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Automatização na área financeira mostra resultados, mas implantação ainda é um desafio

81% dos CFOs reconhecem o potencial da automatização na área financeira para otimizar processos e como recurso para capturar insights de dados. É o que mostra o Estudo do CFO 2022: O Futuro da Automatização e Inteligência nas finanças das empresas, elaborado pela Vic.ai, ferramenta de inteligência artificial para sistemas de pagamento de contas, em parceria com a StrategicCFO360, comunidade de insights para líderes.

O levantamento, feito com mais de 145 tomadores de decisão de empresas estadunidenses de diversos setores, mostrou que, além disso, eles procuram a automatização para outros objetivos:

  • 52% querem reduzir erros;
  • 89% tem como objetivo otimizar a eficiência e produtividade;
  • 47% esperam otimizar suas atividades de forecasting e predição financeira.

Apesar de apenas 5% dos entrevistados estarem com a estrutura de análise de dados totalmente automatizada, o cenário é de investimento contínuo, com 58% planejando aumentar seus orçamentos voltados à área financeira nos próximos 12 meses, e 34% em dois anos.

Segundo o estudo, o maior impulsionador da onda de digitalização é a alta volatilidade da economia global, que tem acelerado a necessidade da área financeira a se adaptar e se tornar mais ágil frente às mudanças, e tem pressionado líderes a encontrarem oportunidades rapidamente para se sobressair.

“Não há dúvida de que a automatização já tem mostrado seu valor em termos de ganho de produtividade e auxílio nas análises e planejamento. Através de tecnologias capazes de acelerar os processos da área financeira e trazer insights cada vez mais completos, profissionais têm focado em atividades estratégicas e líderes têm praticado uma gestão data-driven mais eficiente, com decisões embasadas em números concretos”, afirma Alex Szaniecki, gerente de onboarding do Accountfy. “É notável que, com esses artifícios, CFOs têm adotado uma postura mais proativa do que reativa, premeditando cenários de risco e identificando oportunidades de crescimento. Além de captar mais dados, eles estão sabendo o que fazer com eles”.  

A crescente adoção das novas tecnologias vem acompanhada de obstáculos. 61% dos CFOs afirmam que o desafio mais comum ao automatizar as funções financeiras é a integração com seus sistemas atuais. Para 58% dos CIOs, eliminar a silagem de informação entre departamentos está no topo das dificuldades. 

Além disso, a busca por profissionais qualificados e a alocação de orçamento e recursos foram apontados como outros empecilhos relevantes.

“Apesar da automatização na área financeira demonstrar resultados visíveis e levantar o interesse de muitos líderes, o primeiro passo para torná-la realidade acaba sendo desanimador. A integração de novas tecnologias exige uma movimentação na qual nem todos os sistemas são compatíveis, e quando falamos de números, não há espaço para erros. Nessa hora, entendemos a importância de uma implantação facilitada, com uma equipe preparada para atender, e também de um produto dinâmico, que interaja com as principais ferramentas usadas na área financeira. Essa atenção que damos às empresas que querem ‘arrumar sua casa sem a bagunçar ainda mais’, faz toda a diferença quando estão buscando rapidez e qualidade na digitalização”. – Alex Szaniecki, gerente de onboarding, do Accountfy

Pontos de atenção ao planejar a automatização na área financeira

Segundo a pesquisa, além da compatibilidade entre sistemas, o sucesso ou fracasso da implementação depende de alguns fatores-chave, que devem ser considerados desde o início do projeto:

  • Alinhar a estratégia de automatização da organização com suas prioridades de negócios;
  • Identificar quais processos já são automatizados, mas ainda ineficientes;
  • Avaliar soluções de automatização por sua funcionalidade, escalabilidade e interoperabilidade;
  • Avaliar a experiência do usuário (UX) da solução para garantir a utilização ideal pelos funcionários.

Além disso, deve-se analisar o impacto da automatização das rotinas financeiras e entender como ferramentas CPM e ERP podem ajudar neste processo.

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A importância das certificações financeiras

Entendemos a importância das certificações financeiras quando falamos sobre qualificação. Elas são capazes de fortalecer a imagem e a confiança das empresas e profissionais que querem se destacar.

Segundo o Guia Salarial 2022 – Finanças e Contabilidade, elaborado pela Robert Half, consultoria de soluções em talentos, entre 100 CFOs brasileiros pesquisados, 43% sentem dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades necessárias para as funções, reforçando ainda mais a importância das certificações na área financeira.

De acordo com o levantamento, a escassez se deve ao avanço tecnológico, no qual empresas estão lutando para encontrar mão-de-obra especializada, e, com uma alta demanda e menor oferta, a competitividade se torna ainda maior. 

As certificações para as áreas financeiras das empresas também têm importância. Para 31% dos entrevistados da mesma pesquisa, a retomada econômica vem acompanhada de uma preocupação com as abordagens agressivas da concorrência. Para se diferenciarem nesse cenário, elas podem usá-las para alavancar sua autoridade no mercado.

Continue a leitura e saiba mais sobre as certificações na área financeira e por que elas são  necessárias em um cenário de busca por profissionais e departamentos  cada vez mais qualificados.

Quais são as vantagens de profissionais obterem certificações financeiras?

Salários melhores

Através das certificações na área financeira, um dos primeiros reflexos positivos está nos salários. As habilidades e os treinamento adicionais que profissionais qualificados recebem podem torná-los elegíveis para empregos melhor remunerados.

Como exemplo, a Pesquisa Global de Salários de 2021, elaborada pelo Institute of Management Accountants (IMA), revela que os profissionais que possuem o CMA recebem, em média, salários 58% maiores do que os que não a possuem.

Novas oportunidades

Certas certificações na área financeira são vistas como referência, e tê-las no currículo pode aumentar as chances de alocação e promoção no mercado. 

Segundo o material Os 8 Principais Certificados Financeiros: Benefícios e Definições, do Indeed, site de busca de vagas com mais de 250 milhões de usuários, obter certificações na área financeira pode impulsionar a carreira, trazendo melhores oportunidades de emprego. Isso inclui a possibilidade de atuar em cargos sêniores, que normalmente possuem requisitos de elegibilidade.

Maior credibilidade

Muitas das certificações na área financeira exigem aprovação em exames e até mesmo anos de experiência e aprendizados. Por causa da  rigorosa preparação educacional exigida do profissional, as empresas reconhecem a capacidade do candidato de exercer a função, lhe concedendo maior vantagem competitiva.

