AICPA, os candidatos devem ter como objetivo concluir cada nível, incluindo o programa e os exames de estudo de caso, dentro de nove a doze meses.

ACCA Qualification – Association of Chartered Certified Accountants

O ACCA Qualification é uma certificação para profissionais financeiros emitida pela Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), órgão de contabilidade profissional com mais de 230 mil membros ao redor do mundo.

Segundo a ACCA, os que têm essa qualificação são pensadores estratégicos com alta integridade ética, forte conhecimento financeiro e visão precisa de negócios. Tudo produto de um conjunto de habilidades estratégicas, capacidade técnica e mentalidade profissional para adicionar valor imediato para qualquer organização e alavancar carreiras.

Para brasileiros, basta estar matriculado em uma universidade e pagar a taxa de registro (além de uma taxa anual) para iniciar o programa. A associação não exige diploma nas áreas de finanças ou contabilidade para a certificação, entretanto, é possível dispensar alguns exames se houver qualificação reconhecida pelo órgão. 

Para obter a certificação, é necessário ser aprovado em três etapas de exames, que abordam três grandes blocos de conhecimento:

  • Conhecimentos aplicados: Negócios e Tecnologia, Contabilidade Gerencial, e Contabilidade Financeira.
  • Habilidades aplicadas: Direito Societário e Empresarial, Gestão de Desempenho, Tributação, Relatórios financeiros, Auditoria e Garantia, e Gestão Financeira.
  • Estratégia profissional: Líder de Negócios Estratégicos, e Relatórios Estratégicos de Negócios.

 

Além disso, deve completar dois módulos adicionais: Ética e Competências Profissionais. Por fim, é exigido 36 meses de experiência profissional comprovada nas áreas de finanças ou contabilidade, que podem ser concluídas durante o programa, que leva, em média, três a quatro anos.

 

 

Mercado da educação e área financeira: tendências e desafios

O mercado da educação vem se transformando ano após ano em busca de novas alternativas que melhorem a experiência do estudante, otimizem custos operacionais e rentabilizem seus modelos de negócio. Nesse processo, a área financeira é decisiva na sustentabilidade dessas instituições.

Conforme Censo da Educação Superior, promovido pelo, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2020, o Brasil ocupava a posição de 5º maior mercado de ensino superior do mundo e o maior da América Latina, com aproximadamente 8 milhões de matrículas, sendo que 87,6% das instituições de educação superior são privadas.

Segundo dados do Censo Escolar de Educação Básica de 2020, também promovido pelo Inep, o Brasil possui 47,3 milhões de alunos da educação básica, sendo que 80%, ou 38,7 milhões de estudantes, estão matriculados na rede pública de ensino. 

Continue a leitura e entenda os principais desafios da área financeira no mercado de educação e descubra como a tecnologia fez a diferença na realidade de um importante grupo educacional.

Uma fotografia do mercado de educação

Segundo a pesquisa Números da Educação Privada, divulgada recentemente pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) o crescimento do PIB do Ensino Privado entre 2010 e 2015 foi maior do que o crescimento da economia como um todo nesse período. Isso fez com que a participação do Ensino Privado no PIB brasileiro crescesse de 1,42% em 2010 para 1,65% em 2019, totalizando R$ 126,5 bilhões.  

Deste montante, o ensino privado contribuiu com quase R$ 20 bilhões para a Previdência Social e para o FGTS. Além disso, cerca de 3,4% de todos os empregos formais no setor privado brasileiro estão na área educacional e este número segue crescendo. 

O portal de finanças TradeMap, em seu Relatório de 2021 sobre o Setor Educacional, destaca alguns propulsores para esse crescimento:

  • Retomada da economia, puxando o aumento da base de alunos;
  • Alta demanda latente por qualificação acadêmica;
  • Grande relação entre nível de escolaridade e renda;
  • Incentivos governamentais à formação superior;
  • Aumento contínuo de investimentos privados;
  • Demanda por novos cursos e tecnologias.

EAD e Edtechs impulsionam o mercado de educação

Tecnologia e educação nunca se conectaram tanto como atualmente: o ensino a distância (EAD) tem sido um importante acelerador do crescimento deste mercado, pois já superou, pela primeira vez, o ensino presencial por número de ingressantes em 2020.

A EY afirma que dos mais de 3,7 milhões de ingressantes em 2020 (em instituições públicas e privadas), acima de 2 milhões de alunos (53,4%) optaram por cursos a distância e 1,7 milhão (46,6%) escolheram os presenciais.

Fora do Brasil, este cenário também é favorável à economia. É o que aponta a matéria publicada na americana Forbes. Segundo a publicação, o segmento de EAD nos EUA deverá movimentar em torno de US$ 325 bilhões em investimentos até 2025.

Quanto às Edtechs, startups que unem tecnologia à educação, os números crescem a cada dia. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), as edtechs representam hoje o maior segmento entre as startups brasileiras. Os dados mais recentes da entidade, reunidos no Mapeamento de Comunidades 2020, contabilizam 566, sendo que a maior parte delas (58,7%) está localizada na Região Sudeste.

Tendências globais até 2030

Relatório da consultoria EY aponta sete tendências em educação superior baseadas na transformação digital que podem ser adotadas globalmente até 2030, sendo estas:

Plataformas digitais reduzindo o custo de aprendizado, até cair para zero;
– Jornadas de estudo ainda mais flexíveis e customizáveis;
– Provedores e gestores de educação mais cobrados por resultados;
– Universidades mais transparentes com relação às suas entregas;
– Tecnologia como aliada na promoção da equidade educacional;
– Soluções educacionais cada vez mais personalizadas;
– Linhas de pesquisas com maior incentivo financeiro.

“É hora de começar a nos indagar e olhar para as oportunidades que a pandemia trouxe. É hora de repensar como, onde e para quem a educação superior é entregue”, afirma Catherine Friday, líder global de educação da EY  

Principais desafios da área financeira no mercado de educação

Mesmo que esteja atravessando um cenário de transformação digital, o setor da educação precisa evoluir em diversos aspectos na área financeira. Confira os principais desafios:

– Cultura organizacional não voltada à inovação;
– CFO e departamento de FP&A ainda pouco atuantes;
– Excessivo consumo de tempo com processos manuais;
– Ausência ou baixo índice de digitalização nos processos;
– Falta de integração e automatização das informações financeiras;
– Lentidão na consolidação das empresas controladas;
– Ausência de práticas de governança financeira e compliance;
– Baixos índices de segurança e privacidade de dados;
– Ausência de ações e ferramentas de modelagem financeira.

Tecnologia como aliada da área financeira

Fundado em 2003, em Recife, o Grupo Ser Educacional é um dos maiores grupos de ensino superior do Brasil, com uma base de mais de 300 mil alunos e mais de 2.400 cursos. 

Hoje, além do grande número de unidades, a estrutura do grupo conta com mais de 300 polos de ensino à distância, levando a marca para 26 estados e Distrito Federal, contando com mais de 12 mil colaboradores e outras empresas de apoio, o que torna imprescindível à empresa manter a qualidade do ensino e as contas em dia.

