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Como escolher um serviço de auditoria financeira

Segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o mercado de fusões e aquisições cresceu 28%, entre 2018 e 2019, o que repercute diretamente na procura por serviços de auditoria financeira, tendo em vista a necessidade por processos mais transparentes.

A Lei 11.638/07 afirma que empresas com ativos superiores a R$240 milhões ou receita bruta anual superior a R$300 milhões são obrigadas a contratar os serviços de auditoria externa.

Para tornar este processo de escolha mais transparente, surgiram, dentro das empresas, os comitês de auditoria. Segundo o Guia para Comitês de Auditoria, sua função é supervisionar as ações da empresa contratada.

Neste post, vamos detalhar aspectos importantes para a escolha de uma auditoria financeira, os principais critérios na seleção desses parceiros, conhecer a influência dos gestores, além de abordar os benefícios que a auditoria traz à organização.

Qual é o perfil da auditoria financeira moderna

Os avanços tecnológicos e a transformação digital que estamos vivendo também impactam a rotina profissional do auditor e das empresas de auditoria.  

Jon Raphael, Diretor de Inovação da Deloitte, afirma, em entrevista à Strategic Finance, que os profissionais de uma auditoria devem possuir amplo conhecimento sobre tecnologia, habilidades analíticas aprimoradas e uma compreensão mais profunda dos riscos de um negócio.

A importância da tecnologia, também, é citada em relatório da EY. O estudo aponta que esses profissionais estão sendo treinados para usar, cada vez mais, a análise de dados para identificar padrões de transações que indiquem fraude material, por exemplo.

De acordo com o Occupational Outlook Handbook, do Bureau of Labor Statistics, até 2030, o número de contadores e auditores empregados, nos Estados Unidos, deve crescer 11%, quase tão rápido que a média de todas as ocupações

Michele Parmelee, Vice-CEO da Deloitte Global, em entrevista à Revista Forbes, diz: “Pense em todos os stakeholders com os quais os auditores têm que lidar. Eles devem ser capazes de ouvir e explicar e construir um relacionamento em todos os níveis da organização.”

A Forbes, baseada em uma série de estudos, lista as cinco principais habilidades de um auditor de sucesso:

  1. Forte capacidade de comunicação
  2. Inteligência emocional
  3. Pensamento crítico e visão de negócios
  4. Perfil questionador e investigativo
  5. Habilidades interpessoais

O papel dos gestores na seleção de uma auditoria financeira

Segundo artigo publicado, na Strategic Finance, e baseado nas pesquisas das autoras Melissa Carlisle, Candice Hux e Aleksandra Zimmerman, a administração pode ter um papel formal ou informal na seleção do auditor e da empresa contratada. 

Segundo a publicação, há algumas características dos parceiros de auditoria que os gestores acreditam ser mais importantes, no processo de seleção, e que podem ajudar empresas a tomar a mesma decisão: 

  • Amplo conhecimento técnico
  • Entendimento sobre o negócio do cliente
  • Experiência e boas referências
  • Disponibilidade e respostas rápidas
  • Capacidade de se relacionar com o time
  • Integridade profissional e ética nas relações
  • Proatividade e objetividade nas suas ações

A matéria, também, cita a experiência dos gestores e o profundo conhecimento deles nas metas e operações financeiras da empresa, diante de riscos e estratégias, como um facilitador na hora de se certificar da qualidade da auditoria.

Principais critérios para escolher uma auditoria financeira

A escolha de um parceiro de auditoria financeira pode envolver diversos critérios, que vão desde o conhecimento técnico e atualização profissional, passando pela postura ética até chegar na relação custo-benefício. Além disso, a definição também deve ocorrer no momento certo para a empresa.

Uma forma de comprovar a capacidade operacional de uma auditoria financeira é através das informações disponíveis no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Os auditores, para terem um registro na CVM, devem comprovar capacidade profissional para atuar na área.

Aqui, no Brasil, a emissão de normas de auditoria financeira é de responsabilidade do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A entidade traduziu as Normas Internacionais de Auditoria sob o nome de Normas Brasileiras de Auditoria Independente de Informação Contábil-Histórica (NBC-TA)

No exterior, as Normas Internacionais de Auditoria emitidas pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) são consideradas como referência para o processo de auditoria.

A AICPA (Associação Internacional de Contadores Certificados) criou um guia para auxiliar na avaliação de uma auditoria financeira, destacando os principais requisitos:

  • Experiência e desenvolvimento profissional
  • Políticas de qualidade em todos os seus processos
  • Independência e autonomia na prestação do serviço
  • Licenciamento para atuar com auditoria financeira
  • Postura dinâmica e cultura tecnológica

Benefícios da auditoria financeira para a empresa

Nos últimos anos, as organizações vêm buscando uma experiência de auditoria que seja capaz de refletir uma nova dinâmica de gestão: mais ágil, objetiva e tecnológica.

Richard Summerfield, editor da Financier Worldwide, afirma: uma auditoria financeira eficiente não deve apenas relatar as não conformidades e ações corretivas, mas também destacar pontos positivos e boas práticas.

Uma boa auditoria financeira, também, pode auxiliar empresas na avaliação de riscos. Foi o que constatou a pesquisa da Deloitte, que ouviu 351 executivos, de nove países, sobre a importância de avaliar os riscos em cenários econômicos adversos.

Segundo essa pesquisa, para 90% dos entrevistados, as empresas podem se beneficiar com a parceria de um auditor para avaliar os riscos e entender os impactos financeiros a longo prazo.

Os autores Stephen H. Fuller, Jennifer R. Joe e Benjamin L. Luippold afirmam, em artigo, que, quando o relatório do auditor é mais informativo sobre uma estimativa complexa e o comitê de auditoria é mais eficiente, as divulgações financeiras relacionadas à administração são mais transparentes.

A PwC elaborou um estudo que cita os principais benefícios de uma auditoria financeira para as empresas e seus stakeholders:

  • Possibilita maior transparência e informações claras aos acionistas
  • Aponta inconsistências nas declarações financeiras
  • Identifica falhas na administração e nos controles internos
  • Entrega insights sobre as áreas onde a administração pode melhorar

Agora você já sabe quais os aspectos mais importantes considerar ao escolher um serviço de auditoria financeira para sua empresa. Continue acompanhando nossos conteúdos para se manter atualizado e conte com o Accountfy para otimizar a análise e organizações dos seus dados financeiro!  

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O papel da metodologia ágil na área financeira

O conceito de metodologia ágil nasceu em 2001, no estado norte-americano de Utah, a partir da publicação do “Manifesto Ágil”. Este documento foi elaborado por um grupo de 17 desenvolvedores e propõe um conjunto de práticas que visam entregas de alta performance em um prazo curto, partindo de uma perspectiva diferente da gestão tradicional. 

Com a evolução do método, surgiram outras ramificações, sendo o Scrum, Lean e Kanban os mais comuns entre as empresas.

Nos últimos anos, a metodologia ágil na área financeira ganhou evidência, beneficiando o trabalho do CFO e seus colaboradores. O 12º Annual State Of Agile Report aponta que 24% das áreas de tecnologia de empresas adotam o método em suas rotinas, seguido pelas de finanças com 17%.

O mesmo relatório enumera os principais motivos para a adoção da metodologia ágil:

  • 75% – Entregas mais ágeis 
  • 64% – Gerenciar mudanças prioritárias
  • 55% – Aumentar a produtividade
  • 49% – Maior alinhamento entre negócio e TI
  • 46% – Aumento na qualidade das entregas

Neste post, iremos falar sobre o papel da metodologia ágil na área financeira, sua ligação com a transformação digital e como a cultura organizacional pode auxiliar nesse processo.


Como funciona a metodologia ágil na área financeira?

Diferente do que acontece com um planejamento na gestão tradicional, no qual as estratégias são definidas em sua totalidade, na metodologia ágil, as entregas se dão por etapas e de forma contínua. O resultado são tarefas desenvolvidas com mais eficiência e controle. 

Segundo Henk Pieter den Boer, especialista da PwC, a implementação de rotinas ágeis traz um impacto sistêmico em diversas funções financeiras, e pode facilitar a maneira de se trabalhar com planejamento e orçamento.
Este entendimento indica, entre outros aspectos, uma mudança de mentalidade e um maior alinhamento da área de TI com os CFOs no emprego das metodologias ágeis.

Veja alguns benefícios da metodologia ágil para a área financeira listadas por especialistas da PwC:

Controle de custos: O uso de recursos como a inteligência artificial, auxilia na otimização dos processos e, consequentemente, na redução de custos.

Redução de riscos: Com equipes menores, os riscos de erros de execução são minimizados consideravelmente, pois é possível identificar gargalos e corrigir desvios com maior eficiência.

Aumento da produtividade: Outro ponto central, uma vez que cada profissional saberá exatamente qual o seu papel e a importância de sua atuação para o êxito de cada etapa no processo. 