Segundo a Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), uma das maiores associações contábeis do mundo, com mais de 689 mil membros, profissionais que possuem credenciais como a Chartered Global Management Accountant são reconhecidos mundialmente pela sua ética e compromisso nos negócios.

Aprimoramento de habilidades

Ao se qualificar, profissionais têm contato com as últimas tendências envolvendo sua função, assim como passam por oportunidades de otimizar suas habilidades, ao mesmo tempo que desenvolvem novas. 

De acordo com a Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), órgão de contabilidade profissional com mais de 230 mil membros ao redor do mundo, profissionais que possuem o ACCA Qualification, por exemplo, aprimoram suas habilidades analíticas, adquirem extenso conhecimento financeiro e visão estratégica de negócios.

Quais são as vantagens de as áreas financeiras obterem certificações?

Em busca de reconhecimento e diferencial no mercado, as áreas financeiras também podem obter certificações. 

Uma das maneiras de fazê-lo, é através das certificações (International Standards Organization (ISO), ou Organização Internacional para Padronização, no português. Ela reúne normas reconhecidas mundialmente e tem como objetivo promover a conformidade aos processos corporativos.

Apesar das ISOs não serem destinadas exclusivamente às áreas financeiras, e sim à empresa como um todo, o departamento pode se beneficiar de suas vantagens ao tê-la implantada.

Segundo a organização, através das ISOs, é possível trazer mais confiança para stakeholders e clientes, e otimização de custos. Aspectos, esses, que influenciam na saúde financeira da organização.

A ISO 9001, por exemplo, estabelece critérios de qualidade para processos internos. Entre seus princípios estão foco no cliente, liderança, visão, engajamento de colaboradores, melhoria contínua, e gestão de relacionamento com stakeholders.

Sua função é certificar que a empresa possui visão ampla do seu fluxo de trabalho. Assim, aumentando sua produtividade, trazendo dados mais concretos para a tomada de decisão, garantindo a boa utilização dos recursos financeiros e melhores condições em futuras negociações.

Recentemente, foi publicada a ISO 37000, que regulamenta padrões de linguagem, princípios e práticas para o exercício da governança corporativa, imprescindíveis para a gestão financeira. Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o escopo dessa certificação abrange a responsabilidade social (ESG), gestão de riscos, transparência na prestação de contas, viabilidade e desempenho da organização a longo prazo, e uso estratégico e responsável dos dados.

Para implantá-las, é necessária a auditoria de órgãos parceiros da ISO, que podem ser encontrados no site da International Accreditation Forum (IAF), associação mundial de organismos certificadores. Nela, são mapeados processos, a verificação de documentos, elaboração de relatórios, e por fim, o gerenciamento de registros.

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Valor de fusões e aquisições cai 21% no primeiro semestre e revela cautela

O valor de fusões e aquisições caiu 21% no primeiro semestre de 2022, aponta a Refinitiv, fornecedora global de dados e infraestrutura do mercado financeiro, totalizando mais de US$ 2.2 trilhões. Além do valor, houve também redução no volume de negociações, com 700 transações anunciadas, 17% a menos se comparada ao primeiro semestre do ano anterior. 

Segundo a Refinitiv, tensões geopolíticas e incertezas macroeconômicas são os principais freios do mercado, que levaram os tomadores de decisão a considerarem uma pausa.

“Com a inflação acumulada, vulnerabilidades a nível global, pandemia, alto grau de volatilidade e juros nas alturas, cresce o grau de risco dessas operações, e sem o estímulo econômico, empresas tendem a pensar duas vezes antes de alocar investimentos”, afirma Silvia Leopoldino, controller no Accountfy.  “Em receio a uma possível recessão, conselheiros estão colocando em primeiro plano a estabilidade financeira e se preparando para novas turbulências.”

Os dados ainda mostram que as atividades do mercado de equity capital registraram queda de 61%, com US$ 237 bilhões. Seguindo a mesma tendência, o mercado mundial de capitais de dívida encerrou o semestre com baixa de 14%, com US$ 4.8 trilhões.

Apesar disso, foi o melhor período para mega-acordos, com negócios fechados acima dos US$ 10 bilhões, resultando na alta de 11% em operações únicas dentro desse valor. Entre as quatro principais operações, duas foram no setor de tecnologia: a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões; a compra da VMware pela Broadcom por US$ 68 bilhões.

No mercado emergente (Brasil, China, Emirados Árabes Unidos, Índia e Taiwan), os negócios do setor de tecnologia representam um quarto do valor total, recorde histórico de acordo com a Refinitiv, fechando com um montante de US$ 531 bilhões. 

“No Brasil, o setor de tecnologia é um dos que mais movimenta o mercado de fusões e aquisições. Impulsionado pela onda de digitalização provinda da pandemia, é um dos menos impactados pela retração econômica”, afirma Silvia. “A transformação dos negócios se manteve um investimento crescente dentro do planejamento financeiro e a tendência é que, com o surgimento de novas tecnologias, continue liderando as operações de M&A.”

Cenário de fusões e aquisições brasileiro

O relatório Market Report Fusões e Aquisições/M&A Brasil, elaborado pela consultoria Kroll, reuniu os resultados das operações de M&A no Brasil de janeiro a junho de 2022 e revelou que o cenário de recessão é o mesmo. Segundo a análise, incertezas globais, combinadas com cenário desafiador interno, afetaram o volume de operações.

Durante o período, foram anunciadas 735 transações, com uma baixa de 2,3% em comparação ao mesmo período em 2021 (752) . Dessas, 94 foram apenas no mês de junho, 19,6% a menos em relação ao mesmo mês do ano anterior (117).

De acordo com o relatório, as 20 maiores transações (excluindo a operação de privatização da Eletrobrás) do primeiro semestre totalizaram mais de R$ 61,6 bilhões.

Entre os setores mais aquecidos, estão os ligados a tecnologia, serviços financeiros, serviços B2B e B2C, logística, energia e produtos de consumo.

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Como apurar o lucro real em diferentes períodos

O Lucro Real é uma das modalidades de regime tributário no Brasil e, de acordo com o art. 258 do Regulamento do Imposto sobre a Renda de 2018, “é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal”.

Segundo esse documento oficial, o “lucro tributável” é levantado para fins de pagamento do imposto de renda e é determinado a partir do lucro líquido do período apurado. 

Conforme a publicação do Diário Oficial da União, o Lucro Real é baseado nos resultados efetivamente ocorridos, levantados pelo balanço contábil e pelos ajustes determinados pela lei. De acordo com o Conselho Regional de Contabilidade do Espírito Santo, entre suas vantagens estão:

  • A possibilidade de compensar prejuízos fiscais anteriores ou do mesmo exercício;
  • Redução ou suspensão do recolhimento do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) através de balancetes mensais;
  • E o uso de créditos do PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para abater o montante devido das citadas contribuições.