Cenário antes do uso da tecnologia na área financeira

Antes do emprego das soluções tecnológicas, o Grupo Ser Educacional enfrentava dificuldades na consolidação das informações das suas mais de 70 empresas, já que a integração de dados era feita manualmente, em planilhas e em conjunto com um ERP, o que consumia muito tempo e esforço da equipe financeira. 

Após a consolidação ainda havia outro desafio: a ferramenta utilizada para o acompanhamento de resultados não estava atendendo às necessidades de expansão do Grupo. Sem a visualização adequada das informações financeiras de toda a estrutura, o planejamento financeiro ficava desfalcado.

“Antes era necessário subir todas as informações no sistema para visualizá-las. Hoje nós lançamos informações brutas e a ferramenta faz isso tudo pra nós de forma dinâmica. O ganho foi imensurável”, diz Diego Ricelle, analista de planejamento financeiro sênior do grupo.

Toda esta governança foi obtida devido à inteligência contábil de uma plataforma de CPM  capaz de integrar diversas soluções em uma, além da implantação e suporte especializado por profissionais de finanças.

Tecnologia para ampliar a competitividade

João Furtunato, gerente de planejamento financeiro do Grupo Ser Educacional, afirma que o principal desafio de trabalhar no mercado de educação é a competição por preços.

“Alinhar investimentos em marketing no orçamento e estimar seu ROI é uma das principais etapas do planejamento. Tudo isso enquanto há a preocupação de não desfalcar o caixa, o pagamento dos educadores e os serviços prestados à instituição.”

Ele diz que, com a tecnologia, é possível usar a modelagem para simular índices que auxiliam o gestor a avaliar quanto desconto deve oferecer a um estudante para conseguir uma matrícula, quanto investir em marketing ou quantos ajustes serão necessários nas estruturas, por exemplo.

Furtunato, que possui formação na área financeira e também na de tecnologia, diz que a junção dos dois mundos foi essencial para a evolução na forma de trabalhar e visualizar os dados. Para ele, isso faz diferença principalmente na hora de apresentar os resultados para investidores e nas aquisições.

George Arruda, especialista em planejamento orçamentário do grupo, acredita que a digitalização dos processos e o uso da ferramenta tem um peso e importância significativos para o momento de expansão e crescimento do grupo. Para ele, o investimento já está representando economia de tempo, rapidez em análise, amplitude, visão e disseminação da informação.

Tecnologia para uma gestão de ponta a ponta

Segundo Furtunato, o investimento em tecnologia também facilitou a integração contábil, algo que antes demandava servidores internos, gerenciamento de acessos e outros apontamentos. 

Com uma plataforma de CPM permite a redução da disparidade entre os dados provindos da pós-aquisição, sendo que um dos principais pontos de otimização de tempo foi nas publicações das atualizações financeiras, antes feitas em ferramentas de texto. Atualmente, as tabelas e as informações da consolidação já são estruturadas automaticamente, bastando apenas a revisão, afirma.

O Grupo Ser Educacional já utiliza todos estes benefícios tecnológicos de forma colaborativa, permitindo que as empresas espalhadas por todo o país tenham acesso às informações. Ao mesmo tempo, para garantir a segurança e a privacidade desses dados, a plataforma permitiu que os administradores estabelecessem limites na visualização e alteração.

 

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Cenário de IPOs em 2022: segundo trimestre de desaceleração e investidores seletivos

Após um ano recorde de IPOs em 2021, empresas vivem um momento de incertezas diante da elevada volatilidade do mercado, fruto das crescentes tensões geopolíticas, fatores macroeconômicos desfavoráveis, enfraquecimento das bolsas, entre outros. 

Diante deste cenário adverso, Paul Go, Líder Global de IPO da EY, no recente estudo EY Global IPO Trends Q2 2022 (Tendências Globais de IPO da EY – Segundo trimestre 2022), afirma que com menor liquidez, os investidores têm se tornado mais seletivos. “Eles estão concentrando suas atenções em empresas que demonstram modelos de negócios mais resilientes e escaláveis, ao mesmo tempo em que incorporam políticas e práticas de ESG como parte de seus principais valores. 

Segundo dados da mesma pesquisa, no segundo trimestre de 2022, o  mercado global contabilizou 305 novas ofertas iniciais, movimentando US$ 40,6 bilhões, equivalentes a quedas de 54% e 65% respectivamente.

Já no acumulado do ano, foram registradas 630 novas ofertas e US$ 95,4 bilhões em receitas, equivalendo a quedas de 46% e 58%, sendo que a maior ocorreu na região das Américas, incluindo o Brasil.

Continue a leitura e saiba mais detalhes sobre esse cenário, os principais desafios e fique por dentro de insights e tendências de mercado.

A desaceleração do mercado de IPO nas Américas

Após o mundo ter presenciado níveis recordes em operações de IPO em 2021, as condições voláteis do mercado resultaram em uma desaceleração significativa no primeiro trimestre de 2022. 

Impulsionado pelo quarto trimestre do ano passado, o mês de janeiro foi o que apresentou melhor resultado em termos de receitas e rendimentos nos últimos 21 anos. Ao mesmo tempo, este movimento global de desaceleração vem sendo sentido na região das Américas, com destaque para os Estados Unidos, Canadá, Brasil e México.

Rachel Gerring, Líder de IPO da EY Américas, afirma, no estudo EY Global IPO Trends Q2 2022, que a atividade de IPOs nas Américas permanece tímida em meio a ventos contrários macroeconômicos que continuam impactando o desempenho e a avaliação de diferentes ofertas públicas.

“Esses ventos levaram a uma abordagem de ‘esperar para ver’, pois quando os mercados começarem a se recuperar e a confiança se estabilizar, os segmentos de empresas que irão impulsionar a retomada de IPOs provavelmente serão lucrativos”, afirma. “Assim que o mercado de IPO reabrir, as empresas que se movimentarem rapidamente, poderão aproveitar o momento mais oportuno para seus investimentos.”

Como anda o Brasil nesse cenário

Por aqui, não foi diferente. O país vinha de um movimento elevado de transações nos anos anteriores, mas perdeu força até estagnar no primeiro trimestre deste ano, com nenhuma oferta pública na B3.

Movimentação em 2021

– Volume de operações de IPO: 46 operações

– Valor movimentado: cerca de R$ 65,6 bilhões

– Setores de maior destaque: TI e Serviços; Saúde e Seguros

– Quantitativo por setor: 

  • TI e Serviços com 08 operações, totalizando R$ 6,8 bilhões
  • Saúde com 03 operações, somando um total de R$ 4,8 bilhões
  • Seguros com 01 transação, que sozinha gerou R$ 4,3 bilhões 

Desafios frente à desaceleração

Segundo levantamento da EY, a volatilidade no mercado brasileiro deverá continuar em alta devido aos seguintes fatores:

– Inflação elevada;
– Taxas de juros elevadas;
– Cenário e período eleitoral;
– Preço-base do barril do petróleo;
– Tensões geopolíticas internacionais;
– Enfraquecimento do mercado de ações;
– Aumento dos preços de energia e de cartas commodities.