Maior transparência e acesso a dados: Processos colaborativos geram maior transparência e segurança nas rotinas financeiras e um acesso mais dinâmico às informações.

CFO e times mais integrados: O fortalecimento da liderança do CFO somada à participação direta dos demais colaboradores, gera um ambiente de trabalho mais produtivo e ágil.  

Atração e retenção de talentos: empresas que vivenciam novas formas de trabalho são mais atraentes para candidatos de alto nível e mais propensas a reter seus funcionários talentosos.

A conexão entre metodologias ágeis e transformação digital

Metodologias ágeis e transformação digital andam juntas. Uma conexão que vem ganhando força com o emprego de novas tecnologias e modelos de trabalho mais inovadores.

Na área de finanças, esta conexão acelera a automatização dos processos, favorece o mapeamento de dados e melhora o acompanhamento de prazos.

Segundo estudo da IBM, apesar das vantagens da transformação digital, 58% das empresas de médio e grande porte ainda conduzem sua gestão financeira de forma tradicional, usando planilhas em seus processos de planejamento e orçamento, mas 41% dos colaboradores dessas empresas afirmam não conseguir lidar com o volume desses dados.

O papel da tecnologia para uma área financeira mais ágil

Nos últimos anos, a tecnologia vem assumindo um papel transformador na área financeira, possibilitando a modernização dos processos e uma maior integração com
novas formas de trabalho, entre elas a metodologia ágil.  

O resultado são entregas melhores em prazos menores, dentro de ambientes mais dinâmicos
e inteligentes. Além disso, com o aporte na tecnologia, as tomadas de decisão acontecem de forma mais fluida e segura, o que auxilia o planejamento das organizações.

Segundo o CEO Survey 2021, da Deloitte Brasil, as empresas de serviços e financeiras são ass que mais investiram em tecnologia no ano passado. Contudo, para o bom aproveitamento das soluções tecnológicas, capacitar colaboradores e demais lideranças é sempre uma escolha inteligente.

O “Agenda 2022”, também da Deloitte Brasil, aponta que 9 em cada 10 empresas irão aumentar ou manter investimentos em qualificação tecnológica, como forma de responder à transformação digital.

O mesmo estudo indica que a maior parte desses investimentos se dará em sistemas, ferramentas de gestão, aplicativos e infraestrutura. Tudo isso, reflete a importância da tecnologia no ambiente financeiro.

A tecnologia aliada a metodologias ágeis podem trazer diferentes benefícios:

Agilidade nos processos: Novas metodologias reduzem significativamente o tempo gasto em atividades, o que pode ser convertido em produtividade para o setor.

Facilidade no acesso: Acessar seu banco de dados de qualquer lugar e em tempo real com os demais colaboradores é um grande diferencial.

Planejamento eficiente: Permite uma visão completa da real situação das finanças da empresa, alicerçando melhor as decisões futuras.

Controle de prazos: Precisão e rigor no controle de prazos é uma das muitas vantagens que a tecnologia traz à área financeira.

Segurança nas informações: Os softwares permitem a integração de diversos setores da empresa e um controle mais eficiente e seguro das informações.

Redução de erros: As informações, quando realizadas manualmente, podem gerar erros difíceis de serem identificados. Com a integração de dados digitais, a confiabilidade das informações é altamente superior.

O papel da cultura organizacional na criação de uma área  financeira ágil  

A pesquisa da consultoria Gartner aponta que 7 em cada 10 CFOs aceleraram suas iniciativas digitais em 2021, indicando que a transformação digital é imperativa na área de finanças.

Já o estudo da Accenture afirma que 72% dos CFOs são responsáveis pelo direcionamento tecnológico da empresa, o que contribui para a implementação de uma cultura ágil.

Pontos, como esses, abrem caminho para a adoção de novas metodologias e tecnologias na área financeira. Essa combinação de fatores fortalece a cultura organizacional, que contribui à criação de uma área financeira ágil, quando:

  • Incentiva a mudança de mindset da empresa, que passa a melhor compreender os objetivos traçados.
  • Auxilia na substituição de modelos tradicionais e, muitas vezes, engessados de gestão
    por novas metodologias
  • Une lideranças e colaboradores em prol de uma área financeira mais ágil.

Para materializar estas iniciativas, a figura do executivo de finanças tem se mostrado fundamental, pois cabe a ele transmitir os valores da empresa e validar internamente toda essa cultura.

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O que esperar da área financeira nos próximos anos?

De acordo com a McKinsey, em seu artigo Finanças 2030: quatro imperativos para a próxima década, nos últimos dez anos, a área financeira reduziu os custos em quase 30% e gestores usaram 19% mais tempo em atividades de valor agregado.

Do momento atual até 2030, o objetivo é alcançar níveis ainda mais altos de eficácia, e para isso, os executivos precisam mudar suas prioridades para minimizar erros, impulsionar a velocidade nos fluxos de trabalho e gerar maior precisão. A consultoria destaca quatro pontos de atenção para alcançar essa meta: 

  1. Estimular uma rede integrada de eficiência em todos os níveis da empresa;
  2. Potencializar o papel da área financeira no gerenciamento, consolidação, controle de dados e fluxo de informações a;
  3. Fortalecer a tomada de decisão por meio da adoção de ferramentas e técnicas que auxiliem na visualização de dados e análises avançadas;
  4. Reimaginar o modelo operacional financeiro com o objetivo de promover novas habilidades e capacidades.

 Segundo a KPMG, em seu reporte Futuro das Finanças: A agenda do CFO para um amanhã radicalmente diferente, alguns dos planos e expectativas da área financeira para a década são:

  • 60% a 70% dos processos manuais realizados hoje serão automatizados nos próximos cinco a dez anos;
  • 47% dos CEOs planejam aprimorar mais da metade de sua força de trabalho nos próximos três anos;
  • 63% dos CEOs dizem que precisarão melhorar seus processos de inovação e execução nos próximos três anos.

Confira a seguir mais detalhes sobre o que esperar para a área financeira nos próximos anos. 

Área financeira: o que esperar para o amanhã?

Em seu relatório Finanças 2025: transformação digital em finanças – nossas oito previsões sobre tecnologia digital para CFOs, a Deloitte imaginou o futuro que combina as necessidades de CFOs com as tecnologias disponíveis, fazendo algumas previsões para a área financeira até o ano de 2025:

Blockchain: uma blindagem para os processos da área financeira

Nos próximos anos, a Deloitte acredita que as informações baseadas em nuvem, blockchain, automatização e investimentos em segurança continuarão em ritmo acelerado, mitigando riscos humanos, dispensando o uso de planilhas e mantendo os dados inalteráveis, gerando relatórios mais transparentes e auxiliando na auditoria e compliance. 

A previsão da consultoria não difere de outras análises sobre o setor. A pesquisa Blockchain e o futuro das finanças, feita pela KPMG, estima que o valor comercial agregado pelo blockchain superará US $176 bilhões até 2025 e US $3,1 trilhões até 2030. Ainda será responsável por um aumento de até 40% na eficiência financeira, com o processamento direto em uma única fonte, contribuindo com uma redução de até 95% nos erros, devido à eliminação de livros-razão fora de sincronia.

Rolling Forecast e relatórios instantâneos

Para a Deloitte, os resultados operacionais reportados periodicamente em ciclos serão substituídos por previsões de cenários contínuas e instantâneas. Impulsionada pela tecnologia, a área financeira não irá mais prever mensalmente ou trimestralmente, e sim em tempo real.

A DataRails, em sua matéria As 10 maiores tendências que impactarão o FP&A em 2022, afirma que já neste ano o planejamento financeiro será marcado por essa mudança. Para a empresa de softwares, os relatórios em tempo real já são uma aposta nos Estados Unidos e o FP&A irá acompanhar essa onda em todo o globo.

Novas ferramentas de gestão financeira

Na previsão da Deloitte, as novas plataformas de gerenciamento de performance corporativa e automatização desafiarão o ERP tradicional e outros mecanismos ultrapassados. Capazes de fazer o trabalho manual de maneira inteligente e automática, líderes da área financeira poderão se dedicar integralmente às atividades estratégicas, geração de insights e análises.

Segundo pesquisa feita pela McKinsey, quase 70% das companhias aceleraram a adoção de novas tecnologias e a digitalização de processos e sistemas, principalmente pós-pandemia, e a tendência é que esses números aumentem ainda mais até 2030.

Integração de dados financeiros e de outras áreas

A Deloitte afirma que muitos departamentos financeiros ainda enfrentarão desafios com a desorganização de dados e falta de compatibilidade entre sistemas. Nesse cenário, a proliferação de APIs permitirá uma padronização de dados sincronizados e integrados entre uma ou mais plataformas.

De acordo com a FP&A Trends, em seu artigo Através da lente: finanças em 2025, o modelo operacional de finanças esperado em 2025 trabalhará com uma visualização de dados conjunta, com todas as informações da empresa armazenadas em um só banco.