Apesar disso, de acordo com o órgão, esse regime pode ser mais burocrático, pois envolve regras tributárias mais rigorosas, como os ajustes fiscais. Além disso, possui alíquotas de PIS e COFINS maiores em comparação aos demais. 

Entenda mais sobre o regime, o que a lei determina, e como apurá-lo neste texto.

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Qual empresa deve apurar o Lucro Real?

De acordo com o artigo 14 da Lei nº 9.718, estão obrigadas ao regime de Lucro Real as pessoas jurídicas com faturamento bruto maior que R$ 78 milhões por ano. A lei ainda prevê que, independentemente da receita, as seguintes empresas também devem aderir ao regime:

  • Instituições financeiras: bancos, seguradoras, cooperativas de crédito, sociedades de crédito imobiliário, entidades de previdência aberta, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
  • As que têm rendimentos ou fluxos de capital oriundos do exterior;
  • As que possuem benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto;
  • E as que atuam com fomento mercantil, atividade comercial caracterizada pela aquisição de direitos creditórios, por um valor à vista e mediante taxas de juros de serviços e de contas a receber a prazo.

Períodos de apuração 

Uma das vantagens do regime de Lucro Real é a possibilidade de optar por apurá-lo em diferentes períodos

De acordo com o artigo 1º da Lei nº 9.430, de 1996, o contribuinte pode optar por pagar o imposto de renda trimestralmente, nos períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano, ou então anualmente, até 31 de dezembro.

Para empresas novas, os artigos 1º e 3º esclarecem que “o período de apuração da primeira incidência do imposto sobre a renda após a constituição da pessoa jurídica compreenderá o prazo desde o início da atividade até o último dia do trimestre”.

A lei ainda adiciona que, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento.

Por qual período de apuração optar

A apuração trimestral pode funcionar melhor em cenários em que a empresa apresenta resultados uniformes e estáveis durante o ano.

Em situações nas quais a variação entre lucros e prejuízos seja alta, a apuração anual pode ser a melhor opção, pois a política de compensação de prejuízos da modalidade limita-se a 30% do lucro do período. 

Como apurar o lucro real

O levantamento, tanto trimestral quanto anual, do demonstrativo do lucro real consiste no seguinte cálculo dos balanços mensais:

Receitas – Despesas = Lucro Real

Se o resultado for negativo, há prejuízo fiscal. Caso supere 32% do faturamento no período de apuração, é mais vantajoso seguir com o regime de lucro presumido, por conta das alíquotas. O artigo 3º da mesma lei expressa que a escolha entre as modalidades é manifestada através do pagamento do primeiro Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), e não pode ser alterada até o fim do ano calendário.

Feita a apuração, é necessário aplicar as alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e do CSLL. O artigo 2º da Lei nº 9.430/96 estabelece as seguintes taxas:

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): 15% para Lucro até R$ 20.000,00 por mês; ou 25% caso seja superior.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): 9% sobre qualquer Lucro apurado.

Além disso, é importante considerar que, ao optar pelo Lucro Real, a alíquota do PIS aumenta de 0,65% para 1,65%, assim como a de COFINS, de 3% para 7,6% sobre a receita.

Exemplo de cálculo

Faturamento trimestral: R$ 200.000,00  (100%)
Lucro Real Apurado: R$  40.000,00 (20%)

 

 

 

 

Outro ponto importante ao apurar o lucro real é usar as informações corretas para o cálculo. Conte com o Accountfy para mantê-las atualizadas e organizadas!

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Startups brasileiras ainda carecem de governança corporativa, aponta pesquisa

82,1% das startups e scale-ups brasileiras ainda estão nos estágios iniciais em governança corporativa, mostra uma pesquisa elaborada pela Better Governance, consultoria especializada em governança. Foram avaliadas 148 empresas, 16% delas fintechs, em parceria com a Associação Brasileira de Startups, Distrito, BNDES Garagem, Cubo, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e InvestSP.

De acordo com a metodologia, há quatro etapas de maturidade: básico, em desenvolvimento, desenvolvido, e avançado. Entre os resultados, 39,8% estão no básico, 42,3% em desenvolvimento, e 15,5% já estão desenvolvidos.  Para a consultoria, as fases “básico” e “em desenvolvimento” são consideradas estágios iniciais.

O relatório ainda aponta que 64% se autodeclaram nas fases mais avançadas. Apesar disso, pouco mais de 2% se encontram nesse patamar.

“Essa discrepância de visões – entre a autodeclaração e a avaliação externa – pode indicar que algumas empresas supervalorizam suas práticas internas, e que muitas acreditam que estão implementando medidas de governança efetivas quando na realidade estão apenas trabalhando nas demandas mais óbvias e aparentes”,  afirma Fabíola dos Santos, head de Jurídico e Compliance do Accountfy. “Para atingir um nível de maturidade significativo, a empresa deve compreender o conceito da governança corporativa e aplicá-la como um todo. Somente assinar um termo de responsabilidade ESG não torna uma empresa sustentável, por exemplo. É necessário engajamento e compromisso, principalmente da alta administração, para se criar uma agenda com ações efetivas e que sejam objeto de revisão contínua”.

Na avaliação por competências, “divulgação e transparência” é um dos quesitos menos evoluídos, com mais de 60% das empresas no nível básico. Nesse sentido, segundo a Better Governance, o dado mostra que ainda há práticas de gestão de informação, assim como suas ferramentas, a serem aprimoradas pelas startups.

“Quando falamos de demonstrações de resultados e prestação de contas pelos administradores, a conformidade dos dados é essencial para que as startups reforcem seu compromisso com a transparência e tenham mais chances de receber investimentos. Sem uma ferramenta que padronize e auxilie na elaboração e divulgação desses resultados, a chance de haver inconsistências aumenta, e para empresas que estão em fases de busca de capital, é crucial não correr esse risco”, diz Fabíola.

No âmbito ESG e cultura, mais de 40% se encontram nas fases iniciais. Apesar da  maior parte do desenvolvimento estar atrelada à formalização de atos societários, estatutos e contratos sociais, a implantação dessas práticas ainda não apresenta resultados satisfatórios, revela o relatório.

De acordo com a Better Governance, os resultados salientam a falta de conscientização em relação à necessidade de aprofundamento, entendimento e implementação de boas práticas de governança por parte dessas empresas. Entretanto, a consultoria afirma que esse cenário cria oportunidades para construção de planos de ação adequados para cada fase de maturidade.