Nessa mesma direção, Flávio Machado, Líder do Centro de Assuntos do Conselho (CBM) e Sócio-líder de Serviços de Consultoria Financeira e Contábil (FAAS) da EY, analisa o cenário nacional em comunicado de imprensa.

“O ano de 2022 começou muito fraco, se compararmos com o primeiro trimestre de 2021. Isso aconteceu em decorrência de diversos fatores de mercado, como o aumento da inflação e o aumento dos juros como medida para conter esse avanço. Em um ano de eleições, isso acaba aumentando a volatilidade.”

Segundo Machado, é possível que haja alguma recuperação dos IPOs após as eleições, com expectativas de que certas transações que foram adiadas possam ser retomadas, desde que haja melhora dos cenários de riscos internos e externos.

“Setores de infraestrutura, saneamento ou energia podem puxar algumas transações de IPO ao final do ano. Enquanto isso, diversas negociações de fusões e aquisições estão ocorrendo no país, inclusive com o envolvimento de startups. As empresas continuam se preparando para quando o momento for favorável”, afirma.

Apesar dos níveis de incerteza e da forte volatilidade, que forçam a desaceleração das atividades por enquanto, ainda há um apetite por IPOs e emissores preparados poderão se mover rapidamente quando a janela se abrir em meio a mercados mais calmos e propícios.

Mudança no desempenho global no cenário de IPOs

Mesmo com uma queda de 16% no volume, a região da Ásia-Pacífico (AsPac) teve o maior número de transações totais: alcançando 188 IPOs e uma receita de US$ 42,7 bilhões, equivalente a um aumento de 18%. 

Destaque global para os setores de tecnologia e de materiais que estão no topo com 58 IPOs cada, levantando US$ 9,9 bilhões e US$ 5,9 bilhões, respectivamente.

Em se tratando de receita, o setor de energia assumiu a liderança global, com um montante de US$ 12,2 bilhões, fruto de 15 IPOs, sendo que o maior foi realizado na bolsa coreana (Korean Exchange). Já o setor de telecomunicações ficou em terceiro lugar, movimentando US$ 8,6 bilhões em seis IPOs realizados.

Ringo Choi, Líder de IPO da EY Ásia-Pacífico, afirma  múltiplos fatores, desde os bloqueios da covid-19, guerra na Europa, até o aumento das taxas de inflação, além das tensões EUA/China, enfraqueceram o mercado na AsPac no primeiro semestre de 2022.

Na opinião de Choi, uma série de avanços econômicos positivos e novas políticas governamentais na China devem resultar em otimismo, renovando a atividade de IPO em toda a região o restante do ano.

Europa, Oriente Médio, Índia e África

Já a região da EMEA, compreendida pela Europa, Oriente Médio, Índia e África, registrou uma atividade moderada, com 96 IPOs, equivalente a uma queda de 38% em transações em comparação com 2021 e de 68% em receita, totalizando US$ 9,3 bilhões.

“Tempos difíceis e incertezas inusitadas mantiveram a volatilidade do mercado em níveis elevados e levaram a uma atividade moderada. Estamos vendo os investidores sendo mais seletivos e uma mudança histórica de IPOs relacionadas à transição energética e fatores ESG”, afirma Martin Steinbach, Líder de IPO da EY na EMEIA. 

Principais Insights do cenário de IPOs no segundo semestre de 2022

Unicórnios

O declínio acentuado nos IPOs de unicórnios pode ser atribuído à diminuição nas operações de empresas de tecnologia (120 no acumulado do ano de 2022 e 308 em de 2021).

Mega IPOs

Apesar de uma queda acentuada no número de mega IPOs, ofertas públicas de valores muito expressivos a partir de 2021, a parcela das receitas globais vem permanecendo estável até o momento.

Energia em alta no ranking dos 10 mais

O setor de energia lidera com quatro dos maiores IPOs e ultrapassou em volume o setor de tecnologia, mas que ainda é detentor do maior número de transações de 2021 até agora. Telecomunicações, Finanças, Varejo e Indústria obtiveram menor destaque.

Setor de energia

Algumas empresas de petróleo e gás estão optando por desmembrar partes de seus negócios em energias renováveis. Tudo porque os riscos e retornos dessas operações são diferentes da sua realidade. IPOs focados em ESG/energia limpa estão no centro das atenções globais com destaque para empresas que operam com hidrogênio verde, baterias e mobilidade elétrica.

Países do Golfo estão procurando trazer suas concessionárias para outros mercados, como meio de diversificar suas economias para longe da zona do petróleo, utilizando os recursos do IPO para financiar seus investimentos relacionados à energia limpa. 

Setor de saúde e ciência

Permanece baixo em volume e valor comparado ao desempenho de 2021. O desafio é agravado pelo declínio das SPAC, Companhias com Propósito Especial de Aquisição, empresas constituídas para levantar capital a partir de uma oferta inicial de ações, devido ao aumento de medidas regulatórias da Securities and Exchange Commission (SEC).

Indústria

A cadeia de suprimentos global demanda investimento em fabricação de componentes-chave (incluindo semicondutores) para modernização e expansão das suas operações. Com os mercados priorizando cada vez mais a sustentabilidade, indústrias terão crescimento na demanda de soluções em energia renovável.

A atividade de IPO está sendo impulsionada por investimentos em pesquisa e desenvolvimento, focando na captação de recursos para produtos inovadores.

Principais tendências

Incertezas geradas por fatores geopolíticos e macroeconômicos provavelmente permanecerão. Mega IPOs adiados no primeiro semestre de 2022 representam um pipeline saudável de empresas que estarão preparadas para entrar no mercado quando as janelas se abrirem.

O setor de tecnologia provavelmente continuará como o líder em termos de número de negócios, mas ampliará seu foco com as energias renováveis, à medida que os preços do petróleo aumentam.

Com os níveis de liquidez em baixa, o declínio nos preços das ações e o boom de aberturas de capital nos últimos dois anos, investidores estão se tornando mais seletivos e priorizando empresas sadias e escaláveis financeiramente.

ESG continuará a ser um tema-chave independentemente do setor para investidores e candidatos a um IPO.

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A importância das certificações financeiras

Entendemos a importância das certificações financeiras quando falamos sobre qualificação. Elas são capazes de fortalecer a imagem e a confiança das empresas e profissionais que querem se destacar.

Segundo o Guia Salarial 2022 – Finanças e Contabilidade, elaborado pela Robert Half, consultoria de soluções em talentos, entre 100 CFOs brasileiros pesquisados, 43% sentem dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades necessárias para as funções, reforçando ainda mais a importância das certificações na área financeira.

De acordo com o levantamento, a escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual empresas estão lutando para encontrar mão-de-obra especializada, e, com uma alta demanda e menor oferta, a competitividade se torna ainda maior. 

As certificações para as áreas financeiras das empresas também têm importância. Para 31% dos entrevistados da mesma pesquisa, a retomada econômica vem acompanhada de uma preocupação com as abordagens agressivas da concorrência. Para se diferenciarem nesse cenário, elas podem usá-las para alavancar sua autoridade no mercado.