Profissionais capacitados digitalmente

Na visão da Deloitte, o futuro tem demonstrado tendências para um mercado mais digitalizado, e aconselha a trabalhar para capacitar a força de trabalho com as novas tecnologias que estão por vir.

O Gartner, em suas previsões das 6 maneiras como o local de trabalho mudará nos próximos 10 anos, afirma que o trabalho de maior valor será de natureza cognitiva até 2028.

Para a pesquisa, a demanda por habilidades digitais cresceu 60% nos últimos anos e funcionários terão que aplicar criatividade, pensamento crítico e constante aprimoramento de sua destreza digital para atender a essas necessidades e resolver problemas complexos.

Padronização nos relatórios ESG

O relatório de tendências da Deloitte afirma que hoje, a adoção de padrões ESG tornou-se um

requisito para a maioria das grandes empresas e investimentos fundos. E globalmente, os ativos ESG estão a caminho de ultrapassar US $50 trilhões até 2025.

Um padrão global para relatórios sustentáveis da área financeira tem sido discutido nas pautas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e com o ESG e investimentos em green bonds em alta, a perspectiva é que nos próximos anos a padronização seja uma realidade.

Segundo a Climatiq, empresa que oferece banco de dados de emissões climáticas de código aberto, além da União Europeia e do ISSB, existem cerca de 30 órgãos reguladores que estão analisando propostas legislativas futuras que reforçam os padrões de relatórios ESG corporativos

E agora, como preparar a área financeira para esse futuro?

Para os diretores da área financeira, será necessário avaliar custos, retorno de  investimentos e os impactos que a transformação digital, otimização de processos e qualificação de profissionais trarão para suas empresas antes de qualquer mudança.

A Deloitte, na CFO Insights – Finanças 2025: você está preparado?, revela como a área financeira poderá se preparar para obter o máximo proveito num mundo digital e como encarar esses desafios.

Adaptar-se é o primeiro passo dessa jornada

Segundo a consultoria, a melhor maneira de as finanças implementarem tecnologias ou novos processos é trabalhar para dominá-las. Na proporção em que amadurecem, os profissionais financeiros devem estar preparados para implantar, lidar e gerir essas ferramentas emergentes.

Segundo a matéria da Strategic Finance Magazine, organizações têm sido bombardeadas com novas tecnologias que surgiram nos últimos anos, tais como cloud, big data, inteligência artificial e blockchain. Nesse cenário, é necessário analisar quais fazem sentido se implantadas e como.  

Priorize o que atende às necessidades da área financeira

Líderes da área financeira devem avaliar qual dessas oportunidades melhor estão alinhadas com as estratégias e objetivos da empresa e se estão preparados para recebê-las e integrá-las aos demais sistemas existentes.

Não ter uma visão clara das entregas de novas tecnologias e novos processos é um dos 6 erros comuns a serem evitados ao fazer investimentos em tecnologia compilados pela Forbes. É importante questionar se os recursos, tanto financeiros quanto técnicos, são suficientes a fim de alcançar o máximo retorno sobre o investimento.

Otimize suas habilidades

Habilidades de liderança, conhecimento técnico e pensamento estratégico servirão como catalisadores do que a área financeira exigirá nos próximos anos, e os profissionais deverão reconsiderar seus papéis.

Joe Atkinson, CTO da PWC nos Estados Unidos, em entrevista para a Financial Executives International, fala sobre as habilidades esperadas do profissional da área financeira: 

“Habilidades de dados, análise, visualização de dados todas são críticas para a função financeira do futuro. Mas também é a agilidade, a “mentalidade de produto” e a compreensão dos conceitos. Essas não são as habilidades que geralmente associamos às nossas funções financeiras, mas, se queremos promover uma transformação verdadeira e duradoura, essas são as habilidades adicionais de que precisamos.”

A BCG, elaborou um infográfico com uma visão de como a área financeira estará esquematizada futuramente, colocando-a como a principal responsável pelo desempenho organizacional.

Segundo a consultoria, para cumprir esse papel, a função do profissional e da área deverá mudar de quatro maneiras principais:

As funções tradicionais do FP&A como previsão, planejamento, orçamento, acompanhamento de KPIs e relatórios ainda irão continuar, mas dessa vez incluindo novas habilidades e escopos de autoridade, trabalhando como uma área não mais isolada, consolidando todas as informações da empresa e as analisando num só plano.

Além disso, a função do planejador financeiro se tornará híbrida, com tecnologias trabalhando a seu favor, proporcionando maior eficiência nos processos e auxiliando na tomada de decisões e na prevenção de riscos. 

Ainda, com ambientes de trabalho que procurarão explorar melhor as capacidades de seus integrantes, o autoaprendizado, capacitação e know-how se tornarão itens valiosos para os profissionais da área financeira nos próximos anos.

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Como a automatização pode ajudar na gestão de riscos

Eventos recentes, como a pandemia da covid-19, mostraram como nossa rotina ainda pode ser imprevisível, o que faz com que a gestão de riscos precise estar cada vez mais alerta às movimentações locais e globais, tensões econômicas, crises sanitárias e outros fatores.

Segundo a Global Association of Risk Professionals (GARP), no artigo Risk Management Predictions for 2022: Seeking Alternatives in Times of Uncertainty, mudanças regulatórias, interrupções na cadeia de suprimentos e risco de crédito estarão entre as ameaças que definirão o plano de ação na gestão de riscos para 2022.

A consultoria Gartner estima em seu relatório The Top 8 Cybersecurity Predictions for 2021-2022 que até 2025, 70% dos CEOs exigirão uma cultura de resiliência organizacional para sobreviver a ameaças de ataques e falhas cibernéticas, eventos climáticos severos, distúrbios civis e instabilidades políticas.

E para manter-se preparadas nesse panorama volátil, as empresas precisaram se adaptar por meio da digitalização e novas tecnologias. Com a necessidade de se obter previsões com maior precisão e ter possíveis eventos desfavoráveis no radar, plataformas de automatização mostraram-se grandes aliadas. Veja como nos próximos parágrafos. 

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A automatização como aliada na gestão de riscos

A matéria The Future Of Risk Management Is Automated, publicada pela Forbes, afirma que a automatização na gestão de riscos deixou de ser uma premissa e tornou-se essencial para a detecção, confirmação e previsão de riscos.

Através de tecnologias inteligentes capazes de coletar dados, monitorar variações e calcular cenários, a automatização permite uma visualização dinâmica e completa de potenciais riscos, tanto internos quanto externos, e seus impactos na organização

Mas, além de ter em mãos essas informações, é necessário trabalhá-las. Nesse sentido, a tecnologia na gestão de riscos tem o objetivo de otimizar processos, automatizando não apenas atividades táticas, mas também aprimorando as previsões.

Para o gestor de riscos, as informações extraídas pelas inteligências automatizadas podem auxiliar na hora de localizar pontos de alerta e avaliar precocemente os indícios de riscos e reduzi-los, ou até mesmo evitá-los.

A Financial Management Magazine cita, em seu artigo 5 benefits of an integrated risk management programme, o seguinte exemplo:

“Uma empresa de manufatura que define cronogramas de entrega percebeu que nem todos os atrasos no tráfego rodoviário podem ser driblados, então desenvolveu rotas e protocolos alternativos para alertar os clientes sobre possíveis atrasos.”

As vantagens para a área financeira

De acordo com a Dun & Bradstreet (D&B), companhia americana que fornece dados comerciais, análises e insights para empresas, em seu artigo Automation in Risk Management for Finance Organizations, a automatização da gestão de riscos pode ajudar CFOs e líderes financeiros a aumentar a eficiência dos processos.

A automatização da gestão de riscos auxilia a área financeira a identificar falhas no planejamento orçamentário, se posicionarem com antecedência, reservarem recursos de emergência e organizarem comitês de mitigação. Além disso, também envolve a avaliação e o gerenciamento de  riscos financeiros, que estão diretamente ligados ao desempenho da receita da empresa, podendo ser estimados seus lucros e prejuízos.

Na matéria How automation and analytics enable new ways of measuring and mitigating risk, feita pela PWC, a análise avançada das plataformas de gestão de riscos é capaz de aprender a prever negócios de alto risco, detectando suspeitas nos processos financeiros, como pagamentos duplicados e fraudes.

Ainda, investir em novas tecnologias no  gerenciamento dos riscos demonstra uma abordagem inovadora. Compliance, monitoramento de KPIs financeiros e ESG entram na esfera de proteção com a automatização, cada vez mais importantes para garantir a entrada de novos investidores e clientes.