Como avaliar a governança corporativa 

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) desenvolveu uma ferramenta gratuita para autoavaliação das práticas de governança de startups em parceria com um grupo de trabalho da Comissão de Startups & Scale-ups do instituto.

O sistema de avaliação funciona com o preenchimento de um formulário online, composto por 38 práticas de governança corporativa, que analisa a avalia a adesão das startups e scale-ups, considerando, inclusive, o estágio de evolução e o momento de cada empresa em particular. 

Completando o preenchimento, a startup recebe um relatório automático com a pontuação de cada pilar (Estratégia & Sociedade, Pessoas & Recursos, Tecnologia & Propriedade Intelectual, Processos & Accountability), destacando pontos de melhoria.

Segundo o IBGC, “o objetivo é estimular as startups e scale-ups – inclusive aquelas não formalmente constituídas, ainda na fase de ideação do projeto – a refletirem sobre o seu contexto e a sua jornada de governança corporativa, em direção à adoção das melhores práticas. A plataforma é destinada a membros ou representantes dessas empresas, empreendedores e fundadores, executivos, investidores, conselheiros ou consultores de organizações escaláveis, de alto potencial econômico e inovadoras”. 

O Instituto acrescenta que as informações preenchidas no sistema são utilizadas para pesquisas e publicações, mantendo o sigilo do nome da empresa e seus respondentes.

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Startups da América Latina receberam mais de US$ 28 bi nos últimos anos

O Panorama Latam, estudo da investidora Movile, em parceria com o Distrito, plataforma de inovação para startups, analisou o cenário de investimento na América Latina entre 2017 e 2021, com foco na Argentina, Brasil, Colômbia e México. 

Desde 2017, os investimentos na região tiveram crescimentos de mais de 120%, ano a ano. Entretanto, desde o início da pandemia de covid-19, a quantidade de capital e empresas investidas reduziu em 4% em 2020. 

Apesar disso, os resultados revelam um mercado resiliente. Com a recuperação econômica, o volume investido cresceu em 184%. Segundo o levantamento, US$ 28.663 bilhões foram aportados em startups da América Latina nos últimos cinco anos, sendo 51% desse valor apenas em 2021. 

O relatório analisou mais de 5 mil startups e empresas em fase de desenvolvimento e reuniu os principais insights sobre as evoluções das rodadas de investimento de risco e potenciais regionais. Entre os destaques estão: 

  • O Brasil concentra maior parte dos investimentos, com mais de 60%;
  • Argentina foi o primeiro país dentre os quatro a ter um unicórnio: o Mercado Livre, em 2017
  • A Colômbia conta com o maior investimento realizado em uma startup: US$  1 bilhão na Rappi.
  • Mais de um terço dos aportes realizados no México são no setor de Mobilidade.

De acordo com os resultados, a alta liquidez em investimento em venture capital e IPO e a tendência crescente de aportes são reflexos de um ecossistema mais maduro, no qual startups conseguem valuations maiores a cada rodada.

Com mais de US$ 17 bilhões, o Brasil lidera o ranking de investimentos recebidos. Segundo a análise da Movile, os mais de 200 milhões de habitantes incentivam que cada vez mais startups da América Latina operem no país, buscando atingir um mercado de consumidores maior. O México segue em segundo lugar (20%), Colômbia em terceiro (11%), e Argentina em quarto (8%).

O setor de fintechs, startups que mesclam tecnologia à soluções financeiras, está em primeiro lugar em termos de investimentos, com mais de 38,5%. De acordo com o relatório, ele é um dos mais aquecidos globalmente, resultado de uma necessidade dos consumidores por serviços mais acessíveis e desburocratizados.

A lista segue com as retailtechs (11,6%), com foco em inovação no varejo, e foodtechs (11,1%), que unem tecnologia ao setor de alimentação. .

O Accountfy e a expectativa na América Latina

Em 2021, o Accountfy, plataforma SaaS que facilita as atividades de Controladoria e FP&A na gestão financeira, recebeu o aporte de US$ 4,5 milhões da Redpoint eventures e HDI Seguros, para iniciar sua expansão nos Estados Unidos. O valor complementou um investimento série A no valor de US$ 6,5 milhões, totalizando US$ 11 milhões. Desde a primeira parte da rodada, a fintech quase triplicou em crescimento.

Com a quantia, a empresa iniciou a operação norte-americana, incluindo um time dedicado, investimento em divulgação e a abertura da filial no estado da Flórida. Agora, o Accountfy planeja aumentar sua presença na América Latina que atualmente conta com Chile, Colômbia, México e Peru, representando 7,5% da sua receita. O objetivo é que essa participação chegue a 40% até 2024.  

Segundo Goldwasser Neto, CEO e cofundador do Accountfy, as perspectivas da América Latina em relação às fintechs revelam um terreno com grande potencial.

“A contabilidade é uma linguagem universal. Embora existam diferenças de padrões de contabilização, a lógica contábil é igual em todo o mundo. Isso faz com que, na prática, não exista restrição geográfica para utilização do Accountfy, tornando o mercado endereçável da plataforma muito significativo”, afirma.

Para alcançar esse número, mais de R$ 7 milhões foram alocados na área de tecnologia só em 2021. Para os próximos anos, a empresa prevê R$ 30 milhões em investimentos, buscando acelerar o desenvolvimento da plataforma, com novas funcionalidades e maior segurança. 

“Ainda temos muito para desenvolver e consolidar o Accountfy como uma plataforma de soluções para os CFOs e profissionais da área de finanças. Por isso, decidimos ampliar os aportes”, explica Goldwasser Neto.

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Certificação CMA: tudo o que você precisa saber

O Certified Management Accountant, ou Contador Gerencial Certificado, no português, é um título concedido aos profissionais financeiros e contábeis que concluem o programa CMA do Institute of Management Accountants (IMA), uma das maiores e mais respeitadas associações focadas exclusivamente no avanço da profissão de contabilidade gerencial.

Os profissionais que obtêm esse certificado são conhecidos como CMAs e possuem expertise e preparação para uma variedade de funções, principalmente as de controller financeiro e CFO.

De acordo com o IMA, o programa de certificação CMA, que completou 50 anos em 2022, é considerado referência global para contadores gerenciais e profissionais financeiros. 