Continue a leitura e saiba mais sobre as certificações na área financeira e por que elas são  necessárias em um cenário de busca por profissionais e departamentos  cada vez mais qualificados.

Quais são as vantagens de profissionais obterem certificações financeiras?

Salários melhores

Através das certificações na área financeira, um dos primeiros reflexos positivos está nos salários. As habilidades e os treinamento adicionais que profissionais qualificados recebem podem torná-los elegíveis para empregos melhor remunerados.

Como exemplo, a Pesquisa Global de Salários de 2021, elaborada pelo Institute of Management Accountants (IMA), revela que os profissionais que possuem o CMA recebem, em média, salários 58% maiores do que os que não a possuem.

Novas oportunidades

Certas certificações na área financeira são vistas como referência, e tê-las no currículo pode aumentar as chances de alocação e promoção no mercado. 

Segundo o material Os 8 Principais Certificados Financeiros: Benefícios e Definições, do Indeed, site de busca de vagas com mais de 250 milhões de usuários, obter certificações na área financeira pode impulsionar a carreira, trazendo melhores oportunidades de emprego. Isso inclui a possibilidade de atuar em cargos sêniores, que normalmente possuem requisitos de elegibilidade.

Maior credibilidade

Muitas das certificações na área financeira exigem aprovação em exames e até mesmo anos de experiência e aprendizados. Por causa da  rigorosa preparação educacional exigida do profissional, as empresas reconhecem a capacidade do candidato de exercer a função, lhe concedendo maior vantagem competitiva.

Segundo a Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), uma das maiores associações contábeis do mundo, com mais de 689 mil membros, profissionais que possuem credenciais como a Chartered Global Management Accountant são reconhecidos mundialmente pela sua ética e compromisso nos negócios.

Aprimoramento de habilidades

Ao se qualificar, profissionais têm contato com as últimas tendências envolvendo sua função, assim como passam por oportunidades de otimizar suas habilidades, ao mesmo tempo que desenvolvem novas. 

De acordo com a Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), órgão de contabilidade profissional com mais de 230 mil membros ao redor do mundo, profissionais que possuem o ACCA Qualification, por exemplo, aprimoram suas habilidades analíticas, adquirem extenso conhecimento financeiro e visão estratégica de negócios.

Quais são as vantagens de as áreas financeiras obterem certificações?

Em busca de reconhecimento e diferencial no mercado, as áreas financeiras também podem obter certificações. 

Uma das maneiras de fazê-lo, é através das certificações (International Standards Organization (ISO), ou Organização Internacional para Padronização, no português. Ela reúne normas reconhecidas mundialmente e tem como objetivo promover a conformidade aos processos corporativos.

Apesar das ISOs não serem destinadas exclusivamente às áreas financeiras, e sim à empresa como um todo, o departamento pode se beneficiar de suas vantagens ao tê-la implantada.

Segundo a organização, através das ISOs, é possível trazer mais confiança para stakeholders e clientes, e otimização de custos. Aspectos, esses, que influenciam na saúde financeira da organização.

A ISO 9001, por exemplo, estabelece critérios de qualidade para processos internos. Entre seus princípios estão foco no cliente, liderança, visão, engajamento de colaboradores, melhoria contínua, e gestão de relacionamento com stakeholders.

Sua função é certificar que a empresa possui visão ampla do seu fluxo de trabalho. Assim, aumentando sua produtividade, trazendo dados mais concretos para a tomada de decisão, garantindo a boa utilização dos recursos financeiros e melhores condições em futuras negociações.

Recentemente, foi publicada a ISO 37000, que regulamenta padrões de linguagem, princípios e práticas para o exercício da governança corporativa, imprescindíveis para a gestão financeira. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o escopo dessa certificação abrange a responsabilidade social (ESG), gestão de riscos, transparência na prestação de contas, viabilidade e desempenho da organização a longo prazo, e uso estratégico e responsável dos dados.

Para implantá-las, é necessária a auditoria de órgãos parceiros da ISO, que podem ser encontrados no site da International Accreditation Forum (IAF), associação mundial de organismos certificadores. Nela, são mapeados processos, a verificação de documentos, elaboração de relatórios, e por fim, o gerenciamento de registros.

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Como apurar o lucro real em diferentes períodos

O Lucro Real é uma das modalidades de regime tributário no Brasil e, de acordo com o art. 258 do Regulamento do Imposto sobre a Renda de 2018, “é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal”.

Segundo esse documento oficial, o “lucro tributável” é levantado para fins de pagamento do imposto de renda e é determinado a partir do lucro líquido do período apurado. 

Conforme a publicação do Diário Oficial da União, o Lucro Real é baseado nos resultados efetivamente ocorridos, levantados pelo balanço contábil e pelos ajustes determinados pela lei. De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade do Espírito Santo, entre suas vantagens estão:

  • A possibilidade de compensar prejuízos fiscais anteriores ou do mesmo exercício;
  • Redução ou suspensão do recolhimento do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) através de balancetes mensais;
  • E o uso de créditos do PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para abater o montante devido das citadas contribuições.

Apesar disso, de acordo com o órgão, esse regime pode ser mais burocrático, pois envolve regras tributárias mais rigorosas, como os ajustes fiscais. Além disso, possui alíquotas de PIS e COFINS maiores em comparação aos demais. 

Entenda mais sobre o regime, o que a lei determina, e como apurá-lo neste texto.

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Qual empresa deve apurar o Lucro Real?

De acordo com o artigo 14 da Lei nº 9.718, estão obrigadas ao regime de Lucro Real as pessoas jurídicas com faturamento bruto maior que R$ 78 milhões por ano. A lei ainda prevê que, independentemente da receita, as seguintes empresas também devem aderir ao regime:

  • Instituições financeiras: bancos, seguradoras, cooperativas de crédito, sociedades de crédito imobiliário, entidades de previdência aberta, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
  • As que têm rendimentos ou fluxos de capital oriundos do exterior;
  • As que possuem benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto;
  • E as que atuam com fomento mercantil, atividade comercial caracterizada pela aquisição de direitos creditórios, por um valor à vista e mediante taxas de juros de serviços e de contas a receber a prazo.

Períodos de apuração 

Uma das vantagens do regime de Lucro Real é a possibilidade de optar por apurá-lo em diferentes períodos

De acordo com o artigo 1º da Lei nº 9.430, de 1996, o contribuinte pode optar por pagar o imposto de renda trimestralmente, nos períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano, ou então anualmente, até 31 de dezembro.

Para empresas novas, os artigos 1º e 3º esclarecem que “o período de apuração da primeira incidência do imposto sobre a renda após a constituição da pessoa jurídica compreenderá o prazo desde o início da atividade até o último dia do trimestre”.

A lei ainda adiciona que, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento.

Por qual período de apuração optar

A apuração trimestral pode funcionar melhor em cenários em que a empresa apresenta resultados uniformes e estáveis durante o ano.

Em situações nas quais a variação entre lucros e prejuízos seja alta, a apuração anual pode ser a melhor opção, pois a política de compensação de prejuízos da modalidade limita-se a 30% do lucro do período. 