A TechTarget, empresa americana de serviços de dados para fornecedores de tecnologia B2B, mostra que a automatização oferece benefícios ao gerenciamento de riscos. Alguns deles são:

  • Eliminação de tarefas manuais e risco humano: uma plataforma de automatização pode oferecer maior segurança ao eliminar o risco humano relacionado a atividades de alimentação de dados ao coletar, organizar, categorizar e carregar todas as informações, de forma automática e precisa, além de identificar desvios.

    Além disso, ao deixar as atividades recorrentes atribuídas à plataforma, o tempo e esforço que seriam usados para fazer esse trabalho são direcionados às estratégias de prevenção e análise dos riscos.
  • Confiabilidade: o gerenciamento automatizado ajuda a organização e seus gestores a lidarem com os riscos de forma eficaz, garantindo a integridade dos dados, mostrando-se preparada e fortalecendo o relacionamento com stakeholders, que se sentem mais seguros de aplicarem seu dinheiro na empresa.

    Manter a confiança de que as informações internas e planos de ação estão seguros mantém uma boa reputação e pode trazer destaque em relação às concorrentes.

Como funciona a automatização da gestão de riscos na prática

De acordo com a CentralEyes, empresa de cibersegurança, as plataformas de automatização funcionam, geralmente, através de um banco de dados, que armazena todas as estruturas de ameaças que podem afetar o negócio (vazamento de dados, crises no mercado e falhas de segurança, por exemplo) e um sistema de padrões que irá quantificar a exposição ao risco.

Uma vez que a plataforma tem os dados para converter em outputs, a automatização inicia as etapas de gerenciamento de risco: mapeamento e identificação do risco, análise, priorização, definição do responsável, resposta e auditoria.

Ao longo desse processo, a ferramenta calcula as variáveis por meio de critérios previamente estabelecidos, ao mesmo tempo em que elabora planos de mitigação, e os distribui para os setores de forma automática.

Nessa avaliação, são consideradas as condições ou situações incertas; a probabilidade de uma condição ou situação ocorrer com base no contexto; os efeitos que a ocorrência pode ter e seus resultados; e a ação a ser tomada, como tolerar ou neutralizar, por exemplo. Após isso, a plataforma continua funcionando para monitorar e criar relatórios. Veja como na ilustração:

 

Por que implantar a automatização na gestão de riscos?

Segundo a consultoria McKinsey, em seu artigo Managing the risks and returns of intelligent automation, quase 70% das companhias entrevistadas aceleraram a adoção de novas tecnologias e na digitalização de processos e sistemas, principalmente pós-pandemia.

Essa tendência reforça que o gerenciamento de riscos também se beneficia de ferramentas inovadoras para blindar as empresas.

De acordo com a Deloitte, no relatório Future of risk in the digital era, alavancar a implantação da automatização no gerenciamento de riscos traz inúmeros ganhos:

  • Eficiência: com gerenciamento dinâmico de logins de acesso, armazenamento de processos financeiros em nuvem, automatização da geração de relatórios de atividades suspeitas.
  • Inteligência: com capacidades aumentadas de detecção por meio de visão computacional e identificação de comportamentos anormais associados a violações de compliance para evitar infrações regulatórias.
  • Segurança: risco reduzido da cadeia de suprimentos através de blockchain, monitoramento contínuo de ameaças internas, análise dos dados em grande escala e em tempo real para prever falhas antes que elas ocorram e programar a manutenção.

Mas antes de tudo, é necessário que a organização esteja consciente de que a transformação digital envolve não somente a implantação da tecnologia como também requer um alinhamento estratégico, estrutural e processual, maximizando o proveito que a automatização pode oferecer na gestão de riscos.

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xP&A: o futuro do planejamento e análise financeiros?

Apesar da prática de planejamento que vai além da área financeira já existir, o termo xP&A foi utilizado pela primeira vez em 2020, pelo Gartner, que o caracterizou como uma evolução do financial planning and analysis (planejamento e análise financeiros) ou FP&A.

Adotando práticas derivadas do FP&A como forecasting, análises avançadas e monitoramento de desempenho, o xP&A permite que áreas como finanças, vendas, marketing, RH e TI, por exemplo, possam sincronizar seus planejamentos em tempo real, dinamicamente e com maior previsibilidade.

De acordo com a consultoria, o conceito de xP&A potencializa uma transformação no planejamento financeiro e é listado como uma das principais tendências de FP&A para os próximos anos.

A pesquisa Hype Cycle for CRM Sales Technology, 2020, também da Gartner, indica que o xP&A em alguns anos estará próximo de atingir o chamado Plateau of Productivity, Planalto da Produtividade, no português, que é quando uma inovação ganha total maturidade e reconhecimento de seus benefícios, assim como sua ampla utilização.

Também segundo o Gartner, em seu reporte 2020 Strategic Roadmap for Cloud Financial Planning and Analysis Solutions, até 2024:

  • 70% de novos projetos de FP&A irão agregar-se ao xP&A, estendendo o escopo das finanças às outras áreas da organização;
  • 50% de novas implementações de FP&A serão provenientes de fornecedores que oferecem integração e agregação de produtos.



Por que xP&A?

No Extended Planning and Analysis (análise e planejamento estendido, no português), o “x” do acrônimo se refere ao ato de expandir as fronteiras, conectando e coordenando diferentes setores da empresa sem determinar uma variante fixa. 

Na publicação Innovation Insight for Extended Planning and Analysis (xP&A), o xP&A propõe uma abordagem com objetivo de centralizar os dados das áreas da empresa de forma simultânea e gerenciá-los em uma só plataforma e em um mesmo modelo de informação, sem se limitar às finanças.

Ao integrar o planejamento financeiro às estratégias, plano de negócios e execução operacional das áreas envolvidas, seus gestores podem acompanhar seu desempenho e tomar decisões conjuntas alinhadas às necessidades e recursos de cada setor da empresa, evitando que a situação a seguir aconteça:

 

 

Gregoy Panik, vice-presidente de FP&A da CTDI, afirma que não é possível construir um forecast robusto sem considerar a empresa de dentro para fora, e neste caso, o xP&A surge exatamente para que os líderes das áreas operacionais, de RH e marketing possam gerenciar seu próprio ecossistema de informações.

Com o rompimento dos silos de dados (quando os setores isolam seus arquivos), as informações são consolidadas e passam a ser acessadas em tempo real por outros departamentos.

5 benefícios-chave do xP&A

  • Visibilidade geral dos negócios em tempo real: o xP&A segmenta as informações departamentais e as consolida em uma visão unificada dos planos e do desempenho da organização. Com ferramentas de análise e relatórios multifuncionais, é possível compreender o resultado de mudanças em cada uma das áreas.
  • Segurança de informação em uma fonte única: para que planejadores possam trabalhar com o mesmo conjunto de números e informações, o xP&A propõe a centralização das informações em uma só plataforma, sem dados contabilizados individualmente, diminuindo o risco de haver números incorretos.
  • Sincronia de planejamentos: o planejamento estratégico, financeiro e operacional é definido considerando a empresa por completo, trazendo maior clareza dos impactos por setor e alinhando suas prioridades.
  • Maior precisão e rapidez na tomada de decisão: por meio da ampla visibilidade e previsibilidade das áreas em tempo real, combinada a uma fonte única de informações, gestores podem identificar e corrigir desvios, assim como prevenir riscos.
  • Planejamento contínuo e automatizado: com frequentes mudanças de cenários, o planejamento central da empresa pode ser alterado diversas vezes. Por meio de plataformas que automatizam esses processos, todos os planos secundários são atualizados ao mesmo tempo, minimizando o esforço manual.

A função do xP&A na área financeira

O artigo Extended Planning and Analysis (xP&A): The future of planning and analysis solutions, produzido pela IBM, avalia como o papel da área financeira se torna essencial ao envolver demais áreas no planejamento tanto financeiro quanto orçamentário da empresa.

Com o xP&A, é possível ter um relatório micro da saúde financeira em cada um dos departamentos, levando em conta suas demandas, seus custos e seus retornos.

Assim, com uma visão ampliada da organização, é possível criar planejamentos estratégicos, considerando toda a empresa, encontrando oportunidades de investimentos, corte de gastos e gerenciamento de riscos.

Além disso, profissionais de FP&A que aplicam o xP&A em sua rotina podem fortalecer o business partnering através de análises preditivas dos demais setores, alinhando seus KPIs com seus gestores, impulsionando novos níveis de produtividade e participando nas tomadas de decisão.

 

Stéphane Bonutto, CFO da Oerlikon Balzers, indústria suíça de revestimentos, comenta em seu artigo Ways to Transform Traditional Controlling into xP&A para a FP&A Trends:

“Mudanças repentinas tornaram os orçamentos e forecasts desatualizados quase antes de serem elaborados. Métodos mais rápidos e ágeis tornaram-se necessários. As finanças tiveram que aumentar ainda mais sua integração na empresa e quebrar quaisquer barreiras para outras funções. Como resultado, os profissionais de finanças realizam seu trabalho analítico e preditivo em escala estendida, justificando a expressão ‘planejamento e análise estendidos’, xP&A.”