O programa tem uma duração entre 12 a 18 meses e se baseia na qualificação e proficiência em contabilidade e análise financeira, adicionando habilidades de gestão que auxiliam na tomada de decisões estratégicas. Os módulos incluem: 

  • Planejamento e Análise
  • Tecnologia e Análise
  • Gestão de Desempenho
  • Gestão de Riscos e Controles Internos

Kim. R. Wallin, ex-controller do governo do estado de Nevada, nos Estados Unidos, afirma que o programa oferece capacitação em análises, otimização de processos, tomadas de decisão,  planejamento e controladoria, “todos eles críticos para o seu trabalho”. 

Continue a leitura e entenda mais sobre as vantagens de se obter uma certificação CMA, e detalhes sobre o exame, custos e requisitos.

Por que obter a certificação CMA?

Obter a certificação CMA inclui benefícios, desde alavancagem profissional a maiores salários, já que traz credibilidade e pode garantir um lugar em meio a liderança corporativa. 

Segundo a Pesquisa Global de Salários de 2021, feita pelo IMA com mais de 3 mil membros do instituto ao redor do mundo, a remuneração média total dos profissionais CMA é 58% maior do que os que não possuem a certificação.

Os entrevistados também acreditam nos seguintes benefícios dessa certificação:

Segundo a Gleim, fornecedora de cursos preparatórios para o exame de CMA, as Big Four, as quatro grandes empresas de contabilidade e gestão financeira (Deloitte, EY, PwC e KPMG), solicitam especificamente o certificado para determinados cargos de nível hierárquico superior.

Como se tratam de consultorias, elas recorrem às suas próprias equipes de CMAs para aconselhar grandes empresas sobre reestruturações e oportunidades potenciais de economia, pois consideram que esses profissionais são capacitados para entender clientes através de uma perspectiva mais detalhada.

De acordo com a Gleim, a certificação CMA está em alta em empresas listadas na Fortune 500 e naquelas com fábricas que exigem gerenciamento de custos e estoque. Os CMAs podem ser úteis em diversas companhias, principalmente as de grande porte, mais propensas a necessitar de um profissional especializado em contabilidade gerencial e custos.

Além dos benefícios salariais e oportunidades de carreira, a certificação CMA proporciona uma extensa preparação em habilidades cruciais para quem deseja se tornar um gestor contábil ou financeiro do alto escalão, além do reconhecimento como autoridade no assunto. 

De acordo com o artigo Benefícios do CMA – Principais motivos para se tornar um CMA, elaborado pela Becker, uma das maiores escolas preparatórias para o exame do IMA e presente em mais de 55 países, as responsabilidades de um CMA geralmente são mais especializadas do que a de um contador geral. 

Ele pode executar tarefas de FP&A, tomada de decisão, gestão de riscos e investimentos, entre outras atividades essenciais do negócio que exijam maior compreensão e capacidades analíticas, não somente em contabilidade, mas também em negócios e finanças.

Além disso, segundo a Becker, o CMA tende a estar mais próximo aos executivos C-level, reforçando sua relevância como conselheiro e peça-chave dentro da organização.

“Decidi ir atrás da minha certificação CMA porque senti que havia alguma lacuna nas habilidades comerciais que eu precisava para continuar minha carreira na indústria”, comenta Ben Mulling, ex-CFO e atual CEO da Tente North America, fábrica de peças e maquinários industriais, em entrevista para a Investopedia, portal referência em conteúdos financeiros.

Por onde começar 

Exame

O IMA afirma que, para ingressar no programa de certificação CMA, o candidato deve ser aprovado em um exame que consiste em duas partes. Elas podem ser realizadas em conjunto ou em dias separados, com intervalo máximo de dois meses, mediante agendamento de data, hora e local. 

O exame é digital e pode ser realizado presencial ou remotamente usando o serviço ProProctor, ambos administrados pela Prometric, fornecedora de soluções de testes e avaliações para instituições acadêmicas e agências governamentais. 

Deve-se conferir se há disponibilidade para realizar o exame pessoalmente no Brasil através do site da Prometric. O modelo remoto é disponibilizado globalmente e pode ser feito em casa através de um computador ou notebook.

As provas são aplicadas em janeiro, fevereiro, maio, junho, setembro e outubro, e ambas as partes devem ser realizadas entre esses períodos. 

Elas têm duração máxima de 4 horas e são compostas por 100 questões de múltipla escolha envolvendo 12 competências:

Parte 1: Planejamento Financeiro, Desempenho e Análise

  • Decisões de Relatórios Financeiros Externos (15%);
  • Planejamento, Orçamento e Previsão (20%);
  • Gestão de Desempenho (20%);
  • Gestão de Custos (15%);
  • Controles Internos (15%);
  • Tecnologia e Análise (15%).

Parte 2: Gestão Financeira Estratégica

  • Análise de Demonstrações Financeiras (20%);
  • Finanças Corporativas (20%);
  • Análise de Decisão (25%);
  • Gerenciamento de Risco (10%);
  • Decisões de Investimento (10%);
  • Ética Profissional (15%).

Além disso, há também duas redações com duração de 30 minutos cada, que só podem ser acessadas após três horas de prova ou após a entrega das respostas das questões de múltipla escolha. Elas consistem em respostas descritivas ou perguntas de cálculo baseadas em dois cenários, descrevendo uma situação típica da área de negócios.

A pontuação de cada uma vai de 0 a 500, e, para ser aprovado, é preciso obter a nota mínima de 360 em ambas. 

Os resultados de cada uma das áreas de competências e redações são enviados aos candidatos por e-mail em até 14 dias após serem postados no perfil do candidato  

Segundo o IMA, a taxa média é de 50% de aprovação e é recomendado de 150 a 170 horas de estudo por parte. Para quem deseja um melhor aproveitamento, existem cursos preparatórios e materiais para o exame. As provas estão disponíveis apenas nos idiomas inglês e mandarim. 

Custos

Segundo o IMA, para prestar o exame, a filiação como membro é obrigatória, e suas taxas anuais podem variar entre US$ 45 a US$ 275, dependendo se o membro é estudante ou profissional. 

Para profissionais: a entrada no programa custa US$ 280, além de US$460 por cada parte do exame, além da taxa anual de membro.

Para estudantes: a entrada no programa custa US$ 210, além de US$ 345 por cada parte do exame, além da taxa anual de membro.

A taxa de entrada do CMA inclui:

  • Acesso ao pacote de suporte a partir da data de entrada no programa;
  • Relatórios de feedback de desempenho;
  • Certificado personalizado e numerado após a conclusão de todos os requisitos;
  • Relatório de pontuação final após a conclusão dos exames.

Em ambos os casos, o instituto oferece descontos. Para acadêmicos, é possível obter bolsas de estudo através de universidades parceiras ao redor do mundo, no qual professores podem nomear até 10 alunos para participar. 