Como apurar o lucro real

O levantamento, tanto trimestral quanto anual, do demonstrativo do lucro real consiste no seguinte cálculo dos balanços mensais:

Receitas – Despesas = Lucro Real

Se o resultado for negativo, há prejuízo fiscal. Caso supere 32% do faturamento no período de apuração, é mais vantajoso seguir com o regime de lucro presumido, por conta das alíquotas. O artigo 3º da mesma lei expressa que a escolha entre as modalidades é manifestada através do pagamento do primeiro Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), e não pode ser alterada até o fim do ano calendário.

Feita a apuração, é necessário aplicar as alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e do CSLL. O artigo 2º da Lei nº 9.430/96 estabelece as seguintes taxas:

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): 15% para Lucro até R$ 20.000,00 por mês; ou 25% caso seja superior.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): 9% sobre qualquer Lucro apurado.

Além disso, é importante considerar que, ao optar pelo Lucro Real, a alíquota do PIS aumenta de 0,65% para 1,65%, assim como a de COFINS, de 3% para 7,6% sobre a receita.

Exemplo de cálculo

Faturamento trimestral: R$ 200.000,00  (100%)
Lucro Real Apurado: R$  40.000,00 (20%)

 

 

 

 

Outro ponto importante ao apurar o lucro real é usar as informações corretas para o cálculo. Conte com o Accountfy para mantê-las atualizadas e organizadas!

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Certificação CMA: tudo o que você precisa saber

O Certified Management Accountant, ou Contador Gerencial Certificado, no português, é um título concedido aos profissionais financeiros e contábeis que concluem o programa CMA do Institute of Management Accountants (IMA), uma das maiores e mais respeitadas associações focadas exclusivamente no avanço da profissão de contabilidade gerencial.

Os profissionais que obtêm esse certificado são conhecidos como CMAs e possuem expertise e preparação para uma variedade de funções, principalmente as de controller financeiro e CFO.

De acordo com o IMA, o programa de certificação CMA, que completou 50 anos em 2022, é considerado referência global para contadores gerenciais e profissionais financeiros. 

O programa tem uma duração entre 12 a 18 meses e se baseia na qualificação e proficiência em contabilidade e análise financeira, adicionando habilidades de gestão que auxiliam na tomada de decisões estratégicas. Os módulos incluem: 

  • Planejamento e Análise
  • Tecnologia e Análise
  • Gestão de Desempenho
  • Gestão de Riscos e Controles Internos

Kim. R. Wallin, ex-controller do governo do estado de Nevada, nos Estados Unidos, afirma que o programa oferece capacitação em análises, otimização de processos, tomadas de decisão,  planejamento e controladoria, “todos eles críticos para o seu trabalho”. 

Continue a leitura e entenda mais sobre as vantagens de se obter uma certificação CMA, e detalhes sobre o exame, custos e requisitos.

Por que obter a certificação CMA?

Obter a certificação CMA inclui benefícios, desde alavancagem profissional a maiores salários, já que traz credibilidade e pode garantir um lugar em meio a liderança corporativa. 

Segundo a Pesquisa Global de Salários de 2021, feita pelo IMA com mais de 3 mil membros do instituto ao redor do mundo, a remuneração média total dos profissionais CMA é 58% maior do que os que não possuem a certificação.

Os entrevistados também acreditam nos seguintes benefícios dessa certificação:

Segundo a Gleim, fornecedora de cursos preparatórios para o exame de CMA, as Big Four, as quatro grandes empresas de contabilidade e gestão financeira (Deloitte, EY, PwC e KPMG), solicitam especificamente o certificado para determinados cargos de nível hierárquico superior.

Como se tratam de consultorias, elas recorrem às suas próprias equipes de CMAs para aconselhar grandes empresas sobre reestruturações e oportunidades potenciais de economia, pois consideram que esses profissionais são capacitados para entender clientes através de uma perspectiva mais detalhada.

De acordo com a Gleim, a certificação CMA está em alta em empresas listadas na Fortune 500 e naquelas com fábricas que exigem gerenciamento de custos e estoque. Os CMAs podem ser úteis em diversas companhias, principalmente as de grande porte, mais propensas a necessitar de um profissional especializado em contabilidade gerencial e custos.

Além dos benefícios salariais e oportunidades de carreira, a certificação CMA proporciona uma extensa preparação em habilidades cruciais para quem deseja se tornar um gestor contábil ou financeiro do alto escalão, além do reconhecimento como autoridade no assunto. 

De acordo com o artigo Benefícios do CMA – Principais motivos para se tornar um CMA, elaborado pela Becker, uma das maiores escolas preparatórias para o exame do IMA e presente em mais de 55 países, as responsabilidades de um CMA geralmente são mais especializadas do que a de um contador geral. 

Ele pode executar tarefas de FP&A, tomada de decisão, gestão de riscos e investimentos, entre outras atividades essenciais do negócio que exijam maior compreensão e capacidades analíticas, não somente em contabilidade, mas também em negócios e finanças.

Além disso, segundo a Becker, o CMA tende a estar mais próximo aos executivos C-level, reforçando sua relevância como conselheiro e peça-chave dentro da organização.

“Decidi ir atrás da minha certificação CMA porque senti que havia alguma lacuna nas habilidades comerciais que eu precisava para continuar minha carreira na indústria”, comenta Ben Mulling, ex-CFO e atual CEO da Tente North America, fábrica de peças e maquinários industriais, em entrevista para a Investopedia, portal referência em conteúdos financeiros.

Por onde começar 

Exame

O IMA afirma que, para ingressar no programa de certificação CMA, o candidato deve ser aprovado em um exame que consiste em duas partes. Elas podem ser realizadas em conjunto ou em dias separados, com intervalo máximo de dois meses, mediante agendamento de data, hora e local. 

O exame é digital e pode ser realizado presencial ou remotamente usando o serviço ProProctor, ambos administrados pela Prometric, fornecedora de soluções de testes e avaliações para instituições acadêmicas e agências governamentais. 

Deve-se conferir se há disponibilidade para realizar o exame pessoalmente no Brasil através do site da Prometric. O modelo remoto é disponibilizado globalmente e pode ser feito em casa através de um computador ou notebook.

As provas são aplicadas em janeiro, fevereiro, maio, junho, setembro e outubro, e ambas as partes devem ser realizadas entre esses períodos. 

Elas têm duração máxima de 4 horas e são compostas por 100 questões de múltipla escolha envolvendo 12 competências:

Parte 1: Planejamento Financeiro, Desempenho e Análise

  • Decisões de Relatórios Financeiros Externos (15%);
  • Planejamento, Orçamento e Previsão (20%);
  • Gestão de Desempenho (20%);
  • Gestão de Custos (15%);
  • Controles Internos (15%);
  • Tecnologia e Análise (15%).

Parte 2: Gestão Financeira Estratégica

  • Análise de Demonstrações Financeiras (20%);
  • Finanças Corporativas (20%);
  • Análise de Decisão (25%);
  • Gerenciamento de Risco (10%);
  • Decisões de Investimento (10%);
  • Ética Profissional (15%).