O artigo xP&A in focus: Why planning needs to look beyond finance, produzido pelo portal AccountancyAge, mostra um exemplo de como o xP&A impacta na área financeira, abordando inclusive o ESG:

Como parte de seu compromisso ambiental, certa empresa está avaliando mudar a frota de veículos convencionais para elétricos. Neste caso, o xP&A permite medir todas as implicações dessa mudança nas compras, logística, RH, vendas e leasing desses veículos, economias de combustível, e por fim, seu retorno financeiro. 

Com o xP&A integrado às outras áreas, é possível disponibilizar todos esses dados em uma solução de gestão unificada, medindo instantaneamente seu impacto geral na empresa, e também oferecendo insights para gestores de cada departamento.

A área financeira como impulsionadora do xP&A

Nos próximos anos, o processo de FP&A irá englobar os demais setores e passará a implantar soluções capazes de agrupar suas informações e conduzi-las no planejamento financeiro. 

Determinadas áreas podem ainda utilizar pesadas planilhas e ferramentas ultrapassadas, com dados armazenados em diferentes pastas que entram em conflito ao serem compartilhadas em outros sistemas.

Nesse sentido, a área financeira tem seu papel de impulsionar o xP&A e a modernização e digitalização de toda a empresa, incorporando a automatização e recursos analíticos avançados nos planejamentos departamentais.

Com essas projeções, plataformas de gestão que permitam a consolidação de processos e sistemas e que otimizem o tempo de análise e elaboração estratégica serão essenciais para o xP&A eficiente.

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Como uma plataforma de CPM pode ajudar a área financeira de uma construtora?

A construção civil no Brasil passa por um período de instabilidades. Apesar da redução nas tarifas de financiamento, influenciada pela queda nos juros, uma insegurança social freia a aquisição dos lançamentos imobiliários. 

O segmento lida com outras dificuldades como a escassez de matérias-primas, impactada pela crise das commodities e a alta inflacionária. Mesmo assim, a construção civil provavelmente crescerá 2% no país até o final do ano, conforme a pesquisa do Sinduscon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas

Diante dos desafios, as construtoras devem gerir seus negócios com ampla atenção às margens de lucros. O Corporate Performance Management (CPM), ou gestão da performance corporativa, em português, avança em empresas da construção civil, como técnica para otimizar tempo e recursos. 

Continue a leitura para compreender melhor como uma plataforma de CPM contribui para que as empresas de construção melhorem os seus resultados financeiros.


Como funciona uma plataforma de CPM?

O Gartner explica que o CPM abrange metodologias, métricas, processos e sistemas usados ​​para monitorar e gerenciar o desempenho de uma empresa. A tecnologia auxilia na gestão das informações, no desenvolvimento de planos operacionais e na interpretação dos resultados. 

Uma plataforma de CPM, em geral, pode ser usada simultaneamente com um ERP (sistema integrado de gestão empresarial), programas de contabilidade e de inteligência de negócios, este último também conhecido como BI

O Corporate Finance Institute (CFI) afirma que o CPM utiliza as informações extraídas das ferramentas complementares para levantar insights para os líderes. Essa integração com os demais sistemas permite uma visualização dos dados, a favor da definição de cenários futuros.

Uma plataforma de CPM possibilita o desenvolvimento de estratégias para melhorar o desempenho corporativo. A organização então pode coordenar processos em busca de manter a receita e posteriormente aumentar os lucros.

Como uma construtora pode utilizar uma plataforma de CPM?

As empresas de construção têm inúmeros processos ao longo de suas obras e rotinas de trabalho.

  • Elaboração de projetos;
  • Orçamentos;
  • Gerenciamento e pagamento de mão de obra;
  • Gestão de fornecedores e estoque;
  • Obrigações tributárias, contábeis e fiscais, o que inclui exigências do conselho de classe;
  • Auditorias e outros processos de averiguação de qualidade;
  • Vendas;
  • Entregas e manutenções;
  • Outros.

Essa complexa rede exige fluxos de trabalho bem estruturados para minimizar as chances dos atrasos de obra e não conformidades na construção civil. Cada fase envolve custos que devem ser dimensionados em busca do melhor desempenho.

A tarefa não é simples e os gestores financeiros do segmento têm no CPM uma ferramenta para acompanhar o andamento do projeto, avaliando prazos, cumprimento do orçamento e se as demais metas estão sendo alcançadas.

Quais são os benefícios do CPM na gestão financeira de uma construtora?

O CPM corresponde a um nível de excelência em gestão analítica das finanças corporativas. Com ele, é possível identificar onde o dinheiro está sendo gasto, podendo corrigir atividades onerosas. 

Tratando-se da construção civil, esta correção pode ser o diferencial para uma obra valer a pena. O acompanhamento preciso e contínuo também permite que o líder financeiro tenha previsões de recursos, podendo aprimorar o orçamento e identificar tendências.

A PWC lista uma série de benefícios que o CPM contribui para as organizações, desde estratégias, métricas, planejamento financeiro, relatórios e execução operacional. A partir dessas referências, pode-se especificar os principais pontos que podem contemplar uma construtora.


As construtoras que possuem capital aberto também utilizam o CPM para manter a governança financeira exigida pelos órgãos reguladores, especialmente na transparência das informações e no detalhamento da apresentação dos resultados aos investidores.

Os autores Herbert S. Robinson, Patrícia M. Carrilo, Chimay J. Anumba e Ahmed M. Al-Ghassani, no trabalho científico “Revisão e Implementação de Modelos de Gestão de Desempenho em Organizações de Engenharia de Construção”, afirmam que o CPM é uma ferramenta inovadora para um gerenciamento baseado no conhecimento da organização, o que sustenta os objetivos de longo prazo.

Como a tecnologia pode contribuir para a gestão de desempenho?

Algumas empresas de construção civil usam táticas manuais para fazer a gestão do desempenho de suas organizações. Entretanto, essa metodologia é muito mais suscetível ao erro humano e pode demorar para a sua plena execução.

A adoção de plataformas de CPM acelera os inputs de dados e, a partir do cruzamento das informações, realiza uma checagem dupla da procedência e integridade dos números.

Elas também permitem a criação dos dashboards, o que facilita a visualização e apresentação dos dados para os stakeholders. Por exemplo, os gerentes financeiros da construção civil podem monitorar entregas dos fornecedores e manter uma comunicação contínua, evitando os atrasos das obras.

A PWC recomenda que ao escolher uma plataforma CPM, o gestor financeiro analise os recursos de gerenciamento de riscos. Isso, porque um sistema robusto, que analisa e acompanha continuamente os dados financeiros, oferece percepções de quais riscos realmente valem a pena assumir.  

O Accountfy, por exemplo,  é uma plataforma de CPM que permite uma gestão financeira moderna e conectada, permitindo análises de dados em tempo real, contribuindo para que a liderança tome decisões mais rápidas e melhores.

Considerações de CPM na área financeira de uma construtora

A Gerdau afirma, no Jornal Valor Econômico, que a construção civil brasileira é uma força motriz da economia nacional, mas que ela deve avançar em produtividade, eficiência de gastos, ações sustentáveis e na redução dos prazos para competir com os players internacionais.

Uma cultura de gestão de performance somada ao uso de plataformas de CPM identificam e resolvem problemas de desempenho rapidamente, mantendo os funcionários motivados e dentro do cronograma.

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Dicas para atualizar sua educação financeira corporativa

Segundo a Controllers Council, o setor de contabilidade e finanças corporativas está enfrentando uma falta de profissionais qualificados e têm lutado para encontrar talentos para preencher vagas. Nesse sentido, a educação financeira corporativa tem exercido uma importante função na capacitação de profissionais para a área, que tem passado por inovações constantes nos últimos anos.

A associação menciona que um dos principais motivos para essa escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual a demanda por mão-de-obra capacitada aumenta, ao mesmo tempo em que existem poucos trabalhadores com as habilidades exigidas do mercado.

Reunimos algumas sugestões sobre como atualizar os conhecimentos de educação financeira corporativa e ajudar no processo de constante capacitação dos profissionais. Confira:

Mantenha-se atualizado sobre novos temas e tendências da educação financeira

Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central brasileiro, na matéria com a digitalização, o sistema financeiro do futuro começa a ser desenhado, é notável a velocidade das mudanças tecnológicas e seu impacto na área financeira.

Nesse cenário de evoluções contínuas, é preciso ficar atualizado dentro de temas das principais mudanças do setor, como novas normas regulatórias, tendências de FP&A, e avanços da área financeira.

Nisso, portais e blogs da área podem ser grandes aliados. Assinar newsletters facilita nesse momento, já que as últimas notícias são enviadas diretamente ao assinante, sem o risco de deixar uma matéria importante para trás

Outra maneira de ser avisado sobre tendências e novidades é pelo Google Alerts, recurso de notificações enviadas por e-mail sempre que resultados de um tópico escolhido forem publicados. 