As bolsas são destinadas a alunos de alto desempenho e contemplam a taxa de entrada para o programa CMA, um pacote de suporte para exames com perguntas de provas anteriores, taxa de inscrição cobrindo as duas partes do exame e três anos de associação ao IMA (enquanto a certificação estiver em andamento).

Para profissionais brasileiros, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo firmou um acordo com o IMA em 2019, que visa facilitar a certificação para profissionais e estudantes da área contábil. A parceria inclui descontos na filiação ao IMA e bolsas de estudo para profissionais e estudantes registrados no CRCSP

Requisitos para concluir a certificação

De acordo com o Manual CMA: Seu Guia de Informações e Requisitos para Certificação CMA, elaborado pelo próprio instituto, qualquer pessoa pode realizar o exame, porém, é necessário que o candidato atenda a certos critérios para obter o certificado ao fim do programa. São eles:

  1. Ter sua filiação ativa no IMA;
  2. Possuir um diploma de bacharel de uma faculdade ou universidade credenciada ou uma certificação profissional relacionada;
  3. Ter dois anos contínuos de experiência profissional em contabilidade gerencial ou gestão financeira, que podem ser concluídos em até sete anos após a aprovação no exame;
  4. E concluir o programa em no máximo três anos.

Agora você sabe todos os detalhes que envolvem a certificação CMA, que continua relevante no mercado financeiro e traz diversos benefícios para os profissionais. Continue acompanhando nossos conteúdos e se mantenha atualizado!

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Como a área financeira pode se beneficiar do cloud computing?

A pesquisa Rastreador de Infraestrutura Corporativa Trimestral Mundial: Comprador e Implantação na Nuvem da International Data Corporation (IDC), consultoria em inteligência de mercado, revela que os gastos com infraestrutura de computação e armazenamento em nuvem aumentaram 6,6%, ano a ano, até 2021, totalizando um mercado de US$ 18,6 bilhões. Até 2025, devem atingir US$ 118 bilhões.

Seguindo essa tendência, o material Futuro da Área Financeira: A Agenda o CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, feito pela KPMG, mostra que o futuro da área financeira será marcado pela nuvem como ferramenta dominante.

De acordo com a Investopedia, portal referência em conteúdos financeiros, o cloud computding é uma tecnologia que permite a entrega de diferentes serviços através da internet, como servidores, redes e softwares, por exemplo. As informações armazenadas em nuvem são salvas em bancos de dados remotos e podem ser acessadas a qualquer momento por dispositivos conectados à ela, não precisando estar em um local específico.

Com toda a flexibilidade, agilidade e mobilidade que o cloud computing têm proporcionado aos negócios, a área financeira a usa  como uma aliada para otimizar processos e trazer maior dinamismo na gestão de dados

De acordo com o relatório Futuro da Área Financeira: A Agenda do CFO para Um Amanhã Radicalmente Diferente, tecnologias de automatização baseadas em cloud computing fomentarão um novo modelo operacional no qual capacitarão as finanças para entregar mais valor com menos esforço, e responder às necessidades do negócio com maior rapidez. Continue a leitura e entenda mais sobre essa relação.

Cloud computing na área financeira

Em seu estudo Economia da Nuvem: Mantendo a Cabeça na Nuvem – O Papel Vital dos CFOs nas Decisões Estratégicas de Computação em Nuvem, a Deloitte afirma que  à medida que empresas exploram as vantagens do cloud computing, os CFOs têm a oportunidade de conduzir estrategicamente a implantação dessa tecnologia na área financeira e em toda a organização.

Segundo a consultoria, CFOs podem abordar os impactos que modelos de nuvem podem trazer aos processos contábeis e financeiros. Além disso, devem comunicar seus resultados para investidores e stakeholders, pois, analistas de investimento parecem estar mais interessados ​​em como essa tecnologia pode levar a aumentos nos fluxos de receita, assim como seu potencial de redução de custos.

Além disso, a adoção do cloud computing na área financeira permite que concentrem mais tempo e recursos em suas principais atividades, ao mesmo tempo em que oferecem a flexibilidade de aumentar ou diminuir os investimentos em nuvem como resposta às mudanças nas necessidades da organização.

Benefícios do cloud computing na área financeira

Economia de recursos e tempo

A migração para a nuvem permite que as áreas financeiras otimizem os investimentos alocados em tecnologia e evitem gastos desnecessários. Em vez disso, podem canalizar o dinheiro para outros aspectos da gestão do negócio.

O estudo da Accenture revela que o cloud computing pode reduzir significativamente o custo operacional de uma empresa, permitindo que ela aumente ou diminua o uso de recursos. O relatório também afirma que, além de economizar em energia, uma empresa pode reduzir sua emissão de carbono em 30% por cada usuário usando soluções em nuvem.

Segundo a IBM, em comparação com o armazenamento local tradicional, o cloud computing traz: 

Custos de TI mais baixos: o armazenamento em nuvem reduz custos de compra, instalação, configuração e gerenciamento de infraestrutura físicas, além de mão de obra especializada;

Mais rapidez no fornecimento de ferramentas: em vez  de aguardar pela instalação e configuração de softwares e hardwares, o cloud computing permite que aplicativos corporativos sejam implantados em poucos minutos.

Melhor aproveitamento e economia de gastos: ao contrário de infraestruturas físicas, a nuvem conta com a possibilidade de dimensionar a capacidade de armazenamento para mais ou menos, em vez de pagar pelo excesso de espaços que estão sem uso. 

Facilidade de acesso à informação

O armazenamento em nuvem facilita e dinamiza seu acesso, no qual vários dispositivos podem carregar e baixar dados de qualquer lugar e a qualquer momento, permitindo inclusive a colaboração em tempo real por equipes remotas, por exemplo. 

O Guia do CFO para a Nuvem, também elaborado pela Deloitte, reforça como a adoção do cloud computing pode ter um resultado positivo na área financeira em termos de acesso à dados, exemplificando o seguinte caso:

“Uma empresa sofria com problemas na gestão de dados. A área financeira não conseguia acessar ou analisar as informações de sistemas antigos, necessárias para decisões cruciais. Ao perceber que precisavam de uma nova plataforma baseada em nuvem, a equipe de tecnologia implantou o cloud computing. Essa empresa agora está se tornando uma potência orientada por dados, adotando ferramentas avançadas para rentabilizar novas oportunidades”. 

Segundo a Deloitte, em rotinas em que a coleta de informações é essencial e muitas vezes manual, áreas financeiras veem o cloud computing como ferramenta principal no auxílio dessas demandas e já representa redução de tempo na elaboração de relatórios.