Além disso, há também duas redações com duração de 30 minutos cada, que só podem ser acessadas após três horas de prova ou após a entrega das respostas das questões de múltipla escolha. Elas consistem em respostas descritivas ou perguntas de cálculo baseadas em dois cenários, descrevendo uma situação típica da área de negócios.

A pontuação de cada uma vai de 0 a 500, e, para ser aprovado, é preciso obter a nota mínima de 360 em ambas. 

Os resultados de cada uma das áreas de competências e redações são enviados aos candidatos por e-mail em até 14 dias após serem postados no perfil do candidato  

Segundo o IMA, a taxa média é de 50% de aprovação e é recomendado de 150 a 170 horas de estudo por parte. Para quem deseja um melhor aproveitamento, existem cursos preparatórios e materiais para o exame. As provas estão disponíveis apenas nos idiomas inglês e mandarim. 

Custos

Segundo o IMA, para prestar o exame, a filiação como membro é obrigatória, e suas taxas anuais podem variar entre US$ 45 a US$ 275, dependendo se o membro é estudante ou profissional. 

Para profissionais: a entrada no programa custa US$ 280, além de US$460 por cada parte do exame, além da taxa anual de membro.

Para estudantes: a entrada no programa custa US$ 210, além de US$ 345 por cada parte do exame, além da taxa anual de membro.

A taxa de entrada do CMA inclui:

  • Acesso ao pacote de suporte a partir da data de entrada no programa;
  • Relatórios de feedback de desempenho;
  • Certificado personalizado e numerado após a conclusão de todos os requisitos;
  • Relatório de pontuação final após a conclusão dos exames.

Em ambos os casos, o instituto oferece descontos. Para acadêmicos, é possível obter bolsas de estudo através de universidades parceiras ao redor do mundo, no qual professores podem nomear até 10 alunos para participar. 

As bolsas são destinadas a alunos de alto desempenho e contemplam a taxa de entrada para o programa CMA, um pacote de suporte para exames com perguntas de provas anteriores, taxa de inscrição cobrindo as duas partes do exame e três anos de associação ao IMA (enquanto a certificação estiver em andamento).

Para profissionais brasileiros, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo firmou um acordo com o IMA em 2019, que visa facilitar a certificação para profissionais e estudantes da área contábil. A parceria inclui descontos na filiação ao IMA e bolsas de estudo para profissionais e estudantes registrados no CRCSP

Requisitos para concluir a certificação

De acordo com o Manual CMA: Seu Guia de Informações e Requisitos para Certificação CMA, elaborado pelo próprio instituto, qualquer pessoa pode realizar o exame, porém, é necessário que o candidato atenda a certos critérios para obter o certificado ao fim do programa. São eles:

  1. Ter sua filiação ativa no IMA;
  2. Possuir um diploma de bacharel de uma faculdade ou universidade credenciada ou uma certificação profissional relacionada;
  3. Ter dois anos contínuos de experiência profissional em contabilidade gerencial ou gestão financeira, que podem ser concluídos em até sete anos após a aprovação no exame;
  4. E concluir o programa em no máximo três anos.

Agora você sabe todos os detalhes que envolvem a certificação CMA, que continua relevante no mercado financeiro e traz diversos benefícios para os profissionais. Continue acompanhando nossos conteúdos e se mantenha atualizado!

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Como a área financeira pode se beneficiar do cloud computing?

A pesquisa Rastreador de Infraestrutura Corporativa Trimestral Mundial: Comprador e Implantação na Nuvem da International Data Corporation (IDC), consultoria em inteligência de mercado, revela que os gastos com infraestrutura de computação e armazenamento em nuvem aumentaram 6,6%, ano a ano, até 2021, totalizando um mercado de US$ 18,6 bilhões. Até 2025, devem atingir US$ 118 bilhões.

Seguindo essa tendência, o material Futuro da Área Financeira: A Agenda o CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, feito pela KPMG, mostra que o futuro da área financeira será marcado pela nuvem como ferramenta dominante.

De acordo com a Investopedia, portal referência em conteúdos financeiros, o cloud computding é uma tecnologia que permite a entrega de diferentes serviços através da internet, como servidores, redes e softwares, por exemplo. As informações armazenadas em nuvem são salvas em bancos de dados remotos e podem ser acessadas a qualquer momento por dispositivos conectados à ela, não precisando estar em um local específico.

Com toda a flexibilidade, agilidade e mobilidade que o cloud computing têm proporcionado aos negócios, a área financeira a usa  como uma aliada para otimizar processos e trazer maior dinamismo na gestão de dados

De acordo com o relatório Futuro da Área Financeira: A Agenda do CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, tecnologias de automatização baseadas em cloud computing fomentarão um novo modelo operacional no qual capacitarão as finanças para entregar mais valor com menos esforço, e responder às necessidades do negócio com maior rapidez. Continue a leitura e entenda mais sobre essa relação.

Cloud computing na área financeira

Em seu estudo Economia da Nuvem: Mantendo a Cabeça na Nuvem – O Papel Vital dos CFOs nas Decisões Estratégicas de Computação em Nuvem, a Deloitte afirma que  à medida que empresas exploram as vantagens do cloud computing, os CFOs têm a oportunidade de conduzir estrategicamente a implantação dessa tecnologia na área financeira e em toda a organização.

Segundo a consultoria, CFOs podem abordar os impactos que modelos de nuvem podem trazer aos processos contábeis e financeiros. Além disso, devem comunicar seus resultados para investidores e stakeholders, pois, analistas de investimento parecem estar mais interessados ​​em como essa tecnologia pode levar a aumentos nos fluxos de receita, assim como seu potencial de redução de custos.

Além disso, a adoção do cloud computing na área financeira permite que concentrem mais tempo e recursos em suas principais atividades, ao mesmo tempo em que oferecem a flexibilidade de aumentar ou diminuir os investimentos em nuvem como resposta às mudanças nas necessidades da organização.

Benefícios do cloud computing na área financeira

Economia de recursos e tempo

A migração para a nuvem permite que as áreas financeiras otimizem os investimentos alocados em tecnologia e evitem gastos desnecessários. Em vez disso, podem canalizar o dinheiro para outros aspectos da gestão do negócio.

O estudo da Accenture revela que o cloud computing pode reduzir significativamente o custo operacional de uma empresa, permitindo que ela aumente ou diminua o uso de recursos. O relatório também afirma que, além de economizar em energia, uma empresa pode reduzir sua emissão de carbono em 30% por cada usuário usando soluções em nuvem.

Segundo a IBM, em comparação com o armazenamento local tradicional, o cloud computing traz: 

Custos de TI mais baixos: o armazenamento em nuvem reduz custos de compra, instalação, configuração e gerenciamento de infraestrutura físicas, além de mão de obra especializada;

Mais rapidez no fornecimento de ferramentas: em vez  de aguardar pela instalação e configuração de softwares e hardwares, o cloud computing permite que aplicativos corporativos sejam implantados em poucos minutos.

Melhor aproveitamento e economia de gastos: ao contrário de infraestruturas físicas, a nuvem conta com a possibilidade de dimensionar a capacidade de armazenamento para mais ou menos, em vez de pagar pelo excesso de espaços que estão sem uso. 