Ter uma rotina de leitura diária também auxilia na hora de atualizar sua educação financeira corporativa, podendo trazer insights e manter o leitor por dentro das principais atualidades do setor. Revistas e sites da área como Forbes e The Economist, por exemplo, são um dos principais veículos de notícias da área financeira.

Essa rotina deve ser complementada com os livros mais vendidos e comentados do setor, que abordam diversos aspectos da área.  Procurar suas avaliações em plataformas de leitura pode auxiliar nessas escolhas.  

Utilize as redes sociais a seu favor

Redes sociais como LinkedIn e Facebook possuem grupos de interesse que conectam diversas pessoas num mesmo segmento, compartilhando ideias e criando oportunidades de networking.

Segundo o portal CIO, “participando de um grupo de LinkedIn, é fácil manter-se atualizado com as tendências do setor, fazer contatos valiosos e tornar-se uma referência em sua área de atuação.”

Para encontrá-los, basta inserir a palavra chave do que procura no campo de busca das plataformas e filtrar a categoria “grupo” e então solicitar a participação.

Num ambiente propício e aberto à discussões produtivas, esses grupos podem impulsionar sua educação financeira corporativa com a troca de experiências, sanando dúvidas e se envolvendo com pautas de valor.

Nas redes sociais, também é possível acompanhar as tendências da área seguindo personalidades influentes no setor. O LinkedIn destaca, no #TopVoicesLinkedin, profissionais que colaboraram de forma relevante e que estiveram mais envolvidos com determinados temas.

Outra dica é seguir as hashtags, palavras-chave iniciadas pelo símbolo “#”, que se tornam hiperlinks e redirecionam o usuário para publicações relacionadas. Elas permitem ter todos os conteúdos do tema interessado na página inicial da rede social, facilitando sua visualização.

As redes geralmente sugerem, automaticamente, hashtags baseadas em seus interesses, área, setor e empresa que trabalha, sendo mais fácil encontrar as que melhor se encaixam em seu perfil.

Desenvolva antigas e novas habilidades

As habilidades esperadas dos profissionais financeiros têm uma tendência a crescer à medida que os anos passam e as demandas exigindo cada vez mais capacidades analíticas e estratégicas.

Segundo o guia Finanças 2020: mais perto do que você imagina – planejando o futuro, da Robert Half, empresa de soluções em talentos, 90% dos CFOs consideram desafiador encontrar profissionais qualificados para as finanças.

Os dados revelam que 35% dos CFOs acreditam que os profissionais de finanças precisam conhecer mais sobre softwares financeiros, 26% sobre compliance, governança e gerenciamento de risco, e 25% sobre os padrões de relatórios financeiros e contábeis.

Nesse sentido, capacitar-se através de cursos rápidos, treinamentos, doutorados, mestrados e especializações pode ser ideal para quem procura melhorar sua educação financeira corporativa.

Segundo dados da pesquisa O Perfil do CFO no Brasil: 2021, da Assetz Expert Recruitment, em parceria com o Insper, 70% dos CFOs possuem ao menos uma pós-graduação, fortalecendo a importância e a tendência da educação continuada dos profissionais de finanças.

Com o objetivo de atualizar e expandir as competências técnicas, há instituições que incentivam o lifelong learning, educação continuada, no português, e oferecem capacitação com certificação e até mesmo gratuitas. 

Para saber qual a melhor opção de curso, pesquise sobre a instituição e busque saber se a mesma é reconhecida. É possível também conferir suas avaliações em órgãos de referência como o MEC e verificar a sua pontuação em relação às demais.

Participe de eventos

É possível atualizar sua educação financeira corporativa desenvolvendo um networking ao participar de encontros, palestras, workshops, congressos, conferências e outros eventos.

Com o objetivo de criar conexões profissionais, o network, trabalho em rede, no português, cria laços vantajosos, compartilhamento de ideias e acesso a oportunidades.

A Michael Page, agência de recrutamentos, elenca vários benefícios do networking. Dentre eles, essa prática é capaz de alavancar seu perfil e carreira profissional, trazer visibilidade do seu negócio, e fortalecer relações comerciais de longo prazo.

A revista Forbes, em sua matéria How To Begin To Build A Network, mostra como começar a projetar um networking de sucesso e como aproveitá-lo ao máximo:

  • Expanda sua rede de contatos partindo para engajamentos diretos com as organizações de seu interesse. Compareça em seus eventos, envolva-se nas dinâmicas profissionais e entenda como construir sua reputação com potenciais parceiros de negócios, sócios e clientes.
  • Após isso, avalie qual desses contatos têm um melhor fit com seus objetivos e cultive essas relações. Estabeleça uma meta de comparecimento a eventos, organize encontros e lidere reuniões envolvendo seu negócio e mostrando o que pode oferecer.

Para localizar os eventos relevantes da sua área, há sites e plataformas que podem ajudar a filtrar tópicos, juntamente com datas, locais, ingressos e informações gerais. 

O LinkedIn disponibiliza um recurso para encontrar eventos, assim como para criar e atuar como organizador, decidindo seus detalhes e enviando convites para os participantes.

Ao seguir uma hashtag relacionada ao evento, todas as informações e interações irão aparecer em seu feed automaticamente, incluindo a possibilidade de realizar conexões com os convidados.

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Sinais de que o fechamento de resultados está levando tempo demais

A área financeira e seu time ainda gastam muito tempo em uma atividade recorrente: o fechamento de resultados. 

Esse processo é ainda mais penoso para  empresas que ainda fazem tudo de forma manual. Uma pesquisa feita pela Capterra mostra que 61% das PMEs brasileiras ainda usam planilhas para os processos contábeis e 15% ainda usam papel e caneta.

Reunimos possíveis fatores que prolongam o fechamento de resultados e estratégias para simplificar esse processo, como uso de tecnologia para automatizar algumas de suas tarefas. Confira.

Sinais de que o fechamento de resultados está tomando muito tempo

1. A transformação digital está sendo ignorada

Zulmir Ivânio Breda, presidente do Conselho Federal de Contabilidade, explica, no artigo Uma reflexão sobre os impactos da tecnologia na Contabilidade, que com uma onda de mudanças é natural que haja resistência para adequar-se às novas tecnologias.

Mas deixar a digitalização de lado pode significar que atividades rotineiras, assim como o fechamento de resultados, dependam de esforços manuais, o que estende o tempo necessário, além de manter as informações sujeitas a falhas humanas.

2. Os arquivos essenciais não estão sendo organizados

O estudo Métrica do mês: Tempo de ciclo para fechamento mensal, feito pela CFO Magazine, mostra que a desorganização interna de dados contábeis pode atrasar os processos, pois exige que o profissional leve tempo procurando e certificando-se que os arquivos estão corretos.

A falta de gestão de informações dificulta localizar e garantir a confiabilidade de saldos contábeis, trabalhistas e fiscais, assim como faturamento, fluxo de caixa, folha de pagamento,  apuração de impostos, escrituração contábil e estoque, por exemplo. Incorretas, podem comprometer toda a estrutura do fechamento de resultados.

3. Os profissionais não estão capacitados

Negligenciar a qualificação da equipe pode prendê-la a métodos ultrapassados e demorados que impactam o fechamento de resultados e não estamos apenas falando de tecnologia. 

Estar desatualizado quanto às normas regulatórias, por exemplo, reflete na necessidade de auditorias minuciosas, revisões das novas regulamentações e correções constantes, que estendem ainda mais o tempo gasto com esses processos.

4. As projeções financeiras não estão sendo eficientes

A lista com os principais erros de fechamento, produzida pela BLB Brasil, consultoria de auditoria contábil, mostra que  a imprecisão nas estimativas, sejam elas de lucros ou prejuízos, é um dos mais frequentes.

Sem acompanhar o mercado e a economia, alimentar as planilhas com valores pressupostos sem clareza pode implicar em revisões e refações para adaptar-se a mudanças inesperadas, tanto do fechamento como de outros processos financeiros. 

Isso vale também para os valores que ainda não entraram efetivamente no caixa e estão sujeitos a atrasos ou até mesmo, inadimplência.

5. A gestão orçamentária está sendo comprometida

O artigo 8 erros de relatórios financeiros – e como corrigi-los produzido pela revista Financial Management mostra que os resultados da gestão orçamentária também podem refletir falhas das informações quantitativas e qualitativas levantadas no fechamento de resultados.

O planejamento financeiro traça expectativas e estratégias baseando-se na realidade econômica da empresa. Com a necessidade de cumprir prazos, um fechamento de resultados feito às pressas, pode afetar a integridade de dados e prejudicar as projeções do orçamento. 