Apoio às decisões estratégicas

Segundo a KPMG, para os profissionais da área financeira, o cloud computing, combinado a outras ferramentas, está auxiliando as decisões através de recursos de monitoramento de processos de fechamento, análise de cenários estratégicos e relatórios gerenciais em tempo real.

A consultoria afirma que planejadores financeiros podem se aproveitar de ferramentas baseadas em nuvem, como plataformas de gestão de desempenho corporativo (CPM), para criar uma visão de FP&A que integre as previsões financeiras com as operações, supply chain, vendas, marketing e outros.

Melhorias na forma como os dados são estruturados e coletados e a redução da necessidade de processos repetitivos e intervenções manuais são alguns dos benefícios enfatizados pela KPMG.

Os papéis do CIO e CFOs

Embora tradicionalmente questões tecnológicas sejam conduzidas pelo CIO, o CFO também está atrelado à transformação digital e seu suporte tem desempenhado um papel importante na promoção das mudanças necessárias nos processos.

58% dos CFOs entrevistados pelo estudo TCS 2020 CFO, feito  pela Tata Consultancy Services, consultoria de serviços de TI, reconhecem que a tecnologia está tendo um impacto profundo em seu papel e não são apenas responsáveis ​​pela digitalização da função financeira, mas também desempenham papel fundamental na digitalização de todo o negócio.

Nesse sentido, ambos têm trabalhado em conjunto para implementar soluções em cloud computing na área financeira e em toda a organização de forma inteligente e planejada.

Para a Deloitte, ao considerar a implantação do cloud computing, o CFO  pode envolver-se, juntamente com o CIO, para discutir as necessidades da empresa em relação à tecnologia, e avaliar contratos, taxas, custos, e retornos esperados.

De acordo com o artigo Como o CFO e o CIO colaboram para criar, otimizar e proteger valor, da Ernst & Young, enquanto os CFOs supervisionam os gastos corporativos gerais e justificam financeiramente as iniciativas relacionadas à tecnologia, o CIO avalia as opções de serviços de cloud computing, e decide quais estruturas e processos do negócio serão movidos para a nuvem: tais como os bancos de dados, aplicativos, plataformas e softwares, por exemplo.

Além disso, rumo à implantação do cloud computing na área financeira e na organização como um todo, o Gartner, em seu material Elabore uma estratégia eficaz de computação em nuvem respondendo a cinco perguntas-chave, sugere algumas questões que CFOs e CIOs podem responder:

  • Onde e como a organização deve consumir serviços de cloud computing?
  • Como protegeremos, gerenciaremos e governaremos em ambientes híbridos?
  • Como a computação em nuvem influencia nossa estratégia?

Em suma, além de conduzir a mudança em termos técnicos, o CIO pode trazer mais clareza em relação aos impactos positivos que o cloud computing trará, ajudando nas metas organizacionais. 

Por sua vez, CFOs podem auxiliar na escolha de uma ferramenta alinhada às expectativas do departamento de tecnologia, ao mesmo tempo que gerenciam novos riscos, e conciliam os investimentos às estratégias e objetivos financeiros.

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Criptomoedas e área financeira: o que você precisa saber

Segundo estimativa do relatório da Crypto.com, consultoria de serviços financeiros em cripto de Singapura, até o fim de 2022, o número de proprietários globais de criptomoedas chegará a 1 bilhão.

Além disso, o Gartner prevê, no Guia Rápido de Criptomoedas Para o CFO, que até 2024, pelo menos 20% das grandes empresas usarão moedas digitais

E como esses ativos diferem dos  tradicionais, esse cenário ilustra um desafio para os líderes à medida que gerenciam e adaptam as criptomoedas à área financeira e aos modelos de negócios atuais. 

O que são criptomoedas

Segundo a Investopedia, as criptomoedas são versões de moedas eletrônicas, como o bitcoin, por exemplo, que permitem pagamentos online em tempo real entre as partes, sem intermediários como instituições financeiras e câmaras de compensação de um banco central. 

As criptomoedas são extraídas, negociadas, distribuídas e armazenadas em um livro de blockchain. A expressão se refere à tecnologia que permite que uma base de dados seja organizada através de uma sequência ordenada. Trata-se de um livro-razão com blocos interligados e imutáveis que contém todo o histórico e registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede compartilhada.

Criptomoedas na área financeira

O relatório A Ascensão do Uso de Criptomoedas nos Negócios, elaborado pela Deloitte, revela que um número crescente de empresas em todo o mundo estão usando criptomoedas e outros ativos digitais para propósitos de investimento, operacionais e transacionais

Para a consultoria, a introdução dessa nova tecnologia está ajudando a preparar empresas para um futuro emergente que poderá incluir moedas digitais regulamentadas pelos bancos centrais.

O material elenca benefícios que as criptomoedas podem trazer relevantes à área financeira, tais como: 

  • Transferências monetárias simplificadas e em tempo real: as movimentações em criptomoedas são feitas entre o pagador e o recebedor, sem a necessidade de uma terceira parte, como instituições financeiras ou contas bancárias. Usando a chave privada associada a criptomoeda, um usuário pode assinar transações e, assim, transferir o valor para um novo proprietário instantaneamente.
  • Maior segurança nas transações: empresas podem utilizar de recursos de multi-assinaturas na wallet (carteira digital em que ficam armazenadas as criptomoedas), em que a maioria dos titulares de contas compartilhadas precisa assinar uma transação para ser processada com sucesso. Além disso, para garantir a integridade das transações criadas na rede, as transações são registradas em um livro público (blockchain).
  • Oportunidades envolvendo investimentos digitais: as criptomoedas podem permitir acesso a novos grupos de investimentos tradicionais que se tornaram “tokenizados” – expressão que se refere à ativos que foram convertidos em formato digital – bem como a novas classes de ativos, consideradas grandes oportunidades para liquidez e capitalização.

De acordo com a Gartner, CFOS deverão estar prontos para adicionar criptomoedas ao seu balanço patrimonial e na estratégia de ativos. Segundo a consultoria, apesar das criptomoedas parecerem ser uma disrupção digital ainda distante, a tendência é que futuramente, elas possam ser utilizadas para pagamentos entre negócios B2B.

As criptomoedas na área financeira poderão agregar rendimentos e organizações poderão usá-las como um novo tipo de moeda de pagamento, garantia para investimentos em novos ativos digitais, e reserva de valor semelhante ao ouro digital (método de compra e investimentos no ouro, sem necessidade de havê-los fisicamente).

