A reforma tributária na gestão financeira representa a maior transformação fiscal no Brasil em mais de meio século. Com a criação de novos tributos, fim de incentivos e reformulação da forma como impostos são cobrados e compensados, o impacto será direto no fluxo de caixa, precificação, compliance e controle de créditos.
A transição para o modelo IVA-Dual, com os novos tributos CBS e IBS, exigirá mudanças operacionais, tecnológicas e estratégicas por parte das empresas. Sem a devida preparação, muitas correm o risco de enfrentar aumento da carga tributária, falhas de conformidade fiscal e perda de competitividade.
Neste artigo, explicamos os principais pontos da reforma e seus efeitos diretos na rotina da gestão financeira, incluindo os impactos para micro e pequenas empresas. Além disso, mostramos como sua organização pode se preparar para esse novo cenário fiscal com o apoio da tecnologia.
O que é a Reforma Tributária e por que ela afeta a gestão financeira?
Aprovada pela Emenda Constitucional 132/2023, a reforma propõe uma mudança profunda no modelo de arrecadação e simplificação dos tributos sobre consumo. O novo regime inclui:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): substitui PIS e Cofins (competência federal);
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): substitui ICMS e ISS (gestão compartilhada entre estados e municípios).
As principais características são:
- Tributação no destino, em vez da origem;
- Créditos financeiros amplos e automáticos;
- Fim da cumulatividade;
- Pagamentos na fonte, com destaque para o mecanismo de split payment.
O que é split payment
Split payment é quando, na hora de pagar uma compra ou serviço, uma parte do dinheiro vai direto para o governo como imposto, sem passar primeiro pela conta da empresa que vendeu.
Ou seja, a empresa recebe só o valor “líquido”, já com o imposto descontado automaticamente.
Exemplo fácil: você vende algo por R$ 1.000. Na hora do pagamento, o sistema já separa R$ 100 para o governo (como imposto) e a empresa recebe apenas R$ 900.
Antes e depois da Reforma Tributária
Aspecto | Antes (Sistema Atual) | Depois (IVA-Dual) |
Tributos | PIS, Cofins, ICMS, ISS | CBS, IBS |
Cobrança | Origem | Destino |
Cumulatividade | Parcial | Não cumulativo |
Incentivos fiscais | Frequentes | Progressivamente eliminados |
Fluxo de caixa | Pós-faturamento | Split payment na transação |
1. Impactos do IVA-Dual nos preços, créditos e fluxo de caixa
Com a chegada do modelo Imposto sobre Valor Agregado, será obrigatório registrar todas as operações com alto nível de detalhamento, visando aproveitamento integral dos créditos tributários.
Além disso:
- A tributação no destino pode recalibrar preços finais e alterar as relações com fornecedores;
- O mecanismo de split payment comprometerá o fluxo de caixa, exigindo replanejamento financeiro para lidar com a antecipação de recolhimentos.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), empresas que não se adaptarem ao novo modelo podem ter perdas de até 3% no seu EBITDA em setores com margem apertada.
2. Fim de incentivos e regimes especiais: novo desafio ao planejamento tributário
A eliminação gradual dos incentivos fiscais regionais e setoriais exigirá reavaliações profundas na operação das empresas. Isso afetará desde a estrutura societária e localização física, até negociações com fornecedores.
A Controladoria passará a ser protagonista no redesenho do planejamento tributário, realizando simulações e propondo estratégias para manter a rentabilidade.
3. Reforma tributária e micro e pequenas empresas: o Simples não está imune
Embora o Simples Nacional tenha sido mantido, ele sofrerá adaptações importantes:
- O IBS será cobrado separadamente em vendas específicas, como para o governo ou fora do estado;
- Pequenos negócios poderão transferir créditos para empresas maiores — algo que exigirá revisão dos sistemas de faturamento e integração de dados fiscais;
- Haverá maior exigência na emissão correta de notas e documentos fiscais.
Resumidamente, até mesmo pequenos negócios precisarão de uma gestão financeira mais robusta e automatizada.
Reforma tributária e o papel da Controladoria estratégica
A Controladoria financeira ganhará um papel central neste novo cenário. Mais do que garantir o compliance, será responsável por:
- Projetar cenários de impacto tributário;
- Avaliar mudanças na rentabilidade das filiais;
- Propor adaptações no modelo de negócio;
- Fornecer dados para decisões de redesenho estrutural (fusões, realocações, novos mercados).
Como sua empresa pode se adaptar para minimizar riscos?
A transição será gradual, mas a preparação precisa começar agora. Ações essenciais incluem:
✔ Revisar processos internos
Mapeie todos os fluxos fiscais e contábeis, ajustando os pontos sensíveis às novas exigências.
✔ Investir em tecnologia
Ferramentas como a Accountfy centralizam dados, integram-se a múltiplos ERPs e permitem simulações tributárias com agilidade.
✔ Reestruturar o planejamento tributário
Revise incentivos fiscais vigentes, atualize projeções de carga e avalie cenários com base na nova legislação.
✔ Capacitar a equipe financeira
Promova treinamentos contínuos sobre a EC 132/2023 e prepare o time para lidar com obrigações mais rigorosas.
Como a Accountfy pode apoiar sua empresa na transição tributária
A Accountfy é uma plataforma SaaS All-in-One, líder em inteligência financeira no Brasil, referência em inovação, experiência do usuário e governança.
Seu objetivo é otimizar e integrar a gestão financeira de empresas de todos os portes. Em um momento de mudança estrutural como este, a tecnologia é sua grande aliada.
Assistentes de IA da Accountfy otimizam a adaptação tributária
A reforma tributária exigirá respostas mais rápidas, decisões embasadas em dados e controle total sobre o cenário fiscal da empresa. Nesse sentido, os assistentes virtuais de inteligência artificial da Accountfy atuam como copilotos na jornada de adaptação.
Eles funcionam como consultores digitais integrados à plataforma, capazes de interpretar dados contábeis, identificar tendências e sugerir ações com base nas novas regras tributárias.
Com esses assistentes, é possível:
- Simular automaticamente os impactos da CBS e do IBS no fluxo de caixa;
- Detectar inconsistências fiscais ou contábeis que possam gerar riscos de compliance;
- Receber recomendações proativas para ajustes no planejamento tributário;
- Obter respostas rápidas para dúvidas sobre obrigações acessórias e impactos regulatórios;
- Agilizar a análise de indicadores financeiros sensíveis às mudanças fiscais.
Com a Accountfy, sua empresa pode:
- Centralizar dados financeiros de múltiplas unidades;
- Simular cenários com novas alíquotas, regras e localizações;
- Gerar relatórios e dashboards automatizados com compliance garantido;
- Identificar pontos de risco com precisão e antecedência.
Case prático: imagine uma empresa do varejo com operação em três estados. Com a Accountfy, o CFO pode simular o impacto da transição tributária por unidade federativa, ajustar a precificação e prever a variação no EBITDA com apenas alguns cliques.
Em resumo: a hora de agir é agora
A reforma tributária na gestão financeira exigirá uma nova postura das empresas: mais controle, mais integração e mais visão estratégica. Não haverá espaço para processos manuais e visões fragmentadas.
Com uma abordagem estruturada e o apoio de ferramentas como a Accountfy, é possível transformar esse desafio em uma vantagem competitiva real.
Prepare sua empresa para os efeitos da Reforma Tributária
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