Dicas para acelerar o fechamento de resultados 

1. Utilize softwares de automatização financeira 

O estudo Contabilidade 4.0: análise dos avanços dos sistemas de tecnologia da informação no ambiente contábil, da revista CAFI, vinculada à PUC-SP, revela que 77% dos contadores entendem que um dos maiores impactos da tecnologia em suas rotinas foi na “agilidade e ganho de tempo”

Nessa visão, importante para otimização do fechamento de resultados, a digitalização traz:

  • Leitura dinâmica de relatórios;
  • Facilidade de acesso às informações financeiras;
  • Integridade dos dados.

Como visto, a evolução tecnológica nos últimos anos permitiu que a área financeira  otimizasse seu tempo através de ferramentas inovadoras. Agora, saiba como começar a automatizar os processos contábeis clicando aqui.

2. Categorize as informações financeiras 

Separar as informações de elaboração do fechamento de resultados sem precisar retornar às planilhas e procurar por dados soltos permite ganhar agilidade e segurança no fechamento contábil.

Agrupar os lançamentos contábeis em subdivisões também faz parte desse processo, pois mantém o controle das destinações dos recursos e agiliza seu acompanhamento. Alguns exemplos são: entrada e saída, investimentos em áreas e setores, compras de material, publicidade e marketing etc.

Dessa forma, evita-se inconsistências e a necessidade de revisões frequentes, além de auxiliar na localização de informações, tornando o processo mais rápido e preciso. 

3. Aprimore suas capacidades

O relatório Rumo a uma revolução de requalificação, realizado pela World Economic Forum, mostra que, só nos Estados Unidos, até 2026, 1.4 milhão de empregos serão afetados por novas tecnologias.

E nesse momento, a necessidade de capacitar-se para operar essas inovações é crucial para manter-se atualizado quanto às suas funcionalidades, incluindo as que auxiliam em processos contábeis como o de fechamento de resultados.

4. Automatize a validação dos dados recebidos da contabilidade externa

Em algumas empresas, o fechamento de resultados é auxiliado por escritórios externos de contabilidade.

Depender de um grande número de processos manuais, pessoas, e até de outras empresas também pode desacelerar o fechamento, e neste caso, saber como validar os dados recebidos da contabilidade externa pode salvar horas de trabalho de checagem.

Com a automatização, o tempo de fechamento é otimizado com a validação do balancete e livro razão enviados pela contabilidade externa, além da identificação de desvios e classificações incorretas, por exemplo.

5. Faça um checklist

Em seu blog, o Grupo Midas propõe um checklist para um fechamento contábil mensal de sucesso. Entre os itens citados, os que podem ajudar a organizar o fechamento de resultados são:

  • Estabeleça quem é responsável pela entrega de informações por cada área;
  • Defina datas de entrega de informações, e também do próximo fechamento;
  • Utilize tecnologia para maior precisão e rapidez;
  • Calcule as despesas dos próximos períodos antecipadamente;
  • Confira se há contas a pagar ou receber vencidas ou próximas do vencimento;
  • Analise os resultados e compare com períodos anteriores.

Considerações a respeito dos benefícios da automatização

A automatização por meio de softwares de gestão e performance corporativas pode trazer  mudanças positivas na rotina de profissionais financeiros. 

O Accountfy facilita entregas robustas da contabilidade e também da controladoria, permitindo a rápida elaboração de demonstrações contábeis, consolidação, análise e planejamento financeiro, e também reduzindo o tempo de fechamento mensal em até 3x. 

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Quando considerar a auditoria financeira para minha empresa?

Uma das fraudes financeiras mais conhecidas do mundo, o caso Enron, envolveu declarações contábeis indevidas. O escândalo da empresa norte-americana acelerou a aprovação da Lei Sarbanes-Oxley, norma internacional para análise contábil, e tornou as regras para auditoria financeira ainda mais rígidas.

Após o colapso da Enron, CFOs e demais líderes se mantiveram ainda mais atentos ao detalhamento das declarações financeiras para que os stakeholders compreendam a legitimidade dos gastos, lucros e cumprimento de leis fiscais.

A auditoria financeira é uma das vias para atestar a veracidade e precisão das informações em demonstrações contábeis e relatórios financeiros da empresa. 

Marie-Laure Delarue, vice-presidente da Ernst & Young (EY), explica que “auditorias de alta qualidade melhoram a confiança das partes interessadas nas empresas, o que por consequência impulsiona o investimento e o crescimento econômico, gerando valor em longo prazo para a sociedade em geral”.

Continue a leitura e compreenda mais detalhes sobre a auditoria financeira, seus impactos e quando considerar a contratação desse serviço.

Como funcionam as auditorias?

A auditoria representa uma prática do mercado que verifica se os processos, os sistemas de controles internos e dados disponibilizados pela empresa condizem com a realidade.  

No contexto financeiro, segundo a legislação brasileira (lei 11.638/07),  empresas com ativos superior a R$240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) são obrigadas a contratarem os serviços de auditoria externa.

As Pequenas e Médias Empresas, que optam pela contratação de uma auditoria, ainda que não seja uma conduta obrigatória, transmitem credibilidade aos stakeholders, elevando o grau de confiança em relação a suas práticas financeiras.

O serviço de auditoria pode ser interno, quando conduzido por profissionais da própria instituição, ou externo, realizado por empresas especializadas e independentes. 

Não existe um método único a ser seguido pelas auditorias. Mas a PwC, uma das maiores empresas mundiais, lista alguns passos da sua metodologia:

  1. Ao ser decidida a empresa, os auditores iniciam seu trabalho obtendo uma compreensão das atividades da organização, considerando as questões econômicas e industriais que podem ter afetado o negócio durante o período de relatórios.
  2. Para cada atividade listada no relatório financeiro, os auditores identificam e avaliam quaisquer riscos que possam ter um impacto significativo no desempenho financeiro, e as medidas que a organização colocou em prática para reduzir os riscos.
  3. Com base nos riscos e controles identificados, os auditores consideram o que a administração fez para garantir que o relatório financeiro seja preciso.
  4. Os auditores, então, julgam se o material apresenta uma visão fidedigna dos resultados e se a organização está em conformidade com as normas.
  5. Finalmente, os auditores preparam um relatório que estabelece seu parecer para os acionistas ou membros da organização.

Quais são as diferenças entre auditoria financeira e contábil?

Segundo a  “NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica”, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), cabe ao profissional analisar documentos contábeis como balanço, fluxo de caixa e DRE, com o intuito de acompanhar a situação econômica, patrimonial e financeira. 

Enquanto isso, o mercado ajustou-se para uma abordagem mais ampla encontrada na auditoria financeira, com acesso ao fluxo de caixa, compreendendo como estão sendo aplicados os recursos, identificando cada pagamento e o cumprimento das leis fiscais. 

Empresas ao redor do mundo realizam uma auditoria financeira que avalia a legitimidade dos usos dos recursos, a adequação às questões tributárias e regulatórias, muitas vezes elevando as companhias aos padrões mundiais de gestão financeira exigidos principalmente por grandes investidores.

Será que é hora de contratar uma auditoria financeira externa?

A necessidade de contratação de uma auditoria financeira está relacionada diretamente ao quão confiante uma empresa está em relação às suas obrigações, à veracidade das informações, agilidade e padronização dos relatórios financeiros.

Isso significa que as demonstrações devem ser minuciosamente preparadas conforme os requisitos legais e as normas que manterão a qualidade, legitimidade, constância e segurança dos relatórios financeiros. 

Caso a companhia já tenha esse tipo de cultura de relatórios financeiros e confiança em suas informações,  deve estudar a necessidade de uma auditoria. Ela pode ser contratada para se proteger de possíveis fraudes, elevando suas práticas de governança corporativa e segurança financeira.

Além disso, a auditoria financeira contribui com os processos de fusão e aquisição, aumentando a confiabilidade e transparência dos dados. No caso de IPOs, empresas precisam ter suas demonstrações financeiras auditadas por empresas especializadas.

Como a tecnologia pode contribuir para a auditoria?

Plataformas financeiras conseguem promover cruzamentos e verificar incoerências de dados, mesmo em diferentes anos-fiscais. A tecnologia automatiza e melhora a apresentação dos resultados.

A EY afirma que os auditores estão sendo treinados para usar cada vez mais a análise de dados para identificar padrões de transações que podem indicar uma fraude material.

Dessa maneira, líderes financeiros com acesso antecipado à tecnologia têm a chance de simular as investigações e descobrir possíveis falhas, verificando a veracidade das informações e se preparando para uma auditoria bem-sucedida.

Considerações 

A aceleração digital promove mais transparência e eleva os padrões de qualidade das instituições. Em um ambiente que exige constantes adequações, empresas que prezam pela conformidade dos seus processos, atingem melhores resultados e tornam-se mais atrativas. Isso reforça a ideia de que a auditoria é um dos diferenciais capazes de aumentar a competitividade das empresas no mercado, independentemente do seu porte.