Segundo o guia, empresas públicas que optaram por manter uma criptomoeda em seus balanços acreditam que elas possam ser uma melhor reserva de valor em longo prazo do que as moedas fiduciárias.

No entanto, líderes financeiros precisam estar atentos às ameaças envolvendo as atividades relacionadas às criptomoedas. Alta volatilidade, falta de acordos universais sobre tratamentos contábeis e fiscais e incerteza de mercado são destacados pela consultoria.

Outra pesquisa da Gartner, feita com 77 executivos financeiros, sendo 50 deles CFOs, aponta que as principais razões pelas quais muitas empresas ainda não possuem cripto ativos são: 

  • 39% por alta exposição ao risco: para a consultoria, devem ser consideradas questões como a desconfiança dos diretores de conselho ao discutir implantações ou investimentos envolvendo criptomoedas na área financeira, já que são altamente voláteis. “Seria extremamente difícil mitigar o tipo de oscilação observada nas criptomoedas nos últimos cinco anos”, afirma Alexander Bant, chefe de pesquisa na prática de finanças da Gartner.
  • 38% pela lenta adaptação como moeda de troca: como forma de pagamento, elas ainda estão em fase de desenvolvimento e carecem de proteção legal. Além disso, a maioria das organizações não possui habilidades e conhecimento para gerenciá-las.
  • 18% por dificuldades com tratativas contábeis: por não serem amplamente regulamentadas, as criptomoedas na área financeira exigem atenção diferenciada em termos de tratamento contábil e fiscal, inclusive para usá-las em transações comerciais.

Especificações fiscais das criptomoedas no Brasil

Segundo o Ministério da Economia, em ofício emitido no final de 2020, criptomoedas podem ser utilizadas para composição do capital social e consideradas como ativos financeiros.

Além disso, o documento confirma que não há procedimentos especiais para o registro dos atos societários que envolvam criptomoedas, “devendo ser respeitadas as mesmas regras aplicáveis à integralização de capital com bens móveis, conforme o respectivo tipo societário”.

Mas, apesar de não serem consideradas como moeda nos termos do marco regulatório atual, devem ser declaradas por serem ativos financeiros. Operações realizadas com criptoativos que ultrapassem R$ 35 mil mensais em negociações estão obrigadas as prestações relativas à Instrução normativa RFB Nº 1888, de 03 de maio de 2019.

De acordo com a legislação no Brasil, são obrigadas a prestar as informações: a exchange (corretora de cripto ativos) domiciliada para fins tributários no Brasil; e a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil quando:

a) as operações forem realizadas em exchange domiciliada no exterior; ou
b) as operações não forem realizadas em exchange.

Quanto ao prazo de entrega, segundo o art. 8º da instrução normativa, as informações deverão ser enviadas à Receita Federal até o fim do último dia útil do mês seguinte ao que ocorreram as operações, e deve ser feita através do sistema de Coleta Nacional.

Riscos envolvendo criptomoedas

A regularização ainda está em seus passos iniciais

A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos alerta que as criptomoedas carecem de apoio e proteção contra usos indevidos, como golpes e fraudes. Além disso, o órgão afirma que compras feitas através desse método geralmente não são reversíveis, e informações sobre transações podem ser publicadas indevidamente, representando grandes riscos ao financeiro.

Em março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou a Ordem Executiva para Garantir o Desenvolvimento Responsável de Ativos Digitais, visando a proteção do consumidor, estabilidade financeira, segurança nacional e gestão de riscos climáticos envolvendo criptomoedas.

Para o Fórum Econômico Mundial, a movimentação incentiva uma abordagem globalmente coordenada para a regulamentação das criptomoedas, que hoje chegam a ter valor de mercado estimado em US$1.7 trilhão.

No Brasil, devido a preocupação com os efeitos das criptomoedas na estabilidade financeira e seus riscos, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que regulamenta as empresas que operam no setor de criptomoedas. Ao entrar em vigor, somente instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central poderão prestar exclusivamente o serviço de ativos virtuais.

O preço das criptomoedas é muito volátil

Investimentos e reservas em criptomoedas ainda estão expostas à grande variação. A especulação faz com que a demanda oscile descontroladamente, resultando com que os preços subam e desçam drasticamente.

Entre altos e baixos, dados do Banco da Reserva Australiana mostram o grau de volatilidade nos preços de criptomoedas. O preço do bitcoin, por exemplo, aumentou de cerca de US$ 30.000 em meados de 2021 para quase US$ 70.000 no final do mesmo ano

Em junho de 2022, a moeda chegou a uma de suas maiores quedas, com os preços caindo para cerca de US $20 mil. Números da Glassnode, consultoria de serviços de blockchain, revelam que bitcoin e ativos digitais passaram por mais um período caótico e a baixa está em sua fase “mais sombria”.

Segundo a Glassnode, diversos indicadores macro sugerem que o mercado está entrando na fase mais profunda deste ciclo e investimentos de longo prazo esperam registrar perdas significativas. 

O especialista Gustavo Cunha, que atua há mais de 5 anos no mercado de criptoativos, afirma, em matéria para a InfoMoney, que a volatilidade das criptomoedas pode ser explicada pelo fato de se tratar de um mercado emergente, em que há grande especulação e requer que usuários se “acostumem” com a ideia de uma moeda digital.

Além disso, Cunha também destaca o impacto midiático exemplificando com uma notícia em que a China determinou que toda transação relacionada a cripto é ilegal, resultado em uma queda de 4% ao bitcoin. 

Mesmo com maior blindagem, ainda há problemas de segurança

Apesar da tecnologia de criptografia envolvida, essa as criptomoedas ainda tem suas vulnerabilidades. Recentemente, mais de US$ 625 milhões em criptomoedas foram roubadas da Axie Infinity, jogo do tipo play-to-earn, jogue-para-ganhar, no português, baseado em NFT (token não fungível).

O ataque ocorreu em decorrência de uma invasão das chaves privadas (conjunto de palavras que funcionam como uma senha de acesso que permite a movimentação dos saldos) da carteira que desenvolve a comunicação entre a blockchain do jogo (AXS) e a rede ethereum, na qual é hospedada.

Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios da Mercado Bitcoin, uma das maiores exchanges brasileiras, afirma em seu artigo publicado no LinkedIn que “o maior hack da história cripto” ainda é só o começo para o surgimento de outros.

“O ponto é que conforme crescem os volumes do mercado de criptoativos, tendem a crescer também os saldos dos roubos, sejam eles em criptomoedas, como bitcoin e ethereum, ou em outras ramificações desse mercado”, afirma Tota.

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