Facilidade de acesso à informação

O armazenamento em nuvem facilita e dinamiza seu acesso, no qual vários dispositivos podem carregar e baixar dados de qualquer lugar e a qualquer momento, permitindo inclusive a colaboração em tempo real por equipes remotas, por exemplo. 

O Guia do CFO para a Nuvem, também elaborado pela Deloitte, reforça como a adoção do cloud computing pode ter um resultado positivo na área financeira em termos de acesso à dados, exemplificando o seguinte caso:

“Uma empresa sofria com problemas na gestão de dados. A área financeira não conseguia acessar ou analisar as informações de sistemas antigos, necessárias para decisões cruciais. Ao perceber que precisavam de uma nova plataforma baseada em nuvem, a equipe de tecnologia implantou o cloud computing. Essa empresa agora está se tornando uma potência orientada por dados, adotando ferramentas avançadas para rentabilizar novas oportunidades”. 

Segundo a Deloitte, em rotinas em que a coleta de informações é essencial e muitas vezes manual, áreas financeiras veem o cloud computing como ferramenta principal no auxílio dessas demandas e já representa redução de tempo na elaboração de relatórios.

Apoio às decisões estratégicas

Segundo a KPMG, para os profissionais da área financeira, o cloud computing, combinado a outras ferramentas, está auxiliando as decisões através de recursos de monitoramento de processos de fechamento, análise de cenários estratégicos e relatórios gerenciais em tempo real.

A consultoria afirma que planejadores financeiros podem se aproveitar de ferramentas baseadas em nuvem, como plataformas de gestão de desempenho corporativo (CPM), para criar uma visão de FP&A que integre as previsões financeiras com as operações, supply chain, vendas, marketing e outros.

Melhorias na forma como os dados são estruturados e coletados e a redução da necessidade de processos repetitivos e intervenções manuais são alguns dos benefícios enfatizados pela KPMG.

Os papéis do CIO e CFOs

Embora tradicionalmente questões tecnológicas sejam conduzidas pelo CIO, o CFO também está atrelado à transformação digital e seu suporte tem desempenhado um papel importante na promoção das mudanças necessárias nos processos.

58% dos CFOs entrevistados pelo estudo TCS 2020 CFO, feito  pela Tata Consultancy Services, consultoria de serviços de TI, reconhecem que a tecnologia está tendo um impacto profundo em seu papel e não são apenas responsáveis ​​pela digitalização da função financeira, mas também desempenham papel fundamental na digitalização de todo o negócio.

Nesse sentido, ambos têm trabalhado em conjunto para implementar soluções em cloud computing na área financeira e em toda a organização de forma inteligente e planejada.

Para a Deloitte, ao considerar a implantação do cloud computing, o CFO  pode envolver-se, juntamente com o CIO, para discutir as necessidades da empresa em relação à tecnologia, e avaliar contratos, taxas, custos, e retornos esperados.

De acordo com o artigo Como o CFO e o CIO colaboram para criar, otimizar e proteger valor, da Ernst & Young, enquanto os CFOs supervisionam os gastos corporativos gerais e justificam financeiramente as iniciativas relacionadas à tecnologia, o CIO avalia as opções de serviços de cloud computing, e decide quais estruturas e processos do negócio serão movidos para a nuvem: tais como os bancos de dados, aplicativos, plataformas e softwares, por exemplo.

Além disso, rumo à implantação do cloud computing na área financeira e na organização como um todo, o Gartner, em seu material Elabore uma estratégia eficaz de computação em nuvem respondendo a cinco perguntas-chave, sugere algumas questões que CFOs e CIOs podem responder:

  • Onde e como a organização deve consumir serviços de cloud computing?
  • Como protegeremos, gerenciaremos e governaremos em ambientes híbridos?
  • Como a computação em nuvem influencia nossa estratégia?

Em suma, além de conduzir a mudança em termos técnicos, o CIO pode trazer mais clareza em relação aos impactos positivos que o cloud computing trará, ajudando nas metas organizacionais. 

Por sua vez, CFOs podem auxiliar na escolha de uma ferramenta alinhada às expectativas do departamento de tecnologia, ao mesmo tempo que gerenciam novos riscos, e conciliam os investimentos às estratégias e objetivos financeiros.

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Criptomoedas e área financeira: o que você precisa saber

Segundo estimativa do relatório da Crypto.com, consultoria de serviços financeiros em cripto de Singapura, até o fim de 2022, o número de proprietários globais de criptomoedas chegará a 1 bilhão.

Além disso, o Gartner prevê, no Guia Rápido de Criptomoedas Para o CFO, que até 2024, pelo menos 20% das grandes empresas usarão moedas digitais

E como esses ativos diferem dos  tradicionais, esse cenário ilustra um desafio para os líderes à medida que gerenciam e adaptam as criptomoedas à área financeira e aos modelos de negócios atuais. 

O que são criptomoedas

Segundo a Investopedia, as criptomoedas são versões de moedas eletrônicas, como o bitcoin, por exemplo, que permitem pagamentos online em tempo real entre as partes, sem intermediários como instituições financeiras e câmaras de compensação de um banco central. 

As criptomoedas são extraídas, negociadas, distribuídas e armazenadas em um livro de blockchain. A expressão se refere à tecnologia que permite que uma base de dados seja organizada através de uma sequência ordenada. Trata-se de um livro-razão com blocos interligados e imutáveis que contém todo o histórico e registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede compartilhada.

Criptomoedas na área financeira

O relatório A Ascensão do Uso de Criptomoedas nos Negócios, elaborado pela Deloitte, revela que um número crescente de empresas em todo o mundo estão usando criptomoedas e outros ativos digitais para propósitos de investimento, operacionais e transacionais

Para a consultoria, a introdução dessa nova tecnologia está ajudando a preparar empresas para um futuro emergente que poderá incluir moedas digitais regulamentadas pelos bancos centrais.

O material elenca benefícios que as criptomoedas podem trazer relevantes à área financeira, tais como: 

  • Transferências monetárias simplificadas e em tempo real: as movimentações em criptomoedas são feitas entre o pagador e o recebedor, sem a necessidade de uma terceira parte, como instituições financeiras ou contas bancárias. Usando a chave privada associada a criptomoeda, um usuário pode assinar transações e, assim, transferir o valor para um novo proprietário instantaneamente.
  • Maior segurança nas transações: empresas podem utilizar de recursos de multi-assinaturas na wallet (carteira digital em que ficam armazenadas as criptomoedas), em que a maioria dos titulares de contas compartilhadas precisa assinar uma transação para ser processada com sucesso. Além disso, para garantir a integridade das transações criadas na rede, as transações são registradas em um livro público (blockchain).
  • Oportunidades envolvendo investimentos digitais: as criptomoedas podem permitir acesso a novos grupos de investimentos tradicionais que se tornaram “tokenizados” – expressão que se refere à ativos que foram convertidos em formato digital – bem como a novas classes de ativos, consideradas grandes oportunidades para liquidez e capitalização.