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Mitos e verdades sobre as demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, são importantes porque entregam indicadores valiosos capazes de orientar a gestão das empresas. São documentos que apresentam o fluxo contábil e financeiro da empresa em um dado período, um recorte do desempenho da empresa, apresentado em números.

As demonstrações contábeis são ferramentas de uso diário e muitas vezes é difícil ter clareza das informações relacionadas a elas, como obrigatoriedade, dados que devem ser incluídos, quem deve participar da suas criações, como podem ser utilizadas… 

Nesse universo complexo, o profissional da área financeira precisa confirmar informações para desempenhar bem suas atividades. Portanto reunimos alguns mitos e verdades relacionados às demonstrações contábeis. Confira.

Mitos sobre as demonstrações contábeis

Nem toda empresa precisa gerar demonstrações contábeis 

De acordo com o art. 1.179 da Lei 10.406/2002, “o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”.

Ou seja, toda e qualquer empresa deve elaborar suas demonstrações contábeis ao menos uma vez por ano para fins de fisco. Até mesmo as entidades sem fins lucrativos precisam seguir normas em relação a esses documentos

Nesse mesmo cenário, de acordo com a Lei 10.825/03, inciso IV do art. 44 do Código Civil, uma vez que organizações religiosas também configuram-se pessoas jurídicas, essas devem cumprir com obrigações tributárias como registro de recebimento de ofertas e doações financeiras, elaboração do livro caixa e do balanço patrimonial anual.

O fechamento contábil é sempre uma correria no fim do mês

Para várias empresas o fechamento mensal exige esforço e tempo. O uso de planilhas pesadas, auditorias minuciosas e outros procedimentos contribuem para prolongar sua entrega. 

Mas não significa que tenha de ser assim. Hoje, processos complexos como esses podem ser simplificados por meio do uso da tecnologia, otimizando o uso de recursos.

Plataformas de gestão financeira permitem automatizar tarefas e ganhar agilidade e segurança nos fechamentos contábeis. Isso vale também para processos de consolidação, reportes e outras demandas da área.

Automatizar essas tarefas rotineiras proporciona ao líder financeiro uma posição mais estratégica e focada em atividades que agregam valor.

As demonstrações contábeis só envolvem a área financeira

Embora as demonstrações contábeis estejam relacionadas com as áreas financeiras, é importante lembrar que outros departamentos também possuem obrigações legais a serem documentadas.

As áreas fiscais, contábeis e trabalhistas precisam levantar e reunir suas informações para calcular impostos, apurar os relatórios contábeis e entregar as obrigações acessórias ao governo.

A área trabalhista, por exemplo, é obrigada a elaborar a folha e recibos de pagamento, exigida pelo art. 225 do Decreto 3048/1999, assim como a fiscal deve reunir os arquivos da Escrituração Fiscal Digital, com informações contábeis e cadastrais dos contribuintes através do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), previstas no artigo 113 do Código Tributário Nacional.

Exemplos de demonstrações contábeis que envolvem essas demais áreas são o SPED contábil, DIRF, ECD, GFIP, Folha de pagamento, dentre outros.

A DVA é obrigatória para todas as empresas

Quando uma empresa vende um produto ou serviço, em suma, seu preço deve ser maior que seu custo de produção, sendo esse valor adicional, seu lucro. A Demonstração do Valor Adicionado tem a finalidade de evidenciar essa “riqueza gerada” em determinado período.

Em adição ao artigo 176, § 4º, da Lei nº 6404/1976, o inciso V da Lei Lei Nº 11.638, sancionada em 2007, dispõe as obrigatoriedades de apresentar a DVA apenas para empresas de capital aberto a cada período contábil. 

Apesar de obrigatória somente as S.A., outras empresas também têm aderido a produção desse demonstrativo, já que ele evidencia pontos fortes e fracos da lucratividade operacional para o gestor e investidores.

A melhor forma de gerar o DRE é baseando-se no demonstrativo de caixa

O item 1.17 a 1.19, intitulado “Desempenho financeiro refletido pela contabilização pelo regime de competência”, na resolução NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, disposta no portal do Conselho Federal de Contabilidade, expressa o seguinte:

“O regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente. Isso é importante porque informações reportadas durante o período, fornecem uma base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da entidade do que informações exclusivamente sobre recebimentos e pagamentos à vista durante esse período.”

O regime de competência certifica que o resultado do DRE seja preciso, pois registra as despesas e receitas do período em que foram efetuadas, independentemente de seu efetivo pagamento ou recebimento, diferentemente do regime de caixa, que contabiliza entradas e saídas no momento em que o valor é descontado ou adicionado.

Elaborar o DRE baseando-se apenas no demonstrativo de caixa, deixando o regime de competência de lado, é um erro comum.

O Balanço Patrimonial é obrigatório para empresas de todo tamanho

Apesar de ser um demonstrativo obrigatório para a maioria das empresas, MEIs, microempresas e pequenas empresas podem substituir o Balanço Patrimonial pelo Simples Nacional, um regime  simplificado de fiscalização e tributação, que une 8 impostos em uma só guia de pagamento.

Só existe uma exceção prevista no Art. 3º do Decreto 6.204/2007, na qual para aquisição de produtos a pronta entrega e para locação de materiais, não é obrigatória a apresentação do balanço.

O artigo do Jornal Contábil mostra que a raíz dessa dúvida é que, mesmo as empresas optantes do Simples Nacional, precisam do Balanço Patrimonial para participar de uma licitação pública.

Fatos sobre as demonstrações contábeis

Notas explicativas são obrigatórias

Seguindo as normas previstas no artigo 176, § 4º, da Lei nº 6404/1976, a elaboração e publicação das notas explicativas são obrigatórias para toda e qualquer empresa, para fins de complementação das demonstrações, com o resumo das políticas contábeis e informações explanatórias.

A obrigatoriedade para PMEs está prevista na resolução NBC TG 1000 (R1), na seção 3, item 3.17. Enquanto isso, a obrigatoriedade das microempresas e empresas de pequeno porte estão disponíveis no modelo contábil ITG 1000, no item 26. Ambas disponíveis para download na página do Conselho Federal de Contabilidade.

Não há padrão ou regulamentação contábil para relatórios ESG no Brasil

A formalização de relatórios ESG (governança ambiental, social e corporativa, no português) é um dos temas atuais mais discutidos em relação a como seus resultados são contabilizados, pois sem um padrão, empresas podem mensurá-las em qualquer modelo.

Apesar de ser um dos países que integram o ranking de empresas líderes em sustentabilidade, hoje, no Brasil, não há regulamentação contábil ou exigência prevista em lei que determine normas de documentação de sustentabilidade.

Nesse cenário, a fins de relatar o compromisso ambiental e social para incentivar investimentos, empresas optam por seguir modelos reconhecidos nacional e internacionalmente. São eles: o ISE, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, o Global Reporting Initiative (GRI) e também o Relato Integrado, regulamentado pela NBC CTG 09.

O regime de competência é obrigatório para Sociedades Anônimas

O regime de competência tem a função de mostrar a posição financeira da empresa em curto e longo prazo, e é o modelo oficial para a declaração de imposto de renda.

Além das aplicações gerenciais para tomada de decisão, o regime de competência está ligado a fins fiscais essenciais nas demonstrações contábeis e sua obrigatoriedade está prevista para companhias de capital aberto no art. 177 da lei 6.404/76

A DLPA pode ser substituída pela DMPL

A Lei nº 6404/1976 caracteriza a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) como uma demonstração financeira na qual são evidenciadas as movimentações ocorridas nos Lucros ou Prejuízos Acumulados do Patrimônio Líquido.

Enquanto isso, na mesma lei, a Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido (DPML) apresenta as alterações realizadas em todas as contas do Patrimônio Líquido do exercício.

Portanto, as informações contidas na DLPA podem ser legalmente incluídas nas demonstrações da DMPL, e não é exigida no item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é obrigatória para PMEs

Com a Demonstração de Fluxo de Caixa é possível localizar e registrar todas as entradas e saídas monetárias dentro de um período, listando as principais alterações no saldo de disponibilidades das empresas. 

Conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000, a elaboração e divulgação da DFC é obrigatória para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a dois milhões de reais, inclusive para PMEs, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000.

Os registros contábeis são obrigatórios, exceto para MEIs 

As já mencionadas normas do CFC e o artigo 1.179 do Código Civil estabelecem a obrigação de que as empresas registrem seus fatos contábeis, isto é, todas as alterações e movimentações envolvendo os bens, direitos e obrigações.

De acordo com o artigo 5º do Decreto-lei 486/1969 “é obrigatório o uso de livro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos ou operações da atividade mercantil, ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial do comerciante”.

O livro, mecanizado ou não, deve ser contabilizado para fins de fisco, por toda e qualquer empresa, inclusive as optantes do Simples Nacional, sendo a única exceção legal, o microempreendedor individual.

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