A construção civil no Brasil passa por um período de instabilidades. Apesar da redução nas tarifas de financiamento, influenciada pela queda nos juros, uma insegurança social freia a aquisição dos lançamentos imobiliários.
O segmento lida com outras dificuldades como a escassez de matérias-primas, impactada pela crise das commodities e a alta inflacionária. Mesmo assim, a construção civil provavelmente crescerá 2% no país até o final do ano, conforme a pesquisa do Sinduscon-SP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
Diante dos desafios, as construtoras devem gerir seus negócios com ampla atenção às margens de lucros. O Corporate Performance Management (CPM), ou gestão da performance corporativa, em português, avança em empresas da construção civil, como técnica para otimizar tempo e recursos.
Continue a leitura para compreender melhor como uma plataforma de CPM contribui para que as empresas de construção melhorem os seus resultados financeiros.
Como funciona uma plataforma de CPM?
O Gartner explica que o CPM abrange metodologias, métricas, processos e sistemas usados para monitorar e gerenciar o desempenho de uma empresa. A tecnologia auxilia na gestão das informações, no desenvolvimento de planos operacionais e na interpretação dos resultados.
Uma plataforma de CPM, em geral, pode ser usada simultaneamente com um ERP (sistema integrado de gestão empresarial), programas de contabilidade e de inteligência de negócios, este último também conhecido como BI.
O Corporate Finance Institute (CFI) afirma que o CPM utiliza as informações extraídas das ferramentas complementares para levantar insights para os líderes. Essa integração com os demais sistemas permite uma visualização dos dados, a favor da definição de cenários futuros.
Uma plataforma de CPM possibilita o desenvolvimento de estratégias para melhorar o desempenho corporativo. A organização então pode coordenar processos em busca de manter a receita e posteriormente aumentar os lucros.
Como uma construtora pode utilizar uma plataforma de CPM?
As empresas de construção têm inúmeros processos ao longo de suas obras e rotinas de trabalho.
- Elaboração de projetos;
- Orçamentos;
- Gerenciamento e pagamento de mão de obra;
- Gestão de fornecedores e estoque;
- Obrigações tributárias, contábeis e fiscais, o que inclui exigências do conselho de classe;
- Auditorias e outros processos de averiguação de qualidade;
- Vendas;
- Entregas e manutenções;
- Outros.
Essa complexa rede exige fluxos de trabalho bem estruturados para minimizar as chances dos atrasos de obra e não conformidades na construção civil. Cada fase envolve custos que devem ser dimensionados em busca do melhor desempenho.
A tarefa não é simples e os gestores financeiros do segmento têm no CPM uma ferramenta para acompanhar o andamento do projeto, avaliando prazos, cumprimento do orçamento e se as demais metas estão sendo alcançadas.
Quais são os benefícios do CPM na gestão financeira de uma construtora?
O CPM corresponde a um nível de excelência em gestão analítica das finanças corporativas. Com ele, é possível identificar onde o dinheiro está sendo gasto, podendo corrigir atividades onerosas.
Tratando-se da construção civil, esta correção pode ser o diferencial para uma obra valer a pena. O acompanhamento preciso e contínuo também permite que o líder financeiro tenha previsões de recursos, podendo aprimorar o orçamento e identificar tendências.
A PWC lista uma série de benefícios que o CPM contribui para as organizações, desde estratégias, métricas, planejamento financeiro, relatórios e execução operacional. A partir dessas referências, pode-se especificar os principais pontos que podem contemplar uma construtora.
As construtoras que possuem capital aberto também utilizam o CPM para manter a governança financeira exigida pelos órgãos reguladores, especialmente na transparência das informações e no detalhamento da apresentação dos resultados aos investidores.
Os autores Herbert S. Robinson, Patrícia M. Carrilo, Chimay J. Anumba e Ahmed M. Al-Ghassani, no trabalho científico “Revisão e Implementação de Modelos de Gestão de Desempenho em Organizações de Engenharia de Construção”, afirmam que o CPM é uma ferramenta inovadora para um gerenciamento baseado no conhecimento da organização, o que sustenta os objetivos de longo prazo.
Como a tecnologia pode contribuir para a gestão de desempenho?
Algumas empresas de construção civil usam táticas manuais para fazer a gestão do desempenho de suas organizações. Entretanto, essa metodologia é muito mais suscetível ao erro humano e pode demorar para a sua plena execução.
A adoção de plataformas de CPM acelera os inputs de dados e, a partir do cruzamento das informações, realiza uma checagem dupla da procedência e integridade dos números.
Elas também permitem a criação dos dashboards, o que facilita a visualização e apresentação dos dados para os stakeholders. Por exemplo, os gerentes financeiros da construção civil podem monitorar entregas dos fornecedores e manter uma comunicação contínua, evitando os atrasos das obras.
A PWC recomenda que ao escolher uma plataforma CPM, o gestor financeiro analise os recursos de gerenciamento de riscos. Isso, porque um sistema robusto, que analisa e acompanha continuamente os dados financeiros, oferece percepções de quais riscos realmente valem a pena assumir.
O Accountfy, por exemplo, é uma plataforma de CPM que permite uma gestão financeira moderna e conectada, permitindo análises de dados em tempo real, contribuindo para que a liderança tome decisões mais rápidas e melhores.
Considerações de CPM na área financeira de uma construtora
A Gerdau afirma, no Jornal Valor Econômico, que a construção civil brasileira é uma força motriz da economia nacional, mas que ela deve avançar em produtividade, eficiência de gastos, ações sustentáveis e na redução dos prazos para competir com os players internacionais.
Uma cultura de gestão de performance somada ao uso de plataformas de CPM identificam e resolvem problemas de desempenho rapidamente, mantendo os funcionários motivados e dentro do cronograma.