De acordo com a Gartner, CFOS deverão estar prontos para adicionar criptomoedas ao seu balanço patrimonial e na estratégia de ativos. Segundo a consultoria, apesar das criptomoedas parecerem ser uma disrupção digital ainda distante, a tendência é que futuramente, elas possam ser utilizadas para pagamentos entre negócios B2B.

As criptomoedas na área financeira poderão agregar rendimentos e organizações poderão usá-las como um novo tipo de moeda de pagamento, garantia para investimentos em novos ativos digitais, e reserva de valor semelhante ao ouro digital (método de compra e investimentos no ouro, sem necessidade de havê-los fisicamente).

Segundo o guia, empresas públicas que optaram por manter uma criptomoeda em seus balanços acreditam que elas possam ser uma melhor reserva de valor em longo prazo do que as moedas fiduciárias.

No entanto, líderes financeiros precisam estar atentos às ameaças envolvendo as atividades relacionadas às criptomoedas. Alta volatilidade, falta de acordos universais sobre tratamentos contábeis e fiscais e incerteza de mercado são destacados pela consultoria.

Outra pesquisa da Gartner, feita com 77 executivos financeiros, sendo 50 deles CFOs, aponta que as principais razões pelas quais muitas empresas ainda não possuem cripto ativos são: 

  • 39% por alta exposição ao risco: para a consultoria, devem ser consideradas questões como a desconfiança dos diretores de conselho ao discutir implantações ou investimentos envolvendo criptomoedas na área financeira, já que são altamente voláteis. “Seria extremamente difícil mitigar o tipo de oscilação observada nas criptomoedas nos últimos cinco anos”, afirma Alexander Bant, chefe de pesquisa na prática de finanças da Gartner.
  • 38% pela lenta adaptação como moeda de troca: como forma de pagamento, elas ainda estão em fase de desenvolvimento e carecem de proteção legal. Além disso, a maioria das organizações não possui habilidades e conhecimento para gerenciá-las.
  • 18% por dificuldades com tratativas contábeis: por não serem amplamente regulamentadas, as criptomoedas na área financeira exigem atenção diferenciada em termos de tratamento contábil e fiscal, inclusive para usá-las em transações comerciais.

Especificações fiscais das criptomoedas no Brasil

Segundo o Ministério da Economia, em ofício emitido no final de 2020, criptomoedas podem ser utilizadas para composição do capital social e consideradas como ativos financeiros.

Além disso, o documento confirma que não há procedimentos especiais para o registro dos atos societários que envolvam criptomoedas, “devendo ser respeitadas as mesmas regras aplicáveis à integralização de capital com bens móveis, conforme o respectivo tipo societário”.

Mas, apesar de não serem consideradas como moeda nos termos do marco regulatório atual, devem ser declaradas por serem ativos financeiros. Operações realizadas com criptoativos que ultrapassem R$ 35 mil mensais em negociações estão obrigadas as prestações relativas à Instrução normativa RFB Nº 1888, de 03 de maio de 2019.

De acordo com a legislação no Brasil, são obrigadas a prestar as informações: a exchange (corretora de cripto ativos) domiciliada para fins tributários no Brasil; e a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil quando:

a) as operações forem realizadas em exchange domiciliada no exterior; ou
b) as operações não forem realizadas em exchange.

Quanto ao prazo de entrega, segundo o art. 8º da instrução normativa, as informações deverão ser enviadas à Receita Federal até o fim do último dia útil do mês seguinte ao que ocorreram as operações, e deve ser feita através do sistema de Coleta Nacional.

Riscos envolvendo criptomoedas

A regularização ainda está em seus passos iniciais

A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos alerta que as criptomoedas carecem de apoio e proteção contra usos indevidos, como golpes e fraudes. Além disso, o órgão afirma que compras feitas através desse método geralmente não são reversíveis, e informações sobre transações podem ser publicadas indevidamente, representando grandes riscos ao financeiro.

Em março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou a Ordem Executiva para Garantir o Desenvolvimento Responsável de Ativos Digitais, visando a proteção do consumidor, estabilidade financeira, segurança nacional e gestão de riscos climáticos envolvendo criptomoedas.

Para o Fórum Econômico Mundial, a movimentação incentiva uma abordagem globalmente coordenada para a regulamentação das criptomoedas, que hoje chegam a ter valor de mercado estimado em US$1.7 trilhão.

No Brasil, devido a preocupação com os efeitos das criptomoedas na estabilidade financeira e seus riscos, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta as empresas que operam no setor de criptomoedas. Ao entrar em vigor, somente instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central poderão prestar exclusivamente o serviço de ativos virtuais.

O preço das criptomoedas é muito volátil

Investimentos e reservas em criptomoedas ainda estão expostas à grande variação. A especulação faz com que a demanda oscile descontroladamente, resultando com que os preços subam e desçam drasticamente.

Entre altos e baixos, dados do Banco da Reserva Australiana mostram o grau de volatilidade nos preços de criptomoedas. O preço do bitcoin, por exemplo, aumentou de cerca de US$ 30.000 em meados de 2021 para quase US$ 70.000 no final do mesmo ano

Em junho de 2022, a moeda chegou a uma de suas maiores quedas, com os preços caindo para cerca de US $20 mil. Números da Glassnode, consultoria de serviços de blockchain, revelam que bitcoin e ativos digitais passaram por mais um período caótico e a baixa está em sua fase “mais sombria”.

Segundo a Glassnode, diversos indicadores macro sugerem que o mercado está entrando na fase mais profunda deste ciclo e investimentos de longo prazo esperam registrar perdas significativas. 

O especialista Gustavo Cunha, que atua há mais de 5 anos no mercado de criptoativos, afirma, em matéria para a InfoMoney, que a volatilidade das criptomoedas pode ser explicada pelo fato de se tratar de um mercado emergente, em que há grande especulação e requer que usuários se “acostumem” com a ideia de uma moeda digital.

Além disso, Cunha também destaca o impacto midiático exemplificando com uma notícia em que a China determinou que toda transação relacionada a cripto é ilegal, resultado em uma queda de 4% ao bitcoin. 

Mesmo com maior blindagem, ainda há problemas de segurança

Apesar da tecnologia de criptografia envolvida, essa as criptomoedas ainda tem suas vulnerabilidades. Recentemente, mais de US$ 625 milhões em criptomoedas foram roubadas da Axie Infinity, jogo do tipo play-to-earn, jogue-para-ganhar, no português, baseado em NFT (token não fungível).

O ataque ocorreu em decorrência de uma invasão das chaves privadas (conjunto de palavras que funcionam como uma senha de acesso que permite a movimentação dos saldos) da carteira que desenvolve a comunicação entre a blockchain do jogo (AXS) e a rede ethereum, na qual é hospedada.

Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios da Mercado Bitcoin, uma das maiores exchanges brasileiras, afirma em seu artigo publicado no LinkedIn que “o maior hack da história cripto” ainda é só o começo para o surgimento de outros.

“O ponto é que conforme crescem os volumes do mercado de criptoativos, tendem a crescer também os saldos dos roubos, sejam eles em criptomoedas, como bitcoin e ethereum, ou em outras ramificações desse mercado”, afirma Tota.

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